O Retorno de Drago escrita por Srta Egmont


Capítulo 6
Um Dia Normal de um Traidor Quase Normal


Notas iniciais do capítulo

P.O.V Luke para vocês.



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Depois que a tal festa em comemoração ao meu retorno acabou,eu voei com Trovão até o acampamento do Drago em uma ilha não muito longe de Berk.Trovão começou a ficar agitado quando nos aproximamos da ilha.

–Ei,amigo,está tudo bem.-eu pedi,em um tom calmo e toquei a cabeça de Trovão.-Nada vai acontecer com você.Não enquanto você estiver comigo.

Nós pousamos na praia da ilha e fomos em direção ao acampamento.Quando chegamos lá,vários homens do exército de Alvin,Dagur e Drago nos observaram.Eu pude sentir o desconforto que Trovão sentia.Os olhares me condenavam pelo fato de eu estar com um dragão.Mas eles não podiam negar que o exército de Fúrias da Noite que eu tinha criado era incrível.

Eu continuei caminhando até um salão que tínhamos construído para Drago podermos fazer os planos para a guerra.Uma guerra inútil na minha opinião.Eu havia traído um grande amigo por causa daquilo tudo.Havia traído-o para seguir Drago.Era errado,eu sei,mas Drago me propôs um novo mundo.Ele disse que,para esse mundo existir,eu só precisava fazer uma coisinha para ele.E eu acho que vocês já perceberam o que é.Ele queria vingança.

Eu respirei fundo antes de abrir a porta do salão."Ah,vamos lá.Você é um guerreiro,Luke.",eu pensei e me lembrei de uma coisa que Drago havia me dito"Não hesite.Não fraqueje.Não pense antes de matar.".Mas depois algo que meu antigo amigo me disse veio à minha cabeça."Faça a coisa certa,Luke.Você tem um bom coração.Você só tem uma cabeça dura e uma mente inocente.".

–Droga.-eu bati na minha cabeça.-Droga,droga,droga!

–Olá,Luke.-Drago me tirou dos meus devaneios.-Veio aqui para me trazer novas notícias?

–Sim.-eu respondi prontamente.-Eu consegui fazer um grande progresso.-eu sorri para Drago.-Os Hooligan confiam em mim.Fizeram até uma festa em comemoração ao meu suposto retorno!

Drago riu.

–São muito ingênuos,mesmo.Nem imaginam o que está por vir!Logo haverá uma guerra e nós mataremos o seu Líder,Soluço.

–Bem,sobre esse assunto,eu estive pensando um pouco...-eu disse,hesitante.

–Continue.-Drago pediu,andando pelo salão até o pequeno trono que fizemos para ele.Eu respirei fundo antes de falar.

–Olha,nós temos várias ilhas para dominar.Vários reinos para saquear.Por que não paramos com esse planos contra Berk e tentamos algo maior?-questionei.Drago sentou-se e me olhou.

–Você quer tentar algo grande mesmo ou tem algo a mais nessa tentativa de me convencer de não atacar os Hooligan?-Drago perguntou.

–Eu...Eu não quero atacá-los.-eu respondi e Drago levantou uma sobrancelha.-São pessoas boas,Drago.Eles não merecem isso.Eles só querem um pouco de paz.Eles querem ser felizes,Drago.Como eu disse,são pessoas boas.

Drago levantou-se e começou a andar de um lado para o outro.Então ele virou-se de costas para mim.

–É.Eu posso até considerar isso.-Eu sorri,mas então Drago virou-se e me deu um tapa no rosto forte o suficiente para me derrubar no chão.Então,ele pôs a ponta de sua lança próxima à minha garganta.-Pessoas boas?-Drago gritou.-Você acha o quê?Que eu sou um imbecil?Pois saiba que eu vou até o fim.Você não quer que eu conte o seu grande segredo para todos,quer?-eu assenti negativamente com a cabeça.Ele tirou a ponta da lança de perto da minha garganta e eu me levantei.-Então trate de voltar àquela ilha pela manhã e fazer o seu serviço direito.Ou senão...Você sabe o que acontece.

–Sim,senhor.-eu concordei,cabisbaixo.

–Ótimo.-Drago sentou-se.

–Com licença.-eu pedi e saí da sala.-Venha,amigo.Não temos nada mais a fazer aqui.-eu disse para Trovão.

