O Assassino de Valesco escrita por Felipe Araújo


Capítulo 9
#8 - Esperança




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As garotas estavam em estado de choque caídas ao chão desoladas, não queria que elas presenciassem Rique morto naquele estado aterrador, mas não, elas tinham que chegar neste exato momento. Não conseguia ao menos falar alguma palavra consoladora para elas, queria cair em lagrimas de dor e de remorso Rique era como um irmão para mim, ele e Marcus já não estavam comigo. Pergunto-me mais uma vez, qual é o motivo de tanta crueldade? Qual o motivo de tanto ódio? Tem que ser esclarecido, Frederik deve obter algum motivo para ser tão cruel, o que significa estas palavras na barriga de Rique, deve haver alguma explicação, parei com meus pensamentos aguçados e devastados, foi quando o silencio era quebrado.

– Não, não quero morrer. – Barbara falara colocando as mãos sobre os cabelos e fechando suas pupilas, até sair lagrimas e mais lagrimas, Dani a abraça e completava parecia estar no seu limite, pois suplicara por sua vida

– Nós não iremos morrer, vamos viver. Vamos sair daqui. – E Elisa seguia até o corpo de Rique, passava as mãos sobre os lisos cabelos do amigo ainda ensopado de sangue, não conseguia raciocinar direito assim como nós. Elisa estava em um estado totalmente indefeso, de medo, pânico e horror.

– Rique, não, não. – Chorava como nunca, agachei junto a ela, sentava ao seu lado desviando o olhar para Rique e a abraçando, a consolo. Tínhamos o direito de chorar.

– Vamos sair dessa juntos, Elisa vamos ficar calmos temos que fugir. – Ela olhara para mim, levando minhas mãos ao encontro da dela, vou até seu rosto pálido e a beijo.

– Sim, Alan isso é tudo o que quero, não acredito que Rique está morto, não pode ser, não pode. – Minhas palavras não queriam sair de minha boca, fiquei em um silencio mortal, a única coisa que consegui foi a abraçar fortemente, e lagrimas escorreram de meu rosto, queria gritar, queria sumir, explodir, mas me contive perante a elas, não deveria assustá-las ainda mais.

– Vamos, temos que continuar achar a estrada e sair desta floresta. – Falara Dani levantando Barbara do chão, logo faço o mesmo com Elisa e todos juntos olhamos para o corpo de Rique.

– Temos que levar o corpo dele, e depois buscar o de Marcus e Carla. – Falei, e as garotas me olharam com uma feição de pânico.

– Mas Alan, como levaremos ele, ele está morto e não conseguiremos...

– Calma Lisa, não acha que a Mãe dele merece fazer um enterro e dar o ultimo adeus para ele, Rique e os outros não são animais para deixarmos eles aqui. – Assim que eu termino de falar um barulho nos chama a atenção, parecia alguém correndo furiosamente em nossa direção.

– É ele, ele esta vindo. – Gritou Dani, e rapidamente começamos a correr. O desgraçado sabia brincar, Frederik estava jogando. Mexendo cada peça de seu xadrez do inferno, ele assistira a o nosso desespero, fizera de propósito esta situação, deixara que encontremos Rique e depois nos encurralou feito ratos, este é o seu jogo. Está nos matando em ordem, lembrei no mesmo instante a minha marca, setenta e dois. Assim que viro de costas um facão é lançado em meio às folhagens, e para quando é gravado em uma arvore.

– Ele está armado, está com um facão. – Gritou Lisa, e sem parar de correr impulsiono minhas mãos no facão e o retiro da arvore, segurando firmemente. Frederik tinha uma força desumana, havia lançado o facão de uma distancia enorme e ainda foi difícil retira-lo da arvore.

– Não se desesperem, apenas vamos correr. – Deixar Marcus e Rique mortos para trás me fez ter que deixar uma parte de mim, era como se estivesse morrendo com eles, não queria deixá-los, mas a prioridade era salvar Elisa e as garotas.

Olhava ara os lados e via o desespero estampado em cada face das meninas, parecia que aquela cena acontecera em câmera lenta. Elisa corria apenas com uma camisa a cobrindo, descalça e exausta. Barbara fazerá cada músculo de seu rosto contrair-se em múltiplas faces de medo enquanto corria, já Dani corria ao meu lado seria. Com o facão em mãos cortava os galhos e arbustos que iam batendo em nossos rostos, tentávamos correr juntos para não se perdemos, mas Frederik era muito mais rápido, ele gritava como um relâmpago caído, estava fora de si. Imaginava que ele tinha voltado para a cabana e presenciado a morte de seus primos, agora ele sente um pouco da dor que estou sentindo, em ver meus melhores amigos mortos. Em meio à correria, gritei apontando para o fim do morro, a subida era enorme e as folhas caídas dificultavam a locomoção, fazendo escorregar nossos pés, mais e mais.

