O Regresso do Desespero escrita por Duchess Of Hearts


Capítulo 2
Welcome to Despair's Peak Academy - Parte I


Notas iniciais do capítulo

...Esse capítulo ficou tão grande que eu acabei por não apresentar todas as personagens que já me foram entregues. Oh well.
Espero que não esteja muito chatinho, acho que cada personagem merece uma apresentação decente, por isso estou me esforçando muito para que tudo dê certo.
Esse capítulo terá cerca de 3 partes, para apresentar todas as 15 personagens (além do Isao). Enfim, espero que gostem!



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Quando acordei, estava sozinho num quarto. Que lugar era aquele?

Olhar à volta só me deixava mais confuso. Eu pensava que estava entrando em Hope’s Peak? Contudo, tudo ficou preto… Eu desmaiei? Foi isso?

As perguntas foram surgindo na minha mente como uma metralhadora, mas nenhuma recebeu uma resposta. Em vez disso, uma televisão presa à parede se ligou antes que eu tivesse tempo de pensar melhor na situação. Meu cérebro deu uma segunda volta quando o que eu vi lá foi… Um urso de pelúcia falante.

– Bem-vindos à Academia Hope’s Peak! Meu nome é Monokuma, o vosso diretor.

A cada palavra do urso, mais certezas eu tinha de que estava sonhando. Continuei encarando a tela, esperando o nosso “diretor” acabar o seu pequeno discurso.

– Vocês são a esperança dessa nação! Assim sendo, a Academia Hope’s Peak decidiu protege-los do mundo exterior para todo o sempre. – Dizia isto com naturalidade, como se fosse algo comum. – Então, espero que gostem da escola! Será aqui que vão ficar o resto da vossa vida… Upupu.

A minha certeza de que isso era um sonho estava cada vez mais forte, contudo, por alguma razão, comecei a me sentir gradativamente mais nauseado com cada palavra de Monokuma. Tentei controlar a respiração, repetindo para mim o facto de estar sonhando, que logo eu ia acordar.

– Isso não é um sonho! É a mais pura das verdades! Belisquem-se, gritem, chorem, se esfaqueiem, façam o que fizerem, não vão acordar, porque acordados vocês já estão. – Ele disse, como se estivesse lendo a minha mente. Percebi pela forma como ele falava que aquilo não era só comigo, mas também com mais pessoas. Talvez aquilo estivesse sendo passado em outros lugares? – De qualquer forma, eu arranjei um jeito para vocês saírem daqui, caso queiram muuuito. Sou um ursinho carinhoso, afinal. Vocês só precisam de matar alguém! Bom, é isso. Vocês têm o vosso ID de estudante em cima da escrevaninha, juntamente com as regras da escola – tenham atenção para não as desobedecerem, ou serão severamente punidos. Agora, saiam do vosso quarto e vão conhecer os vossos colegas de turma!

Eu encontrei o meu ID de estudante. Era um pequeno aparelho, semelhante a um smartphone, que ao ligar mostrou o meu nome. Diversas opções surgiram, mas não tive paciência de experimentar naquele momento. Queria encontrar as outras pessoas primeiro, para receber uma resposta no meio dessa loucura.

Sem prestar muita atenção para o meu quarto, saí por uma das duas portas. Acabei entrando em outro quarto, só que este era redondo. A primeira coisa que me chamou a atenção foi um aquário cilíndrico no seu centro, que ia desde o chão até ao teto como um pilar. No seu topo, estavam quatro televisores iguais ao que havia no meu quarto, de modo a que onde quer que estivéssemos no quarto pudéssemos ver o que estava sendo mostrado na tela. Alguns kois nadavam descontraidamente lá dentro, absortos do que estava acontecendo naquele lugar. Vários sofás estavam posicionados ao longo da sala, todos eles voltados para o aquário. Em um canto, havia uma pequena geladeira com sucos e água. Apercebi-me também da existência de uma câmera de vigilância num canto próximo ao teto, longe do meu alcance. Não havia janelas, apenas portas – um total de 16 portas incluindo a de onde eu vim. Cada porta tinha uma placa com um nome e um boneco – a minha tinha um boneco muito semelhante a mim, e o meu nome. Então aqueles quartos seriam os de outros alunos? Enquanto me perguntava isso, alguém saiu de outra porta.

O garoto loiro veio ter comigo assim que me viu, parecendo um pouco aliviado por não estar sozinho. Não contive um suspiro, também, pelas mesmas razões.