Eu fui em direção ao Dagur,que estava assando uma carne de yak selvagem próximo à minha tende,que ficava ao lado da dele.Eu me sentei ao lado dele.

–A conversa com Drago foi tensa,não foi?-ele perguntou.

–Como você sabe?-perguntei de volta.

–Deu para ouvir os gritos dele daqui.-Dagur respondeu.-Mas e então?Conseguiu a confiança do resto dos Hooligan?

–Sim.-eu sorri.-Caíram como patinhos.

Dagur havia se tornado um bom amigo.Mas não melhor que Trovão.Eu realmente não me dava bem com outros seres-vivos da minha espécie.Só com...Deixa para lá.Não é importante.

–Olha,eu vou descansar.-eu disse.-Terei um longo dia amanhã.E terei que explicar para a minha mãe por que eu passei a noite inteira fora.

–Ui!Agora deve satisfações à mamãe!-Dagur brincou e eu saquei a minha espada.-Calma!Só para quebrar o clima pesado de guerra e blá blá blá!

–Humf-eu bufei e entrei na minha tenda,acompanhado de Trovão.Eu deitei-me no meu saco de dormir.-É,amigo,parece que eu terei que fazer uma coisa que eu não quero.Mas é necessário.É questão de honra.Eu fiz um trato.E eu tenho que cumpri-lo.

Mesmo com esse clima horrível no ar,eu consegui dormir.Graças a Odin não tive pesadelos como o de costume.Foi uma noite de sono como eu não tinha há muito tempo.Mas terminou logo que o Sol nasceu com Trovão lambendo o meu rosto.

–Ah.Não.Para,Trovão!-eu ordenei.-Dragão feio.Muito,muito feio!

Trovão deu um sorriso sem dentes.Literalmente.

–Eu deveria ter te chamado de Banguela,também.-eu disse para Trovão e ele me lançou um olhar gelado.-Estamos quites,agora.

Eu montei em trovão e nós voamos até Berk.Eu fui até a casa da minha mãe e entrei,sem fazer nenhum barulho.Eu fui até a cozinha e comecei a preparar algo para comermos.Eu estava morrendo de fome.E eu aposto que ela também estaria.Valka é uma boa mulher.Não merece um filho traidor.Mas fazer o quê?Querer traí-la eu não queria,mas eu era obrigado.Eu fiquei um tempo cozinhando e assobiando uma canções que eu havia aprendido quando eu era criança.Sim,eu aprendi canções.

–Bom dia,Luke.-ela apareceu atrás de mim e eu gelei.

–Bom dia.-eu disse.

–Pode me explicar o que estava fazendo ontem à noite?-ela questionou.

–Não se separa a noite de um Fúria da Noite-eu respondi e terminei a comida.-Está servida?

Ela assentiu positivamente.Eu joguei um pouco de peixe para Trovão,mas Pula-Nuvem foi mais rápido.O Fúria da Noite olhou para ele e ele fez aquela coisa-estranha-que-eu-não-lembro-o-que-é e devolveu metade do peixe para Trovão,que saboreou.Eu e minha mãe comemos.

–A sua comida é bem melhor que a do seu pai.-ela comentou.-Eu acho que você se lembra disso...Uma vez em que ele ficou encarregado de fazer o jantar.E nós ficamos doentes por um mês.Ainda bem que nem você e nem o Soluço herdaram os nossos dotes culinários,porque senão estariam perdidos!

Eu soltei uma risada sincera.Ela era engraçada.Eu não me lembrava daquilo,mas foi bem engraçado.Quando nós terminamos,eu lavei a louça.Eu estava sendo realmente legal com ela.Eu costumo ser grato às pessoas que me tratam bem.

–O que você acha de um voo?-eu propus.-Só para eu ver as grandes habilidades do Pula-Nuvem?

–Tudo bem.-ela sorriu para mim.

Nós saímos voando.Logo de início ela começo uma corrida sem aviso prévio.Eu a segui.Queria ver o quão rápido era aquele dragão.Pula-Nuvem abriu as outras duas asas e deu um impulso para frente.Depois,ele e minha mãe mergulharam e eu e Trovão os seguimos.O dragão de quatro asas começos a fazer rodopios e piruetas no ar.Inesperadamente ele desapareceu.Eu procurei por ele,preocupado.Eu subi acima das nuvens,procurando-o e a minha mãe.E,então,ele de repente surgiu de baixo das nuvens.Minha mãe fez sinal para que Trovão parasse e ele,surpreendentemente,parou.

