NOTAS INICIAIS IMPORTANTES, LEIA!

– Está me dizendo que...

– Sim Violetta, eu vou voltar com o León.

E agora? Meu mundo está perdido! Eu e o León estamos prestes a começar algo junto. E se a Ludmila for mais rápida que eu? Às vezes eu acho que ela faz isso de propósito! Se ela for mais rápida que eu, eu perco o León, outra vez. Tenho que ser mais rápida que ela, mas também não posso ser egoísta. E agora?

Senti meus olhos marejarem.

– Vai mesmo voltar com ele? – Controlei as lágrimas.

– Sim Violetta, eu espero que não se incomode, porque foi você que me fez tomar essa decisão.

– Tá tudo bem! Sejam felizes se puderem! – Sorri irônica e sai.

Fui para casa, subi para o meu quarto e deitei na minha cama. Comecei a pensar em como seria as coisas daqui pra frente. Eu e o León estamos namorando? Ou ainda vamos começar a namorar? E se não acontecer nenhum dos dois pela Ludmila ser mais rápida? Ainda tenho que me preocupar com isso. Se a Ludmila for mais rápida que eu? Vou perder o León outra vez? Essas perguntas martelavam a minha cabeça. Fugi dos meus pensamentos, peguei o livro “A Elite” na cabeceira e comecei a ler.

Eu estava lendo o capítulo oito, que falava sobre a Festa de Halloween, uma tradição recuperada em Illéa.

Tentei me distrair com a festa e provavelmente dancei com todos os garotos do salão, exceto Maxon. Me sentei para descansar meus pés exaustos, e foi nesse momento que ouvi uma voz ao meu lado.

— Senhorita?

Me virei, e Maxon continuou:

— Posso ter a honra desta dança?

O sentimento, aquela coisa impossível de definir, percorreu meu corpo. Por mais rejeitada que me sentisse, por mais vergonha que tivesse passado, quando ele me ofereceu aqueles instantes com ele, tive de aceitá-los.

— Claro.

Ele tomou minha mão e me conduziu à pista. A banda começou a tocar uma música lenta. Senti uma pontada de felicidade. Ele não parecia irritado ou incomodado. Pelo contrário, Maxon me puxou para tão perto de si que pude sentir seu perfume e sua barba rala contra minha bochecha.

(...)

Já eram 16h20min, eu já estava quase pronta. Ludmila entrou no quarto.

– Pra onde está indo? – A Ludmila perguntou.

– Vou pra... Casa da Fran! – Menti.

Eu não podia contar a verdade a ela, caso contrário ela ia-me ver como sua rival.

– Arrumada assim? – Ela falou me fitando.

– É que vai ter a festa da prima dela, e ela me convidou. – Menti outra vez.

– Ah sim!

– E você já falou com o León? – Perguntei colocando a escova na penteadeira.

– Não, vou falar com ele amanhã. – Ela disse dando de ombros.

Olhei no relógio já eram 16h55min, ai meu Deus!

– Ludmila! Tenho que ir, estou atrasada!

Peguei minha bolsa, dei um beijo na bochecha dela e sai.

Cheguei ao local em que eu e o León havíamos combinado, mas ela não estava mais lá. Olhei a hora, já eram 17h09min. Quando eu ia saindo, escutei uma música tocar e uma voz cantando-a. Eu conhecia a melodia, eu conhecia a voz. Olhei pra trás e lá estava León. Aproximei-me e sentei no mesmo banco que estava para cantar com ele.

“Cerca de ti, iresistible. Una actuación poco creíble. Mirame bién, dime quien es el mejor. Hablemos di uma vez, yo te veo pero tu no ves. Y en esta historia todo esta al reves. No importa esta vez, voy por ti, voy. Hablemos di una vez, siempre cerca tu yo estaré. Aunque no me veas mirame. No importa esta vez, voy por ti, voy por ti...”

– Eu estava com saudades da sua bela voz. – Ele falou quando acabamos de cantar.

– E eu estava com saudades de você. – Rebati.

– Então, vem aqui me dar um abraço se você estava com saudades. – Ele falou tirando o violão de seu colo e pondo-o no chão.

Sorri.

– Estou esperando o meu abraço! – Ele falou sorrindo.

Pulei em seu colo e dei um abraço forte nele. Quando nos soltamos, nossos rostos ficaram numa proximidade muito curta e eu não pude evitar. Selei nossos lábios. Como sempre, foi um beijo inesperado, mas eu admito que eu queria ele e espero que o León também.

– E como você está? – Ele perguntou assim que nos afastamos.

– Melhor agora com você!

– Então eu fico muito feliz por isso! – Ele falou beijando minha mão.

Corei.

– Tenho mil razões para estar aqui, mas também não tenho culpa se você me faz sorrir. – Eu falei sorrindo.

– Então me diz outro motivo.

– É que eu...

Ele me olhou cheio de esperanças. Era como se seu olhar me dissesse: Diga Violetta, apenas diga.

Fiquei calada.

– Então vou ter que me comunicar de outra maneira. – Ele sorriu malicioso.

Não entendi o sorriso, mas fiquei surpresa quando ele me beijou. Foi um beijo calmo e doce. Um beijo que havia sentimento. A cada dia que passava o León me beijava melhor.

– Não vai me dizer? – Ele perguntou

– Eu te amo. – Falei rapidamente para que nem eu mesma entendesse.

– Eu também te amo, só que muito!

– Acho que formaríamos um bom “nós”. – Falei sorrindo.

– Um maravilhoso “nós”. – Ele sorriu também.

Sem qualquer aviso, o León me puxou. Estávamos tão próximos que podíamos sentir a respiração um do outro.

– Me diga Violetta. Me diga que você que ser minha. Me diga que você quer que eu seja seu. – Ele falou jogando umas madeixas soltas por trás da minha orelha.

O que eu diria? A Ludmila está cheias de esperanças em que o León volte com ela e como eu disse hoje cedo, ela me veria como sua rival. A Ludmila vai me odiar pela vida toda se eu disser sim ao León. Tá, mas eu não sou obrigada a passar minha vida fazendo os caprichos da Ludmila. Essa é a minha chance de ser feliz com o garoto que eu amo. Eu tenho tudo o que eu preciso para ser quem eu quero, e nesse momento eu quero ser a namorada do León.

– Sim.

Beijei-o, fechando o espaço que havia entre nós. Um beijo verdadeiro, sereno e com sentimento. Minha língua pediu passagem e ele cedeu. Isso significa que ele queria e estava gostando do meu beijo. Minhas mãos automaticamente foram parar no seu pescoço e as mãos dele me puxavam mais para ele. O León me segurava com tanta força que parecia que ele não queria me soltar. Paramos o beijo com selinhos molhados.

Olhamo-nos um para o outro para tentar entender o que estava acontecendo.

– Se nesse momento, eu e você estivéssemos numa situação difícil numa qual se eu me soltasse de você eu nunca mais te veria, você me soltaria? – Perguntei olhando-o nos olhos.

– Nunca, nem que eu morresse te soltaria. – Ele respondeu.

– Me ama tanto assim?

– Mas é claro!

Selei nossos lábios.

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