Beautiful War escrita por Moonlight


Capítulo 1
O Inicio


Notas iniciais do capítulo

Heeey
Essa fic passa-se com Gale alguns anos depois de "A Esperança". A fic surgiu como uma sugestão de umas leitores de outra fic minha no Social, mas não é necessario ler. Mas eu recomendo, é uma fic muito boa, a autora é maravilhosa e... enfim, (hihih)
Capa feita pela maravilhosa e gentil Mrs. Mellark. LEIAM AS FICS DELA! ela é diva :3
Se leiam, comentem. não mata, certo?
PS: tem insinuação de sexo, e não Hentai. Eu não sei escrever hentais... sinto muito. Vamos a leitura!



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ALBA

Eu o vi, a primeira vez, em minha casa. Meu atencioso marido decidiu receber pessoas importantes para fazer alguma reunião que não era segura para ser discutida nem nos nobres aposentos da Capitol. Eu não queria participar de tais atos, nem saber os assuntos do meu marido — Que era Secretário da Saúde de Panem — então decidi criar uma nobre desculpa para fugir a noite.

Não julguem, pois meu até então marido não era um cretino. Como secretário de Saúde de Panem, ele era um homem responsável e preocupado. Pelo bem da sua tranquilidade, não espirre ao lado do Secretário Dean. Ele chamaria o melhor cirurgião até descobrir que você tem apenas uma alergia. É por isso que me casei com ele. Não o amo, pelo amor dos Deuses. Venus não me deu essa benção. Ela me odeia, afinal. Ocorre que sou uma atriz de sucesso. Desde a queda dos cruéis jogos vorazes (quando eu, vejam só, estava na barriga da minha mãe, em pleno Distrito 6) os atores e atrizes se tornaram os novos pães e circos de Panem. Até então, claro. Recentemente, foi anunciado a volta das olimpíadas, ou seja, atletas serão tão adorados quanto... eu! Ah, novamente, não julguem mal. Panem não precisa de pães nem circos para esquecer os problemas sociais.

A imprensa faz questão de mostrar, claramente (e verdadeiramente, dessa vez) todos os problemas e soluções do nosso País. Pobre Ex-Secretário de Finanças, Dr. Anniel. Ele roubou dinheiro dos cofres públicos e achou que não seria entregue. Convenhamos também. O homem, agora senhor, cresceu com seus pais roubando os cofres da Capitol, gabando-se e lhe ensinando a arte de roubar. Hunf! Está preso até segundo julgamento. A questão é que, Panem nunca esteve tão dentro dos eixos como está agora. Julgo que não só Panem, mas... A humanidade, ao geral. Meu marido tinha um pai politico, muito sábio. Antes da Queda da Capitol, ele salvou pouquíssimos livros que as pessoas da capitol jamais poderiam sonhar que existissem. Talvez por eles contiverem pequenos trechos sobre o que era o mundo antes de Panem, sobre o que as pessoas acreditavam, e como elas viveram. Meu marido não faz ideia, mas rodeei esses livros. Estão chamuscados, claro. Aquele meu sogro salva livros e uma taça de vinho no meio de uma guerra! Mas não posso deixar de parabenizá-lo. Mas ele está morto, uma pena. Foi julgado pela falecida presidente Alma Coin junto com outros da Capitol, incluindo Presidente Snow. Foi realmente uma sorte de meu marido escapar dos últimos Hunger Games. Esse que foi o ultimo tiro certeiro da presidente Coin... Se o tiro de Arco e Flecha da Everdeen não fosse tão certeiro quanto, Coin provavelmente teria sede pelos meus livros.

Ah, Katniss Everdeen. Ela ainda vive no Doze, com o marido Peeta Mellark, e duas crianças. Odeiam as câmeras e vida pública. Acho que realmente eles merecem paz. Tiveram muitas coisas destruídas, não só o próprio distrito, mas as pessoas ouviram, ou duvidam, dos traumas psicológicos que se seguiram depois da Guerra. Imagino que não deva ter sido fácil para nenhum dos dois. Pior ainda deve ter sido para ele. Gale Hawthorne. Secretário (Capitão) da Segurança Pública de Panem. Aparece na TV algumas vezes. Não como uma celebridade, como eu. Mas em debates sérios, que ocorrem a cada dois anos, onde a população pergunta, ao vivo, ao nossos representantes, sobre os interesses do país. A população dos 13 distritos coloca nossos superiores na parede em busca de respostas, isso em frente a toda nação, televisionada. Não temos falhas na segurança. Hawthorne vem sendo Capitão desde o fim da guerra, após ser abandonado pela Everdeen. Seu ultimo grande feito foi evitar uma velha discussão que poderia gerar lutas entre os distritos 1 e 2. E lá estava ele... Na minha sala de estar, junto com os outros secretários e meu adorável marido... Fui devidamente apresentada a todos os secretários. Apertei a mão de Gale por último, e fitei seus olhos cinzas e duros feito diamante. Eu precisava daquilo, outra vez. Meu marido me tirou dos meus devaneios, e como uma boa atriz que sou, sorri.

— Ah, claro. Adoraria passar mais tempo aqui, senhores. Mas tenho uma importante reunião com as Senhoras de Panem. Sabe, aquele grupo de mulheres que prezam pelo lar e famílias. Elas necessitam do meu apoio. Aproveitem minha casa, e pelo amor dos deuses, não tomem o vinho salvo pelo meu sogro.

Dei um beijo final em meu marido enquanto eu abandonava a sala, ouvindo as explicações do meu marido sobre a minha crença em mais de um Deus e seguindo caminho para a reunião com as Senhoras de Panem. Ou, se preferirem, a reunião dos meus colegas de teatro em um strip-poker de sábado a noite.

