Sólo Una De Ellas escrita por Bia Rodrigues


Capítulo 16
Capítulo 16


Notas iniciais do capítulo

Hey! Mil perdões pela demora, eu parei de escrever por um tempinho. Violetta está acabando, estão preparados? Porque eu não tô. Vou chorar muito amanhã kkk Quero agradecer aos comentários, foram muitos e eles me alegraram muito :D

Quero agradecer também às recomendações da Sweet Cah e da Adrielly, vocês querem me matar? Que recomendações perfeitas, vocês falaram coisas bem parecidas em relação a ansiedade do próximo capítulo (ainda mais quando eu demoro muito kkk), e saber o quanto vocês gostam e desejam ler os capítulos me deixou tão feliz, me senti realizada por fazer com que vocês tenham tanta vontade de ler. Eu quero agradecer vocês duas, eu amei MUITO as recomendações, elas foram maravilhosas, muito obrigada.

Bueno, bueno, é só isso kk Espero que gostem :D



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Pov’s Leon

Tudo latejava, minhas mãos, minhas pernas, principalmente minha cabeça, meu corpo todo. O plano de me “esquecer de tudo” que havia ocorrido na noite anterior não havia dado certo. Passei horas pensando nela. Violetta não queria nada comigo, não queria se envolver. Aquilo acabava com a noite de sono de qualquer um, e tinha acabado com a minha.

–Bom dia, vossa Alteza. –Vi os raios solares invadirem meu quarto, a julgar pela aparência do dia, devia ser bem cedo.

–Bom dia...-Espiei para ver quem havia aberto as cortinas do meu quarto. –Olga? Faz alguns anos que a senhora não vem me acordar.

Olha era a chefe da cozinha. Trabalha no castelo desde que eu me entendo por gente. Ela foi como uma segunda mãe para mim, sempre me ajudava quando eu aprontava uma, mas nunca deixou de me dar um sermão.

–Faz mesmo. –Murmurou, como se algo a atormentasse. –Tenho saudades de você sendo uma peste, Leon.

–Sempre serei uma peste. –Ela riu. –Acho que vou visitar o Ramallo lá na enfermaria, estou morrendo de dor no corpo. Mas antes, por que veio me chamar tão cedo? Devem ser umas 08h00 da manhã.

–07h00 para ser exata, seu pai quer falar com você, é algo extremamente importante.

–O que aquele idiota quer dessa vez? –Murmurei mais para mim mesmo.

–Não fale assim dele, ele é seu pai.

–Mas não age como tal.

–Você deveria ser mais paciente com ele, menino. –Até senti falta dos sermões dela, mas não dos sermões sobre meu pai.

–Tive paciência por 18 anos você sabe. –Olga me conhecia bem, ela conhecia tudo naquele castelo, mas ela não sabia do grande segredo escondido por mim, pelo meu pai, e pelo Dr. Ramallo, tá bem, isso soou um pouco dramático e exagerado.

–Vou levar seu café ao escritório de seu pai. Você precisa ir lá agora.

–Posso ao menos escovar os dentes? –Falei dando risada e ela me acompanhou. –Até que enfim um sorriso, Olga.

–Apenas vá se encontrar com ele. –E assim ela saiu, me deixando para trás, como há três anos atrás, ela saiu, e eu esperava encontra-la nas manhãs seguintes para me acordar, me dar o sermão diário, ou apenas me trazer um bom café, mas isso nunca mais aconteceu.

[...]

Dei três batidas na porta do escritório do meu pai. Estava em um corredor luxuoso. Não demorou muito para eu ouvir um firme “entre” de lá de dentro. A decoração do lugar era como o corredor, meu pai sempre fora meio exagerado.

–Bom dia, pai. –Falei me sentando na poltrona, meio desleixadamente, e logo vi o olhar reprovador do meu pai. É, realmente o dia começado “ótimo”.

–Bom dia, Leon.

–Onde estão os bajuladores...ops...conselheiros? –Perguntei.

–Sempre bem humorado, não é?

–Alguém nessa família precisa sorrir um pouco, não é? –Irritar meu pai pela manhã era incrível, com exceção de algumas ocasiões.

–Vamos tentar manter uma conversa civilizada, vamos fingir que você tem potencial para se um rei. –Ele falou.

–Vamos fingir. –Concordei ironicamente. Eu sinceramente não sabia se seria um bom rei, mas eu juro com todas as minhas forças que eu iria tentar.

–Tenho alguns assuntos a tratar com você. –Ele se levantou da poltrona e começou a andar pelo escritório. –Quero que se livre daquela garota.

–“Daquela garota”? Pai, preciso que seja mais específico.

–Violetta.

–Não.

–Leon.

–Não. –Repeti.

–Ela não se encaixa nos padrões. –Ele disse, até que ele parecia tentar manter a calma. “Senhoras e senhores temos um progresso aqui”, pensei comigo.

