–---Pov Percy----

Estava na casa de Jason deitado no sofá, olhando para o teto enquanto ele falava sem parar de Piper Mclean.

–Ela é tão linda...-explicava sem parar

Estava tão nem ai para a conversa que nem notei quando ele parou de falar...

–Percy?- perguntou e sentou na ponta do sofá.

–Que foi? -perguntei com tedio.

–Você por acaso está me ouvindo? -perguntou, cruzando os braços.

–Sim, Piper é legal, linda e...-comecei a repetir

–Não- protestou - o que há com você ?

–Nada, só não tenho interesse em sua namorado, ficante ou seja lá o que for -disse

–Ela é minha namorada! - falou Jason como se fosse obvio -te contei isso agora!

–Ah..tá sua namorada -corrigi - o que você quer?

–Um bolo dizendo " Parabéns pelo primeiro dia juntos, espero que não acabem" ? -perguntei irônico.

–São muitas palavras para colocar em um bolo -argumentou

Revirei os olhos.

–Cara, ficar a fim de Annabeth está acabando com você - disse ele -e com seu humor..

–O que você quer que eu faça? -perguntei, ignorando o assunto.

Ele não podia dizer aquilo, quer dizer, ele não sabe o que é rejeição ou que a menina que ele gosta jamais te daria uma chance que fosse.Provavelmente Annabeth me daria um soco.

Já Piper é realmente apaixonada por ele e...bem, não dá socos nem no ar.

Piper é o tipo de menina delicada, que escreve cartas de amor colocando o nome dos dois dentro de um coração.

Já Annabeth era o oposto disso.

Jason parou me analisando, pensativo. Ele se colocou de pé e sorriu

Isso não costumava acabar bem...

–Vamos para uma festa! -exclamou

–---Pov Annabeth----

Eu estudava arquitetura no meu quarta, Thalia não parava de falar em Luke e o quanto ele combinava com ela.

–Thalia, por favor! -finalmente me rendi- estou estudando!

–Tudo que você faz é estudar- disse ela e riu -sai dessa vida!

Franzi a testa, analisando ela.

–Quer dizer, dá para agir como uma garota de vez em quando? -perguntou, deitando na minha cama.

–Eu me importo com os livros e somente com isso -disse e voltei a atenção ao livro que estava aberto.

–É mentira- ela riu - conheço outra coisa que gosta mais do que eles...

–Se você falar eu juro, que te derrubo dessa cama e te arrasto escada abaixo -ameacei

–Percy Jackson -disse ela, como se minhas palavras não surtissem efeito algum.

Ah não! Ela não tinha falado isso!

–Sai fora do meu quarto -gritei para ela

–Tão delicada...- disse ela, se colocando de pé -como um cavalo.

–Sai -repeti - ou eu te jogo escada abaixo!

–Se eu sair, não vamos á festa! -disse Thalia.

–Que festa? -perguntei

–De uma garota chamada...Piper Mclean

–Quem é essa? -perguntei

–Minha cunhadinha, namorada de Jason -explicou ela com um sorriso nos lábios - e adivinha de quem ele é amigo? Isso mesmo! Perseu Jackson!

–Sem chance -disse e revirei os olhos - nem conheço essa menina

–O que importa? -questionou Thalia - ela é rica, tem comida e essa mesma é de graça!

–Thalia, você tem o espírito de gorda -comentei

–Pode ser -deu de ombros

–Você vai ? -perguntou com expectativa

–Vou falar algo que você entenda....-comecei - não!

–Ah Annie! Vamos vai! -implorou -Percy vai pensar que...

–Ele não vai pensar nada Thalia -falei - porque eu não vou!

–Você é tão sem graça -disse ela e cruzou os braços -então não vai!

–Fica na companhia do livro -disse ela e foi embora.

Respirei fundo e ouvi ela indo embora, tentei me concentrar no livro mas era difícil com tudo. Ela havia deixado o papel com o endereço na cômoda, Piper morava no final do bairro onde fica as casas mais caras.

Tentei me concentrar de novo, mas a voz na cabeça falava: "Haja como uma garota". Respirei fundo e olhei para o guarda roupa ,hesitante.

–Não acredito que vou fazer isso! -disse e fechei o livro

Comecei á procurar roupas, mas nada ficava bom. Então peguei uma camisa cinza aonde se via uma coruja de olhos azuis, uma calça jeans e um all star preto.

Soltei o cabelo e coloquei uma touca preta.

Peguei o papel e o celular, e avisei meu pai que disse para voltar antes da 00:00.

Fui até o fim do bairro com o endereço na mão, achei a tal casa e...Casa? Aquilo era uma mansão. Hesitei e tocar a campanhia mas já não tinha volta.

Uma morena que parecia ter saído de uma revista de moda abriu a porta...Piper Mclean, espero.

–Olá -disse ela e sorriu

Caramba a menina era perfeita, tentei achar um defeito mas até sua roupa combinava com seu tom de pele.

–Oi -disse enfim -Piper Mclean?

