Deep Six escrita por Gothic Princess


Capítulo 36
Capítulo XXXVII - Bônus: Time 6


Notas iniciais do capítulo

Heroes!! Não acredito que já fazem dois anos que comecei essa fic, parece que foi ontem mesmo ;-; E admito que fiquei bem emocionada quando vi que consegui tantos leitores durante esse tempo e conheci tantas pessoas novas por conta da história, pessoas com quem criei amizades e hoje considero especiais para mim :D
No começo essa fic só teria 15 capítulos e seria basicamente focada apenas nos seis principais do começo, mas com o tempo fui introduzindo novos personagens e eles ficaram ótimos, e no final deu tudo certo e ficou ainda melhor do que eu planejava!!

Para todos que acompanharam a fic desde o começo, e até aqueles que começaram recentemente, muito obrigada por estarem do meu lado e MUITO OBRIGADA MESMO por serem ótimos leitores!! Obrigada por participarem no tumblr e por me ajudarem a continuar com essa história divina *-*

Esse capítulo vai ser o último dessa temporada e logo em seguida vou postar o primeiro capítulo da nova temporada, que por acaso sinto que será a minha favorita!! Prometo surpreender vocês, e prometo não decepcioná-los.

Sei que estou devendo respostas nos comentários, prometo responder tudo!!

Aproveitem!!

Obs: Lá pro final vou falar sobre um guindaste, mas não sei se vão conseguir imaginar bem ele, então vou colocar a foto aqui para completar a descrição: http://www.aecweb.com.br/cls/anuncios/pes_23687/1-Manitowoc-Den13-gran.jpg



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Gotham City

7 anos atrás

Cassandra mal esperou Alfred parar o carro e já abriu a porta, quase caindo ao descer. Ela recuperou o equilíbrio rapidamente e correu na direção da entrada de sua escola, prestando atenção em alguns pais deixando seus filhos ali e tomando cuidado para não esbarrar neles, mas foi impedida de entrar quando ouviu uma voz lhe chamar.

— Senhorita Cassandra, você esqueceu sua mochila! — Alfred saiu do carro carregando a bolsa rosa em uma das mãos e andou na direção da jovem.

— Foi mal, Alf, é que estou animada. Hoje meus amigos e eu vamos sair em uma missão! — ela sorriu, empolgada.

O mordomo sorriu para a menor e colocou a mochila nas costas dela.

— Espero que se divirta, então — ele se abaixou quando Cassy começou a pular para lhe dar um abraço e aceitou o gesto com muita satisfação. — Quando devo buscá-la na casa da senhorita Bertinelli?

— Hum… Pode passar lá umas quatro horas, não quero perder meus desenhos e já devemos ter terminado até lá — a morena acenou antes de sair correndo, esbarrando em alguns colegas no processo e derrubando outros no chão por acidente. — Foi mal! Desculpem! Pô, assim não dá, né? Como querem que eu não esbarre em vocês se andam como formigas?!

Depois de passar pelo corredor e chegar até uma sala nos fundos, abriu a porta e a fechou atrás de si.

— Cassy-baby-cue! — ela mal conseguiu ver quem a abraçara, mas reconheceu a voz de Duela e seu cabelo azul. — Pensamos que nunca iria chegar!

— Fica calma, Duela, a missão é só no final da… — Janessa foi interrompida quando a jovem de cabelo azul cobriu sua boca.

— Shhh! Não sabe que somos uma equipe secreta?! Esses idiotas dessa turma vão nos entregar se descobrirem — ela olhou em volta com uma expressão suspeita. — Eles podem ter escutas nas mochilas!

Duela correu até sua bolsa e pegou uma arma, indo na direção de uma garotinha que logo gritou.

— Você, sua idiotinha! Me mostra o que tem na sua mochila ou eu pinto essa parede com seus miolos! — Duela colocou a arma na cabeça da garota, não ligando para o fato de ela ter começado a chorar.

— Ei, para com isso. Ela tem só doze anos, não é uma espiã! — Cassy tirou a arma das mãos da amiga e a colocou de volta na bolsa da palhaça. — Sério, precisa parar com isso, a Janessa e eu não podemos mais impedir que seja expulsa se continuar agredindo os outros alunos.

— Ahhh, mas minha mãe nem liga, ela diz que uma boa educação é dada com violência extrema — Duela ficou emburrada, cruzando os braços.

— Jane, cuida para ninguém dedurar essa encrenqueira, por favor? — Cassy puxou a jovem de cabelo azul para o canto da sala enquanto a mais alta subia em uma cadeira.

— Já sabem o esquema, pessoal, se contarem alguma coisa, morrem! Obrigada pela compreensão — Janessa deu um sorriso amigável para os colegas apavorados e se juntou à suas amigas. — Onde está o Dent? Ele amarelou?

— Falando no diabo… — Duela deu uma risada ao ver o moreno entrar na sala. — Uau, o que é isso no seu rosto?!

As três ficaram espantadas ao verem a marca roxa ao lado do olho dele. Greg apenas deu de ombros e se sentou ao lado delas.

— Greg, seu pai fez isso? Ele bateu em você de novo?! — Cassandra se controlou para não gritar, mas odiava ver seu amigo machucado.

— Não foi nada demais, ele já fez pior… — Greg deu um sorriso para a morena, tentando tranquilizá-la.

— Só por isso o Batman vai espancar ele da próxima vez que o vir — Cassy tinha certeza disso, pois ela mesma pediria para seu pai não ser nada gentil quando encontrasse o Duas-Caras novamente.

— Grande coisa, meu pai já deu um machucado tão grande pra minha mommy que ela ficou dois dias sem conseguir abrir a boca — Duela começou a rir histericamente, como se aquilo fosse normal.