– Olá. – Disse ele, com um sorriso amigável. Tinha olhos verdes… Não, talvez fossem azuis? Era uma cor estranha, e conforme ele se mexia, parecia mudar. Não conseguia decidir entre verde e azul, mas era algo assim do género. Usava uma camisa em tom roxo, calça de ganga azul e ténis da mesma cor que a camisa. Nas suas mãos, tinha um grosso livro que eu consegui distinguir como sendo uma bíblia. – Prazer em conhecê-lo… Apesar das circunstâncias. Meu nome é Evan Moonglade.

Evan Moonglade – Super High School Level Evangelist

– Ah, sim, o meu nome é Isao Kimoto. – Respondi. Já tinha notado que ele tinha um sotaque estranho, mas quando ouvi o nome, percebi que ele era estrangeiro. – Evan Moonglade… Eu pesquisei para ver quem seriam os meus colegas de turma antes de vir para aqui, mas não lembro do seu nome.

– Ah, isso é porque eu sou Canadiense. Apesar de ter vivido grande parte da minha vida no Japão, a escola ainda me via como um emigrado, por isso mantiveram as minhas informações em sigilo. – Explicou o garoto, mantendo o sorriso. Era uma pessoa bastante agradável. – Então, vou supor que você quer saber do meu título? Evangelista.

Sendo um ateu como os meus pais, eu não sabia muito sobre práticas religiosas. Então, eu não tinha noção do que seria um evangelista. Contudo, Evan pareceu entender a minha confusão e logo começou a explicar.

– Eu dou a conhecer a palavra de Deus para os outros. De certa forma, converto as pessoas para a minha religião. Tenha calma, eu não forço ninguém a fazer nada. De qualquer jeito, é isso que eu faço desde os seis anos, por aí. Acho que, após ter evangelizado mais de mil pessoas, acabei chamando a atenção de Hope’s Peak. – Disse aquilo com simplicidade, mas eu consegui notar uma pitada de orgulho nas suas palavras. De facto, eram feitos de certa forma impressionantes.

– Isso é… Fascinante. – Comentei, sem quaisquer pitadas de ironias. Estava genuinamente impressionado com aquilo. – Porque é que você faz isso?

– “Se Cristo vos libertar, verdadeiramente sereis livres”. É uma passagem que eu particularmente gosto e com a qual eu me sinto verdadeiramente ligado. Para mim, Deus foi uma salvação. Um dos meus sonhos é mostrar isso para todo o mundo.

Era um sonho louvável. Me senti um pouco embaraçado por um dos meus maiores sonhos ser, simplesmente, comer aquele bolo da loja ao lado ou comprar um jogo que eu realmente quero jogar. Contudo, eu realmente não estava afim de começar com discussões religiosas, pelo que decidi mudar de assunto assim que consegui.

– Você viu mais alguém? – Perguntei.

– Ah, não. Acabei de sair do meu quarto, sabe… Fiquei um pouco a investigar por lá e depois decidi sair, e agora te encontrei. Mas acho que, com certeza, devem haver outros alunos por aqui… E professores, provavelmente.

– É… Eu acho que vou dar mais umas voltas por aqui a ver se encontro mais alguém.

– Sim, concordo. Podemos nos separar então, assim cobrimos mais terreno e encontramos mais pessoas.

Assim sendo, Evan girou os calcanhares e começou a andar para longe. A sala tinha acesso direto aos quartos, mas também tinha uma pequena entrada sem porta que dava para um corredor, pela qual ele saiu. Notei, nessa altura, que havia uma pequena placa lá na entrada. “Sala comum”. Isso explicava algumas coisas.

Não tive tempo de pensar muito mais porque logo mais uma pessoa saiu de um dos quartos. Eu praticamente não conseguia ouvir os seus passos, apenas me apercebendo da sua presença pelo som da porta a se fechar. Quando me virei para encará-la, ela pareceu recuar um pouco, como se estivesse arrependida de entrar ali e quisesse voltar para o seu quarto.

– Hey! Espere! – Chamei, mas ela não ouviu, ou fingiu não ouvir. Dei alguns passos e fui até ela, tocando-lhe no ombro. Virando-se com um pulo, a garota pareceu ter-se apercebido que fugir era inútil, e ficou encarando o chão.

– Tenha calma, eu não vou te fazer nada. – Garanti, receoso que ela começasse a gritar com medo ou algo assim. Parecia tão envergonhada, tive medo de fazer algum gesto que a assustasse de vez. – Meu nome é Isao Kimoto. Você também é uma aluna? Qual o seu nome?

