Magnésio 12 escrita por Evelyn Waldrich


Capítulo 13
Um Novo Desafio


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!
Eu sei que anotações vem no final da página mas achei melhor começar com essas informações para melhor entendimento do capítulo:
*Pandora aparece no cap. 8, ela é a doutora que conversa com o Andrew, antes dele entrar na sala da enfermaria onde Ellen estava se recuperando.
*Flair aparece no cap.6, na biblioteca, onde ela e Ellen se cumprimentam e ela conta sua histórias.



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Thayr estava sentado numa sala de reuniões altamente tecnológica, como ele nunca havia visto. Na frente dele estavam sentadas cinco pessoas: Celiny Beaumont, líder da Resistência, mutante com superinteligência, Rhuan Warwolf, mutante com poder de “Absorção de Essência” (seja lá o que isso significava), Flair Spawood*, não mutante, cientista, Andrew Vandersen, mutante com poder de cura e Doutor, e por fim, Pandora Moreau*, não mutante, Doutora. Aparentemente, eram eles que controlavam a Resistência, por assim dizer, os “chefes” da coisa toda.

– Então, Thayr?

Perguntou Celiny.

Thayr havia sido chamado na sala de reuniões para contar sobre o que havia ocorrido ontem na missão e sobre o que sabia. Pelo visto era o único disposto.

– O que exatamente querem que eu conte a vocês?

– Tudo que sabe sobre o governo, o que era sua missão, para que, quem são os outros dois, como foi parar nas mãos do governo. Tudo.

Thayr suspirou. Já haviam explicado a ele sobre a Resistência e seu objetivo, e ele gostou.

–Okay. Vou começar do começo, então. Eu cresci em uma família desestruturada, meu pai era alcóolico e batia em mim e minha mãe. – Uma pequena parte se sentia incomodado por contar a sua história, mas ele estava tão cansado com tudo que havia acontecido que nem ligava mais. – Éramos muito pobres e meu pai era um fardo. Quando eu tinha catorze anos eu me cansei e me revoltei. Quebrei uma garrafa na cabeça dele. Quando ele se virou para revidar e estava prestes a me bater e consegui criar uma pistola feita do sangue do corte da garrafa estilhaçada.

Ele tentou contar isso com a maior frieza possível. Se lembrasse demais iria desabar.

– Você consegue manipular sangue? – Perguntou Flair.

– Só o meu. Consigo criar coisas com meu sangue.

– Interessante. – Disse Andrew.

– Então, – Disse Thayr, continuando a história - Eu atirei. Dois dias depois o hospital avisou que ele havia morrido. Minha mãe e eu tentamos continuar a viver uma vida normal, mas meses depois, pouco dias depois do meu aniversário de quinze anos, uns homens com uniforme do exército arrombaram nossa casa e me obrigaram a ir com eles. Passei dias preso, com uma rotina rígida onde eu somente comia, treinava minha mutação como dava e tinha aulas.

– Aulas? – Indagou Pandora.

– Sim. Aulas. Eles ensinam como os mutantes são uma ameaça a humanidade. Como somos um erro da evolução. Uma aberração da natureza. Eles explicam como as mutações degeneram a sociedade, como seria o caos uma sociedade de mutantes e como devemos ser exterminados.

Era quase palpável a tensão na sala.

– Eram muitos os mutantes recrutados pelo governo? E todos acreditaram nisso? – Perguntou Pandora.

– Impossível saber quantos. Nos faziam ter o menor contato possível com os outros. Só descobri os outros membros da minha equipe no dia. Eu diria que recrutaram umas dezenas. Eu nunca engoli isso de “aberração da natureza”, mas alguns levam muito a sério, como o tal de Floyd, da minha equipe. Quanto mais novo alguém é recrutado, mais acredita nisso. Se o baixinho, o Luke, tivesse ficado lá por mais tempo tenho certeza que estaria totalmente bitolado.

– E vocês são treinados para isso? Atacar a Resistência? – Perguntou Rhuan, com uma pontada de indignação e raiva na voz.

– Olha cara, eu não sei! Não nos contam nada! Era essa a nossa missão! Atacar a Resistência, matar quantos possíveis e nos mandar! Nós nem sabíamos que lugar era esse! Nos disseram que era uma base de mutantes rebeldes e violentos! – Thayr já estava ficando cansado de tantas perguntas. E Celiny percebeu isso:

– Muito bem. Obrigada, Thayr. Flair irá te acompanhar até a porta. Mas antes disso, só mais uma pergunta: Onde vocês estavam mantidos?