— Meu pai não me bate porque o Jeff não deixa, mas eles fazem isso para nos educar, eu acho — Janessa comentou.

— As vezes eu tenho medo desse mundo em que vocês vivem — Cassy suspirou. — A forma como eles agem é mais um motivo para vocês pensarem em se tornarem heróis, como eu vou ser algum dia.

— Heróis? Pfff, que ridículo. Imaginem que piada seria “Duela, filha do Coringa, a heroína de Gotham!” — a palhaça imaginou um outdoor a sua frente. — Esquece, prefiro ser jogada em um tanque de piranhas com um colar de carne e molho de churrasco no cabelo.

— Ela tem razão, nossos pais nos matariam se virássemos heróis, e realmente não temos aptidão para isso — Janessa baixou a cabeça. — Você e o Tony é quem deveriam pensar em se tornarem vilões.

— É, juntos acabaríamos com a Liga da Justiça e com mais heróis que se intrometessem em nosso caminho! — Duela se levantou e começou a fazer golpes aleatórios de karatê no ar, quase acertando Greg com um deles. — Vamos lá, pensa nisso, nosso time nunca precisaria se desfazer e seríamos amigos para sempre!

— Nós vamos ser amigos para sempre, não me importo com nada que acontecer, vou sempre amar todos vocês — Cassy deu um sorriso, ouvindo alguns “awwns” de suas amigas e uma risada de Greg.

— Venham cá, seus bobões — Duela agarrou os três e os apertou em um abraço forte. — Nunca saiam de perto de mim, se saírem eu vou matá-los!

— Acreditamos… — Greg sussurrou, sem ar. — Só estão faltando o Jeff e o Tony nesse abraço.

— Isso, vamos pegar eles! — Duela ia aproveitar que a professora ainda não havia entrado para correr até a sala dos dois, quando a porta se abriu. — Nossa, vocês não morrem tão cedo.

— Emergência! — ambos disseram ao mesmo tempo, correndo até onde eles estavam.

Tony pegou as bolsas dos quatro e as jogou em cima deles, enquanto Jeff os tirava das cadeiras e os empurrava para o lado de fora.

— Ahhh, justo na hora da aula de química? Eu ia fazer minha bomba especial que ia deixar o cabelo de todo mundo verde — Duela choramingou, sendo arrastada pelo corredor depois de ter se jogado no chão para não sair.

— Não é brincadeira, precisamos ir logo! — Jeffrey puxava a jovem de cabelo azul, mas não era forte o bastante para levá-la rápido. Vendo isso, Tony a segurou pelas pernas e o ajudou a tirá-la do chão.

— Socorro! Sequestro! Polícia! Bombeiros! Batman! — Duela gritava conforme era carregada pelos dois para a saída dos fundos.

— O que aconteceu? A missão era depois da aula — Greg perguntou, sussurrando para não chamar atenção.

— “Era”, do verbo não é mais — Tony disse e, assim como Jeff, soltou a palhaça no chão, ouvindo-a dar um gritinho de dor discreto.

— Recebemos uma mensagem do nosso contato dizendo que a entrega da mercadoria foi adiantada — Jeffrey explicou. — Precisamos sair agora se quisermos chegar ao porto a tempo de acabar com os planos do nosso alvo.

— Que é? — Duela perguntou.

— Michael Yale, o cara que ficamos espionando pelas últimas três semanas — Tony respondeu.

— Sou péssima com nomes — a palhaça deu de ombros.

— Mas e a escola? — Greg questionou.

— Acabar com os planos de um mafioso é bem mais legal do que aprender matemática, Dent — Jeffrey começou a andar para longe dos cinco, esperando que eles o seguissem.

— Vamos logo — Tony acrescentou, jogando a mochila de Duela em cima dela.

— Vocês são os mais velhos, não deveriam ser uma má influência — Cassandra murmurou, andando atrás dos dois.

— Pelo menos vamos ter um pouco de ação! Aquelas vigilâncias me davam sono — Duela se alongava enquanto andava e Janessa revirou os olhos.

— Quase fomos descobertos três vezes porque você queria explodir coisas durante a espionagem.

— E uma das coisas que ela tentou explodir foram minhas calças! — Greg lembrou.

— Enfim, como vamos para o porto? Fica do outro lado da cidade — Cassy perguntou, e Jeffrey apontou na direção de um carro prateado e conversível. — Não me diga que roubou isso…

— Peguei emprestado, e o Tony me ajudou — ele correu e sentou-se no banco do motorista.

— Eu só não impedi ele de roubar — o moreno se defendeu quando recebeu um olhar severo da mais nova.

— Você não tem dezesseis anos ainda, Jeff! — Cassy sentou-se no banco de trás com Duela, Greg e Janessa.

— Tenho quinze, já serve. Além disso, sou alto, ninguém vai perceber.

— Para de dar satisfação para a pirralha e dirige — Tony disse, e no momento em que se sentou no banco do carona, levou um soco na nuca dado pela Wayne.

— Me chama disso de novo pra você ver! — Cassy tentou acertar outro golpe nele, mas Jeff acelerou e a velocidade a fez voltar a se sentar no banco.

Jeffrey dirigiu rapidamente até o porto, ignorando sinais de trânsito e fazendo curvas fechadas que muitas vezes quase jogaram Duela para fora do carro, já que a palhaça queria ficar com a cabeça pendurada para o lado de fora.

— Seu psicopata, estava tentando nos matar?! — Janessa gritou, pulando para fora do carro no momento em que ele estacionou ao lado de alguns barcos velhos.

— O quê? Tony e eu aprendemos a dirigir com videogames, não tem jeito melhor — ele desligou o carro e também saiu.

— Claro, e você ainda conseguiu derrubar nove latas de lixo e assustou seis pedestres, isso é um recorde — o moreno deu dois tapas nas costas do amigo, o parabenizando, e recebeu um soco no braço dado por Cassy.

