O Retorno de Drago escrita por Srta Egmont


Capítulo 1
Stoico Ainda Vive...No Coração de Quem o Ama




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OLÁ.MEU NOME É SOLUÇO.Eu vivo em Berk com a minha família.Bem,uma parte dela.Eu tenho a minha mãe,que conheci depois de vinte anos de existência,minha namorada,Astrid e meu dragão,Banguela.Vocês devem estar se perguntando:Mas Soluço,e o seu pai?Pois é.Ele está morto.Morreu na batalha contra Drago Sangue-Bravo(N//A:That fucking bitch)(N//S:Tá,tá.Agora,me deixa continuar a história),e,desde sua morte,eu sou o Líder da Aldeia.É até que bacana ser o Líder,mas exige muita responsabilidade,disposição e paciência,porque controlar essa galera aqui de Berk não é nada fácil...Após a derrota de Drago e o retorno da minha mãe,o mundo ficou bem maior e bem mais incrível.Novos dragões,novas ilhas...E até mesmo um novo amigo:Eret.Já que o meu pai está morto agora,Eret é quem monta no Quebra-Miolos.Ele é um bom treinador e um ótimo lutador.Por causa da responsabilidade de ser um Líder,eu não tenho muito tempo para voar com o Banguela,mas eu acabo arranjando um tempinho para voar com ele e me dedicar ao Mapa do Mundo,um mapa contendo todos os lugares novos que nós descobrimos.Geralmente,nós voamos à noite.E foi em um desses voos noturnos que eu resolvi ir até um dos lugares mais tristes desse mundo novo:O lugar onde nós queimamos o barco com o corpo sem vida do meu pai.

–É amigão,uma hora ou outra,eu teria que enfrentar essa realidade e vir até aqui-eu disse,engolindo em seco e tirando o meu capacete.-Eu não gosto desse lugar.Não gosto do que foi feito aqui.Mas eu tenho que ser forte.Como eu posso proteger Berk se eu não sou forte o suficiente para encarar a realidade?O meu pai está morto.E nada pode mudar isso-eu me sentei,contendo as lágrimas.Eu não iria chorar.Não na frente do Banguela.Isso só faria com que ele se sentisse mal.

Banguela deitou o cabeça no meu colo.Eu afaguei a sua cabeça afetuosamente,mas eu não pude evitar e a lembrança que mais me atormentava em meus pesadelos veio à minha mente:Banguela,com os olhos quase completamente verdes estava vindo em minha direção.Aquele não era o dragão leal e inofensivo que eu havia treinado.Era uma fera terrível disposta a me matar a qualquer custo.Tudo que eu conseguia fazer era andar para trás.Eu não podia machucá-lo.E eu pensava que ele também não poderia.Mas eu estava errado.Banguela se armou para me atacar,mas o meu pai entrou na minha frente e morreu no meu lugar.Foi o dia mais triste da minha vida.Simplesmente não era justo.Eu havia conhecido minha mãe em um dia e perdido meu pai no outro.Odin realmente me odeia! Banguela reparou a tristeza em meu olhar.Aliás,ele sempre reparava.Ele deu um pequeno resmungo que eu entendi muito bem:ele estava se desculpando.

–Não foi culpa sua,amigão.Você não pôde evitar.Você estava sob o controle daquele Alfa estúpido e do Drago Sem-o-Braço(N//S:Esse é o apelido"carinhoso'' que nós demos ao Drago).Você não me machucaria.Nunca.Eu sei que não.-afirmei para meu amigoe continuei afagando sua cabeça.

A Lua brilhava com intensidade enquanto se encontrava com o mar calmo.Era uma noite muito bonita em um lugar muito triste.Eu continuava observando aquela cena,até que eu ouvi um bater de asas.Eu olhei para trás e o que eu vi só confirmou as minhas desconfianças:era Astrid.Ela vestia suas roupas típicas:uma blusa vermelha com um capuz preso por duas caveiras,uma saia com o que eu chamo de "espinhos metálicos"-eu ainda me pergunto como ela consegue se sentar com aquilo preso na saia-e calçava botas felpudas.Seus belos cabelos loiros estavam presos em uma trança.Os olhos azuis intensos brilhavam na luz do luar.Mesmo com roupas e aparênciatão simples,ela estava incrível na luz do luar com aquela carinha de brava e...Espera!Cara de brava?

–Finalmente eu te encontrei, Soluço!-Astrid exclamou.-Eu te procurei em todos os cantos e você não estava em lugar algum!Você me deixou preocupada,sabia?

–E você fica muito fofa quando está preocupada,sabia?-eu disse,tentando irritá-la.E funcionou.Astrid corou e me olhou com uma cara de "eu não acredito no que você acabou de dizer!".

–Eu...Você simplesmente disse que...Aaarrgh!-Astrid praticamente gritou,claramente irritada.Então respirou fundo e se acalmou.-Então,o que você está fazendo aqui?-ela perguntou,sentando-se ao meu lado com a mão em meu ombro.Quando ela o fez,Banguela nos deixou sozinhos e foi brincar com a Tempestade.Apeser de Astrid e eu estarmos namorando há cinco anos,Banguela realmente me constrange quando faz isso...

