Um pedido, um tempo e um casamento escrita por Alexandra Watson


Capítulo 17
Cumprindo uma promessa


Notas iniciais do capítulo

Eu sei que eu demorei um pouquinho pra postar, mas é porque - rufem os tambores - eu acabei de começar a escrever uma outra fic. A ideia veio quando eu disse a mim mesma: " A, você consegue escrever uma história sem ficar prolongando-a até não ter mais ideias." E eu realmente já fiz o começo e o fim, só falta preencher com o meio. Em breve postarei, prometo. Mas não vou parar de postar essa, se é o que vocês querem saber. Eu já imaginei um fim para essa, mas ele não está tão próximo assim, isso eu garanto.
Enquanto isso, espero que gostem.
*Divirtam-se*



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/518456/chapter/17

[Dia vinte e cinco de setembro. Casa.]

– Papai! Papai! Papai! – escutei uma voz entrando no quarto e subindo na minha cama pelo lado de Percy, que era o mesmo que o meu porque eu estava dormindo abraçada a ele.

– Estou acordado, estou acordado – ele disse tirando um dos braços que estavam em volta de mim e passando ao redor de Zoe. – O que foi, princesa?

– Papai, você prometeu me levar na praia hoje! – Zoe estava sentada em cima da barriga de Percy. Só pra constar Zoe estava com dois anos e seis meses, então sua fala era muito bem desenvolvida. Acho que o fato de ela ser filha de uma filha de Athena que recebeu uma benção quando ainda era bebê ajudou um pouco. Mas não tiro seu crédito pessoal.

– Prometi? Quando?

– Ontem, depois do almoço. Lembra mamãe? – ela me olhou com aqueles brilhantes olhinhos cinzas e, mesmo que ele não tivesse prometido, eu teria concordado.

– É, lembro – me virei para Percy. – Você prometeu.

– Ok, mas – ele olhou para o relógio – ainda são cinco e meia da manhã. Podemos ir mais tarde?

– Mas eu não consigo mais dormir.

– Deita aqui com a gente que você consegue – eu disse.

Ela pulou sobre Percy e eu e deitou-se do meu lado, virada para mim, e fechou os olhinhos. Me virei para ela, ficando de costas para Percy, o qual me abraçou e voltou a dormir. Segui seu exemplo.

***********************************

Ás oito e meia nós acordamos de novo. Na verdade eu e Percy acordamos porque Zoe não estava ali. Percy, que estava com o braço na minha cintura, me apertou assim que acordou.

– Onde está nossa inquilina?

– Não sei – eu disse. – Zoe, cadê você?

– No meu quarto, mamãe. Já estão acordados?

– Sim. Espera um pouquinho que eu já vou te trocar.

– Tá bom.

Me virei para Percy.

– Pode levantar, senhor Perseu. Não mandei prometer nada pra ela. Agora nós vamos.

Ele se levantou e foi para o banheiro. Já eu fui para o quarto de Zoe. Entrando lá, ela estava em frente a seu guarda-roupa.

– Já decidiu o que vai vestir, querida?

– Não, mamãe. O que eu ponho?

– Porque você não põe o vestido que a vovó Sally te deu?

– Tá bom. Posso pôr o biquíni azul?

– É claro que pode – assim como o pai, Zoe adorava azul. Hereditário. – Termine de se trocar e desça pra tomar café, ok?

– Tá bom, mamãe.

Desci e deixei o café pronto. Leite para Zoe e café para Percy e para mim. Eles desceram quando eu já estava acabando meu café, o que me daria tempo para poder me trocar.

– Percy, coloque a louça na máquina que eu vou me trocar, tudo bem?

– Aham, pode ir.

Subi as escadas e me troquei rapidamente. Quando desci, Percy já estava colocando as coisas no carro.

– Zoe, vem cá pra eu poder passar protetor em você.

– Mamãe, o que nós vamos fazer depois da praia?

– E a senhorita acha que vai conseguir fazer alguma coisa depois da praia, senhorita Zoe?

– Claro que eu consigo, mamãe. O que vamos fazer?

– Que tal um filme? O que você quiser.

