Sólo Una De Ellas escrita por Bia Rodrigues


Capítulo 15
Capítulo 15


Notas iniciais do capítulo

Heeeeey! Eu estou meio atrasada com o cap, me desculpem. Eu queria ter desejado feliz natal, mas acabei não conseguindo postar hehe Então desejo bom ano novo para vocês!

Quero agradecer aos reviews, e espero que gostem do capítulo hehe :D



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Pov’s Leon

–Você não está sozinho. –Ouvi a voz mais tranquila e acolhedora desse país. Angie Vargas, rainha de Illéa, mais conhecida como minha mãe, a única mulher que conseguia arrancar de mim as palavras mais sinceras, as coisas que eu não queria falar.

–Oi mãe. –Murmurei, ignorando o que ela havia dito.

–Você não está sozinho. –Ela repetiu, se sentando ao meu lado.

–É eu sei, é só que...-Parei de falar, não havia exatamente algo que eu pudesse dizer. Eu estava sozinho, realmente estava, estava sozinho nessa luta contra meu pai.

–Filho. –Ela sussurrou, colocando uma mão em meu ombro. –Há algo, que eu deveria saber?

Eu simplesmente travei, não seria possível que ela desconfiasse dos poucos segredos que eu guardava. Eu não poderia revelar as coisas que meu pai fazia, ela o amava, e eu não poderia estragar isso. Além do mais, minha mãe era a única pessoa que meu pai demonstrava amar.

–Não. –Respondi tentando parecer sincero, mas ela era minha mãe, como mentir numa situação dessas? Mas, ela pareceu entender que eu não queria falar.

Aquilo me sufocava, ela era minha melhor amiga, é isso é estranho, mas era a verdade. Era muito fácil falar com ela, conversar com ela, quando eu era menor.

–Quando você cresceu tanto? –Ela perguntou, como se pudesse ler meus pensamentos, eu apenas dei de ombros. –Meu menino. –Ela me abraçou e me deu um beijo na bochecha, senti o batom vermelho ficando por lá.

–Mãe...-Resmunguei e ela riu baixinho.

–Oh é verdade, vai que a senhorita Castillo aparece aqui e vê esse momento, não é? –Minha mãe falou, e eu tenho certeza que eu mudei de cor. Droga! Eu não costumava corar.

–Mãe..eu..é...é...

–Não se preocupe, eu sei que você gosta...

–Não gosto. –A cortei rapidamente. –E se eu gostasse, qual seria a importância? Ela me acha um covarde, e não está nem querendo olhar na minha cara no momento.

–Eu não teria tanta certeza. E acho que deveria conversar com ela, pense que a senhorita Castillo já deve ter se acalmado. –Minha mãe me aconselhou, e bom, talvez ela tivesse razão. Soltei um alto suspiro e larguei os ombros, relaxando a postura.

–Está bem. –Me levantei ao ver o olhar dela sobre mim. –Está bem, está bem, vou falar com ela. –Resmunguei. –Você e esse seu olhar persuasivo.

–É uma coisa de mãe. –Ela falou alto, quando eu já estava me afastando, apenas dei risada.

......

Era estranho um príncipe ficar quase meia hora, na frente do quarto de uma garota simplesmente por não saber o que dizer? O pior é que não havia mais ninguém que eu pudesse pedir conselho. Marco, meu melhor amigo estava em outro continente, e minha mãe iria falar para eu parar de enrolação e bater logo na porta.

–Vossa Alteza. –Disse um guarda me cumprimento ao passar, eu apenas fiz um movimenta com a cabeça, sendo cordial.

–Ah Leon, vamos lá, é só uma pessoa. –Falei para mim mesmo. –É só a Violetta, tudo bem, ela pode te atacar, ou pode ter se acalmado e agir como a Violetta age. Droga! A Violetta em si já era um ser estressado, de mau humor então...

Acabei me tocando que falar sozinho não faria bem para a minha sanidade mental naquele momento, não era uma boa hora para refletir e enlouquecer.