– Vamos, temos que ser fortes e subir, estamos perto do fim da floresta, e Frederik está se aproximando. – E Lisa segura minha mão, Dani estava com muita dificuldade e com dores em seu corpo, não conseguia subir, Barbara ficava cada vez mais desesperada, era horrível, era atormentador, a tensão era maior a cada barulho de passos que Frederik dava nas folhas secas das arvores ao chão.

– Dani, segure minha mão. – Gritei segurando em um tronco no morro. – Vamos, segure firme. – Lisa e Barbara continuavam a subir, enquanto puxava Dani pelos braços.

– Não Alan suba, tenho a arma que matei Torico, vou atrasar o Frederik.

– O que você tem na cabeça, suba logo, não vou aguentar seu peso, minha mão esquerda está quebrada. – Ao termino da frase, Frederik se coloca em frente à Dani, Elisa e Barbara a cima gritavam para a amiga subir, mas não dava tempo.

– Então é você que está fazendo isto conosco, porque? – Dani exclamava, retirando de seu short a arma, e apontara firmemente para o psicopata. Gritei no mesmo instante, puxando Daniella para cima do morro.

– Sua louca, não adianta, ele não é igual aos outros, vamos fugir agora. – Dani atira em Frederik, dispara duas vezes, mas o desgraçado some em um piscar de olhos em meio as arvores. Como ele coseguia fugir, foi tão rápido seu ato de sumir em meio às folhas que não consigo ao menos saber se Dani o acertara com os tiros. Conseguimos subir aquela maldita elevação de terra e galhos.

No topo avistamos algo aterrorizante, e ao mesmo tempo impossível de acreditar. No coração daquela densa floresta um enorme campo amplo, provavelmente feito por mãos humanas e neste campo tomado por arvores ao seu redor, carros e mais carros estavam parados.

– O que significa isso? – Barbara falava enquanto todos nós entravamos em um estacionamento a céu livre.

– Barbara, não temos tempo de pensarmos. – Respondendo-a, continuamos a correr desesperadamente, ate chegarmos onde os carros estavam. Dani olhava para os lados e falava em um tom baixo quase a sussurrar.

– Acho que ele já foi não está mais nos seguindo.

– Talvez esteja apenas brincando conosco, quando menos esperarmos ele estará aqui para nós matar, - conclui descobrindo realmente que ele estava apenas nos casando por diversão - vamos procurar algum carro que pegue, vamos e rápido.

Começamos a andar lentamente pelos carros parados, a maioria tinha pneus furados, amassados enormes, vidros quebrados e tinha alguns em estado perfeito. Todos os carros estavam como se estivessem sido roubados, ou colocados ali de propósito, estavam com pertences e coisas pessoais dentro deles. Mas um me chamou a atenção, um carro em meio a os demais. Era o carro de Marcus, o carro de seu pai aquele mesmo carro que foi guinchado por Torico e Tomas, então tudo veio a tona, tudo estava se encaixando.

– Estão vendo é o carro do Marcus. Estes carros não estão aqui por acaso, eles são simplesmente os carros de todas as vitimas da família de Frederik, do assassino de Valesco.

– Vamos pegar algum carro e fugir antes que seja tarde, eles mataram todas estas famílias, eles mataram todos aqui e iram nos matar também. – Barbara gritou se afastando de nós em um estado totalmente importune para a situação, pois deveríamos manter o maior silencio possível.

– Não grite Barbara, Frederik pode estar aqui – Falara Elisa agachando junto com Dani.

– Não quero ficar quieta, não quero mais ficar aqui. – Barbara parecia em uma euforia devastadora, ela estava chamando a atenção.

– Pare Barbara, sei que estamos sendo caçados e temos o risco de morrer, mas se não calar a boca isso será concretizado. – Porem minhas palavras fora ditas tarde de mais um barulho estrondoso e escutado, Frederik batia no capo de uma van avistando Barbara e eu, ele vinha em nossa direção e pelo fato de Elisa e Dani estarem agachadas ele não conseguira as ver, faço um sinal para elas e ambas entram de baixo de carros diferentes.

– Fiquem aqui, vou atrair ele para longe – falei baixo olhando vagarosamente para as garotas, enquanto Barbara ia se afastando em choque. – Barbara, vamos correr para a floresta separados, tentarei chamar a atenção dele para longe de você, assim ficara segura, mas preciso que corra.