Ela realmente me respondeu. Só que eu acabei não entendendo nada do que ela tinha dito, de tão baixo que falara. Não queria ser muito insistente, pois já tinha percebido o tipo de pessoa que ela era, então simplesmente olhei para a sua porta e li o nome.

Hiroko Ai – Super High School Level Activist

Aquele nome já me era mais ou menos familiar. Das minhas pesquisas, ela era uma das pessoas mais altruístas que existiam por aí. Fazia parte de um grupo de ativistas radicais mais ou menos conhecido pelo Japão. No meu caso, eu só soube da sua existência depois de pesquisar no site da Hope’s Peak. Contudo, se minhas pesquisas não estavam erradas, ela tinha saído do grupo aos treze anos por razões desconhecidas. Desde então, os seus feitos foram mais discretos, mas isso não passou longe dos olhos atentos de Hope’s Peak – que a investigaram o suficiente para entender que a Ai realmente merecia aquele título. Por razões de privacidade, a escola não divulgou muitas coisas sobre ela, mas dava para ter uma ideia que era realmente uma “Super High School Student” que nem os outros.

– Então… Você é uma ativista, não é? O que você faz? – Perguntei, tentando ser o mais delicado possível. A garota pareceu ter esquecido que eu estava ali, ou então estava esperando que eu fosse embora sem continuar a conversa, pois a sua pele ficou escarlate.

– N-Não… V-Vai q-querer sab-ber… – Murmurou, baixinho. – S-São coisas… Des-s-sinteressantes…

Gaguejava muito, e o seu tom de voz não ajudava na compreensão. Contudo, acabei entendendo algumas coisas do que ela falava.

– Sério? Experimente me contar! Eu aposto que são na verdade muito interessantes esses seu feitos. – Disse, com o sorriso mais agradável que consegui arranjar. Contudo, a reação foi totalmente oposta do que eu imaginava: Ai baixou a cabeça, muito vermelha, e não pareceu ter arranjado forças para falar.

O ambiente ficou um tanto constrangedor, por isso decidi me afastar por ora. Quando olhei para trás, ela tinha de algum jeito sumido, como um fantasma. Garota estranha, mas achei que não era má pessoa.

Impaciente demais para ficar na sala comum o tempo todo, decidi sair para o corredor. Acabei num hall, onde ao fundo eu conseguia ver algumas portas. Nessa zona, perto de uma placa que dizia “refeitório”, encontrava-se uma figura feminina de cabelos loiros e compridos. Assim que esta ouviu os meus passos, se virou na minha direção e me acenou, aproximando-se de mim rapidamente.

– Oh, até que enfim que eu acho alguém! Olá! – Disse de uma forma entusiasmada, sorrindo com alegria. – Como se chama?

– Ah… Isao. Prazer. – Respondi, esticando a mão para cumprimenta-la, a qual ela apertou energeticamente.

– Ah, você é aquele “SHSL National Hero”? – Perguntou. Não esperou a minha resposta, pelo que logo já estava falando de novo. – Meu nome é Natasha Hayashi, prazer!

Natasha Hayashi – Super High School Level Astrophysicist

Ela era uma personalidade que eu conhecia, mas não por causa das minhas pesquisas na escola – na verdade, eu nem sabia que ela estava na mesma turma que eu. Sabia da sua existência porque ela uma vez apareceu na televisão como sendo a mais nova astrofísica da história, que já criou umas teorias importantes para a ciência atual e para a descoberta de vida extraterrestre. Um crânio autêntico. Nunca chegaria sequer perto dela se não fosse por essa escola, e por isso senti-me um tanto honrado. Apesar de tudo, tenho a certeza que se ela começasse a falar de coisas do seu ramo eu acabaria me perdendo e não ia entender nada. Assim sendo, nem puxei o assunto sobre isso.

– Estou confusa. Onde é que estamos? – Perguntou ela, suspirando, sua energia se desvanecendo um pouco – Isso é mesmo Hope’s Peak? Já vi o símbolo da escola em vários lugares mas… Não consigo acreditar que eles nos iam alguma vez nos prender aqui…

– Então você também viu aquela mensagem? A do urso… Monokuma?

Pareceu surpresa por me ver comentar sobre o nosso “diretor”, pelo que a garota arregalou os olhos, me encarando como se eu lhe tivesse acabado de explicar o significado da vida.

