Magnésio 12 escrita por Evelyn Waldrich


Capítulo 14
Preso


Notas iniciais do capítulo

Mil perdões pela demora! O tempo anda escasso, mas prometi que não iria abandonar a fict. A necessidade de postar um capítulo rápido, quando percebo que meu tempo esgotou, me obriga a fazer mais capítulos e pequenos, que não era o plano inicial. Então, se eu demorar 2 a 3 meses a postar, me perdoem e não se preocupem. A história é longa e minha preocupação por vocês, leitores, me obriga a postar ainda mais capítulos que o planejado. Então se eu demorar, não se desespere, releia para lembrar do que ocorreu anteriormente e paciência.
Obrigada pela compreensão, aproveite a leitura!



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Floyd se debatia violentamente na cama. O haviam prendido na cama, logo após enfiarem uma agulha nele e o apagarem. Estavam certos. Todos estes anos com a OGCM (Organização Governamental de Controle de Mutantes), tudo o que eles disseram, era verdade. Os Mutantes eram violentos e estavam descontrolados. Atacaram eles sem consideração alguma, o sedaram, o prenderam num quarto de hospital e sabe-se lá o que fizeram com os outros. Sua equipe deveria atacar a qualquer sinal de violência e assim, matar a todos que os atacassem. Foi o que ocorreu, mas eles falharam. E agora estava preso neste maldito quarto de hospital!!! Floyd se debateu ainda mais, até formarem vergões nos braços e pernas.

Após vários minutos ele parou e deitou-se para recuperar o folego, peito descendo e subindo, cabelo colado na testa de suor. Eles não percebiam como isso era errado? Como uma evolução tão brusca poderia causar um enorme desequilíbrio, e pior, a extinção da raça humana? Como poderiam viver em um mundo em que uma criança, ao espirrar, poderia explodir a casa e matar pessoas? Ou manipular o clima e desequilibrar o planeta? Ou causar curtos circuitos em grande escala? Ou ainda causar desastres naturais ou.... Ou... bisbilhotar a mente de pessoas, como ele fazia? Meu Deus, como isso era errado! Ele sabia que era errado, mas não podia evitar! Principalmente pensamentos berrantes, ou coisas marcantes, como aquela menina. Era um pensamento escondido, porém marcante. Como um pequenino ponto colorido, entre grandes pontos brancos. Era pequeno, sim. Mas destacava. Se sentia um monstro, como pode fazer isso com ela? Em um único surto havia tirado e revivido todo o passado doloroso dela. Como ela poderia estar se sentindo após aquilo?

Uma grossa lágrima rolou pelo seu rosto. A mandíbula estava cerrada forte, mas tremia. Era por isso que os Mutantes deveriam ser consertados. Porque nem a sociedade humana nem o Planeta aguentariam aquela enorme carga de poder. E o sofrimento que as mutações poderiam causar as pessoas? As singulares mudanças físicas, como alguém poderia lidar com isso? Ser o único a ter tal mutação ou tal aparência? Iria afetar muito a autoestima de centenas de pessoas, e isso ocasionaria mais desequilíbrio emocional, que ocasionaria mais catástrofes e mais mortes. Impraticável. Simplesmente impraticável. Ele queria ajudar. Só isso! Só ajudar! Mas eles não entendiam isso. E ele havia falhado. Era o pior. Ele havia falhado.

Floyd permaneceu na cama, se debatendo esporadicamente, até uma mulher entrar no quarto. De descendência Africana, seus belos olhos castanhos eram sérios e penetrantes, seus cabelos negros cacheados estavam puxados para trás, presos com uma tiara. Pandora entrou no quarto, segurando a pasta do paciente e anotando algo nela quando sentiu uma coceira atrás da nuca, algo estranho de se sentir e complicado de se explicar. Ela ergueu os olhos e pousou no garoto preso a cama, que tinha os olhos fixos nela.

– Pare com isso.

O garoto parou. Ela pode sentir ele bisbilhotando sua mente. Como poderia?

– Floyd, não é? Eu sou Pandora, Doutora. Qual seu sobrenome? – Disse ela, se aproximando, sem tirar os olhos da lista. Ele não respondeu.

– Você não é mutante. – Ele comentou.

– Não.

– Então por que ajuda eles? – Ela levantou os olhos:

– Por que acredito que eles possam trazer um bem maior a humanidade. Agora, sobrenome?

