Passado Obscuro escrita por LeitoraApaixonada


Capítulo 30
Capítulo 29 - A Cólica Mal Explicada


Notas iniciais do capítulo

Heeeey Cupcakeees!! Como vão??

Desculpem a demora, meus dias tem sido bem cheios ultimamente e a escola só está piorando com tudo isso... Começo de provas, vocês sabem como é uma verdadeira confusão...
Obrigada pelos comentários! Cap dedicado a todas as minhas leitoras, sejam fantasmas ou não!!

Musica do CAP: Shawn Mendes - Life Of The Party (minha queridinha da vez, o Shawn canta demaaaaais!! Sério, ouçam essa musica!!).
Beijoooocas!!



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Não faço a menor ideia de que horas acabei adormecendo. Só sei que assim que me recuperei a ponto de conseguir dar alguns passos me joguei na cama e lá fiquei. E também sei que Gin bateu uma centena de vezes na minha porta, mas eu nem me mexi.

Um dia meu pai me disse uma coisa muito sábia: “Quando você não chora por fora acaba se inundando por dentro”. E foi nisso que eu pensei enquanto as lagrimas caiam. Eu precisava chorar para me sentir melhor, que chorar não é um sinal de fraqueza e sim de coragem.

Levantei-me e tomei um bom banho já pela manha. Estava pronta para falar com Andrew. Pensei no que dizer a noite inteira e até já tinha formulado as palavras em minha mente quando desci para tomar café da manha.

Sara apenas me olhou estranho, ao contrario de Ginna que logo foi fazendo perguntas discretas e indiscretas pelo motivo de eu ter me trancado no quarto pela noite inteira de ontem.

– Eu estava passando mal. – menti enquanto passava manteiga em um pão. – Tive uma cólica muito forte depois que voltei para a casa. Só.

– Você tomou algum remédio? – Sara perguntou colocando a jarra de suco na mesa.

– Tomei, já estou melhor. – respondo acabando o meu lanche. Encho um copo de suco e o tomo em um gole só. Gin me olha duvidosa, como se não acreditasse em minhas palavras. – Vou indo. Até mais tarde.

– Não se esqueça de dar um beijo no seu pai! Ele está na garagem! – grita Sara com a voz típica de mãe.

Caminho até lá e o encontro debaixo de seu carro arrumando alguma coisa. Faz tanto tempo que não conversamos como antes...

– Pai. – ele sai de onde está e se levanta, me olhando com um sorriso no rosto.

– Hey filha! – ele me dá um abraço rápido e logo desvia sua atenção de volta para o carro, só que para o seu capo, no motor. – Estou apenas arrumando umas coisas no carro. Ontem cheguei tarde por isso, ele quebrou na estrada.

– Ahm, sim. – respondo desinteressada. – Posso falar com você uma coisa?

– Pode ser depois filha? Não estou não disposto para ouvir suas coisas de adolescente agora. Tive que acordar cedo sendo que nem dormi direito.

– Claro. Depois a gente conversa. – digo um tanto desapontada. Saio de lá e entro no meu Fusca, o qual está parado em frente a casa.

A minha vontade é de chorar de novo. A única pessoa que eu pensei que nunca iria me abandonar agora fala que não está disposto para conversar comigo sobre as minhas “coisas de adolescentes”?

Apenas quero sair daqui. Lembro-me como no dia em que eu e Andy saímos para “fugir um pouco do comum”, como eu tive o desejo de parar o tempo ali. Mas aquilo era muito mais do que isso. Eu queria poder voltar naquela época e viver lá para sempre.

Estaciono o Fusca e saio do mesmo assim que o sinal da escola bate. Com esse negocio do meu pai acabei me atrasando.

Entro na sala de Convivência Social já procurando Andrew. Mas ele não está sentado onde costuma sentar e nem se encontra dentro do recinto. Logo a professora entra e eu me conformo que ele matou aula para não ter que olhar na minha cara. Ótimo, meu dia só melhorou com isso.

Pra falar a verdade? Nem prestei atenção na aula. Apenas estava lá com o meu corpo, pois a minha alma estava triste, ainda na cama, chorando igual a uma criança de cinco anos de idade.

***

Tomo a decisão depois de vasculhar o estacionamento inteiro atrás do Ford Marevick de Andrew. Assim que não o acho decido que vou tentar me concentrar em outra coisa, tentar esquecê-lo por um tempo.

E para isso o único remédio que acho é voltar para a casa de Julian e tentar descobrir mais do meu passado. É, pensando bem isso seria uma boa. Posso aproveitar o quanto deixei isso de lado por causa de Andrew e me jogar de cabeça agora.