–Ah,você sabe.Eu ainda estou tentando superar...Você sabe-eu disse,com a voz embargada.Eu não sei porque,mas sempre que estou com Astrid eu me sinto mais seguro para me abrir.Eu fechei os olhos,tentando evitar que as lágrimas descessem-Então eu resolvi vir até aqui.É uma lógica meio maluca,mas eu quero combater a dor no lugar que mais faz com que eu sinta-a.

–Soluço...-Astrid sussurrou comuma voz afetuosa e segurou o meu rosto em suas mãos.-Olha para mim.-ela ordenou,ainda sussurrando.Eu olhei para ela e vi que também estavaquase chorando.-Você pode chorar.Pode desabafar.Pode dizer tudo o que você quiser.Eu estou aqui.E eu...Eu vou te apoiar.

Eu não pude me segurar-abracei Astrid e comecei a chorar.Ela me abraçou de volta e começou a acariciar os meus cabelos.

–Eu...Eu sinto muito a falta dele!-eu exclamei com a voz embargada por causa do choro.-Eu me arrependo de ter brigado tanto com ele por causa desse assunto de ser o Líder!Eu queria aproveitado melhor o tempo que eu passei com ele!E,agora que ele está morto,tudo o que eu posso fazer é me lamentar!-eu disse,me desvencilhando de Astrid olhando em seus olhos azuis que também derramavam lágrimas.Era horrível vê-la chorar,mas eu não podia fazer nada,já que a minha situação era péssima também.-De que adianta tudo isso,Astrid?Ele está morto!Morto!E nada vai mudar isso!Nem as minhas lágrimas e nem as minhas lamentações o trarão de volta!-eu disse e olhei para o chão.

–Ele não morreu,Soluço.-Astrid disse.Eu virei meus olhos para ela,incrédulo.

–Claro que morreu!Nós queimamos o corpo dele nesse maldito mar após aquele maldito Alfa mandar o Banguela me matar!-eu gritei,me levantando,mesmo sabendo que Astrid só queria me apoiar.Astrid também se levantou e me encarou,não com uma expressão nervosa ou ameaçador,e sim uma expressão ainda afetuosa.E ainda com lágrimas descendo pelo seu belo rosto.

–O que eu quero dizer é que ele ainda está vivo aqui-ela afirmou pondo a mão no meu peito.-Ele continuará vivo enquanto você amá-lo.Enquanto você manter a memória dele viva.Ele estará com você em seus pensamentos,te aconselhando quando você precisar.Porque,afinal,grandes líderes e grandes pais não morrem tão facilmente.

Ela olhava no fundo dos meus olhos enquanto dizia cada uma daquelas palavras.Aqueles olhos azuis brilhando com intensidade enquanto as lágrimas começavam a desaparecer.E,por traz da expressão afetuosa e calma que ela tentava me passar,eu vi tristeza e dor.

–Asty...(N//S:Outro apelido.Mas esse é carinhoso de verdade)-eu respondi,abraçando-a.Ela pareceu surpresacom o meu ato,mas retribuiu o abraço.-Obrigado.Por tudo!Eu realmente não sei o que seria de mim sem você!

–Não precisa agradecer-ela me sussurrou,se afastando um pouco de mim e encostando seu nariz no meu,com os olhos fechados.-Você sabe que pode contar comigo.Sempre!

E,quando estávamos a ponto de nos beijar,Banguela se pôs entre nós.Ele começou a me lamber,babando muito em mim,enquanto Astrid ria.Quando Banguela já tinha me babado quase todo,foi a vez de Astrid,que continuou a rir.A franja dela se transformou em um engraçado topete,e eu comecei a rir.Nós continuamos nesse ataque até nossas barrigas doerem.Nós lavamos nossos rostos em uma pequena cachoeira formada pelo sopro de gelo do Alfa de minha mãe.

Eu e Astrid nos sentamos novamente,dessa vez em silêncio e apreciando o beloluar daquela noite.Ela deitou a cabeça em meu ombro e eu passei meu braço esquerdoem torno de seus ombros,enquanto a minha mão direita acariciava a cabeça de Banguela.Nós ficamos assim durante,pelo menos,meia hora,até que nós resolvemos ir embora.

–O que você acha de uma corridinha até Berk?-eu supus,montando em Banguela.

–Uma ótima ideia!-Astrid respondeu,já montada em Tempestade.

Nós começamos a corrida e,depois de um tempo na liderança,eu perguntei a Astrid:

–Você quer assumir a liderança?

–Não.Obrigada.Você está indo bem.-ela respondeu e eu me virei.-Está indo muito bem...

Bem,essa é a minha namorada.Alguns dias ela reclama quando eu ganho,e em outros ela quer que eu continue na liderança.Vá entender!

Nós continuamos a nossa corrida até Berk-que,aliás,eu ganhei.Astrid e eu pousamos em frente à minha casa.Eu,um pouco nervoso,a convidei para entrar.

–Eeeerrr...Me desculpe pela bagunça.E-eu vim trabalhando em mais um estábulo para os dragões e...