— Você é outro psicopata! Me lembrem de novo por que sou amiga de vocês — ela abriu sua mochila e pegou sua máscara e suas orelhas de gato, que adorava usar sempre que saía como “vigilante”.

— Porque somos muito legais e te levamos para missões malucas — Tony massageou o braço em que havia recebido o soco. Ela podia ser pequena, mas batia muito forte.

— Chega de blá, blá blá! Quando vou poder explodir coisas? — Duela pegou um cinto repleto de bombas de dentro de sua mochila e o colocou em volta da cintura.

— Não vamos explodir nada ainda — o Bertinelli pegou sua besta que estava dentro do carro. — Vamos no separar em duplas e garantir que a mercadoria que está prestes a ser enviada para fora não deixe esse porto e nem seja danificada, mas primeiro precisamos saber em qual dos três prédios ela está. Quando eu der o sinal, você pode explodir o que quiser, FdC.

— Ebaaa! — a jovem de cabelos azuis deu uma risada maníaca.

— Duplas? Eu fico com o Tony! — Janessa abraçou o mais velho, que se limitou a revirar os olhos e se virou para Jeff, como se pedisse que afastasse sua irmã.

— Jane, ele é a minha dupla, a sua é a Cassy — Jeffrey cruzou os braços.

— Mas eu quero ficar com o Tony! — Janessa fez bico e mal percebeu quando o moreno que abraçava se esgueirou para fora do abraço e se afastou dela.

— Não é sobre o que você quer, mas sim sobre as duplas que trabalham melhores juntas de acordo com as habilidades. A Cassy é impulsiva, você controla ela, Greg não tem quase nenhuma utilidade, então fica com a Duela — Tony explicou.

— O que disse?! — Cassy e Greg disseram ao mesmo tempo.

— Ainda acho isso só uma desculpa porque você tem uma paixão gay pelo Jeff — Duela mordeu o lábio inferior para conter uma risada e Janessa fez uma careta de nojo.

— Não, todo mundo sabe que ele tem uma queda pela Cas...  — Jeffrey parou de falar após receber uma cotovelada do moreno na boca do estômago e ficar sem ar.

— Foco na missão, por favor — Tony apontou na direção de três prédios que ficavam bem ao lado do porto. — Nosso alvo está ali, e precisamos ser rápidos, pois os navios que virão buscar as mercadorias chegarão logo.

— Vamos nessa! — Cassy gritou e saiu correndo, ignorando o fato de que todos permaneceram em seus lugares, inclusive Duela.

— Jane, pode avisar para a sua parceira “nada impulsiva” que vocês cuidarão do prédio no centro? — Bertinelli disse e a morena assentiu, correndo atrás da Wayne. — Greg e Duela, vocês ficam com o prédio a direita e o Jeff e eu cuidaremos do da esquerda. Derrubem o máximo de capangas do Yale que conseguirem e os amarrem para que não fujam, mas se o virem, nos liguem na hora.

— Certo — Greg disse e correu com uma Duela extremamente animada.

Quando Tony ia se virar para chamar Jeffrey, sentiu algo bater em suas pernas e caiu de joelhos, para logo depois ver o amigo correndo na frente.

— Essa foi pela cotovelada, Bertinelli — ele gritou, um sorriso de canto em seus lábios.

— Quanta maturidade! — o moreno se levantou e correu atrás dele.

Cassy parou na porta da frente, que era bem larga e grande, tanto que três caminhões poderiam passar por ela lado a lado. Jane nem havia avisado que elas cuidariam do prédio central e a jovem já estava na frente do mesmo, procurando um jeito de entrar. Antes que ela pudesse dizer algo, a Wayne começou a fazer sinais silenciosos dizendo como elas deveriam entrar e simplesmente deu várias cambalhotas para trás, aproximando-se de algumas caixas, subindo nelas e acertando um chute na janela e a quebrando.

— Cassy, espera! — Jane a seguiu, mas a jovem já havia pulado para o lado de dentro.

Quando a Crane subiu nas caixas e se aproximou da janela, pôde ouvir um homem gritar "Que porra é essa?!", e então uma série de tiros foi ouvida e alguns segundos depois Cassandra pulou pela janela novamente, sem nenhum arranhão.

— Não deu muito certo... — a heroína deu uma risada nervosa. Os tiros ainda ecoando do lado de dentro do prédio.

— Esse lugar tem uns seis andares, podemos tentar entrar por cima — Jane olhou para o alto e Cassy negou com a cabeça.

— Os andares de cima não servem para nada, só tem containers velhos lá em cima, os que seriam colocados no navio ficam no primeiro andar. Se estiverem aqui, precisamos checar e avisar ao Tony — a jovem Wayne pegou uma pequena bomba de fumaça que havia presa no cinto de sua calça jeans e a jogou do lado de dentro, criando uma enorme nuvem de fumaça negra no local em que os homens estavam.

Os tiros pararam, mas eles ainda gritavam um com o outro para descobrirem o que estava acontecendo. As duas pularam para dentro e Cassy puxou Jane para que ela se abaixasse, em seguida as duas se arrastaram para trás de um container. A Crane pegou uma barra de ferro grossa e, com a ajuda de Cassandra, começou a bater no cadeado que havia na porta até ele se quebrar.

— Quem são elas?! — um dos homens gritou ao ver as duas, bem no momento em que a fumaça se dissipou.

— Olha o que tem dentro e eu cuido deles — Cassy sorriu para a amiga e correu na direção dos homens.

Seu pai a fazia treinar quase sete horas por dia, e sua mãe sempre a ensinara a nunca fugir de uma boa briga, mesmo que as chances de ganhar fossem pequenas. Selina sempre dizia para ela nunca arrumar briga com alguém que corresse mais rápido do que ela, e a jovem Wayne corria mais rápido do que muita gente.

