Beyond the Appearances escrita por Mavie Paiva


Capítulo 19
Você não é só mais uma


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoinhas!!! Fiquei tão feliz pela meta de comentários ser atingida tão rápido, vocês não sabem quanto. Bem como eu prometi, teremos um momento fofinho Danel nesse capítulo, aproveitem! :)



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POV Mabel

Estávamos no carro já faz um tempo, mas o campus é muito grande então levamos quinze minutos para sair dos limites da FAMNY. O silêncio estava me incomodando, então liguei o som do carro. A música casava com a situação: Empire State Of Mind da Alicia Keys e Jay-Z. Sorri ao constatar isso, eu amo essa música. Eu estava balançando minha cabeça no ritmo da música, mas quando chegou o refrão não consegui me segurar e tive que cantar junto.

New York, Concrete jungle where dreams are made of, there's nothing you can't do, now you're in New York!!! These streets will make you feel brand new, the lights will inspire you, let's hear it for NEW YORK, NEW YORK, NEW YORK!!! ( Nova York! Selva de concreto onde são feitos os sonhos, não há nada que você não possa fazer. Agora você está em Nova York, essas ruas vão fazer você se sentir completamente novo, as luzes vão inspirar você, gritem Nova York, Nova York, Nova York!!! ) – enquanto eu cantava Daniel me olhava pelo canto do olho e sorria para mim.

Pensei que ele estava sorrindo da minha cara, mas percebi que estava se divertindo quando o Jay-Z começou a tocar e ele acompanhou.

– I made you hot n-gga catch me at the X with OG at a Yankee game, sh-t I made the Yankee hat more famous than a Yankee can, you should know I bleed Blue but I ain't a crip tho, but I got a gang of n-ggas walking with my clique though… (Te esquentei, parceiro. Me pegue no X com o OG no jogo do Yankees, deixei o boné de Yankee mais famoso que um próprio Yankee. Você deve saber que eu tenho sangue azul, mas não pense que eu sou da gangue dos Crips. Mas tenho um bando andando na minha banca também... ) – ele continuou cantando a parte do Jay-Z e eu cantava a parte da Alicia Keys.

Entre músicas e sorrisos continuamos no caminho até parar em frente a um prédio residencial de luxo.

– É aqui que fica o meu apartamento e o da minha irmã mais velha. Quer conhecê-las?

– Conhecê-las?

– Minhas irmãs. Daniela e Dianna.

– Não sabia que você tinha mais de uma irmã.

– Tenho duas, Daniela é a mais velha e a Dianna é a mais nova tem sete anos.

– Sua irmã de sete anos mora com a irmã e não com a mãe?

– Minha mãe vai passar os próximos cinco meses em Londres resolvendo uns problemas nas empresas de lá. Dianna não quis ir e eu não a culpo por isso. Eu mesmo não conseguiria passar cinco meses sozinho com ela.

Depois que estacionamos em uma vaga reservada para o Daniel, entramos no prédio, que é ainda mais bonito por dentro que por fora, se é que isso é possível, porque a fachada do prédio é linda. Daniel chamou o elevador e ficamos esperando.

– Então, você quer conhecê-las?

– Eu adoraria, mas você vai me apresentar como? – falei ao lembrar do incidente com o Dominic.

– Como minha produtora, mas não podemos ficar muito tempo com elas. Temos que sair antes do anoitecer.

– E por quê?

– Isso vai ser uma surpresa.

O elevador chegou e nós entramos. Percebi que eram dois apartamentos por andar e que o elevador tinha aberturas em três dos quatro lados. Daniel apertou o botão da cobertura do lado esquerdo e digitou uma senha.

– Nossos apartamentos ficam na cobertura, mas como você aceitou conhecê-las, vamos pelo apartamento da Daniela. – dois minutos depois a cabine do elevador para na cobertura e as portas do lado esquerdo se abriram para uma enorme sala decorada com tons de branco e dourado – Ali, - Daniel aponta para as portas da direita que estão fechadas – é o meu apartamento. Agora vamos, não temos muito tempo.

Assim que entramos no apartamento começamos a ouvir latidos de cachorro e um instante depois dois Goldens Retriever apareceram na sala, um deles com o pelo amarelo claro e o outro com um pelo mais escuro, quase marrom. Eles correram direto para o colo do Daniel que se abaixou para recebê-los.

– Ei garotos! Como estão? – ele parecia tão feliz quanto os cachorros por vê-los – Mabel essa é a Pancada – ele apontou para a com pelo branco – e esse o Faísca. – apontou, obviamente, para o com pelo escuro.

