Let Me Be With You escrita por Kalu Makie-chan


Capítulo 6
A minha decisão, o nosso final




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Olhei para ele, com certa frieza. Estava determinada a por um fim em tudo aquilo. Ele percebeu e me convidou para entrar, mais de uma vez. Não queria me perder assim tão fácil, ou estava realmente confuso com toda a situação, tão repentina. Eu precisava ser forte, e, certa de que aquela decisão era a mais correta a se tomar, fui ríspida. “Miroku, serei curta e grossa. Eu espero que você me entenda!”, falei, tentando parecer mais segura do que de fato estava. Ele me olhou de um jeito estranho, talvez mais assustado do que com raiva ou qualquer outro sentimento negativo. Antes que ele dissesse algo, eu me apressei e prossegui: “Você é um homem maravilhoso, Miroku! É sedutor, temos muitas coisas em comum, e me deixa fascinada, demo, não posso continuar te vendo!”

Ele continuou me olhando, sem entender nada. Era como se eu estivesse falando algum dialeto desconhecido. O máximo que ele pode murmurar foi um “Sango-chan...!”. Eu continuei, precisava desabafar. “Miroku, onegai. Não diga mais nada! Não... não me procure mais! Assim, eu também não o procurarei.”.

Ele engoliu, tudo, a seco. Apenas repousou as suas mãos sobre as minhas, num ato de concordância. Foi o indício de que ele estava de acordo com a minha decisão. Nossa relação, tinha, tomado o rumo final.

A maneira como Miroku me olhou, as mãos dele sobre a minha, as lembranças de nossos momentos de amor... A minha maior vontade foi de chorar. Entretanto, não poderia continuar com toda aquela situação, onde me envolvia cada vez mais, por um homem que não me correspondia. Deixei-o pasmo e fui em direção à porta do meu apartamento. Eu sabia que havia tomado a melhor atitude. Duas horas depois, do olho mágico, vi uma mulher, em direção ao seu apartamento. Certamente, para consolá-lo. Contudo, eu sabia que, se eu permanecesse naquele apartamento, eu iria fraquejar. Estava muito sensível perante toda a situação, e meu corpo – e coração – não seriam páreos para o que eu estava sentindo por ele.

Nesse momento, resolvi me mudar de lá. Em poucos dias, tinha alugado um outro apartamento. “Sango-chan.”. Era ele, me observando o tempo todo, enquanto eu botava as caixas da mudança pra fora do apartamento. “Você... gostaria de ajuda? Isso parece pesado.”, disse, sem seu costumeiro sorriso. Aceitei, afinal, queria aparentar que estava tudo resolvido entre nós. Seria a última vez que vi Miroku, e a última vez que pisei naquele condomínio. Nós despedimos com um singelo aperto de mãos.

Troquei de bairro e fui para um apartamento confortável, com uma linda vista para uma praça. Era um prédio simples, mas bem cuidado. Precisava dar continuidade a minha vida, e também me divertir um pouco, para esquecê-lo. Foi então que pensei em Kuranosuke. Ele era um antigo colega de trabalho, tinha alguns anos a mais que eu. Nunca havia prestado muita atenção nele, apesar de ser muito bonito e com boas posses. Fazia tempos que não o via, pois ele tinha progredido rapidamente na empresa, e nossos horários eram conflitantes. Apesar disso, Kuranosuke sempre dava um jeito de me chamar pra jantar. Sentindo-me sozinha demais nas várias semanas seguintes ao rompimento com Miroku, aceitar o famigerado convite. Mandei um e-mail singelo, perguntando se a proposta ainda estava de pé.

Recebi uma resposta rápida e positiva. Certamente, ele ficou surpreso,e  não demorou até aparecer em minha sala. Nunca havia dirigido uma única palavra ao moço. “Sango-chan! Podemos... marcar para esta noite?!”, respondeu, claramente ansioso; lançando um olhar interessado. Soltei um risinho, e respondi que sim. Kuranosuke então sorriu de volta. Anotou meu endereço e ficou de me buscar às 20h.

Ficamos nesse flerte, nos encontrando durante os intervalos do expediente e vez ou outra saindo para jantar. Durou mais ou menos uns 15 dias até que, finalmente, ele me convidou para um cinema, e também para conhecer sua casa.  Apesar de bem-sucedido e rico, Kuranosuke era bastante tímido, completamente diferente de Miroku. Nunca ousou ir muito além de beijos e amassos, nos nossos encontros. Tratou-me como uma boneca de porcelana, ou como algum tipo de objeto intocável, apesar de eu querer bem mais que isso. 

Por ironia do destino, por mais que eu tentasse, não conseguia esquecer meu charmoso vizinho.No nosso segundo encontro-com-cinema, eu e Kuranosuke fomos assistir a um filme romântico em cartaz. Durante a sessão, ele pegou em minhas mãos. Eu deixei, esperando que, dessa vez, ele fosse mais além. Mas ele parou por ali mesmo. Deixou-me em casa às 23h. Ficamos um tempo conversando dentro do carro, até que ele me beijou. Fechei os olhos e me deixei envolver. Resolvi dar-lhe outra oportunidade, esperando novamente que ele fosse mais além ali mesmo, em seu carro. Quando abri os olhos, vi os seus fechados.