– Não sei ao certo, quando saí do edifício em que fiquei preso por mais de um ano eu vi um lugar com árvores, numa rua de terra. Subimos uma rampa, pelo que me lembro. Acho que é subterrâneo.

– Okay, obrigada.

Thayr foi acompanhado e Flair fechou a porta atrás de si.

– É claro. O lugar onde mantém os jovens mutantes em cativeiro deve ser bem escondido. Um lugar afastado da cidade. – Disse Rhuan.

– Quando saí do governo a ideia de exterminação de mutantes havia sido apresentada em uma reunião particular com pessoas cuidadosamente selecionadas. Mas nunca pensei que usariam os próprios mutantes para isso. – Disse Celiny, as sobrancelhas curvadas de preocupação.

– Então o que faremos? – Perguntou Pandora.

– Precisamos tomar uma atitude. Já faz tempo que competimos com o governo para recrutar mutantes, isso não é o suficiente agora. – Disse Rhuan.

– As ações do governo estão mais frequentes, e não sabíamos disso. Eu não sabia disso. Devem estar suspeitando de mim para não me contar algo tão importante. – Disse Flair.

– Flair, você é uma brilhante espiã. Você trabalhava no governo antes de tudo isso e tentamos mantê-la lá, mas sua presença aqui é muito frequente. Não podemos mais inventar desculpas para seu sumiço e para sua falta de comprometimento com outros assuntos do Governo. – Disse Andrew, sério.

– Então? O que faremos com Flair? – Perguntou Rhuan.

– Flair, você deverá se afastar da Resistência por um bom tempo. Tente reconquistar a confiança deles, principalmente do presidente. Nós duas sabemos o que ele acha dos mutantes e provavelmente foi o primeiro a tomar uma atitude tão radical e violenta. – Disse Celiny.

– Sim, senhora. Mas e os jovens mutantes presos? – Respondeu Flair.

– Precisamos atacar o Governo. Atacaremos o Governo, destruiremos as coisas e libertaremos os mutantes! – Disse Celiny.

– Celiny, não é tão fácil assim e você sabe disso. – Disse Andrew. – Se o que Thayr nos disse é verdade, a situação é mais grave do que pensamos. Haverá mutantes lá que não nos verão como heróis, mas como vilões. Muitos estarão psicologicamente frágeis, como nunca vimos ou tratamos e...

– É exatamente por isso que devemos atacar! – Disse Celiny.

– Concordo com você Celiny, mas não temos mutantes tão bem classificados assim. Eles sabem cuidar dos guardas, mas não saberão tratar mutantes psicologicamente danificados.

– Mas Ellen é uma mutante psicologicamente danificada e não houve problema em resgatá-la. – Interrompeu Rhuan.

– Não foi bem assim. – Disse Pandora. – Houve sim problema em resgatá-la. Ela explodiu quando se sentiu em perigo extremo, e todos os nossos mutantes estariam mortos se não fosse a sorte de estarem acompanhados por Ayuna e sua mutação. E a condição dos jovens mutantes no Governo provavelmente será pior que de Ellen.

– A menos que nós tenhamos um telepata. – Disse Celiny.

– Como disse? – Perguntou Andrew.

– Um telepata. O menino que resgatamos do Governo. Ele é um telepata. Se pudermos tratá-lo até o dia do ataque ele poderá dar um jeito nos jovens mutantes.

– Celiny, o estado dele é grave. Ele é perigoso. E nunca tratamos um telepata. Não sabemos as extensões dos poderes dele e se poderá tratar de todos os jovens mutantes. É loucura. – Disse Andrew.

– Concordo com ele, Celiny. Dei uma olhada no menino, ele está psicótico. – Disse Pandora.

– Gente, eu reconheço um desafio quando o vejo um, e acredito que possamos fazer isso! Temos aqui as melhores cientistas do país (Celiny e Flair) e os melhores doutores (Andrew e Pandora) e contamos com a ajuda de dezenas de mutantes com as mais variadas mutações. Eu acredito que possamos fazer isso! Resgataremos e curaremos esses jovens mutantes! É para isso que a Resistência existe! Foi para isso que, juntos, construímos tudo isso. Se não fizermos isso, quem vai? Então, quem está a favor?

Lentamente cada uma das mãos na mesa se levantaram.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!
Um comentário adicional: Gosto bastante da Pandora, ela é uma mulher forte, gostaria de trabalhar mais com ela, mas tenho tantos personagens para trabalhar em uma só história que está complicado.
Comentem, por favor!



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