Votre Altesse. –Um soldado francês me cumprimentou ao passar, novamente só fiz um movimento com a cabeça, eu não estava bem o suficiente para lembrar como se dizia qualquer coisa em francês, e olha que eu dominava essa lingua.

–Vamos lá Leon, é só bater. –Disse novamente para mim mesmo. Mas, supreendentemente, a porta se abriu antes mesmo que eu batesse, desgraça!

–Vossa Alteza. –Violetta falou debochada, e fez uma reverência. Ela podia colaborar um pouquinho comigo.

–Juro que vim em missão de paz. –Falei, erguendo minhas mãos, como quem se rende.

–O que você quer? –Perguntou.

–Falar com você. –Respondi, como se fosse óbvio.

Eu sabia que ela não iria recusar, não pelo fato de eu ser o príncipe e por todas aquelas normas que ela deveria seguir, me respeitar. Ela não iria recusar, porque era eu quem estava pedindo, não o príncipe, apenas Leon.

–Acho que você já está falando comigo. –Ela ainda estava extremamente furiosa, mas tentava esconder isso.

–Sobre o que aconteceu. –Acrescentei.

–Oh sim, o fato de você ter sido covarde. –Ela sussurrou e eu trinquei os dentes.

–Eu não sou covarde. –Marquei as palavras. –Se eu fosse não estaria aqui.

Um silêncio nos atingiu assim que protestei sobre ela ter me chamado de covarde. Ela ficou calada, percebeu que eu não gostava de ser chamado assim. Violetta pareceu cair em si.

–Eu não queria ter dito...

–Mas disse. –Eu a interrompi. –Disse e não vai conseguir consertar isso, afinal, o que está feito, está feito. Mas mesmo eu estando completamente nervoso com você, eu vim aqui, não vim? –Ela assentiu. –E eu preciso que você entenda uma coisa: Eu não tive culpa, tentei impedir, mas meu pai já havia tomado uma decisão, não havia mais o que fazer...

–Sempre tem uma maneira...

–Não tinha o que fazer. Se conforme com isso! –Gritei. Droga, droga, mil vezes droga, ela não entendia. –Eu não queria ser grosso, me desculpe. –Ela riu.

–Não mereço suas desculpas, Vargas. –Ela murmurou e eu a fitei, confuso. –Eu acho que exagerei, deveria ter entendido seu lado.

–Você “acha”? –Perguntei rindo e ela me acompanhou.

Votre Altesse. –Ótimo, outro francês e eu ainda não me lembrava de como respondê-lo, fiz o clássico movimento com a cabeça novamente.

Foi aí que percebemos que estavamos tendo essa conversa na porta do quarto dela, e se não quisessemos chamar atenção era melhor sairmos dali. As fofocas corriam rápido pelo castelo, era irritante.

–Será que eu posso...entrar ? –Perguntei receoso, não sabia se o humor dela havia melhorado, e eu achava que não, pelo menos não totalmente.

–Err..Claro, entre. –Ela me deu passagem e em seguida ouvi a porta se fechando atrás de mim. –O que quer falar ?

E eu realmente não tinha mais nada a dizer, afinal já haviamos nos resolvido, eu acho. Eu não poderia ficar com cara de idiota, enquanto ela me encarava, querendo uma resposta, e com certeza ela queria, dava para perceber pela curiosidade presente em seu olhar.

Eu a vi, tão próximo, tão linda, e percebi que não tinha nada para falar, pelo menos não naquele momento. Simplesmente a puxei, selando nossos lábios com ansiedade, quem que queria enganar? Eu desejava aqueles lábios novamente há semanas. Violetta praticamente agarrou minha nuca, sem empurrões, sem recuar, ela correspondeu prontamente.

Não foi um beijo como o primeiro, que na verdade foi o segundo beijo, e depois teve o terceiro que na verdade era o segundo....não importa, isso realmente não importava.

Não parecíamos satisfeitas, ela segurou em meu colarinho e me puxou mais para si, aquilo não iria passar de um beijo, até porque não seria bom se eu quebrasse as regras de Illéa.