Para minha surpresa, atrás dele, pelo vidro, observei Miroku chegando. Meu coração bateu forte, e, instintivamente, afastei Kuranosuke. Surpreso, e envergonhando, perguntou se havia feito algo errado. “Gomen, Kuranosuke... mas... não posso fazer isso!”, murmurei, olhando novamente para o espelho retrovisor do carro. Miroku não estava mais por perto, deve ter dobrado alguma esquina ou algo assim. Kuranosuke ficou perguntando e perguntando, se tinha feito algo de errado e se poderia fazer algo para se desculpar. Eu sai do carro, as pressas. “Gomen ne, Kuranosuke!”, me despedi, entrando em meu apartamento. Ele, obviamente, não entendeu nada, mas eu entendi tudo: meu amor por Miroku ainda não havia acabado. Por mais que eu me esforçasse todo esse tempo, para esquecê-lo... Por mais que eu tivesse ludibriado a mim mesma, achando que tinha superado...

O sentimento continuava muito forte, apesar dos meses que haviam se passado. Tentei sair algumas vezes com Kuranosuke; porém, percebi que estava forçando a barra. Muito compreensivo ele e eu resolvemos ficar apenas amigos.

O tempo passou rápido, e, assim que eu completei um ano morando naquele apartamento, recebi uma surpresa. Os demais moradores tinham chegado ao acordo de me eleger a nova síndica. Provavelmente, porque eu era uma das poucas que me dava bem com todo mundo. Resolvi, então, dar uma festa simples, em comemoração. As pessoas iam chegando, então, o tempo todo eu ouvia alguém bater em minha porta ou tocar a campainha. Quando achei que todos estavam ali, uma pessoa tinha batido a minha porta. Fui atender, pensando se talvez não seria Miroku.

Não era. Era Kuranosuke.

Tentei não esconder meu desapontamento, e o recebi, com os braços abertos. Chamei os meus amigos mais íntimos para a festa, e claro, Kuranosuke estava entre eles. Pouco tempo depois, mais alguém tinha batido na minha porta. Dessa vez era Kagome, com seu marido, InuYasha. Ela me abraçou, enquanto InuYasha, como sempre, estava com cara de poucos amigos. Logo, todos estavam à vontade. “Fico feliz que estejam todos aqui!”, proclamei, orgulhosa de tudo o que tinha passado. “Todos não, Sango-chan...falta uma pessoa!”, respondeu Kagome, sussurrando em meu ouvido. “O que... você quer dizer com isso?”, indaguei. Ela apenas apontou para a janela do meu apartamento.

Olhei lá para baixo, e vi Miroku, com um pacote na mão. Estava apenas me esperando.

Não me contive, e desci correndo as escadas. Não podia esperar pelo elevador, nem por nada. Ao encontrá-lo, não soube como reagir. Visivelmente sem-graça, Miroku me elogiou dizendo o quanto eu parecia feliz. “Você... está mais bonita do que antes. Seu namorado é um homem de sorte.”, complementou. Eu ri. “Não há nenhum homem por trás dessa transformação.”, retruquei, confiante. Ele sorriu, e me entregou o pacote. Parecia um livro, então, eu folheei-o rapidamente.

Era um book, com todas as minhas fotos. Com as nossas fotos. Emocionada, agradeci. Ele coçou a cabeça, e deu as costas. “Acho... que é isso, Sango-chan. Se cuida.”. Segurei o book, comprimindo-o contra meu peito, enquanto ele se afastava. Não tive coragem de dizer que eu ainda o amava.

Minha surpresa não tinha parado por ai. Antes de subir no meu apartamento, resolvi folhear mais uma vez o book. As fotos eram lindíssimas, me senti uma modelo, uma atriz, daquelas famosas que tem um álbum de fotos de alta qualidade em locais distantes. Então, ao fim do dito livro, preso na contracapa, havia um singelo anel... Com um brilhante. Escrito com caneta vermelha, havia o pedido: ‘Quer se casar comigo, Sango-chan?’. Debulhei-me em lágrimas.

Ele era mesmo um canalha! Queria que eu fosse atrás dele! E eu fui. “Miroku!”, exclamei, ao vê-lo, quase entrando em seu carro, algumas ruas a frente. “Eu aceito!”

Ele sorriu, muito contente. “Eu nunca consegui te esquecer, Sango-chan. Trabalhei duro para comprar aquele anel... e para ser o homem que você merecia.”, discorreu Miroku, pegando em minhas mãos. Puxei-o para perto de mim, e o beijei com paixão. “Eu aceito ser sua esposa, Miroku, mas sob uma condição: você não terá outra mulher! Nunca mais, nunca, ouviu bem, irá trocar carícias, beijos, sequer tocar outra mulher!”, exprimi, desafiadora. Ele engoliu seco, mas, me respondeu prontamente: “Mas tudo bem se eu olhar, né?”.

Fiz cara de brava, mas logo nós dois caímos na risada.

Para selar nossa história, um beijo. Dessa vez, com muito mais intensidade, desejo, voluptuosidade.

E, claro, amor.


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Notas finais do capítulo

Pois bem pessoas... essa fic demorou um pouco para ser finalizada, mas ai está o tão aguardado fim! É uma fic bem simples, light, mas que foi gostosa de escrever! espero que tenham gostado! Aproveito e deixo aqui meus singelos agradecimentos aos superpacientes leitores que vêem acompanhado essa fanfic! Fiquem atentos aos “próximos lançamentos”

Ja nee



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