– A Pequena Sereia.

– De novo, Zoe? Você e seu pai já não cansaram desse filme?

– A gente pode assistir o segundo se você preferir mamãe.

– Deuses ... tudo bem, nós podemos assistir.

Ela sorriu e foi correndo até o carro, com seus cachinhos loiros balançando. Conforme seu cabelo foi crescendo, cachos foram aparecendo nas pontas. Com dois anos, seu cabelo já estava grande, um pouco abaixo dos ombros e todo cacheado. Agora sim ela estava uma miniatura de Annabeth Chase Jackson. A não ser pelo sorriso; seu sorriso ainda era idêntico ao de Percy. Me levantei e peguei minha bolsa. Fui até o quarto de Zoe e peguei sua toalha. Desci e fui até o carro.

– Vamos? – Percy perguntou.

– Claro. Zoe, apertou o cinto da cadeirinha?

– Sim, mamãe.

– Ok, então. Podemos ir, Percy.

***********************************

Chegamos na praia e Zoe saltou do carro assim que Percy parou. Ela correu em direção a água enquanto Percy abria a porta para mim e foi descarregar as coisas do carro.

Ajudei-o e deixamos tudo arrumado ali. Olhei pra ele e ele para mim. Sorrimos, tiramos a roupa (com roupa de banho por baixo, é claro), demos as mãos e fomos pra água. Chegando lá, Zoe estava quase com a barra do vestido na água e, percebi, ainda estava seca.

– Zoe, querida, você vai molhar seu vestido.

– Não vou não, mamãe – ela me olhou e deu um sorriso travesso.

– Eu sei que não, meu amor. Mas tem alguns mortais por aqui e eles não entendem isso.

– Tá bom, mamãe – ela foi em direção ao lugar onde nós colocamos as cadeiras e o guarda-sol e colocou o vestido dentro de minha bolsa. Ela veio correndo, mas parou no meio do caminho não sei porque. Aproveitei para dar um beijo em Percy. Não gostava de ficar “me agarrando” com Percy em frente a Zoe porque ela começava a fazer perguntas do tipo: por que você beija o papai, mamãe? Mas pra que? Isso não machuca os dentes? O que é isso saindo da boca de vocês dois? Constrangedor e ela só tinha dois anos.

– Então, como está sua vida até agora?

– Está muito boa, obrigada Sabidinha.

– De nada, Cabeça de Alga.

Ele me abraçou de lado e eu retribui. Então Zoe veio em nossa direção.

– Mamãe! Papai! Olha o que eu achei!

Ela estava com as mãos fechadas e quando abriu vi uma conchinha muito parecida com a que Percy havia me dado anos atrás.

– Filha, é linda. Certo Percy?

– É, linda mesmo. Mas esse tipo de concha não é daqui ...

– Como assim? – eu perguntei.

– É do mesmo tipo da que eu peguei pra você, amor – ele disse pegando-a das mãos de Zoe e analisando-a. – E elas não são daqui eu posso dizer.

– Mas então ...

– Talvez eu tenha trazido um pequeno presente para minha netinha favorita – eles tinham que parar de aparecer assim do nada.

– Vovô, eu sou sua única netinha! – Zoe disse pulando no colo de Poseidon.

– E também é a minha preferida. Que saudades.

Ela abraçou seu pescoço e deu um beijinho em sua bochecha. Percy e eu o cumprimentamos com um aceno com as mãos.

– Vovô, onde está a vovó Athena?

– Não sei, querida. Eu não vi ela lá em cima hoje de manhã.

– Mas vocês dois tem que saber onde o outro estão. Vocês são um casal.

Não, Zoe. Não. Tampei meu rosto e Percy riu discretamente (eu espero), mas escutamos Poseidon rir e olhamos para os dois de novo.

– Não diga isso perto de sua avó, ok? Nós não somos um casal, Zoe.

– Mas sempre quando vocês veem me visitar estão juntos e vocês ficam olhando um pro outro e sorrindo. Mamãe e papai fazem isso, minha madrinha e meu padrinho fazem isso, tia Clarisse e tio Chris fazem isso e eles são todos casais – ela olhou pra mim pedindo minha aprovação, como sempre fazia quando falava alguma coisa de pensamento lógico. Assenti, meio constrangida.