Ela assentiu e deu espaço na porta.

–Entre a festa está á toda - disse ela e sorriu novamente

–Obrigada

A festa estava lotada e logo me perdi, havia muita gente e pouco espaço.

Continuei á andar as pessoas me olhavam surpresas ou com raiva.Não, eu não precisava disso!

Tentei voltar á porta e me deparei com Perseu Jackson. Ele estava acompanhado de uma garota branca o cabelo longo e preto batia na cintura...Silena, acho.

Eles se beijavam sem parar.

Não sei o que deu em mim, mas senti raiva ao ver aquilo.Quer dizer, eu não sabia dizer se eram uma ou duas pessoas ali.

Cheguei perto deles e então alguém passou com uma bandeja de refrigerante e eu peguei um copo cheio. Então joguei o copo na menina que estava de costas para mim, beijando Percy.

Quando sentiu, ela me olhou com raiva e gritou:

–ESTÁ LOUCA? É MINHA ROUPA NOVA!

Nem tinha como gritar de volta, não sabia o que tinha feito e nem porque disso.

Ela saiu correndo e gritando o quanto aquela roupa havia custado caro.

Percy me olhou em choque.

–O que deu em você?

–Eu....Não sei...-disse

Andei para fora da casa, mas ele não estava satisfeito com a resposta.

–O que pensou que estava fazendo? -gritou com mais força.

–Cala boca! -gritei no mesmo tom

Todos olhavam para nós

–Não grite comigo -exigi

–Você é maluca, chata e sem graça -explodiu ele

–Olha que fala! -disse

–Porque não vai embora?Ninguém te quer aqui! -falou com raiva

A raiva subiu em mim e me consumiu, quando voltei á mim havia dado um tapa em seu rosto...Okay, talvez eu estivesse um pouquinho maluca...

–Cale a boca! -disse com raiva

Ele se virou, sua bochecha rosa.

–Você é maluca -disse ele, devagar

–Não obedeço você -falei

–Você viu o que fez? -perguntou

Algo nele parecia um leão que andava em volta de um coelho, o coelho sabia que estava ferrado e sem saída, de algum modo sabia.

–Desculpe -desviei o olhar

–O que? -ele se fez de surdo e tonto...Não, tonto ele é.

–Desculpe -falei

–A festa não é para crianças, sabia? -perguntou em tom divertido.

–O que você quer dizer? -olhei para ele, franzindo a testa.

–Sei que sou atraente e muito lindo -começou ele

–Lerdo e burro também -completei

Ele ignorou o comentário e continuou:

–Mas crises de ciúmes? Serio? -perguntou rindo- A que ponto chega seu desespero?

–Quer levar mais um tapa? -perguntei

–Ah! então assumiu? -ele riu mais ainda

–Não foi ciúme -disse

–Então o que foi, sabidinha? -perguntou, cruzando os braços.

–Foi...Um acidente -peguei qualquer coisa da minha cabeça.

–Aham, pensa que não reparei em você ? -perguntou ele, me analisando

–Então agora você repara em mim? -perguntei - a que ponto chega SEU desespero?

Ele pareceu sem palavras, o leão havia sido pego em sua própria armadilha.

–Não estamos falando disso- Percy sacudiu a cabeça

–Estamos falando se você acha que é uma adulta ...-disse ele -vai topar um desafio

–Não te devo nada, idiota -disse

–Está com medo, Chase? -perguntou e sorriu

Aquilo foi a gota da água.

–O que você quer?

Então seu sorriso ampliou e eu sabia que o leão voltou para o jogo, saindo da armadilha.

–--Pov Percy----

Sinceramente não há muitas coisas que me deixem com raiva ou surpreso e muito menos coisas que me deixam entre essas duas emoções.

Chase havia me surpreendido na hora do refrigerante. Tinha me deixado com raiva na hora do tapa e agora entre essas duas coisas ao aceitar o desafio.Ela nunca foi de arriscar

Mas no fundo estava com raiva de mim por ter falado aquilo, entre nós, se ela não tivesse me dado um tapa eu tinha me dado um chute.

Estávamos andando na direção da quadra de beisebol, lembro que aquele era um dos meus lugares favoritos.

E aquela hora estava fechado.

–Aonde vamos? -perguntou Annabeth

–Tanto tempo morando aqui e você não sabe? -perguntei

–Tenho coisas melhores para fazer -disse ela

–Seus livros concordam com isso -rebati

Eu á observava pelo canto do olho, estava bonita mas tudo nela parecia instável demais.

Chegamos lá e eu disse:

–Você vai pular e pegar uma bola de beisebol -esse era o desafio

–Eu vou esperar você no banco -disse e sorri

–Isso parece arriscado -ela parecia insegura -podemos ser pegos

–Então volte para casa e seja a menina comportada de sempre -falei e podia jurar que seu rosto estava vermelho.

–---Pov Annabeth----

Cansei das pessoas me dizendo o que ser ou como ser. Afinal, quem eram elas mesmas?Dizem que sou sem graça e que não arrisco, cansei disso.