A primeira arma que viu na sua frente foi desviada para o lado com apenas um chute, e em seguida o braço que a segurava foi torcido para o lado e quebrado com uma cotovelada. Cassy puxou o homem, que naquele momento gritava muito, e ficou atrás dele, não querendo tomar nenhum tiro enquanto os levava para longe de Jane.

Aquele galpão era cheio de caixas e tinha apenas um container, então elas não teriam tanto trabalho de procurar a mercadoria. Ela soltou o homem que usava de escudo no chão e deu um mortal para cima de duas caixas, não ficando parada no lugar e desviando dos tiros com várias acrobacias até cair atrás de outro homem. Acertou um chute no meio das pernas dele e se abaixou com os outros tentaram a tirar nela e o acertaram por engano.

— Jane, qual a nossa situação? — ela gritou, derrubando o homem baleado no chão e pegando uma das armas da mão de um dos bandidos, a batendo com força e várias vezes na cabeça dele até vê-lo desmaiar.

— Só tem dois carros importados nesse aqui! — ela gritou, e só então percebeu que não sabia o que estavam procurando.

— Ah, então liga para o Tony e avisa que não tá aqui! — Cassy derrubou o último dos bandidos após desferir um soco forte na garganta dele e lhe dar um chute no joelho, que certamente causou uma fratura bem feia.

— Ok. Primeiro vamos amarrar eles e levá-los para fora para quando a polícia chegar — Jane abriu sua mochila e pegou uma enorme corda grossa, andando até onde Cassy estava.

— Eles são pesados! Como vamos levá-los? — a morena cruzou os braços e olhou em volta, vendo um tipo de carrinho aberto do outro lado do salão. — Aquilo é um carrinho de golfe?

— É usado para levar as caixas para dentro dos navios. Podemos usá-lo, mas não temos a chave.

— Quando foi que isso impediu a gente? Minha mãe me ensinou a fazer ligação direta por um motivo — Cassy sorriu e correu até onde o carrinho estava, deixando que Jane amarrasse os bandidos.

§

— Fala uma palavra, maninho! — Duela gritou e Greg a encarou como se a mandasse calar a boca. — O jogo só funciona se um completar a frase do outro. Eu disse: "Esfaquear" e você diz...?

— Você... — ele respondeu, sem paciência. Duela respondeu com uma risada.

— Isso mostra o quanto se importa comigo, você só esfaqueia a quem ama! — a jovem de cabelo azul tentou abraçá-lo, mas o moreno saiu do caminho e ela abraçou a parede.

— Estamos tentando ser discretos, pode calar a boca? — ele sussurrou, e então teve uma ideia. — Somos espiões, não podem nos ver.

— Tipo o Tom Cruise em Missão Impossível e o 007?! — os olhos da psicopata brilharam quando Greg assentiu. — Yatsy! Vamos matar uns mafiosos, pegar o dinheiro deles e depois explodir esses prédios! Isso é o que espiões fazem.

Ele ia perguntar que tipo de filme de espião ela assistia, quando a enorme porta de metal deslizou para cima o suficiente para dois homens saírem. Greg e Duela estavam atrás de uma pilastra grossa e conseguiram entrar sem serem notados, mas se o jovem não a puxasse para o lado, ela teria rolado até onde um grupo de seis homens estava sentado ao redor de uma mesa enquanto contavam dinheiro.

— Maninho, quero matar eles com explosões! — ela quase gritou.

— Primeiro, não sou seu irmão. Segundo, não podemos explodir a mercadoria, Tony disse que ela não pode ser danificada.

— E o que é esse negócio que não pode ser danificado e o que isso tem a ver com a gente?! — a palhaça bufou e cruzou os braços.

Greg se fazia a mesma pergunta, porém havia aprendido que nunca deveria perguntar demais sobre os planos do Bertinelli.

— Vamos explodir o que você quiser depois que soubermos se a mercadoria está aqui, prometo — ele bagunçou levemente o cabelo da amiga, que voltou a sorrir e tentou dar outro abraço nele, sendo impedida quando o moreno a empurrou para o lado e se levantou para olhar por cima das caixas de madeira que os escondiam. — Tem dois lá fora e seis aqui dentro, podemos tentar...

Ele se virou para o lado e ela havia sumido. Olhou para um dos dois containers que haviam do outro lado do salão e a viu subindo em um deles, suas pernas balançando enquanto tentava subir. Greg suspirou e correu para lá o mais rápido que pôde e sem ser visto, indo por trás de várias caixas e alguns eletrodomésticos, porém não foi rápido o suficiente.

— Digam olá para a minha amiguinha, babacas! — Duela gritou, chamando a atenção dos seis e tirando uma lancheira cor de rosa e florida de dentro de sua bolsa.

Assim que ela apertou um botão na alça, a lancheira se abriu e uma metralhadora giratória com quatro canos saiu de dentro da mesma. Greg notou que aquilo era uma versão miniatura de uma metralhadora normal, percebeu também que tinha a mesma potência da original, pois assim que a palhaça começou a atirar, conseguiu acertar três homens e os matou na hora com quase vinte tiros cada um.

Greg subiu no container e pulou em cima da psicopata, tirando-a da linha de tiro dos outros cinco homens que miravam nela. Eles rolaram para o lado e caíram no chão, felizmente longe da vista dos bandidos.

— Uma lancheira metralhadora?! — ele puxou a arma das mãos dela, e Duela apenas deu de ombros.

— Minha mãe me deu quando eu fiz dez anos, toda criança psicopata precisa de uma.

— Que tal tentarmos não chamar mais atenção e evitarmos de tomar tiros? — ele desativou a arma e a colocou dentro da mochila dela novamente.