– É – Poseidon começou – que tal deixar isso pra mais tarde e ir brincar um pouquinho?

– Tá bom. Vamos.

Ele passou por nós e foi mais para o fundo com ela. Peguei a mão de Percy e fui em direção a areia.

– Deuses, que vergonha.

– Annie, relaxa. É o meu pai, então tá de boa. Agora, se fosse nossa querida Athena, a história seria diferente.

– Nem me diga. Se fosse minha mãe, eu ainda estaria tranquila porque é Zoe e ela não faria mal a ela, mas se fosse qualquer outra pessoa ...

– Já estaria virando cinzas com o doce olhar de nossa Athena – ele completou.

– Por que motivo eu transformaria qualquer um em cinzas? – outra voz vinda de nossas costas. Deuses, isso estava ficando realmente chato.

– Oi, mãe.

– Olá, senhora.

– Repito, por que eu transformaria alguém em cinzas?

– Por nada ... quer dizer, por ser desrespeitoso com a senhora – Percy tentou disfarçar. Ele não era muito bom nisso, mas minha mãe pareceu ignorar isso.

– Isso é verdade. Onde está Zoe?

– Na água.

– Sozinha? – ela arregalou os olhos para nós.

– É claro que não, mãe. Ela está com o avô.

– Frederick?

– Poseidon.

– Ah, nesse caso, eu volto mais tarde – ela ia saindo quando segurei seu braço.

– Mãe, pode ir lá – cheguei perto de seu ouvido. – Indo embora vai parecer que você está evitando ele.

– E assim vai parecer que eu ...

– É. Vai lá.

Ela, que estava com um vestido longo – não o grego, mas longo e branco – puxou a barra dele e foi em direção a água. Quando ela estava perto de Zoe e Poseidon, soltou o vestido na água e ficou ali, conversando com os dois. Deuses, que Zoe não diga nada de constrangedor perto dela.

– Bom, eu vou ler um pouco, Cabeça de Alga. O que vai fazer?

– Eu vou ficar sentado vendo você ler, pode ser?

– Claro. Vem.

Sentamos nas cadeiras que Percy havia arrumado. Comecei a ler e, pouco depois de começar, Percy se levantou, pegou a prancha e foi pra água. Sabia que ele não ia conseguir ficar ali por muito tempo.

Algum tempo depois olhei o relógio e vi que já eram quase onze horas. Guardei o livro e fui em direção a água. Percy estava lá pro fundo, enquanto minha mãe, Poseidon e Zoe estavam mais para o raso. Percebi, mas não comentei com ninguém, que minha mãe estava completamente seca e seu vestido também, diferentemente de Poseidon e Zoe que só não estavam mais molhados por falta de espaço. Andei em direção a água e Zoe, que estava jogando água em Poseidon virou-se e correu em minha direção. Segurei-a no colo quando ela pulou.

– Zoe, está com fome? O sol já está ficando forte, então acho melhor nós irmos almoçar e mais tarde nós voltamos.

– Eu não quero almoçar em casa, mamãe.

– Nós não precisamos almoçar em casa, filha. Olha só.

Coloquei a mão na água e comecei a mexe-la. Vi Percy ao longe olhando em minha direção e, por estar prestes a pegar uma onda, esperei. Ele pegou a onda e, segundos depois, estava ao meu lado.

– Chamou amor? – eu havia aprendido umas coisinhas nesses últimos anos, como técnicas-para-se-chamar-Perseu-Jackson-quando-ele-estiver-na-água-e-não-puder-te-ouvir.

– O sol está ficando muito forte, Percy. Porque nós não vamos almoçar e mais tarde nós voltamos?

– Papai, nós podemos ir ao museu?

– De novo, Zoe? Nós fomos lá semana passada.

–Então nós podemos ir ao aquário? – Zoe era muito esperta. Ela, assim como eu, já havia aprendido a controlar Percy indiretamente. Ela só queria algum lugar pra ir e depois voltar pra a praia sem ir pra casa.

