O Diário das Creepypastas - Interativa escrita por Slendon6336


Capítulo 11
#11 Posso cantar teu perdão?


Notas iniciais do capítulo

ATENÇÃO: ESTE CAPÍTULO É PURO DRAMA MINHA GENTE!
Isso mesmo, eu sou uma pessoa extremamente dramática, eu já havia dito isso antes, mas só estou lembrando...
Ér... Este aqui está diferente dos outros porque está escrito por quase inteiro em primeira pessoa.
Se você conseguir ver a imagem é a do Dick que encontrei depois de horas procurando.
~Boa Leitura o/



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Esse é o Dicky ^^

– Pai...? Sou... Eu...

As palavras quase que não saíram da minha boca. Enroscadas, tropeçavam no meio do caminho. Contemplei a face lisa de meu pai, tentando adivinhar como se sentia naquela hora. E então cheguei à conclusão de que era impossível. Para minha felicidade, ou não, ele respondera calmamente, pondo a mão sobre a testa.

– Por favor, saia daqui.

Era quase como se ele estivesse implorando. Parecia doloroso olhar para mim. Um filho imperfeito. Da qual ele sentia vergonha. Era como todos falavam: não tenho nada em comum com meu próprio pai. O assassino temido pelos quatro cantos do Mundo, Slender man.

Engoli com dificuldade a bola que se formava em minha garganta. Estava até começando a me esquecer de respirar. Nunca tive tanto problema em falar com alguém antes. Ainda mais quando esse alguém me quer longe de sua visão periférica.

– Eu... Você... Ainda está bravo comigo? – Consigo soltar, após muitas tentativas em que as únicas coisas que saiam eram murmúrios desastrados.

– Sim, Dick. Estou. Por isso saia daqui, sim?

Os meus olhos ardem. As lágrimas pedem para sair. E cada vez que esse homem a minha frente me manda me afastar, é isso que acho que aconteceria. Forço um sorriso e isso me dói, deixando que um líquido morno escorresse pelo meu rosto.

– Compus uma música para o senhor. Quer ouvi-la?

Ele me deixa sem resposta. Não muda de posição. Era difícil saber como se sentia agora.

Mesmo em dúvida, me aproximo, ficando ao lado oposto da mesa. Puxo a cadeira e deixo-me cair nesta, sentando como pedra. Arrumo a guitarra em meu colo, posicionando meus dedos sobre as cordas em suas devidas casas. Tudo para formar a melodia. Começo com uma simples introdução, achando que a qualquer instante teria um ataque cardíaco. Quase erro as notas pelo simples fato de que meus dedos perderam as forças, porém me esforço para continuar no ritmo que me tirou uma noite de sono para compô-la.

Minha voz não era adequada para cantá-la, todavia a letra surgia em minha cabeça. Cada palavra esboçando um sentimento meu ao escrevê-la.

Só quero que saiba que apesar de tudo isso,

Uma brincadeira sem graça,

Um defeito escondido,

Ainda há uma coisa que sei que nos une.

Meu pai levanta a cabeça, eu quase conseguia enxergar sua mágoa em meio aquela decepção. A música de certa forma acalmava a ambos. Eu sentia isso.

Acontece que ninguém consegue ser perfeito, pai.

Mas ainda quero lhe mostrar que me esforço para que você se orgulhe da alma que tem em mãos.

Tudo, tudo aquilo era verdadeiro. Cada caractere que seja, puis tudo de mim em cada um deles. Slender suspirou pesarosamente. “Você tem dó de mim?” quis perguntar neste instante.

Nuca pensou em dar uma segunda chance?

Largar os defeitos de lado?

Aprenda a brincar.

Amo o pai que tenho. Por que não tenta ao menos entender o filho que tem?

A melodia ia abaixando as notas gradualmente, indicando que seu fim estava próximo. Bastou o último acorde a ser dado para que eu explodisse. Solucei, gritei, descarreguei tudo que eu guardara esses dias. Deixo minha guitarra cair no chão. Não gosto de vê-la nesse estado, mas não consigo abaixar para pegá-la. Mal consigo sair dessa posição, as minhas mãos prensando meus olhos para estancar as lágrimas. Molho as mangas da minha blusa.

Por que você não faz nada pai?