–Que padrões? Há um padrão? Sinto muito, “papai”, mas sou eu quem vai determinar isso. –Falei me levantando também. –Creio que você tem mais alguma coisa para falar, algo realmente importante.

–Isso é importante.

–Eu não vou expulsar a Violetta. –Falei fazendo a menção de sair.

–Espere! Espere, menino! –Falou irritado, ele não iria conseguiria manter a calma por muito tempo mesmo. –Eu estou preocupado.

–Então me diz o que está afligindo o senhor. –Meu pai odiava parecer fraco, e odiava ainda mais ser transparente, afinal havia algo errado ali, e eu pude perceber.

Meu coroa (literalmente) voltou a se sentar na velha poltrona do monarca, coçou a barba um pouco grisalha, e me encarou olho a olho.

–O ataque dos rebeldes sulistas está cada vez mais eminente. –Começou. –Você sabe que eles não atacam muito, e bom, o natal está chegando, o ano está quase acabando e eles ainda não apareceram por aqui.

–E isso é bom, não é?

–É ótimo, mas vai completar um ano e dois meses desde o ultimo ataque, temo o que eles estão planejando. Por isso...

–Por isso você quer tanto que eu acabe logo com A Seleção. –Concluí. Meu pai não havia dito isso, mas estava tão evidente. –Você teme pelas garotas? Ou teme por outra coisa?

Eu escolheria a opção B: Teme por outra coisa. Outra coisa que eu ainda não havia descoberto. E por que ele queria expulsar a Violetta? Ela é diferente, tem opinião e poderia se opor ao meu pai em um futuro próximo, ele a teme.

–Não lhe devo respostas.

–Então por que me chamou aqui?

–Para que você fique ciente do que pode acontecer.

–Estou ciente desses ataques sulistas desde que nasci. –Falei. –Posso ir agora?

–Posso ir agora, senhor. –Meu pai disse.

–Posso ir agora, senhor? –Repeti e ele assentiu.

Esperava encontrar o castelo quase vazio, mas muitos funcionários já se encontravam perambulando pelos corredores, perdi as contas de quantos “Vossa Alteza” seguidos por uma referência eu recebi em menos de cinco minutos.

Eu tinha coisas a fazer, e sabia que aquele seria o melhor momento para isso. Passei pela cozinha e enrolei um pão, um pedaço de queijo, e um cacho de uvas em um pano, e água em uma garrafa, tentei ser discreto, mas não era sempre que o príncipe visitava a cozinha, acabei atraindo muitos olhares, mas isso não me impediu.

Atravessei uma parte do jardim, e entrei em uma pequena torre meio deserta do castelo, ninguém ia ali desde que Antônio, o sábio conselheiro, entrou de licença. Aquela torre era aonde ele trabalhava. Fui até um quartinho dos fundos, abri a porta com cautela para não assustar.

–Sou eu. –murmurei, o local estava bem escuro. A pessoa se mexeu ao reconhecer minha voz, um barulho de interruptor e em seguida a luz se acendeu.

–Você veio mesmo. –A voz feminina tão cansada sussurrou.

–Eu prometi que viria. –Me agachei ao lado dela, e estendi o pano com comida. –Cumpro com minhas promessas.

–Bom saber, meu rei. –Estremeci.

–Ainda não sou rei.

–Mas será um, um rei de verdade, melhor que o atual.

–Que bom que acredita nisso. –Estendi a água. –Acho que você é uma das poucas.

–Não creio nisso. Conheço pessoas que acreditam em você, Leon. –Falou ofegante por ter bebido a água rápido demais.

–Vai com calma aí.

–Desculpe, estava com sede.

–Eu não consegui vir aqui antes, eu ia sair durante a noite, mas haviam muitos guardas rondando o castelo. –Eu disse e a vi sorrir um pouco, não tinha visto isso ainda.

–Obrigada por estar cuidando de mim, achei que você seria o primeiro a me recriminar. –Ela murmurou. –Mas você tem um coração bom, essas são atitudes verdadeiramente nobres.

–Era o mínimo que eu poderia faze...-Sirenes, sirenes altas, bem altas! Olhei desesperado para a garota ferida ao meu lado. Eu não poderia tirá-la de lá.

–Vai. –Ela falou. –Vai logo.

–Mas e..e você?

–Duvido muito que alguém venha aqui, e além do mais, sua vida é bem mais importante do que a minha. –Ela estava errada. Um título de príncipe não me fazia mais importante, mas infelizmente, para sociedade, a minha vida era sim mais importante. –Vai logo.

A carreguei para trás de uns móveis que estavam ali. Tranquei o quartinho e fui rezando (mesmo não sendo muito religioso) até um lugar seguro.

–Vossa Alteza!

–Soldado Andres.

–Preciso te levar para um lugar seguro. –O cara me arrostou, juro que me arrastou. Tudo bem que era o trabalho dele, e o mesmo estava bem desesperado, mas eu tinha pernas e sabia correr!