Percy, como imaginei, abriu um sorriso e concordou.

– É claro que nós podemos ir no aquário. Certo Annie?

– Certo. Vocês dois querem ir conosco?

– Sim! – Poseidon respondeu.

– Mãe? E a senhora?

– Bom, meu pai disse que o Olimpo está tranquilo hoje então acho que não teria problema.

– Então vamos arrumar as coisas e podemos ir.

Percy e eu fomos até a areia e arrumamos as coisas. Coloquei o vestido em Zoe e me troquei, pedindo para Percy me secar antes (se é que vocês me entendem). Minha mãe e Poseidon vieram para a areia. Eles estavam secos e eu rezei para que ninguém reparasse.

Entramos no carro e fomos a um restaurante ali perto. Depois, como Zoe pediu, fomos para o aquário. Saímos de lá com um golfinho, uma baleia orca e dois tubarões de pelúcia. Um dos tubarões era de Percy. Voltamos para a praia, mas só nós três. Nossos pais haviam ido embora.

Ás seis nós fomos embora da praia. Chegando em casa, mandei Zoe ir direto para o banheiro e me esperar.

– Mas nós ainda vamos ver o filme, certo mamãe?

– Claro, querida. Sobe lá que eu vou fazer alguma coisa pra nós comermos.

– Faz sopa?

– Sopa?

– Eu amo sopa, mamãe.

– Eu sei. Tem certeza de que quer sopa? Percy?

– Por mim tudo bem. Sabe que eu também gosto de sopa.

– Ok. Pode subir que eu vou colocar a água no fogão e já vou te dar banho.

– Annie, quer que eu cozinhe enquanto você dá banho nela?

Zoe, que estava no terceiro degrau olhou pra trás e acho que fez o mesmo olhar de indignação que eu, porque Percy nos olhou e deu uma risada alta.

– Deuses, vocês duas!

– Você acabou de dizer que vai cozinhar, Percy. Como espera que nós reajamos? – Zoe terminou de subir os degraus e escutei a porta do banheiro se fechando.

– Mas eu gosto de cozinhar, só que não tenho tempo.

– Ah, então o senhor gosta de cozinhar Perseu? Bom saber. O senhor pode cozinhar amanhã então.

– Mas eu chego tarde e ...

– Tudo bem, você pode fazer o jantar.

– E você pode fazer a sobremesa – ele disse passando os braços por minha cintura e sorrindo para mim.

– Pode deixar, senhor Perseu – eu disse passando meus braços sobre seu pescoço. – Eu vou fazer uma sobremesa deliciosa pra você.

– Bom, porque você não adianta essa sobremesa pra hoje?

– Porque nós temos uma filhinha de dois anos que pode entrar em nosso quarto a qualquer momento. Mas lembre-se de que no sábado ela vai dormir na casa da madrinha dela com Silena e nós teremos a casa só pra nós.

– Não sei se consigo esperar. Que tal uma prévia?

Olhei para ele e estava quase cedendo quando escutei um grito lá de cima.

– Mamãe, pode vir.

Percy olhou para cima da escada e depois pra mim. Eu estava rindo um pouco, talvez muito.

– Vai lá, mamãe. Sua filhinha está te chamando.

Ele disse isso com uma carinha muito triste e, tenho que admitir que ele sabia como me convencer só com um olhar triste. Mordi o lábio inferior e tive uma discussão interior entre meu eu-racional e meu eu-agarre-o-Percy-agora.

Ele foi se virando para ir para a cozinha quando eu segurei seus ombro e fiquei na ponta dos pés.

– Se a Zoe dormir cedo, eu posso pensar no seu caso – eu cochichei em seu ouvido.

– E presumindo que ela vai dormir nos primeiros minutos do filme por ter brincado o dia inteiro ...

– Ainda bem que você entendeu – mordi seu pescoço. – Estou subindo, Zoe.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Talvez, mas só talvez, eu imagine que o Percy e a Annie se peguem todos os dias possíveis... É uma suposição, sabe...
Enfim, espero que tenham gostado.
Beijinhos.
— A