Me abaixei para fazer carinho na cabeça deles, são muito fofos.

– Em Chamas?

– Sim, Dianna é um tributo de carteirinha. Ela que escolheu os nomes.

Como que em uma deixa, uma menininha muito parecida com o Daniel apareceu na sala. Ela estava com uma camiseta com a estampa de um tordo, calça de moletom e uma trança como a que a Jennifer Lawrence usa no filme.

– Pancada! Faísca! Por que esse barulho todo? – ralhou com os cachorros, ela parou assim que viu o Daniel – Dani? DANI!! – ela começou a correr e pulou nos braços do irmão que a pegou no colo e a girou.

– Oi Patinha!

– Eu tava com saudade! Você nunca mais tinha vindo me ver. – ela falou com um biquinho.

– Eu também estava com saudade, mas não tive como vir.

– Tá, mas se você ficar um tempão sem vir me ver de novo eu acerto a sua cara com uma flecha. – não consegui segurar o riso depois disso e a menina pareceu finalmente notar a minha presença – Quem é essa moça Dani? Não vai me apresentar?

– Di essa é a Mabel, Mabel essa é a minha irmã Dianna. – a menininha esticou a mão para me cumprimentar, ainda no colo do irmão. Eu apertei sua mãozinha sorrindo para ela que devolveu o sorriso.

– É um prazer conhecer você Mabel, o Dani nunca apresenta as amigas dele pra gente. Você deve ser especial. – ela me olhou por um instante – Você gosta de Jogos Vorazes? São meus livros e filmes favoritos.

– Não, eu não gosto. Adoro na verdade. Faz parte das minhas sagas favoritas. Tenho os livros autografados, filmes, pôsteres, broches, colares, pulseiras, camisetas e moletons... Tudo o que uma fã pode querer. – falei orgulhosa da minha coleção – A propósito, eu amei sua camiseta. Nunca tinha visto um tordo assim.

– Dani eu já adorei ela! Eu também tenho tudo isso, o Dani me deu o box autografado no meu aniversário, fica no meu quarto do apartamento dele. E é claro que você nunca viu, fui eu que desenhei.

– Uau! Você desenha MUITO bem! Eu teria até vergonha de te mostrar os meus garranchos. – falei com sinceridade.

– Não desenho tão bem assim, eu queria entrar na escolinha de desenho só que a mamãe não deixou. Ela disse que é perda de tempo e a Ella já me matriculou as escondidas na aula de arco e flecha. Não tem como esconder dela tanta coisa assim. – pelo visto o drama com a mãe deles é pior do que eu imaginava, Daniel deu beijinhos na irmã para consolá-la.

– Falando na Ella, onde ela está?

– Tá lá no escritório, vou chamar para você. – Daniel a colocou no chão e ela desapareceu por um corredor. Pouco tempo depois ela voltou puxando uma moça mais velha pela mão. Elas eram muito parecidas, os três são, não negam que são irmãos. É engraçado de se ver.

– Dani! – a mais velha falou – Que bom que você lembrou-se da família.

– Não seja dramática Ella, você sabe que as coisas então complicadas na FAMNY. – Daniel respondeu enquanto a abraçava.

– Dani! Apresenta a Mabel, você vai ver como a Mabel é legal Ella!

– Bem, Ella essa é a Mabel, produtora da minha banda. Mabel essa é a Daniela, a minha irmã mais velha.

– Prazer Mabel, seja bem vinda! Produtora? Mamãe não ia gostar nada de te conhecer, mas nossa amada bruxa má do oeste não está aqui, então você está segura.

– Não assusta a menina Ella! – Dianna ralhou – Ela não precisa saber logo de cara que a nossa mãe é doida! – sorri com o comentário.

– Não se preocupe Dianna, a minha mãe também não é um exemplo de mãe normal e nem de mãe carinhosa, mas vamos deixar isso em off.

– Acho que você está familiarizada com o nosso drama então.

– É, parece que sim! – falei em um tom amargurado.

– Bem, minhas amadas irmãs, agora eu vou ter que roubar a Mabel de vocês, vou leva-la ao terraço. – as duas ficaram boquiabertas depois disso, eu não entendia o motivo, mas Daniel parecia entender.

– Vai levar ela no terraço? – Dianna perguntou – Ela é mais especial do que eu pensei então.

– Sim, ela é Di.

– Bem, está na hora certa então. Aproveitem! – Daniela falou depois de se recuperar do choque. Eu ainda não entendia o porquê da surpresa.

