Primeira Geração escrita por Daniela Carolina
Notas iniciais do capítulo
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(Dafne)
Depois de seis exaustivas aulas, cheguei em casa acompanhada de Henrique, Fany na saída saiu com Guilherme para o shopping. Entrei toda torta em casa, com a mochila toda desajustada no ombro arrastando os pés e Henrique abriu porta.
– Uai não tem ninguém?! – Olhei ao redor ao perceber a quietude do lar, sentei no sofá e tirei o tênis massageando o pé esquerdo.
– Não, não. Está cheio de gente aqui, não está vendo? Não consigo nem respirar de tantas pessoas que estão aqui em casa. - Henrique ironizou.
– Cala boca idiota – o encarei.
– Que falta de senso de humor hein! – riu.
– Não tenho humor quando se refere a você.
– Pois devia ter, porque sou o dono desta casa.
– Corrigindo: Seus pais são os donos.
– Dá no mesmo, sou filho deles e mando aqui. Não sou obrigado a lhe aturar só por que seu pai trocou você por sua madrastinha.
– Logo meu pai cairá em si. – murmurei para mim. - E outra pelo menos eu não fico correndo atrás de uma garota feito um cachorrinho. Tenho que te avisar, se você se derreter mais parecerá um sorvete exposto ao sol.
– Cala essa boca, macho-fêmea. Ela gosta de mim, ok?! - ele já estava vermelho.
– Ah, quando? No dia do são nunca?! Só se for, porque pelo tapa que você levou no rosto só por ousar beijar a bochecha... Deu para ver como ela cai de amores por você. - zombei.
– CALA SUA BOCA, DROGA! – O mesmo se alterou. - Pior é você uma pobre coitada, macho-fêmea trocada pelo pai já que ninguém te suporta. Sem mãe... Coitadinha ia morar de baixo da ponte se não fosse meu pai. Pobrezinha, a órfãzinha desamparada ao relento. Ficou sem mamãe Bárbara, foi? Agora está com medo de ficar papai? – Fez gestos.
– Você não sabe nada sobre ela, lave sua boca para falar dela. Não ouse nunca mais pronunciar o nome dela nesta sua boca suja! - eu estava quase chorando e ele rindo.
– OH, OH, vai chorar? A macho-fêmea vai chorar gente! - ele gargalhou.
– Cale a boca seu virgem babão pela putinha da escola. – cuspi para ele. Ele foi para cima de mim e Deborah o empurrou:
– Sai Henrique! Está louco?
– Ela que está louca. Morando de favor aqui e me falando as coisas, orfãzinha de mãe, pelo menos eu tenho uma mãe. – olhou com os olhos vermelhos de raiva.
Eu subi as escadas correndo, não queria chorar na frente dele, entrei em meu quarto e afundei a cabeça no travesseiro.
Apesar de tudo ele tinha razão, ele tinha uma mãe, tinha uma irmã e um pai maravilhoso. E o que eu tinha? Minhas roupas e minha mesada de 15 em 15 dias? Nem visitas ou telefones do meu pai nestas duas semanas em que estou morando aqui recebi. Não se passavam tudo uma grande verdade o que cuspimos um para o outro na sala a poucos minutos. Só verdades.
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