Mesmo que seja idiota, tenho que fazer.

Agarrei-me a grade do portão trancado e escalei pulando até cair do outro lado.Meu coração pulsava rápido e minhas mãos suavam mas, não ia voltar atrás.

Minha touca caiu no chão e Percy a pegou e escalou o portão e quando chegou ao meu lado me deu a touca.

–Aqui madame

–Não me chame assim -falei

–---Pov Percy---

–Acho que tem seguranças lá em baixo- falei

Ela respirei fundo e algo em mim gritava : Não aceite!

–Me espere no banco -disse ela

E correu para escadaria principal, olhando em volta.

Me sentei no banco, suando frio. Não queria que ela se machucasse ou fosse pega porque eu era um idiota.

Então o que me restava era rezar para não acontecer nada, mas a ansiedade me falava para ir atrás dela e foi o que fiz...

–--Pov Annabeth----

Vi um armário no fim do corredor e rezei para que fosse o certo, me escondi de um segurança por entre os armários e corri até lá.

Não estava trancando e era o certo "Obrigada Zeus" pensei .

Abri o armário com dificuldade e achei a bola branca que tanto queria.

–O que está fazendo aqui? -gritou um homem, a luz da lanterna machucava meus olhos.

Comecei a correr, enquanto o cara gritava comigo sem parar.

Até que alguém puxou meu braço e eu ia gritar e implorar, mas essa pessoa tampou minha boca "Estou ferrada". Mas quando ela me virou, era Percy.

–O que está fazendo? -sussurrei

–Vendo se você está bem -respondeu baixinho

–Obvio que não

–Vamos -ele me puxou pelo braço

–Me larga -reclamei

–Não tem ninguém lá em cima -informou

–A culpa é sua

–Minha? Você chamou a atenção -reclamou

–Pelo seu desafio

–Você aceitou -rebateu

Eu ia falar, mas então um homem gritou e nos começamos á correr mesmo ele sendo gordo.

–Parados -gritou o homem

Corremos e logo chegamos á grade e á pulamos a touca caiu mas eu á peguei e corri. Parte de mim sabia que não tinha ninguém mas, eu me sentia...Viva!

Corremos até chegar á esquina de minha casa e logo cai no gramado de um dos meus vizinhos. Cada parte do meu corpo sentia a mais pura adrenalina e foi muito bom.

Percy deitou do meu lado e olhou para estrelas.

–É por isso- disse e olhei para o alto

–O que? -perguntou

–Que vocês fazem isso- disse e sorri- me senti...Viva

–Talvez,mas não somos pegos -disse ele

Nos olhamos e começamos á rir sem parar, foi tão natural me senti eu mesma ali...Senti uma conexão que nunca havia sentido antes.

Foi a primeira vez em que fizemos isso, e por incrível, foi ótimo

–Quando eu era pequeno -disse Percy - queria estudar as estrelas

–Parecia fascinante,ver estrelas cadentes -começou, perdido em suas próprias historias - e realizar desejos todos os dias.

–Estrelas cadentes são só bolas de fogos e...-comecei

Ele me olhou com estranheza, e eu me calei.

Ficamos em silêncio e senti que conversávamos de verdade pela primeira vez.

As estrelas estavam perfeitas, alias tudo parecia perfeito.

–Desejos podem ser realizados -eu disse -só basta iniciativa para ir atrás deles.

–Depende do desejo -disse ele

Nos olhamos e me perdi em seu olhar.

–--Pov Percy---

Nada brilhava mais que os olhos dela, já senti medo através daquele olhar, mas agora, é como se tudo se encaixasse perfeitamente..

–Bem,meu toque de recolher passou -disse ela e se colocou de pé, quebrando o clima.

–Aqui -disse me colocando de pé também , tirando a bola de beisebol do casaco

–Merece mais do que eu -estiquei a braço

Ela me olhou com estranheza, como se não soubesse o que fazer.

–Não vou fazer nada- sorri com delicadeza

Ela respirou fundo e esticou o braço, houve um breve contato, só a bola nos separava.

Eu á olhei ...Tão perto e tão longe ao mesmo tempo.Será que ela estava certa? Será que devo ter iniciativa?

Mas aquele momento passou quando ela pegou a bola e sussurrou:

–Obrigada

–É só uma bola -disse com desdém.

–Não é pela bola, cabeça de alga- e pela primeira vez, senti que ela estava brincando e não me xingando como sempre.

Ela sorriu e eu sorri de volta, então ela foi embora.

Não pude deixar de pensar, que as coisas que mais queremos são as mais difíceis de se conseguir.

Mas que seja, vou conseguir alcançar pelo menos essa estrela cadente e não me queimar.

Annabeth Chase nem sabia que havia se tornado a estrela cadente mais difícil do mundo, agora eu queria alcança-la.

Olhei para o céu uma ultima vez e fui embora. Eu ia conseguir, só não sabia quando...