– Não se esquece de trazer ela aqui mais vezes Dani! – Dianna falou.

Daniel me guiou até o final do apartamento onde tinha outro elevador ao lado de uma escada em espiral.

– Escada ou elevador? É só um andar.

– Escada. – ele fez um movimento indicando para eu ir à frente e assim eu fiz.

Assim que cheguei ao terraço, parei ao lado da escada, boquiaberta. O lugar é simplesmente lindo. Tinha jarros com flores das mais variadas cores e aromas espalhadas por todo o local e vários bancos perto da borda para se apreciar a vista. E que vista! De tirar o fôlego. Daniel chegou e ficou parado ao meu lado.

– É lindo não é? – não consegui fazer nada além de assentir com a cabeça – Eu e minhas irmãs construímos esse lugar a dois anos. É nosso lugar especial, não trazemos qualquer um aqui. Ella só trouxe o noivo Adam. Nem mesmo minha mãe veio aqui. – eu não sabia como responder ao que ele tinha falado, mas explicava a reação das irmãs dele.

– Isso explica a surpresa delas.

– É eu pensava que nunca ia trazer alguém aqui. – ele me puxou pela mão e fomos sentar em um dos bancos, de onde dava para ver o pôr do sol. Ficamos alguns minutos observando em silêncio até que o sol sumiu e Daniel foi acender as luzes.

– E por que você me trouxe? Perguntei quando ele voltou.

– Eu pensei muito antes de te trazer aqui, acredite. Acho que é o melhor lugar para a gente conversar e esclarecer as coisas.

– É, acho que temos muito que conversar.

POV Daniel

Desde quando eu beijei a Mabel pela primeira vez, comecei a pensar no que significava para mim. Eu sabia que tinha sentimento ali, não era apenas pegação. Mabel despertou em mim sentimentos que eu não sentia a anos, só que muito mais intensos.

Desde a Luna, eu nunca mais me envolvi com qualquer outra garota, pelo menos não de forma séria, apenas curtição. Eu tinha prometido nunca mais me apaixonar e com apenas um beijo, a Mabel me fez jogar a promessa no lixo e eu precisava esclarecer as coisas com ela.

Eu sei que a Mabel pensa que é apenas mais uma na minha lista, na minha looonga lista e por isso não se soltava comigo. Ela precisa saber que não é assim e que ela é especial. Por isso eu a trouxe no terraço, para poder esclarecer tudo.

– Você não é como as outras Mabel. Não é apenas mais uma para mim. – eu não sabia como começar a conversa, então resolvi ir direto ao ponto – Você me faz sentir coisas que eu tinha jurado que nunca mais ia sentir.

– Jurado? Por quê?

– Estou disposto a falar tudo para você, mas antes de falar quero saber se você também está disposta a falar. Eu percebo que você é fechada para o mundo e principalmente para os sentimentos. Eu preciso saber o porquê para poder te entender.

Ela me encarou por um tempo, provavelmente não esperava isso de mim e estava medindo os prós e os contras de ser honesta comigo.

– Bem, nada mais justo. Mas você fala primeiro. – como sempre, ela tinha a necessidade de estar no controle, porém nesse momento eu não me importava.

– Quando eu tinha 16 anos – comecei a contar minha história – eu conheci a Luna. De cara eu a achei incrível e pouco depois nós começamos a namorar. Eu pensava que ela era a mulher da minha vida e eu pensava isso até te conhecer. Pensei que nunca mais poderia amar outra vez. – Mabel me olhava com os olhos arregalados – Ei, calma! Não estou dizendo que te amo. É muito cedo para isso. Estou dizendo apenas que você me fez perceber que ela não será sempre a única, que eu posso amar outra vez.

– O que aconteceu com a Luna?

– Ela morreu em um acidente de carro quatro anos atrás. Ela e a melhor amiga Suzanna estavam voltando de um final de semana das garotas quando um motorista bêbado invadiu a pista delas e bateu no carro em que elas estavam jogando-o para fora da estrada capotando. Luna morreu na hora e Suzanna três dias depois na UTI. A dor de perdê-la foi tão grande que eu jurei nunca mais me apaixonar, na verdade, como eu disse, eu pensava que isso não era mais possível isso acontecer. Até que eu conheci você. E você mexeu comigo. Muito mesmo. E mesmo que eu não saiba exatamente o que sinto por você, disso eu sei.