— Mas qual é a graça se eu não posso matar pessoas? — ela fechou a cara, porém abriu novamente um sorriso ao ver um enorme martelo encostado na parede. — Olha o que eu achei!

— Podemos usar isso para abrir o container — Greg ouviu o som de passos e percebeu que os homens se aproximavam. — Vou distrair eles, abre as portas e avisa para o Tony o que tem dentro dele.

— Você manda, maninho! — Duela prestou continência e esperou até que seu amigo subisse no outro container e começasse a correr, pulando de caixa em caixa e se afastando mais dela.

Os bandidos o seguiram, como previsto, e Duela saltitou alegremente, arrastando o enorme martelo até a frente do container. Ela o ergueu no ar e acabou caindo para trás por não aguentar o peso, soltou uma risada e se levantou para tentar novamente. Olhou para o lado e viu que Greg havia feito os homens pensarem que ele estava atrás de uma caixa, quando na verdade estava em outra completamente diferente.

— Meu maninho é muito esperto! — ela sorriu, orgulhosa.

Ergueu novamente o martelo e acertou um golpe na fechadura, que pela força se quebrou em vários pedaços. Ao abrir a porta, ela viu que haviam vários montes de armas e algumas bombas, então pegou seu celular e ligou para Tony, ainda ouvindo os tiros ao fundo enquanto os bandidos tentavam matar Greg.

— T., só achamos armas aqui dentro, era disso que você tava falando? — Duela perguntou quando ele atendeu, repentinamente notando que suas unhas pintadas de verde não combinavam com seu cabelo.

— Não era isso. Acho que o Jeff e eu já encontramos, venham todos para cá quando terminarem! — ele disse e depois desligou.

Duela desligou o celular e olhou na direção de Greg, vendo que ele havia jogado uma caixa repleta de objetos cortantes em cima de dois homens e eles haviam caído. De alguma forma ele havia conseguido tirar as armas dos outros três e agora lutava corpo-a-corpo com eles. Ela pensou em sentar-se no chão e apenas ficar olhando, mas viu um deles jogar Greg contra uma caixa e puxar uma arma de seu coldre, apontando-a na direção da cabeça do jovem.

A palhaça girou o martelo gigante duas vezes em suas mãos e correu na direção do homem, acertando um golpe tão forte em sua cabeça que a mesma se explodiu e espalhou sangue e miolos para todos os lados.

— Ninguém toca no meu maninho! — ela gritou, assustadoramente séria. — Querem tentar a sorte, valentões?

Ela apontou o martelo na direção dos últimos dois homens de pé, que recuaram dois passos, mas segundos depois avançaram contra ela.

Duela desviou do ataque dos bandidos, passando pelo meio da perna de um deles e se levantou rapidamente, acertando o martelo com força em suas costelas e quebrando vários ossos ao mesmo tempo. O segundo, porém, segurou o cabelo dela e lhe deu um chute nas costas, fazendo-a cair de cara no chão e soltar o martelo.

Greg pegou a arma do homem morto a sua frente e a mirou na direção do bandido que estava prestes a atacar Duela, acertando por acidente sua cabeça. Ele, no entanto, não conseguiu segurar firmemente a arma e a mesma acabou acertando seu rosto no momento em que ele disparou o tiro, acertando seu nariz e fazendo uma grande quantidade de sangue sair.

— HAHAHAHAHAHA você não sabe segurar uma arma! — Duela riu histericamente.

— Cala a boca! — ele pôs a mão no nariz para tentar fazer o sangramento parar.

— Por que não vira aquele cara de novo? O que curte atirar nos outros e não deixa seu pai te bater, aquele Mark — ela se levantou, limpando suas roupas.

— Não gosto dele... — Greg se virou para porta ao ouvir o som de pneus e viu Jane e Cassy entrarem dirigindo um carrinho semelhante a um de golfe.

— Viemos coletar o lixo — Janessa olhou em volta. — Deixaram algum vivo?

— Sim! Dessa vez deixamos um — Duela sorriu, orgulhosa de si mesma.

— Parabéns! Coloquem ele aqui e vamos encontrar o Jeff e o Tony — Cassy apontou para o local no banco de trás onde haviam vários homens desmaiados.

§

— Quantos foram? — Jeff perguntou, tentando abrir o cadeado do único container que havia ali dentro.

— Onze. Gastei todas as minhas flechas — Tony analisava sua besta.

— Ainda não acredito que usou flechas com anestesia, esses caras não merecem que sejamos delicados com eles.

—  Você sabe que eu não mato, não seria melhor do que eles se matasse. E anda logo com isso, o  navio já está quase chegando — Tony logo ouviu o som do cadeado sendo destrancado e Jeff se afastou, abrindo as portas.

Ficou extremamente confuso ao ver aquilo, e olhou pelo menos duas vezes para Tony para entender o que estava acontecendo até realmente entender o que seu amigo havia feito. Dentro do container haviam várias crianças, todas assustadas e encolhidas em um canto enquanto olhavam apavoradas para os dois.

— Você não fez isso...

— Fiz o quê? — Tony se fez de desentendido.

— Fez essa missão toda só para salvarmos crianças que seriam contrabandeadas!

— Acho que foi só coincidência.

— Corta essa, Bertinelli! Disse que só íamos ferrar com os planos de um mafioso e você sabia o tempo todo sobre isso e não nos contou! — Jeff deu um leve empurrão no amigo, ficando com raiva da expressão tranquila do moreno.

— Se eu contasse vocês não teriam vindo, são muito orgulhosos para fazerem uma boa ação. Mas eu não conseguiria fazer isso sem você — ele olhou para o Crane, que ainda parecia bem irritado. — Vocês quatro dariam ótimos heróis, só estou tentando ajudá-los a verem isso.