***

GALE

Tem partes especificas da minha vida que corre em minha mente. Carvão, uma explosão, minha mãe em lágrimas, meus irmãos desolados. Um arco e flecha, uma floresta, armadilhas inventadas por mim, uma garota magrela. Beijos atrás da escola, sussurros dentre as garotas, o velho hob, a garota magrela sorrindo. Uma colheita. Um voluntário. E todo um país com três dedos centrais da mão esquerda levantados. Uma volta. Beijos. Jogos novamente. Rebelião. Meu distrito em chamas. Mortes. Mortes. Beijos Bêbados. Capitol. Dois tiros. E um Adeus.

Por mais que eu quisesse, provavelmente não iria ser um bom final. Ela não precisava de um fim comigo. Ela precisava de um recomeço. Por mais que eu quisesse amá-la, e ter ela comigo, eu busco compreender que não era de mim que ela precisava. Era dele. E seria muito mais fácil se ele fosse mais fácil de se odiar, mas não podia fazer tal ato depois de tudo que o garoto passou. Depois do que eu mesmo vi ele passar. E depois dos beijos que ela lhe deu, provando que era realmente ele quem ela tanto precisava.

Confesso que não tenho certeza em como seria nossa vida juntos. Provavelmente, eu não seria exatamente tudo o que ela realmente precisava. E no fim, a paixão que eu sentia por ela e os sentimentos confusos dela por mim não seriam o suficiente. As cicatrizes deixadas nela só podiam ser amenizadas por ele. E vice e versa.

Ironicamente, foi necessário deixar uma cicatriz e um punhado de culpas em mim. Eu só estava fazendo o que eu sei que deveria ser feito. Eu não ia recuar. Não diante de uma Capitol que matou crianças por anos e nos isolou na fome. Não depois de ver meus irmãos crescerem com um pai feito em poeira numa mina de carvão. Não depois de perdê-la pelos jogos, não pelo padeiro. E não importa o que fosse necessário: bombas, flechas ou seringas. Eu não ia recuar. Infelizmente, era necessário estar à nível do seu inimigo para destruí-lo, não importa o quão baixo isso fosse. E se não descêssemos no nível da Capitol, teríamos ganhado essa Guerra com a nossa pureza e dignidade? Não se ganha uma guerra com isso, e estávamos no meio de uma! Eu estava disposto a morrer e ser julgado por todos para deixar a próxima geração livre. Para deixar meus irmãos e sobrinhos numa Panem melhor. Eu só não esperava ser duramente julgado por ela, que costumava ser a única a me entender. Eu busquei compreendê-la, enquanto ela não pôde fazer o mesmo por mim. Não a julgo. Ela havia perdido a irmã. Ambos estamos aprendendo, aos poucos, a deixar as magoas. Eu não queria perder uma amiga.

Esquecê-la não foi fácil, mas suponho que esquecer paixões não seja uma missão fácil para alguém. Eu não poderia voltar para o Doze. Não para as cinzas do meu pai, muito menos para as cinzas do meu povo. Não poderia me lembrar do rosto das pessoas que me olhavam numa esperança de serem salvas. No rosto da filha do prefeito que, um dia antes de pegar fogo, me lançou um olhar compreensivo e depois baixou a cabeça, escondendo-se em sua casa, local de onde jamais iria sair. Ao lembrar que nunca lhe agradeci pelos remédios. Ou pela coragem. Ou pelo broche, que deu voz ao Tordo e deu inicio a série de revoltas que confirmaram que sim, finalmente, a causa da qual eu estava disposto a lutar estava prestes a se erguer. Depois disso, recebi milhares de olhares. Respeitosos, em grande parte. E os olhares femininos do Distrito Dois (local onde minha família e eu resolvemos nos adaptar) eram sedutores. Eu tive todos para mim.

Não tive tempos para casamentos e família. Eu já tinha meus irmãos menores e as mulheres que eu quisesse. Sem contar o cargo de Capitão da Segurança Pública e a responsabilidade de deixar meu país seguro. Aconteceu que, certa vez, durante uma importantíssima reunião na casa do Secretário da Saúde, o par errado de olhos pousou em mim. Num elegante vestido branco, que deixava parte do busto a mostra, a esposa do Sr. Dean estava ali, me fitando, enquanto seu marido falava algo que eu não prestei atenção. Não pude prestar atenção no Sr. Dean enquanto sua adorável esposa estava com seus cabelos cacheados loiros, na altura do ombro, sorrindo naquele batom vermelho. Não pude, enquanto os olhos verdes dela me fitavam... maliciosamente, acho.

Quando dei por mim, ela já estava soltando nossas mãos. Disse algo sobre deuses, vinho, e uma reunião de senhoras, e partiu.

Não pude deixar também de me condenar por aquele ser o único par de olhos que ainda não tive. Ela é casada, com meu colega de trabalho. Mas eu ainda quero um único olhar vindo de Alba Dean, nem que eu necessite ignorar a aliança que ela carrega como prova de que estou virando um velho pervertido.


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Notas finais do capítulo

Quase me esqueci! Quando terminei os caps da fic, pensei num nome decente, enquanto meu aleatorio colocou BEM nessa música. A letra dela, a batida, e TUDO combina com Gale e Alba. Tanto que virou o nome da fic. Beautiful War é uma canção do Kings of Leon, e eu recomendo taaaaantooooo http://www.vagalume.com.br/kings-of-leon/beautiful-war-traducao.html ta aí
mereço um "oi"?



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