Mabel me encarava, acho que ela esperava tudo de mim, menos isso. Dava praticamente para ouvir as engrenagens girando na cabeça dela, enquanto ela processava tudo o que eu tinha falado. Depois de muito tempo, ela passou as mãos no cabelo e suspirou.

– Pelo menos você tem mais lembranças boas do que ruins dela e o fantasma da Luna não volta para te atormentar.

– O que você quer dizer com isso?

– Olhe para o seu passado Daniel. Você gostaria de viver em um mundo em que ela nunca existiu? Onde você nunca a tivesse conhecido?

Pensei no que ela tinha acabado de perguntar e percebi que mesmo depois de todo o sofrimento da perda de Luna, eu não gostaria de nunca a ter conhecido.

– Não. Ela foi uma parte muito importante da minha vida. Não me arrependo do que eu vivi com ela e nem de tê-la conhecido.

– Exatamente. E é por isso que a sua situação ainda é melhor do que a minha.

– Como assim?

– Acho que é a minha vez de contar a minha história.

– Sou todo ouvidos. – a incentivei a começar.

– Quando eu tinha dezoito anos, fazia uma terapia intensiva para o controle da raiva. Eu não era muito sociável com os outros que estavam lá, até que o Tony chegou...

Mabel me contou toda a história do seu desastrado namoro. Como ela estava totalmente apaixonada pelo Tony e foi iludida por ele. Como ela promoveu a sua carreira de ator e depois ele se mostrou um completo maníaco, que a via apenas como um objeto e era totalmente obcecado por ela a ponto de querer obriga-la a ir embora com ele, mesmo ela recusando. E com a recusa a atacou e ela conseguiu se defender, mas entrou em um surto de raiva e quase o matou, mas por sorte Dominic apareceu e a impediu de cometer essa besteira.

– Depois daquilo eu me fechei para a maioria das pessoas, – ela continuou – foi quando começou essa minha necessidade de estar sempre no controle e a dificuldade em confiar nas pessoas. Ele fez com que eu mudasse completamente, creio que para pior.

Isso explica muita coisa, ouso até mesmo dizer que explica tudo. O fato de ela ser tão fechada para o mundo exterior que as pessoas pensam que ela se acha superior aos demais, a necessidade de sempre saber tudo e de estar no controle de tudo o que acontece ao seu redor.

– Eu quero fazer as coisas do jeito certo com você. – peguei sua mão e a puxei para mais perto de mim, ela veio de bom grado.

Ficamos um tempo abraçados sem falar nada. Nós dois tínhamos muito o que pensar. Mas depois dessa conversa, muitas das barreiras que existiram entre nós deixaram de existir. E foi aí que eu me lembrei de algo que ela tinha falado a pouco tempo. O fantasma da Luna não volta para te atormentar. O que eu logo associei a chegada de Dominic. Foi ele quem a impediu de matar o Tony.

– A volta do Dominic tem alguma coisa a ver com o Tony, não é?! – depois dessa pergunta eu pude sentir todo o seu corpo ficar tenso.

– Sim, tem a ver.

– Você vai me contar? – ela se afastou um pouco e olhou para mim, nos encaramos por um tempo.

– Desculpa Dani, mas eu não posso te contar isso agora. Isso não tem a ver só comigo. Mas não se preocupe, você vai ficar sabendo de tudo mais cedo do que imagina. – eu pude sentir a sinceridade em suas palavras, então resolvi não atormentá-la com isso. Não vamos deixar os fantasmas do passado atrapalhar esse momento mais do que já atrapalharam.

– Tudo bem! – falei e beijei sua testa.

Mabel pegou o meu rosto e fez um leve carinho na minha bochecha, depois me puxou para si. Começamos um beijo calmo, não tinha luxúria, era como se tivéssemos dizendo através dele tudo o que nosso breve relacionamento já permitia que sentíssemos um pelo outro. Mas depois de algum tempo nossa amiga luxúria resolveu aparecer e o beijo se intensificou, tive que interromper antes que eu fizesse uma besteira ali no terraço.

A abracei e enterrei meu rosto em seu cabelo solto, me permitindo sentir seu cheiro, ela tem um cheiro maravilhoso. Além de seus cabelos terem uma cor de um castanho parecido com mel, seu cabelo tem cheiro de mel. Não é um aroma muito comum, porém combina com ela. Não sei quanto tempo ficamos assim, mas quando me afastei percebi que estava morrendo de fome. Ela deve estar do mesmo jeito.

– Quer comer alguma coisa?

– Pode ser.