O ar não parecia faltar, e nos beijamos como selvagens. Percebi que eu não era o único que havia sentido falta desse contato entre nós, e como eu havia sentido falta, passei noite imaginando como seria beijá-la novamente.

–Vilu...-Sussurrei, mas ofegante até de quando fugi dos rebeldes, havíamos nos beijado até não podemos mais, literalmente. –Eu acho que..que...

–Você acha que? –Ela novamente demostrou uma enorme curiosidade, eu sorri, dando-lhe mais um beijo, rápido dessa vez.

–Eu estou gostando de você, Vilu. –Falei sincero. –Acho que eu já sabia disso, mas não tive coragem de assumir para mim mesmo. –Sorri, e acho que a vi sorrindo por um milésimo de segundo. –Eu gosto de você. –Repeti.

Eu adorava dizer aquilo, era ótimo poder dizer em voz alta, e ela parecia gostar.

–Eu gosto de você. –Falei pela quinquagésima vez. –Vilu, eu me apaixonei por você.

A expressão que se formou no rosto dela foi indecifrável. Eu sabia que era isso, havia me apaixonado, não, eu não queria, pois eu olhava para ela, e não sentia que era correspondido, eu não havia escolhido isso.

–Você...Leon, você disse que...

–Estou apaixonado por você. –A cortei, dizendo o que ela iria falar. –Foi o que eu disse.

Violetta não iria me responder, ela estava calada, me encarando, como eu disse era indecifrável, não sabia se ela estava feliz por isso, ou com pena por não corresponder.

–Eu sinto muito. –Ela falou, sim, aquilo doeu pra caramba, mas eu mantive minhas mãos em sua cintura e permaneci ali, encarando-a, querendo saber o que ela iria dizer. –Eu não posso.

Aquilo ainda foi melhor do que um “Eu não sinto nada por você”, mas ambos sabíamos que aquilo ela verdade.

–O que você não pode? –Sussurrei.

–Me envolver com você. –Ela sussurrou ao mesmo tom que eu. –Eu não posso.

–Não entendi o porquê de você não poder. –Murmurei, queria que ela parasse de enrolar, e dissesse logo o que tinha que ser dito.

–Eu não sou o tipo de garota para você.

–Isso sou eu que devo dizer. –Murmurei e soltei um pequeno riso, mas ela não moveu um musculo.

–Eu não posso. –Falou. –Não quero.

Oh..Ai. Eu deveria ter me contentado com o “Eu não posso”. O “Não quero” mostrava basicamente que ela não estava interessada em mim, não o suficiente para se envolver, e aquilo doía, doía demais.

–Tudo bem. –Murmurei. –Acho que eu vou indo...

–Não fique bravo por isso, por favor Leon. –Ela estava entrando em um estado de angustia.

–Não posso ficar bravo por você não sentir algo por mim, Vilu. De verdade, tudo bem, fica tranquila. –Falei. –Eu fui meio idiota...

–Não tem nada de idiota no que você falou, teve coragem em admitir o que sentia, coisa que poucos fazem, não foi covarde. –Disse e sorriu para mim, eu apenas retribui, sem muita vontade.

–Eu vou indo agora, preciso pensar. –Murmurei e ela sentiu, não encontrei pena em seu olhar quando saí pela porta do quarto, encontrei foi um par de olhos marejados, prestes a chorar, era tão ruim saber que eu estava apaixonado por ela? A garota iria chorar por isso!

Eu poderia ficar, mas eu era o motivo daquilo, não ajudaria nada se eu ficasse ali, então fui embora, até porque sou um ser humano, também sinto dor, e o dia não estava sendo fácil, preciso afundar a cara em um travesseiro e esquecer de tudo.

Foi com esse pensamento que eu cheguei ao meu quarto, claro que apareceu mais um guarda francês, e eu sequer tive condição de ser cordial, só dei um sorriso fraco. Deitei na cama, apenas querendo me esquecer de tudo, de exatamente tudo.


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Notas finais do capítulo

Entonces? Gostaram? Espero que sim :D Até logo.