–Nortistas ou sulistas? –Perguntei. Se fossem sulistas eu ia jurar que havia sido praga do meu pai.

–Nortistas, senhor. –Senhor. Eu tenho cara de velho?

Ouvi muitos barulhos estranhos durante o percurso, desde espadas até coisas de porcelana sendo quebradas. Avistei o abrigo real, com dois guardas na porta, achei que fosse o único que faltava, só achei, pois uma das selecionadas apareceu na porta gritando:

–A senhorita Castillo não está aqui! –Parei de correr naquele momento.

–Vossa Alteza, estamos quase lá! –Andres tentou me puxar.

–A Violetta não chegou ainda? –Perguntei e os guardas não responderam. –Chegou ou não?!

–Acho que não, senhor.

–E vocês iriam fechar o abrigo sem ela estar protegida?

–Iriamos garantir a segurança da senhorita Catillo. –Andres falou.

–Tarde demais. –E aí eu corri, ouvi um “Peguem ele!” que eu juguei ser do meu pai. Andres me perseguia pelos corredores, ignorávamos tudo e todos a nossa volta.

–Invadiram o castelo! –Alguém gritou no andar de baixo e Andres abandonou a perseguição e foi ajudar os companheiros. Agradeci mentalmente por ele saber que defender o castelo seria mais importante naquele momento, já que eu não desistiria até encontra-la.

Ao chegar ao quarto da mesma, eu constatei que ele estava vazio. Chamei o nome dela pelo corredor e não houve nenhuma resposta.

BOOM! Ouvi uma explosão do lado de fora, foi possível ver a fumaça se espalhando pelo jardim através de uma janela. Soldados reais e rebeldes nortistas lutavam entre si. Corri por todo aquele andar e nada.

–Violetta? –Chamei baixinho. Fui para o andar de cima, e tive certeza estar andando em círculos, pois passei por uma estátua terrivelmente feia do meu tio avô umas quatro vezes. Eu conhecia o castelo, só estava desesperado demais.

Entrei em outro corredor, ele era meio escuro, sem janelas e sem saída. Já estava saindo quando ouvi um choro. Um choro bem baixinho estava ecoando por ali. Fui me aproximando e vi Violetta agachada em um canto estreito, suspirei em alivio, mas nem tudo estava bem.

–Viole...-Ela pulou em meu pescoço, chorando sobre meu ombro, ela soluçava e tremia, nunca havia visto um ser humano tão assustado. –Vai ficar tudo bem, eu te achei, vou cuidar de você, eu prometo.

–Um rebelde me viu...temos que sair daqui, Leon.

–Preciso achar um caminho seguro. –Murmurei, ela ainda estava completamente agarrada a mim. Ouvi um barulho vindo do andar de baixo, um barulho não muito alto, mas ainda sim era suspeito. –Vilu. –Não sei por que eu a chamei assim. –Vou descer, preciso ver se é seguro.

–Não, nã..não, não, você não vai descer. –Ela sussurrou segurando o pano da minha camiseta entre os dedos, como se pudesse me segurar ali. –Não pode arriscar sua vida.

–Não vão me matar, são nortistas...

–E você é o príncipe, podem te sequestrar, torturar, e...

–Vai ficar tudo bem. –Sussurrei, segurando em suas mãos para desprender os dedos dela da minha camisa. Para ser sincero eu não tinha certeza se eu ficaria bem, afinal eu sou como um pote de ouro, se um rebelde botar as mãos em mim, sabe lá o que pode acontecer comigo.

–Ora..ora, que cena linda. –Ao me virar me deparei com um homem um pouco mais velho que eu, mais forte e mais gorducho também. –Príncipe Leon e uma adorável dama, uma dama muito bonita por sinal. Parece que estou com sorte. –Ele sorriu de uma maneira tão suja, senti vontade de tacar a estátua de meu tio avô em cima da cabeça daquele cara.

–Vamos resolver entre homens, você a deixa ir, e a gente conversa depois, feito? –O homem pareceu pensar, mas em seguida começou a gargalhar.

–Nada feito, meu caro. Eu poderia te matar, mas você é o príncipe e tudo mais, para a bela dama eu tenho outros planos.

–Se você ousar tocar nela, eu juro que você vai ficar sem cabeça, e eu faço questão de eu mesmo arrancá-la do seu corpo. –Falei. Aquele homem com pensamentos sujos para cima da Violetta conseguiu arrancar o pior de mim, eu queria matá-lo.

–Então parece que temos um problema aqui, principezinho. –Debochou.

–Realmente temos um problema aqui. Eu prometi cuidar dela. –Eu disse, cerrando os punhos. –E eu sempre cumpro minhas promessas...


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Notas finais do capítulo

Entonces? Gostaram? Logo eu volto, beijos