– Vem, vamos ao meu apartamento. – levantei e a puxei pela mão.

POV Dianna

Eu estava sentada no penúltimo degrau da escada que dava acesso ao terraço, de forma que a Mabel e o Daniel não podiam me ver. Foi uma ótima oportunidade para eu treinar a leitura labial, mesmo que eu ainda não seja muito boa com isso, estou aprendendo, e muito rápido.

– Ah! Finalmente eu te achei Pinguinho! – pude ouvir Ella falando atrás de mim, me virei para ela e fiz sinal de silêncio.

– Poxa vida Daniela, sorte que eles estão entrando no apartamento do Daniel ou eles iam ver a gente aqui.

– Você estava espiando os dois?

– Estava. – respondi na maior cara limpa.

– Dianna Marie Stuart, eu já falei para você que espionar os outros não é certo. É uma invasão de privacidade.

– Fala sério Ella! Vai dizer que você não quer saber o que eles estavam falando?

– É claro que eu quero, mas eles merecem privacidade.

Levantei e comecei a descer as escadas de volta para o apartamento, no meio do caminho virei para a minha irmã e falei:

– Tá, então eu não te conto o que eu vi.

Ella levantou de um salto e veio até onde eu estava.

– Nem sonhe com isso, você vai me contar tudo. – fomos até a sala e sentamos no sofá.

– Bem, eu ainda não sou muito boa na leitura labial, mas deu para ter uma noção do que eles estavam falando.

– E o que foi? Desembucha menina!

– Bem, o Daniel disse para a Mabel que ela não é qualquer uma para ele. E contou sobre a Luna. Ela também contou pra ele de um relacionamento com um tal de Tony que foi péssimo. Depois ele falou que queria fazer as coisas do jeito certo com ela, aí eles ficaram um tempo abraçados e depois foram para o apartamento dele comer alguma coisa. Provavelmente a tia Sonya fez algum jantar para ele hoje antes de ir para casa.

– Nosso menino está se apaixonando outra vez! – Ella estava emocionada, com os olhos cheios d’água.

Eu era bem pequena – tá, eu era bem menor – quando a Luna morreu, então eu não sei direito como foi aquele momento. Mas a Ella acompanhou tudo de perto e se tem alguma coisa que nós duas sabemos é que o Daniel sofreu muito com a morte dela. Mabel é a chance dele ficar feliz de novo.

– Ainda não me acostumei com seu amadurecimento precoce, mas até que é bem útil Pinguinho! – Ella falou me abraçando – Mas você ainda tem que dormir cedo.

– Eu mereço mais tempo acordada! Toque de recolher às 20h30min é para bebês.

– Nem pensar, você tem que descansar. Amanhã você tem aula.

– Por favorzinho Ella! – pedi fazendo a carinha do Gato de Botas do Shrek.

– Ai meu Deus! Estou criando uma chantagista! Tudo bem, 21h00min e essa é a minha única oferta. Sem questionamentos.

– Bem, é melhor do que nada.

_____________________________________________________________

Ele se afastou e mergulhou na água gelada, provavelmente para se acalmar depois do que aconteceu entre a gente poucos segundos atrás. Eu fiz a mesma coisa, afinal a minha situação não estava muito diferente.

[...]

Fui tirada das minhas lembranças quando o refrão de Out Of Control do Hoobastank interrompeu a música que eu estava ouvindo, acompanhado pela vibração do meu celular. Imediatamente achei muito estranho, era o toque para chamadas de números que não estão salvos na minha agenda e eu quase nunca recebo esse tipo de ligação.

Olho a tela do celular e vejo que é um número privado, antes mesmo de atender eu já sabia quem era, mas tinha esperanças de estar enganada.

– Mabel Oliver falando.

– Ora ora Abelhinha, você não sabe como é bom ouvir sua voz novamente.


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Notas finais do capítulo

Entãão, o que acharam? Surpresinha para vocês: no próximo capítulo o momento Danel continua, apenas um pouco mais quente. Quero comentários sobre o que acharam, quanto mais comentários mais rápido eu posto o próximo. MUAHAHAHA sou chantagista! Mas é o jeito, afinal vocês não comentam por vontade própria e eu preciso saber o que vocês acham da fic.
Ah, e o que acharam do spoiler no final do capítulo???

Link da música do capítulo:
Empire State of Mind - JAY Z feat. Alicia Keys
https://www.youtube.com/watch?v=0UjsXo9l6I8

Não esqueçam de comentar, beijos e até a próxima!
XOXO