–Tudo bem.-Astrid me interrompeu-Não se preocupe.Está...Aconchegante.E,aliás,o meu quarto não é a coisa mais arrumada do mundo!-Eu sorri para ela,apesar de estar tenso.

Eu tirei a minha armadura.Em momentos mais casuais(Ou seja,à noite)eu costumo ficar sem ela.Eu tirei minha blusa verdede manga larga,ficando com uma camiseta branca.A minha casa estava anormalmente quente em Berk.(N//A:Huuuummmmmmm...Anormalmente quente,certo?E a Asty,como estava?)(N//S:Ah,cale essa boca!)(N//Ast.:É!Cale essa boca!).

–Você quer comer algo?-perguntei a Astrid.

–O quê...?-disse Astrid,distraída.

–Você quer comer algo?perguntei novamente.

–Ah,sim.Quero.-ela respondeu.Eu fui para a cozinha e Astrid me acompanhou.

–Então,eu estava pensando em,além de um estábulo,a gente podia fazer alguns ninhos para a época de procriação dos dragões.Você sabe...Para não dar aquele alvoroço na época do Snogoltog.-eu disse,enquanto cozinhava um pouco de peixe.-O que você acha?

–Hummm...?-Astrid murmurou,novamente distraída.Aquilo estava começando a me incomodar.-O que você disse?Eu não ouvi o que você disse.Você pode repetir,por favor?

Eu bufei e repeti tudo que eu havia dito.

–Então?O que você acha,Astrid?-perguntei mais uma vez.

–Anh?-Ela perguntou.Dessa vez eu me virei para ela,irritado.

–Astrid,preste atenção!Isso é sério!Estamos falando dos nossos dragões!-eu disse,exaltado.

–Huuummm...?-ela murmurou,me olhando com cara de paiagem.Eu continuei olhando sério para ela.E,então a ficha dela caiu.-Hum!Ah,sim!É uma ótima ideia!Ninhos,certo?Claro!Vamos fazer isso!-ela disse com um sorriso no rosto e eu bufei novamente.-Desculpe...

–Tudo bem.Mas,da próxima vez,preste mais atenção.-eu pedi e ela concordou.

Eu continuei preparando o nosso jantar,enquanto Astrid avaliava os meus esboços.De repente,a temperatura abaixou e eu comecei a sentir um pouco de frio.

–São ótimas ideias.Gostei dos ninhosque vocêdesenhou para os Nadders.Eles realmente gostam de ter bastante espaço para chocar seus ovos...-ela avaliou mais várias coisas até que eu terminei o jantar.

–Aqui está,senhorita.Dê-me a sua opinião sobre o meu humilde prato.-eu pedi,com um tom teatral.Astrid pegou um garfo e pôs um pedaço de peixe na boca.

–Está uma delícia.E não sabia quecozinhavastãobem,Ceff Soluço.-ela respondeu o meu pedido com um tom também teatral e nós rimos.

Depois disso,comemos em silêncio,apreciando a refeição.Uma hora ou outra eu jogava alguns pedacinhos de peixe para o Banguela e para aTempertade.Quando eu e Astrid e euterminamos,eu retirei os pratos.

–Você quer que eu te acompanhe até a sua casa?-eu propus.

–Não.Eu acho melhor eu ficar aqui.-ela respondeu e eu corei.-Quero dizer...Porque os meus pais não gostam quando eu chego nesse horário em casa depois de "ficar voando de bobeira com o meu dragão".-Astrid imitou a voz de seu pai e revirou os olhos.-Então?Eu posso ficar aqui...Com você?

–Ahn...Ok.-eu respondi e a temperatura começou a subir novamente(N//A:huehuehuehuehuehue)(N//S:Você não consegue ficar quieta?)(N//A:NO!).-V-você pode dormir...Comigo...?-eu perguntei e ela me olhou de um jeito estranho.-É...é porque eu não tenho um quarto de hóspedes...A-a cama é de casal e...

–Está ótimo.-Astrid me interrompeu.

Eu peguei a minha armadura e nós nos dirigimos ao meu quarto.Quando nós chegamos lá,eu organizei a minha armadura em um canto.Astrid soltou o capuz e tirou as ombreiras e as botas.Eu também tirei a minha bota e recolhi uma parte da minha prótese.Eu deitei na cama-e essa,diferentemente da outra,tem colchão-,seguido por Astrid.Ela deitou a cabeça em meu peito com uma dasmãossegurando a minha camisetae eu passei um braço em torno da sua cintura e nos cobri.Ela levantou a cabeça e sorriu para mim.Eu sorri de volta e dei um selinho em seus lábios.

–Boa noite.-eu sussurrei e lhe dei um beijo na testa.

–Boa noite.-ela sussurrou de volta e deitou a cabeça no meu peito novamente,fechando os olhos e dormindo quase imediatamente.

Eu fiquei observando ela dormindo tranquilamente como uma criança e pensando na nossa conversa sobre o meu pai.Acho que Astrid estava certa.Meu pai,Stoico,ainda vive...Para quem o ama.

E,com esse pensamento,eu também adormeci.


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