Jeffrey deu uma risada sem humor e balançou a cabeça.

— Não sou uma boa pessoa, cara. Você e a Cassy são, até o Greg e a Jane podem ser, mas eu não. E nem a Duela, ela com certeza nunca vai ser boa... Não perde o seu tempo tentando mudar isso.

— Não quero mudar vocês, gosto da forma como todos agem, só quero que direcionem suas habilidades para ajudar os outros e não lutar contra heróis e passar o resto da vida na cadeia quando eles os derrotarem — Tony parou de falar ao ouvir a voz de Duela cantando uma música.

Everywhere I go, bitches always know! That Charlie Scene has got a weenie that he loves to show! Bitch! — ela pulava batia palmas conforme Cassy dirigia até onde eles estavam. — Cantem comigo!

— Cala a boca! — Greg vociferou, tentando ignorar a dor em seu nariz.

— Deixamos os capangas do Yale amarrados lá fora — Cassy disse, estacionando o carrinho e se aproximando do container, cobrindo a boca com as mãos, espantada ao ver pelo menos quinze crianças ali dentro. — Minha Nossa...

— Você também sabia? — Jeff se virou para a mais nova.

— Sabia do quê? — ela se virou para Tony, que deu um leve aceno com a cabeça para dizer que Jeffrey já sabia. — Foi tudo ideia do Bertinelli, eu só concordei.

— Concordou com o quê? — Janessa perguntou.

— Isso é uma missão de resgate — Jeff respondeu.

— O quê?! — Duela gritou, chocada. — Vocês me fizeram salvar pessoas?!

— Isso não fez a menor diferença pra mim — Greg deu de ombros.

— Vamos parar de discutir e tirar eles daqui antes que a polícia chegue — Cassy entrou no container, dando seu melhor sorriso para as crianças. — Olá! Meu nome é Cassandra, nós viemos tirar vocês daqui. As pessoas que os colocaram nesse lugar não podem mais fazer mal a vocês, então não precisam mais ter medo.

A Wayne estendeu a mão na direção de uma jovem negra que estava mais perto, ela não devia ter mais que nove anos de idade e isso fez a heroína sentir um aperto no coração. Quando a menina segurou sua mão, Cassy a ajudou a se levantar.

— Qual é o seu nome, lindinha?

— Margot... — ela sussurrou. 

— Você é bem corajosa, Margot. Preciso que leve seus amigos para fora desse prédio, vocês vão andar até um carro prateado perto de alguns barcos velhos naquela direção e vão nos esperar ali bem quietinhos e comportados — Cassy a viu hesitar por um segundo e em seguida assentiu rapidamente com a cabeça. — Muito bem!

Cassandra ajudou a guiar as crianças até o lado de fora enquanto os outros apenas tinham certeza de que ninguém tentaria atirar nelas enquanto deixavam o prédio.

— Por que continua escondendo seus planos da gente? — Greg perguntou para Tony.

— Meus planos dão mais certo quando os envolvidos não sabem sobre ele.

— Bom, da próxima vez que deixar a gente no escuro, vou te dar um soco — Jeff disse.

— Não faria isso, você nem sabe lutar.

— Algum dia vamos testar sua teoria — o Crane deu uma risada.

Duela entrou no container com Janessa para verificar se todas as crianças haviam saído, e a palhaça começou a bater a cabeça em uma das paredes de metal.

— Meu papai vai ficar tão decepcionado se souber que eu fiz uma boa ação! Ele vai me botar de castigo! Não quero ficar de castigo de novo! — ela começou a gritar até que Jane a segurou e a afastou da parede.

— Você vai sobreviver, todos estamos sentindo a mesma vergonha — Jane abraçou a amiga, que começou a choramingar alto.

— Quanto drama desnecessário — Tony comentou, parando na porta do container ao lado de Jeff.

Os dois, então, ouviram o som de dedos estalando atrás deles e congelaram no lugar, dando uma rápida olhada um para o outro antes de se virarem e verem a grande figura de Michael Yale parada bem na frente deles. Seu corpo era musculoso e seu rosto era frio como gelo, e esta não estava nada contente.

— O que pensam que estão fazendo? — a voz grave ecoou pelo local.

Tony virou o rosto na direção de Jeffrey.

— Você fala pra ele que acabamos de fazer ele perder muito dinheiro ou eu falo? — o moreno perguntou, mas antes que seu amigo o respondesse, ambos sentiram mãos enormes se fechando ao redor de suas respectivas gargantas e foram lançados com tanta força contra algumas caixas de maneira que elas se quebraram.

Cassy e Greg rapidamente se posicionaram atrás de Yale e tentaram atacá-lo pelas costas, dando chutes e socos que não surtiram efeito algum e só serviram para chamar a atenção do maior. Ele se virou e usou a sola do pé para empurrar Dent no chão, em seguida segurando a Wayne pelo cabelo e a erguendo no ar para olhá-la melhor.

— Vocês, pirralhos, não sabem com quem estão lidando — Yale disse e Cassy continuou a tentar chutar o tronco dele para se soltar, mas o homem parecia feito de pedra.

— Ei, idiota! Solta a minha Cassy-baby-cue! — Duela gritou e pegou sua lancheira metralhadora, porém antes que a acionasse, viu o mafioso jogar Cassandra em sua direção e acabou por cair com a morena em cima de si. — Cassy!

— Duela, a arma! — Janessa gritou e a palhaça jogou a metralhadora para a Crane.

Quando ela se virou, viu que Yale estava bem na sua frente e havia segurado os quatro canos com apenas uma mão e acertou um soco na barriga da jovem, arrancando a arma de suas mãos logo depois.

— Vocês são cheios de surpresas — ele disse, olhando para a arma em suas mãos. — Acho que vou vendê-los e recuperar o dinheiro que me fizeram perder.