– Só isso? Não vai me examinar? Ver se sou um louco psicótico? Fazer experiências em mim?

Ela riu.

– Garoto, já te examinamos enquanto você estava apagado. Agora, só precisamos de seu sobrenome para a ficha.

Ele hesitou. Não sabia se podia confiar nela. Deu uma leve olhada em sua mente. Era uma mulher séria, corajosa. Extremamente leal e forte. Parecia uma boa pessoa. E realmente, no momento só queria seu sobrenome. Mas não pode olhar mais porque Pandora ergueu os olhos e encarou-o, acusando-o.

– Arandt. Floyd Arandt.

– Bom. Agora, você deve estar cansado, apesar de estar deitado, não é? – Ela apertou um botão, erguendo a cama e o mantendo mais ereto. – Afrouxarei estes cintos e trarei comida para você, está bom?

Ela afrouxou os cintos e saiu para buscar comida. Antes de fechar a porta, ela se virou:

– E eu pararia de se debater se fosse você. De nada vai adiantar, só me dará mais trabalho para cuidar de você.

E saiu. Floyd riu, havia gostado dela. Não. Ele parou. Eles eram inimigos. Não sabiam o que estavam fazendo e trariam caos para o mundo. Mas o que isso significava? Aprisioná-lo e depois tratá-lo bem? O que eles queriam? O que planejavam? Mas não teve muito tempo para pensar por que logo Pandora retornou com uma bandeja. Ela entregou a ele e sentou-se numa poltrona. Ele comeu, calado. Não havia percebido como estava faminto. Quando terminou se virou para Pandora, que falou:

– E então Floyd, de onde veio?

– E isso importa?

– Bem, é importante saber de onde é seu paciente. Nasceu na capital mesmo?

Ele deu de ombros:

– Sim.

– Tem seguro médico? Particular ou Público?

– Não sei. Acho que particular.

– Bom, então seus pais te cuidaram bem, verdade? Tem o contato deles?

Ele começou a se irritar:

– Para que tudo isso afinal?? – Perguntou grosso. Pandora deu um suspiro.

– Razões médicas. É bom conhecer seu paciente. Principalmente quando ele vem em situações tão... violentas. É importante ter alguém para chamar. Sabe o contato de seus pais?

– Eu... não. Faz muito tempo que não os vejo.

– Como? Então quem é seu Responsável?

– Eu... Não lhe interessa. – Ele fuzilou-a com os olhos. – Não se faça de tonta, sei o que está fazendo. Tentando tirar informações de mim! Mas não vai conseguir, ouviu?! Não vai!!

A voz de Floyd foi aumentando de volume, chegando quase a berrar.

– Pois bem, Floyd. Tudo bem. Está tudo bem. Chega de perguntas por hoje.

Ela tirou a bandeja, pressionou os cintos, arrumou a cama e saiu do quarto. Floyd estava confuso e irritado. O que estava fazendo aqui? Precisava tomar uma atitude. Não podia permanecer preso a uma cama, precisava continuar com o plano.

Pandora entrou na sala de reunião, onde a esperavam.

– E então? – Perguntou Celiny.

– Será trabalhoso. É instável e está confuso, desconfiado. Mas certamente não é louco. Me parece que, com o devido trabalho e esforço, pode se mostrar um bom menino. Somente se mostrou violento e descontrolado quando se viu numa situação que não compreendia. Que o deixava confuso, indeciso. Indica que não é naturalmente violento, mas que é extremamente instável e é isso que precisamos trabalhar. Mas preciso de mais tempo para examiná-lo mais a fundo. Tampouco tem controle sobre sua mutação.

– Nenhum controle? – Perguntou Rhuan.

– Nulo. É algo berrante, selvagem e indelicado. Dá para sentir sua intromissão em sua mente de tão rude que é. Mas me parece ter potencial. Mas repito, será trabalhoso. Nosso maior desafio até agora.

– Bem, não ouvi más notícias. Tenho certeza que podemos fazer isso. – Respondeu Rhuan confiante. Celiny sorriu. Tudo estava dando certo.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, busquei mostrar os dois lados desta guerra, a subjetividade entre o certo e o errado, além da complexidade de Floyd.
Espero ansiosamente pelos seus comentários, desculpem-me pela demora!



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