Nosso Querido escrita por Sophie Kane


Capítulo 8
#Bônus-Em uma noite estrelada


Notas iniciais do capítulo

Oi! Bom, está aqui o bônus da Maren! Espero que gostem, porque eu adorei escrever no ponto de vista dela!
xoxo



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O Salão estava mais cheio que o normal naquele dia, por conta das hóspedes de meu irmão. Alguns guardas dançavam com as Selecionadas, que trajavam os melhores vestidos que alguma criada poderia costurar.

No meio daquela multidão, eu abria espaço, tentando achar uma alta cabeça loiro-escura. Falaram-me que a corte dele viria. Eu esperara por tantos meses para vê-lo! Sentia saudades de nossas conversas, da adrenalina que sentia ao toca-lo e até de ter os pés pisados pelos pés dele.

Havia muitas cabeças loiras pelo salão. Eu tinha de ter cuidado para não chegar abraçando algum estranho ou minha irmã.

Lembrei-me do dia em que nos conhecemos. Fora em um verão, quando eu tinha nove anos e ele, onze. Eu estava na sacada do palácio, olhando as estrelas daquela noite tão estrelada. O vento soprava em uma brisa suave, balançando levemente meu lenço fino, que era o charme de meu traje. Eu não aguentara ficar no salão por muito tempo, pois era um jantar muito formal para uma menina tão nova. Os Alemães vieram apenas para aquele jantar, e eu não gostara da ideia.

Porém minhas opiniões mudaram quando eu o vi, vestido com um terno que o fazia parecer mais velho e elegante. Ele também não tinha gostado da noite. Como eu, ele estava se sentido deslocado no meio de tanta gente sofisticada.

Naquela vez, ele viera para Illéa contra a vontade dele, ele me contara, mas eu era o motivo de ele ter amado a viagem. Éramos pequenos para saber o tamanho do sentimento que começamos naquele dia. Eu, com meu vestido lilás liso, e ele, com sua roupa elegante, começamos, naquela noite estrelada, a melhor amizade de todas.

Perdida nos meus pensamentos, eu caminhava pelo salão, sem prestar atenção. Até que bati em alguém. Não pude ver seu rosto, mas seus braços, que me agarraram firmemente, sim. Minha cabeça repousava, acidentalmente, em seu peito. Assim, pude sentir seu cheiro, muito suave, de maça. Senti-me envergonhada pela posição constrangedora, ainda mais por eu ser uma princesa que deveria ser elegante e educada.

Quando me distanciei do sujeito e olhei sua face, me deparei comum rosto sorridente. O rosto dele. Os olhos azuis me encaravam. Eu tentei falar algo, mas as palavras não saiam. Eu só o encarei. Ele vestia-se como uma árvore de natal, como gostávamos de falar, por razão das inúmeras medalhas.

Ele afagou meus cabelos, como sempre fazia, o que me deixava furiosa. Minhas criadas sempre me davam broncas por razão dos meus cabelos sempre desalinhados depois dos bailes, elas nem sabiam que eu não era a culpada. Mas esse certo príncipe nunca era punido.

–Não vai falar nada, Maren? – ele perguntou, falando meu nome de sua maneira sedutora com sotaque alemão.

Eu continuei o encarando, sem sabendo o que falar. Com os anos, ele ficara cada vez mais bonito e isso me fazia olhar para ele de jeitos diferentes. Não conseguia mais esconder minha atração por ele, mas ele era mais discreto, então eu não conseguia saber se ele sentia o mesmo.

–Senti saudades, Julian.

Não podíamos nos abraçar em público, já que qualquer um de nossos pais repreenderia. Essa era a parte ruim de tudo isso. Era proibido.

Como sempre, fomos até o jardim, do lado de fora do Grande Salão. Lá podíamos ficar sozinhos, sem o olhar julgador de todos ou outros. Nuca dissera a ninguém, mas era por causa dele que eu amava o jardim.

O espaço era íntimo. As folhagens escondiam qualquer movimento dentro dele.Havia uma janela um pouco acima do mais alto dos arbustos, mas os que estavam no Salão não conseguiam enxergar o pequeno jardim,por conta das cortinas que, apesar de serem um tanto transparentes, desviavam a atenção de todos.