Os únicos sons presentes naquele ambiente eram meus. Não havia mais nada. Apenas o choro dessa criança que sou.

– Por Zalgo, pare de chorar! – Pediu com paciência, finalmente.

Eu não consigo. Isso apenas fez meu choro se intensificar. Tenho vontade de abraça-lo... Correr... Fugir... E nunca mais voltar.

– Estou te pedindo, Dick. Pare de chorar. Está me deixando com dor de cabeça – A fala fora calma, como se ele realmente implorasse.

Respiro fundo. Ainda soluçando, seco as últimas lágrimas que pretendo deixar escapar. De certa forma me senti melhor. Descarregara tudo, só faltava o perdão que estava longe de vir.

– Vá dormir – Não obedeci. Continuei a encará-lo a espera de uma misera resposta – Está tarde – Tentou mais uma vez – Amanhã teremos duas visitas importantes. Estou te pedindo...

– É EU QUE ESTOU TE PEDINDO PERDÃO! – Não aguentei. Essa frase que rodava em minha mente acabou saindo com tudo. Eu apenas queria falar calmamente isso, porém ela se recusava a ser pronunciada. Depois do esforço, foi como se uma bala tivesse sido disparada. Com o grito, eu esperava ser xingado como fui da outra vez. Ou até mesmo ter levado um doloroso castigo físico. Mas... Não levei.

–...

–...

–...

– Desculpe – Murmurei por final. Levantando-me e apanhando minha guitarra – Perdão por incomodá-lo há essa hora.

Enquanto caminhava para a porta, esperei que meu pai dissesse alguma coisa, porém até então ele continuara calado.

Fui direto ao meu quarto sem maiores interrupções, fechei a porta fracamente e a tranquei. Sentei-me na cama e tapei o rosto com as mãos, para então voltar a chorar baixinho. Tudo que eu precisava era matar alguém, não é isso? Por que não começar aqui dentro do Casarão mesmo...?

Merda! Que pensamento é esse Dicky? Não gosta de matar e já vai planejando a morte de seus próprios amigos?

Peguei-me fazendo um diálogo comigo mesmo. Como se uma segunda personalidade estivesse pedindo para sair de dentro de mim.

Estralei os dedos sobre o peito e finalmente consegui parar de soluçar. Olhei para o relógio na mesa-de-cabeceira que marcava em números vermelhos: 1:24a.m.

Mas já? Eu não estava com sono e muito menos vontade de dormir para ver o tempo passar rápido. Então apenas deitei e coloquei os fones de ouvido, escutando minhas músicas favoritas. Assim como eu fazia todos os dias. Comecei a cantar junto com os vocalistas; não me satisfazendo acompanhei as vozes de fundo e algumas batidas de bateria ou sons de guitarra. Logo me esqueci do ocorrido passado por completo. Larguei as preocupações da minha figura paternal concentrando-me apenas no meu peito que subia e descia conforme eu respirava.

“Como estaria Slender nesse momento? Dar-me-ia uma segunda chance?”

Acabei voltando. Não adiantava os meus esforços, eu sabia que se eu quisesse realmente largar aquele peso de dentro de mim eu teria de ouvi-lo pronunciar as palavras que eu tanto queria escutar. Suspirei e deitei-me de lado no colchão, encarando o relógio.

Não demorou muito para minhas pálpebras começarem a pesar. Contei de um até cem e depois voltei.

100... 99... 98... 97... 85... 80... 70... 50... 30... E então me peguei sonhando.

,,,,,,,(X),,,,,,

O quarto do garoto ficou em silêncio. Depois de tanta hesitação conseguira dormir. A porta de seu quarto fora aberta por uma figura alta e de terno, que tinha uma chave reserva consigo de todos os quartos. Entrou na ponta dos pés para não acordá-lo e se aproximou da cama, ficando ao lado dele.

Sentia uma tristeza enorme dominá-lo, todavia se recusava a mostrar. Sempre frio. Agachou-se para próximo do menor e sussurrou:

– Eu sou quem lhe peço perdão, Dick. Por não lhe contar tudo que está acontecendo...


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Notas finais do capítulo

e então, é isso que saiu ^^
No próximo vou pensar em um ecchi... Só pensar hein!
Até breve o/