Greg correu até onde Tony e Jeffrey se levantavam.

— Me digam que tem um plano! — Dent disse, quase desesperado. — Aquele cara é uma tora, não vamos conseguir derrubá-lo.

— Eu tive uma ideia. Jeff, acha um jeito de deixar ele bem machucado que eu finalizo — Tony o viu assentir e correu até o outro lado do galpão, onde havia um enorme guindaste amarelo que era usado para transportar os containers para o lado de fora.

— Vou chamar a atenção dele, quero que façam uma roda com você do lado da Cassy, Jane do lado da Duela. — o Crane andou calmamente até ficar na direção de Michael, porém a alguns passos de distância. — Yale, pare de agredir garotinhas e vem ter uma luta de verdade!

O mafioso se virou para o jovem e deu alguns passos na direção dele, permitindo que Greg se aproximasse das três.

— Adoraria ver você tentar lutar comigo, fracote — Yale estalou os dedos mais uma vez e Jeff deu uma risada.

— Eu não luto, sou um pacifista que gosta de observar a violência, nunca me envolvo em brigas — ele respondeu. — Mas adoro assistir. Jane, Duela, calcanhares.

A palhaça tirou duas facas de suas botas e jogou uma para Jane, então as duas correram rapidamente na direção de Yale e se ajoelharam ao lado de cada uma das pernas dele, usando as lâminas afiadas para cortarem cada uma um calcanhar do maior e depois cravar as facas em ambas as suas coxas. Antes que ele caísse de joelhos no chão, elas correram para onde Jeff estava de pé.

— Cassy, a garganta — Jeff disse.

A Wayne deu um salto por cima do mafioso e usou uma técnica de krav maga em que empurrava os dois olhos do oponente usando os polegares, o obrigando a levantar a cabeça, e antes que ele pudesse segurá-la, Cassy deu uma joelhada potente na garganta de Yale, dando vários saltos para trás enquanto ele cuspia sangue.

— Greg, clavícula — o Crane disse por fim e Dent deu um salto para depois descer com o cotovelo bem na parte de trás do ombro do maior, deixando que todos vissem sua clavícula sair do lugar.

Yale gritou de dor, mas continuou de joelhos apoiado em um dos braços.

— E é assim que eu te venço sem me mover — Jeffrey olhou na direção do guindaste que se aproximava.

O enorme braço de metal girava rapidamente enquanto Tony o controlava do lado de dentro da cabine e quando chegou bem perto do mafioso, o moreno soltou a corda com o gancho na ponta e o acertou com extrema força e violência, de forma que Yale foi jogado para longe e atravessou uma janela até o lado de fora.

— Ele morreu? — Greg olhou para a entrada e pôde ver o local em que Yale havia caído, seu corpo imóvel no chão.

— E daí? Ele merecia — Janessa correu até o guindaste e sorriu quando Tony desceu do mesmo e deu um abraço no mais velho. — Você conseguiu!

Tony também sorriu e a abraçou de volta.

— Seu irmão conseguiu, eu só terminei o serviço.

— Foi bem divertido, mas se esconder seus planos da gente de novo, corto sua garganta — Duela deu uma gargalhada.

Eles ouviram o som de um carro parando do lado de fora e logo pensaram ser a polícia, mas viram cinco homens não uniformizados e portando armas entrando no prédio e começando a atirar neles. Jeff e Tony foram os primeiros a perceberem que morreriam se ficassem parados, então puxaram os quatro para fora da linha dos tiros e correram até uma porta de metal que os levava até as escadas.

Cassy fechou a porta e a trancou, vendo os baterem na porta de metal grossa e não atravessarem.

— Beleza, só precisamos ficar aqui até a polícia chegar — a Wayne disse e Duela tossiu para chamar a atenção deles.

— Na verdade... Eu posso ter colocado uma ou duas bombas espalhadas por aí... — a palhaça deu uma risada contida.

— Você o quê?! — Jeff e Tony disseram ao mesmo tempo.

— Onde você as colocou, FdC? — Greg perguntou, segurando a jovem de cabelos azuis pelos ombros.

— Ah, foram só umas duas nesse prédio e cinco no outro, nada demais, mas o estrago vai derrubar os prédios ela riu histericamente dessa vez.

— Com a gente dentro, gênia? — Jane ironizou.

— Eu não sabia que ficaríamos presos aqui! — ela se defendeu.

— Ok, vamos nos acalmar — Jeffrey se virou para a psicopata. — Como as explosões vão ocorrer?

— Bom, de acordo com o local em que deixei as bombas, o prédio da direita em que eu e o Greg estávamos vai cair para a esquerda, em cima do que a Cassy e a Jane estavam. Depois esse aqui vai explodir e vai cair para o lado direito.

— Eu vi vários containers empilhados do lado esquerdo desse prédio em que estamos, podemos subir até o último andar e pular para eles — Jeffrey começou a subir as escadas.

— Pular? — Tony engoliu seco.

— Os containers são quase da altura desse prédio, nem é um pulo tão perigoso — o Crane assegurou.

— Ah, mas eu gosto de perigo! — Cassy subiu correndo atrás do amigo e os outros os seguiram.

— Caramba, Tony, olha como está ficando cada vez mais alto! — Duela gritou enquanto se pendurava no corrimão e olhava para baixo, enquanto o Bertinelli subia pelo canto da escada em que havia uma parede.

— Já te mandei ir à merda hoje? — ele nem olhou para ela, mas a ouviu dar uma risada maníaca.

Eles chegaram até o sexto andar e no momento em que Jeffrey abriu a porta que levava ao terraço, todos ouviram várias explosões e o prédio tremeu. O mesmo começou a se inclinar para o lado direito e os seis rapidamente correram até a borda do lado esquerdo.