–Uau.-eu deixei escapar-Isso...Isso foi incrível.

–Isso não é nem a metade do que ele sabe fazer.-ela comentou.

–O que mais ele sabe fazer?-eu perguntei,curioso.

–Primeira lição,Homem-Dragão:Nunca seja impaciente.-ela disse,como uma professora e eu ri.

–Ok.Ok.Agora vamos apostar corrida até Berk?-sugeri.-E dessa vez eu ganho.

–Isso é o que nós vamos ver!-ela respondeu,em tom desafiador.

E eu não fiz muito bonito de novo.Minha mãe ganhou mais uma vez.Nós fomos caminhando e rindo até a casa dela.Quando chegamos lá,Soluço e Banguela nos esperavam em frente à porta.Ele sorriu ao nos ver.

–Bom dia,desaparecidos.-ele cumprimentou.Só então eu percebi o quanto havíamos demorado.-Eu vim até aqui para pedir ao meu querido irmão mais velho que me ensinasse mais sobre os Fúrias da Noite.Afinal,ele me prometeu.

Minha mãe sorriu para mim.

–Divirtam-se.Só não ponham fogo na aldeia.-ela brincou.

–Mãe!-Soluço disse,irritado.

–Brincadeirinha...Eu cuido de Berk enquanto vocês estiverem fora.-ela respondeu e foi,junto ao Pula-Nuvem,em direção ao Grande Salão.

–Venha,irmão.-eu montei em Trovão e Soluço em Banguela.Nós voamos em direção a uma montanha.-Primeira lição:Fúrias da Noite têm uma audição sensível.Mas você pode usar isso ao seu favor.

Eu soltei um assobio agudo e Trovão abriu as coisas(N//L:Eu não sei o nome daquilo.Eu não sou obrigado a saber u-u) em suas costas que ajudavam-no a fazer curvas.Ele desviou de um pedregulho à nossa frente.Banguela e Soluço também desviaram,mas com mais dificuldades.Eu pousei e eles também.

–Sua vez de tentar.-eu ordenei,mas soou mais como uma sugestão.Soluço assentiu positivamente e repetiu o movimento duas vezes.Ele pousou de volta à minha frente.

–Incrível.-ele sorriu para mim.

–Acho que você já descobriu que eles brilham.Não é?-Soluço assentiu positivamente como resposta mas você sabe como fazê-los acender e apagar quando você quiser?

Soluço negou com a cabeça e eu sorri.

Eu montei em Trovão e pressionei no meio da cabeça com dois dedos.Ele começou a brilhar.Então,eu pressionei próximo aos olhos com os mesmos dedos e ele apagou.

–Agora tente você!-eu disse ao Soluço e ele fez o mesmo que eu.Drago não podia nem imaginar que eu estava ensinando tudo que eu aprendera para o Soluço.Mas se ele queria que eu tivesse a confiança dele por completo,eu teria que fazer isso.

Soluço olhou para mim,surpreso e com um sorriso enorme no rosto.Era bom ver o meu maninho sorrir.Afinal,eu não era tão mau quanto alguns outros caras do exército de Drago.Mas mesmo assim eu estava dando motivos para o Soluço desconfiar de mim.Estava deixando na cara que eu era um traidor.Talvez ele já tenha percebido.Eu não acho que ele seria tão ingênuo.Eu sou um traidor por completo.Traí a minha antiga família,estou traindo essa família e estou começando a trair o Drago.Minha vida é uma grande desgraça.Não tenho glória.Não tenho honra.Sou somente um homem.Um guerreiro que nunca encontrou o seu verdadeiro caminho.E,agora,vendo o meu irmão rindo,feliz,eu sei o que é o certo a ser feito,mas eu não tenho coragem de fazê-lo.Eu sou um covarde.

Mas eu acho que ninguém se importa com isso.Afinal,eu sou o vilão.Quem se importa?Quem liga para um cara que quer matar o mocinho no final?

Vamos voltar ao verdadeiro assunto,porque eu acho que vocês não querem saber do meu drama.