Sentamos no único banco de pedra do espaço, como de costume. Julian segurava minha mão, delicadamente, como se ela fosse quebrar. Eu já estava acostumada com isso, já que Julian sempre fora uma pessoa delicada comigo, só comigo, até porque meus pais não pareciam gostar dele.

–Como foram seus meses sem me ver?-perguntei, fazendo um falso drama. –Sobreviveu ou foi difícil?

–Olha, acho que eu morri.-ele afirmou, rindo.-Ficar longe de você é quase uma tortura para mim.

Nós dois rimos. Eu não sabia se aquelas palavras realmente significavam alguma coisa para ele, mas para mim significavam. Elas podiam muito bem traduzir seus sentimentos implícitos. Esperava que fosse como eu pensava.

–E as Selecionadas?- perguntou ele, olhando para dentro do salão.-São muito melhores que você?Não que isso seja possível.

Outra vez. Aquele garoto queria acabar comigo?

–Engraçadinho...- eu ri, olhando para seu rosto, enquanto ele ainda encarava a janela um pouco acima de nós.-Não tive o prazer de conhecer as criaturas decentemente.

Ele gargalhou, virando sua cabeça para mim e olhando diretamente em meus olhos. Nossos rostos estavam muito próximos, inclinando-me para frente eu poderia... Beija-lo!

Não, não e não. Eu não poderia estar tendo esse tipo de pensamento sobre ele. Sobre o Julian, meu amigo de infância! Como assim?

Eu redirecionei meu rosto para frente, tentando evitar aquela vontade ridícula. Ele continuou do mesmo jeito, olhando para a lateral de minha face. Sua mão ainda estava entrelaçada na minha e ele a puxava para perto de si cada vez mais, a fim de me puxar junto.

Então ele beijou minha bochecha, de maneira inesperada. O toque de seus lábios em minha pele era suave, como se uma borboleta pousasse ali. Meu estômago se revirava. Senti meu rosto corar.

–Acho que este lugar é mais calmo para conversarmos. -disse uma voz vinda de longe.

Estiquei meu pescoço para tentar ver, por trás dos arbustos, quem invadira nosso espaço. Com certa dificuldade, reconheci os cabelos avermelhados de meu irmão e o vestido muito chamativo de uma Selecionada. Eu havia esquecido completamente que meu irmão poderia querer flertar com alguma selecionada fora do Salão.

Separei-me de Julian, que também já percebera quem se aproximava. Em silêncio, nos levantamos do pequeno banco de pedra e, agachados, fomos até as folhagens. Com sorte- ou pela tontice de meu irmão- poderíamos sair despercebidos daquela situação.

–É lindo aqui, Alteza.- elogiou a Selecionada, que tinha uma voz fina e irritante.-Vejo o porquê de você quer me trazer aqui.

–É o meu lugar preferido do palácio.

Mentiroso. O lugar favorito dele era o seu quarto. O que ele não faria para agradar uma garota.

–Maren, acho melhor nós sairmos daqui.-sussurrou Julian em meu ouvido, o que meu causou arrepios.

–Não, Jules.-eu implorei,segurando seu braço.-A conversa deles será engraçada. Você sabe como meu irmão é com garotas.

Eu ri, porém Julian não me acompanhou. Ele me direcionou um olhar de repreensão. Nem percebi o quão alto eu estava rindo.

–Espere um pouco, senhorita Antonella, acho que ouvi alguma coisa.

Olhei para Julian, apreensiva. Meu irmão estava se aproximando de onde estávamos. Ele iria nos descobrir! E então ele contaria para nossos pais! E não poderíamos mais nos ver! Isso não poderia acontecer!

Jules pegou minha mão. Bruscamente, ele me puxou para fora das folhagens, do outro lado. Acabamos sentados, todos cheios de folhas. Porém era provável que Sean não tivesse visto nada, então estávamos seguros.

–Essa foi por pouco. -eu disse, enquanto ele me ajudava a levantar. -Achei que ele iria nos ver.

–Temos que ter mais cuidado. - ele afirmou, tirando folhas de seu paletó e depois olhou para mim e riu. –E acho que você levou todo o arbusto com você.


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Notas finais do capítulo

E aí? O que acharam?
Eu shippo Marulian (seria um bom nome de ship)!

Até o próximo capítulo



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