– Você também!? Então… Isso foi com todos, não é…? – Aquilo era mais uma afirmação do que uma pergunta. – O pior de tudo é… Que eu não acho que isso seja só uma brincadeira…

– O que você quer dizer? É claro que isso é uma brincadeira! – Ripostei, não gostando da forma como ela falara. O seu tom estava mais pesado que o de antes.

– Hmm, Kimoto, você por acaso deu uma olhada no corredor ali atrás? O que dá a volta aos quartos, quero eu dizer. – Perguntou ela, tentando manter a calma. Quando eu acenei negativamente, ela mordeu o lábio inferior – Então… Ao contrário daqui, aquele lugar tem janelas. Pelo menos, eu ACHO que eram janelas. E todas elas, sem exceção… Estão cobertas por enormes placas de metal. Não dá para ver a luz do dia, sequer.

– Você… Você está brincando, certo?

– Não… As janelas estão, realmente… Realmente, trancadas… Eu até tentei ver se conseguia mover as placas, mas estavam extremamente bem presas! E-Eu...

Hayashi se abraçou, como se estivesse procurando algum consolo, ou se protegendo de alguma coisa. Encarando-a estático, eu fiquei ponderando o que ela tinha dito, ligando os pontos. Se ela não estava mentindo, então era muito provável que aquilo era sério.

– E-Eu vou voltar para o meu quarto. – Proclamou Natasha finalmente, suspirando. Todo o seu entusiasmo de encontrar alguma pessoa parecia ter se esvaído e ela já não tinha muitas forças para continuar. Assim sendo, ela saiu.

Engoli em seco e continuei a explorar.

Quando entrei no refeitório, encontrei duas pessoas entrando vindas de uma porta do lado oposto, onde estava escrito “cozinha”. De certa forma, eu gelei ao ver enormes placas de ferro no lugar onde estariam as janelas daquele lugar, mas tentei não pensar nisso. Fui ter com os outros dois.

– Oh, mais um colega? – Comentou a garota com um sorriso delicado. – Se bem me lembro… Você deve ser o Isao Kimoto, não é mesmo? Prazer em conhecê-lo. Meu nome é Eufrat Tsubomi.

Eufrat Tsubomi – Super High School Level Businesswoman

Não achei estranho que ela soubesse o meu nome. Aquela garota estava no clã Tsubomi – que possuía uma organização multinacional especializada em tecnologia, mais precisamente no poder bélico. Após a morte dos seus pais, Eufrat foi dada como a dona oficial da empresa e passou a administrá-la desde os 14 anos. Ficou conhecida mundialmente, aparecendo muitas vezes nos media – seja para louvá-la ou rebaixá-la. Contudo, ela não parece ser do tipo que se deixa abalar pelo que quer que apareça na televisão sobre a sua pessoa e continua seguindo com os seus ideais. Por ser tão poderosa, eu não estranhei que ela tivesse também feito pesquisas antes de vir para a escola para conhecer todos os seus colegas de turma – com mais sucesso que eu, um garoto normal que simplesmente foi procurando informações na internet.

Ao lado dela estava um garoto… Ou um homem, não sei. Era alto e parecia bem mais velho que nós os dois. Só após olhar bem no rosto dele é que o reconheci.

– Me chamo Teemu Fear Wichard. Pode me chamar só de Teemu mesmo. Prazer em te conhecer, Isao. – Ele também sorriu.

Teemu Fear Wichard – Super High School Level Adventurer

Tal como aconteceu com Hayashi, eu só conhecia esse nome por causa da televisão. Para minha sorte, eu tenho muita tendência a ler documentários, e por isso já ouvi falar de algumas descobertas de Teemu. Um aventureiro nato que já estivera em praticamente todos os países do mundo, ele ficou conhecido por ter revelado importantes informações relativas a certos povos indígenas. A última vez que eu o vi na televisão, era sobre algum achado recente relativo à civilização maia, de coisas que eu já nem lembro direito. Tal como Evan ou Hayashi, ele tinha raízes estrangeiras, pelo que as suas informações foram omitidas pela academia, e por isso eu nem sabia que ele estaria na minha turma. Quanto mais eu pensava no tipo de pessoas que estava na minha turma, mais inútil eu me sentia. O meu talento, comparado ao deles, é tão… Sujo. Expelindo estes sentimentos da minha cabeça, me concentrei novamente na conversa que estava tendo.