–E uma das coisas mais surpreendentes é essa.-eu pressionei o dedo indicador e o anelar no espaço entre seus olhos e suas asas começaram a brilhar,assim como as coisas-que-eu-não-sei-o-nome.Soluço tentou também.E aconteceu a mesma coisa com Banguela.

–Incrível!Você...Você viveu vinte anos dedicado a isso?-Soluço perguntou.

–Na verdade,eu não me dediquei por completo.Eu tentei compreendê-los,mas devagar.Eu não quis acelerar muito o processo,porque se eu fizesse,eles não confiariam mais em mim.E eu não queria perder a confiança deles.Nunca.-eu acariciei a cabeça de Trovão.Eu estava sendo sincero.-Porque quando você perde a confiança de um dragão,não há como voltar atrás.

Soluço concordou com a cabeça.Eu fiquei ensinando eles até o final da manhã.Mas,como eu sei que deveria ser,o Soluço teve que voltar.Ele era o Líder.Tinha responsabilidades a cumprir.

Eu fiquei o resto do dia à toa,observando os Hooligan.Um em especial.Na verdade,uma.Astrid.Eu sei que é errado e tal.Que ela está com o meu irmão e está muito feliz com isso.Mas algo naquela garota me intrigava.Ela não era como as outras de sua idade.Parecia esconder algo por trás da pose de durona.Eu queria descobrir o que era.Então eu fui até ela.

–Olá,Astrid.Como vai o seu dia?-eu cumprimentei,pacífico.

–Bem.Mas poderia estar melhor.-ela respondeu.

–Ai!Essa doeu!-eu pus a mão em meu peito,fazendo drama.

–Eu posso fazer piorar!-ela respondeu e armou o machado.

–Não,obrigado.Eu estou bem.Conversa agradável!-eu disse e saí andando.Ela deve ter ficado nervosa.Aquela garota era realmente intrigante.Mas era legal.E sim,eu adoro garotas que,de alguma maneira,querem me matar.Mas eu acho que talvez logo eu vou adorar todas as garotas de Berk.A não ser que elas não gostem do Soluço.

Eu passei o resto do dia caminhando pela ilha.Ás vezes eu e Trovão fazíamos uma pequena corrida com um dragão selvagem qualquer.Então,quando pousei perto de um lago para tomar água,eu percebi que alguém havia me seguido até ali.Eu andei até onde havia vindo o barulho.

–Astrid!-exclamei.-O que faz aqui no final da tarde?

–E-eu...-ela gaguejou.Eu comecei a andar em direção a ela,ela dava passos para trás.

–Não me diga que me seguiu até aqui.-Astrid encostou em uma árvore.-O Soluço sabe disso?

–Ele confia em mim.E,aliás,eu não o trocaria por você,se é o que você está pensando.-uma ideia maluca surgiu em minha cabeça.Será que a fraqueza de Soluço seria algo relacionado a Astrid?Bem,tudo que eu podia fazer era tentar descobrir.

–Será?-eu usei o meu tom de conquistador,que,aliás,já me proporcionara várias amantes.Tudo que consegui foi um soco no rosto.Ela é forte.Parece que,se a fraqueza do Soluço está relacionado a ela,teremos sérios problemas.Astrid saiu correndo.Acho que a assustei...Meu dragão apareceu ao meu lado.Eu pus a mão onde Astrid bateu.-É,Trovão,o Soluço que durma com um olho aberto.Imagina isso de TPM.Anda bem que eu nunca passei mais que uma semana com uma mulher!

Eu voltei para Berk e continuei observando-os.A única coisa importante até agora era o fato de Astrid e Soluço namorarem.O casal apaixonado sempre tem como fraqueza o outro.Mas eu não vou dizer isso ao Drago.Não por enquanto.

Quando a noite chegou,eu preparei o jantar para mim e para a minha mãe.Nós comemos em silêncio e,depois,ela me mostrou o meu quarto e foi dormir.Eu fiquei pensando sobre tudo que aconteceu hoje.Eu estava confuso entre Drago e os Hooligan.E,pensando nisso,eu acabei dormindo.Eu tive pesadelos,mas eu já havia me acostumado.Mais um dia normal para um tridor com sérias dificuldades de fazer as escolhas certas.


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