Cassy foi a primeira a pular e caiu perfeitamente bem em cima do container azul, não conseguindo nem ter uma emoção de quase morte. Jeffrey ajudou sua irmã a pular e depois Duela, e então pulou junto com Greg e olhou em volta, vendo que faltava alguém. Olhou para o prédio e viu que Tony estava estático no lugar e estava apavorado.

— Merda... — ele murmurou.

— Devia ter jogado ele primeiro! — Cassy disse.

— Eu achei que ele já tinha superado esse medo, foi mal — o Crane se voltou para o amigo. — Tony, pula!

— Pula agora, idiota! — Duela ajudou.

— Pula logo ou você realmente vai morrer e ninguém aqui tem poderes para te salvar! — Greg berrou.

O prédio começava a tombar para o lado e todos viram que se ele não pulasse naquele momento, não conseguiria mais.

— Fecha os olhos e pula! — Janessa gritou, desesperada.

Tony fez o que ela mandou, fechou os olhos, tomou impulso e pulou, bem no momento em que o prédio caiu por completo para a direita. Jeffrey viu que ele não conseguiria chegar até o container e, sem pensar muito, pulou para segurar o amigo. Cassy, Greg e Jane quase não tiveram a chance de segurar as pernas do Crane depois que ele pulou, mas conseguiram e os dois ficaram pendurados.

— Jeff, quando for fazer uma manobra dessa avisa antes, por favor! — Cassy disse, usando toda a sua força para não deixá-los cair.

— Puxem a gente! — os dois gritaram ao mesmo tempo.

Duela estava sentada no chão enquanto ria sem parar, porém resolveu ajudar a puxar os dois para cima novamente e logo em seguida voltou a rir.

— Nunca vi um vigilante ter medo de altura — Cassandra comentou.

— Medo de altura é ilógico, ele tem medo de cair — Jeffrey corrigiu.

— E eu acabei de cair! — Tony gritou, ainda sentindo-se apavorado.

— Na verdade eu te salvei.

— Se algum dia me fizerem fazer isso de novo e eu morrer, vou voltar dos mortos só para matar vocês!

— Quem está fazendo drama desnecessário agora? — Duela abriu um sorriso de orelha a orelha.

— Vou ligar para a polícia, se eles não chegaram até agora não vão vir tão cedo — Greg pegou seu celular e começou a discar o número.

Os seis se sentaram no container para terem um momento de descanso depois de tudo o que haviam passado e ficaram olhando enquanto a fumaça das explosões e das destruições dos prédios começava a se dissipar.

Depois que as coisas se acalmaram e Duela parou de cantar músicas estranhas, Tony se virou para Jeffrey.

— Obrigado por me salvar, cara.

— Você teria feito o mesmo — o Crane sorriu para o amigo.

— Aww, é errado eu shippar vocês? — Duela fez uma expressão apaixonada e Cassy não conteve a risada.

— Se eu jogar ela daqui de cima vocês confiram que foi acidente? — Tony perguntou, vendo Jeff e Greg assentirem.

— Fizemos um ótimo trabalho hoje! E para a primeira missão oficial da nossa equipe foi um enorme avanço, acho que já podemos escolher um nome agora — Cassy sorriu.

— Não somos uma equipe de heróis — Jane acrescentou.

— Nunca disse que éramos, somos só adolescentes entediados que gostam de destruir coisas e sacanear bandidos — a jovem pensou por um segundo. — Que tal "Time 6"?

— Eca — Greg disse e recebeu um tapa na nuca. — Aii!

— Vocês são o sexto time que tento formar, e é o primeiro que dá certo — ela explicou. — Além disso, somos seis!

— Deixa ela dar o nome que quiser, ninguém vai usar mesmo — Jeffrey cruzou os braços e se deitou.

— Eu adorei, Cassy-baby-cue! — Duela abraçou a morena. — Vou esculpir esse nome no rosto de cada pessoa que eu matar a partir de hoje!

— Ok, não vamos nos exaltar — Cassy sorriu e sentiu se celular vibrar. Ao abrir a mensagem, viu que era do seu pai.

"Cassandra, sei que não está na escola. Se tiver algo a ver com essa fumaça que estou vendo da empresa, você vai ficar de castigo por três meses!"

— Ohh, meu pai sabe... — ela sussurrou. — Estou morta...

— Quem liga? Vamos para a casa do Tony comer pizza! — Duela fez todos se levantarem e correu para pular do container que estava até outro mais baixo.

— Vamos ter que ir sem o carro, porque a polícia acabou de chegar — Tony avisou.

— Beleza! Quem chegar por último brinca de "quebrar o martelo na cabeça do colega" com a Duela — Jane gritou e correu, tendo os outros bem atrás de si, já que ninguém queria brincar daquilo com a palhaça psicopata.


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Notas finais do capítulo

A próxima temporada também irá girar em torno de seis personagens, que são esses que apareceram nesse capítulo. Ai vocês perguntam: "Mas como a Duelinha diva vai estar envolvida na treta se ela tá presa?" E eu respondo: Keep Calm, tia Gothic tem tudo planejado. Vamos descobrir qual foi o motivo para a treta entre o Jeff e o Tony, que por sinal tinham uma amizade super legal e eu destruí ela... Shit happens...

Massss a Equipe Venom não será a única ameaça que o DS vai enfrentar, e sim a principal. Cada herói, se perceberam, tem um conflito próprio, e eu mostrarei mais da individualidade deles ao longo da nova temporada.

Oh gosh... Nem acredito que acabou... E mesmo sabendo que ainda vai ter mais, me dá uma dor no coração colocar "Terminada" na fic...

Link da segunda temporada: https://fanfiction.com.br/historia/702344/Deep_Six_-_Novos_Horizontes/

Un beso mis amores :*

THE END