Assim que o sinal da ultima aula bate eu pego o Fusca e rumo para a casa de Julian, que fica mais para o centro de São Francisco. No meio do caminho falo com Gin pelo celular e peço para que ela saia de casa um pouco, dizendo que nós vamos sair juntas e voltar mais tarde. Depois que eu insisto muito ela aceita a proposta e eu fico livre para ir sem ter que me preocupar com Sara ou meu pai.

Estaciono o carro no mesmo lugar do que da ultima vez. Abro a porta do Fusca e agora sem hesitar caminho com passos decididos em direção à casa branca.

Bato na porta e logo uma mulher vestida de empregada de meia idade a atende.

– Boa tarde. – ela diz docilmente. – O que deseja?

– Eu gostaria de falar com o dono da casa, por favor. – respondo da mesma forma educada. Falo isso, pois caso a família de Julian não viver mais aqui poderia pedir o seu endereço atual, dando alguma desculpa.

– Claro. Entre e espere, vou chamar o Sr. Hamilton. – ela abre mais a porta e eu faço o que pede. Hamilton. Eu já ouvi esse nome antes.

Logo que dou o primeiro passo me vejo dentro de uma mansão.

As janelas são grandes, o que faz a sala principal ser bem iluminada. Os sofás são modernos e parecem de coro. A TV é gigantesca e há varias obras de arte e prateleiras pelas paredes. É linda.

– Que bom que gostou, Jane. – declara um homem que desce as escadas lentamente. Me viro e o vejo. É o mesmo homem que vi na TV dias atrás. O loiro que parecia ter feito milhões de plásticas é mais feio de perto. Parece que ele usa maquiagem e os cabelos são bem mais oleosos.

– Como sabe o meu nome? – pergunto ainda abismada com a sua aparência. Ele ri sarcástico, o que me faz lembrar Andrew. Parece... O mesmo jeito de mexer a boca.

– Eu sei muitas coisas querida. – ele aponta para a poltrona em frente a mesa de centro com a cabeça. – Sente-se, vou pedir para a empregada trazer algo para comermos.

– Estou bem de pé e não quero comer nada. – falo dura com as mãos tremendo. Não sei o porquê de esse homem me conhecer, mas isso deixa meus instintos florescentes.

– Você é igual a sua mãe.

– M-Minha mãe? – gaguejo com a sobrancelha levantada. – Como conhece minha mãe?

– Temos muito o que conversar Jane. – ele caminha até onde está uma garrafa de vodka e enche um copo calmamente. – Sabia que você viria em breve.

– O que um cara dono de uma das maiores multinacionais do mundo tem a ver com a minha mãe? – pergunto com a voz um pouco mais alta. Hamilton dá uma golada na vodka antes de voltar a falar.

– Não acredito que ainda não percebeu. – ele murmura. – O que veio fazer aqui?

– Isso não importa mais! – grito apontando para ele. – Quero saber o que você sabe da minha mãe! Como a conhece?

– Você veio procurar alguém, certo? – diz ignorando a minha pergunta. Quando vejo que ele não vai me responder assinto com a cabeça.

– Vim procurar a família de Julian Fernandes. Ele era um antigo amigo de faculdade dos meus pais. – eu fungo com o nariz.

– Pois você o achou. – fala olhando diretamente para os meus olhos. – Está vendo ele em sua frente Jane.

– Não... Não pode ser. – acuso colocando a mão na testa. – Julian Fernandes está morto! Eu fui ao cemitério, eu vi a sepultura dele! Não pode ser você!

– Sabia que eu sempre fui muito esperto? – ele diz se sentando no grande sofá do outro lado da sala e colocando as pernas por cima de uma mesinha. – Eu fiz aquilo porque não aguentava mais ser Julian. Apenas... Fingi minha própria morte.

– Então... Você sabe o que meu pai me esconde, certo? – pergunto com o coração a mil. – Se é Julian de verdade sabe o porquê de meu pai não querer que eu saiba da sua existência!

Assim que acabo de falar isso alguém mexe na maçaneta da porta da frente da casa e o barulho da chave enche o ambiente. Logo a porta se abre e de lá sai à pessoa que eu nunca esperava ter visto nesse momento.

– Jane? – Andrew diz assustado. Ele olha para Hamilton e depois prende novamente os olhos nos meus. – O que faz aqui?

– Que bem que chegou filho. – Hamilton diz com um sorriso que eu até julgo maligno. Filho. Como isso é possível? Julian é pai de Andrew? – Quero que conheça Jane Morgan, sua irmã.


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Notas finais do capítulo

Não tenho nada a declarar... Apenas, não me matem u.u

Beijoooocas!!