– Nós nos encontrámos quando saímos de nossos quartos. – Explicou Teemu – E decidimos explorar esse lugar juntos.

– Oh. E o que acharam? – Perguntei, um tanto interessado no que eles tinham para dizer.

– Boas notícias não são, infelizmente. – Respondeu Eufrat com pesar, mexendo distraidamente no pequeno laço negro que tinha ao pescoço – Para começar, tem esse pormenor das janelas. Não tem uma única que esteja livre.

– É. Também não encontrámos uma única saída até agora, além de umas escadas que iam para o andar de baixo mas que estavam trancadas. – Explicou o aventureiro, coçando a cabeça um tanto nervosamente – Mas… Pelo menos a cozinha está cheia de comida.

– Sim, acabámos de vir de lá. Tem comida suficiente para algum tempo, acredito eu. E, segundo um papel que estava lá, ela será reabastecida todas as semanas, durante a noite.

– Reabastecida? E não tem jeito de nos aproveitarmos disso para escaparmos, caso não encontremos nenhuma saída?

– NÃO NÃO NÃO! – Um grito fez-se ouvir atrás de mim, e com um salto me virei para trás, assustado com a voz muito pouco humana. E, para minha surpresa, encontrei precisamente o urso de pelúcia da televisão. Andando. E falando. Na minha frente.

– O quê!? – Berrou Teemu ao ver a figura. É, aparentemente não era eu que estava ficando louco e vendo coisas. Teemu e Eufrat também o viam. Ignorando o nosso espanto, Monokuma continuou a falar.

– Vocês deveriam olhar nas regras! É proibido entrar no refeitório durante o período noturno! – Resmungou ele, olhando-nos com aparente raiva. – Mas é claro, caso queiram REALMENTE quebrar as regras… Ohh, os calores! Eu tenho calores só de pensar em como eu iria vos punir… Faz o meu coração de urso palpitar descontroladamente!

– V-Você…

– Eu sou Monokuma, o vosso diretor! Por favor, não dou autógrafos.

– Você é… R-real? – Perguntou Eufrat. Apesar de estar obviamente surpreendida, dos três ela era a que conseguiu arranjar um jeito de se manter mais calma e não perdeu muita postura.

– É claro que sou real! Tão real que dói! Desesperadamente real! A minha realidadeza é tão fenomenal que a vossa não chega nem perto! – Ralhou ele, num entusiasmo bizarro e muito descontextualizado da situação em que nos encontrávamos. Senti-me ficar zonzo… Eu queria acreditar que tudo isso era um sonho, mas de algum jeito parecia tudo tão real…

E sem sequer dizer adeus, Monokuma deu um pulo e caiu num alçapão que apareceu do nada no chão, sumindo logo em seguida. Como se ele nunca estivesse ali. Ficámos em silêncio por um pouco, até que Tsubomi decidiu pronunciar-se.

– Bom... - Talvez ela ainda estivesse pensando no urso, porque hesitou um pouco - Acredito que deveríamos de nos reunir. Todos os alunos que estão aqui na escola, quero eu dizer. Assim poderíamos discutir um pouco melhor a situação em que estamos.

– É… Talvez você tenha razão. – Concordou Teemu, ainda um pouco gago com o que vira. Ele com certeza estava habituado a ver muitas coisas estranhas, mas um urso de pelúcia falante não era uma delas.

– Eu vou ver se procuro os outros, então. – Respondi. – Nos encontramos na sala comum, que tal? Ali tem bastante espaço, parece um bom lugar para nos encontrarmos todos.

Ambos acenaram afirmativamente e saíram. Fui atrás deles, mas depois de abandonarmos o refeitório nos separámos.

É, agora eu tinha de encontrar os restantes alunos.


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Notas finais do capítulo

Já agora, me digam que não conseguem ver alguma imagem ao clicar no nome da personagem (ou no caso da Ai, nas reticências que ela responde quando o Isao lhe pergunta o nome). Para os que não conseguiram ver a imagem do Isao no capítulo anterior: http://www.zerochan.net/308819
E a imagem da Natasha, que por alguma razão não consigo deixar o link dela clicável: http://moe.animecharactersdatabase.com/uploads/1818549913.jpg


Also, estou fazendo um mapa do lugar onde eles estão, para dar um pouco mais de contexto para vocês. Só que eu sou um lixo nisso e estou fazendo isso no photofiltre, espero que não se importem de ver um mapa todo feio XD