– Alan, não vai dar certo, ele está vindo. – Destruindo vidros em fúria Frederik ia correndo em nossa direção, Barbara e eu corremos, corremos sem olhar para trás.

Meu alivio foi quando Frederik passara por Elisa sem a ver, não acreditava que ele não as vira, agora elas estavam a salvo. Frederik corria furiosamente ao meu encontro. Barbara corre ao meu lado, estava cansada e desesperada não tinha o que falar para ela, ela não estava conseguindo focar em uma fuga pelo seu medo conseguir a dominar.

– Ele ira nos matar. – Gritou – não tenho mais fôlego para correr, estou muito machucada, e meu corpo dói. – Paramos, olhamos para os lados. O ar gélido e frio da floresta suspirava o medo que sentíamos, o quieto e ofegante lugar era cada vez mais tomado pelo nosso pânico, Frederik parecia aqueles maníacos de filmes clássicos, desaparecia como mágica. Segurei a mão de Barbara e como estava a imaginar pelo devastador silencio sinto um chute de uma proporção gigantesca em minhas costas sem ao menos perceber de onde vira e caiu ao chão. Frederik estava perante aos meus olhos mais uma vez. E com um feroz empurrão ele derruba Barbara que se choca em um tronco de arvore, e ali permanece estendida no gelado gramado da floresta.

Sua mascara branca e amarelada escondia a sua face que deveria estar explodindo de raiva. Seu capuz rasgado e sujo ele tirava e jogava ao chão, ficando apenas com um macacão coberto em um avental de couro sujo de sangue que ia de seus ombros até seus joelhos, não havia reparado em sua altura antes, mas de perto concluía que deveria ter no mínimo uns dois metros de altura era um monstro gigantesco. Olhando fixamente para mim com apenas aqueles furos na mascara, fechava os punhos, enquanto eu fechava as mãos no facão que levava comigo. E sem esperar ele cai em disparada contra mim, me puxou pelo pescoço como se eu fosse um brinquedo, sua força era assustadora. Senti a veia de meu pescoço saltar. Sem forças derrubo o facão ao chão. Não dava para ver meu rosto, mas eu posso jurar que ele estava ficando roxo, não conseguia respirar, me tirou do chão com um braço e me ergueu me sufocando pelo pescoço como se eu fosse feito de plástico.

Frederik puxava de seu bolso um gancho de frigorifico enferrujado e mirando-o em minha barriga ele rugia como um doente mental, aquele seu silencio era tenebroso ele não falara uma palavra enquanto me encarava, mas aquele era um silencio atormentador, cuspia seus grunhidos que mais pareciam de um demônio, me sentia como se estivesse me afogando em um mar de medo. Aquele som emergia em meus sentidos me fazendo explodir em um pânico incandescente. Ele estava suspirando forte e com violência levantava o gancho pronto para me acertar, quando Barbara gritava e se colocava sua direção.

– Alan! – Pegando o meu facão do chão que havia soltado, ela crava nas costas de Frederik, que imediatamente me solta e começa a gritar jogando as suas mãos para trás tentando tirar o facão gravado em suas costelas.

O maldito se rebatia em fúria, deveria estar sentindo uma dor angustiante, pois não conseguia retirar o facão, era então nossa chance de sair daquele lugar. Olhei para Barbara, que não pensou outra coisa, naquele exato momento nossas mentes estavam ligadas e os mesmos pensamentos eram transmitidos, com um único pensamento solido, sobreviver. Corremos o mais rápido possível desviando de troncos e galhos de arvores olhava um segundo para trás e Frederik havia sumido já não estava sobre nossa visão isso era atormentador ele tinha um dom único de sumir e aparecer como se ele fosse um maldito fantasma, não questionei, só agradecia imensamente a coragem da japonesa que até então permanecia adormecida.

– Vamos tentar voltar para Elisa e Dani, deve haver alguma estrada por aqui, pois os carros passaram por algum lugar próximo para entrar naquele trecho da mata.

– Alan, olhe para frente, parece uma estradinha de terra. – Entre arbustos e muitas folhas, conseguimos visualizar uma minúscula estradinha de terra, que mais parecia um caminho que passara um carro de cada vez, pulamos barranco abaixo escorregando entre folhas molhadas e lama úmida de terra batida. Sentia meu corpo tremer de uma maneira que já mais tremeu, não sentia medo e sim certo desconforto. Meus braços e barriga estavam começando a ficarem dormentes, poderá ser pelas feridas, ou pela sede. Sentia meus lábios rachando, minha garganta seca que a mais de horas não sentia um pingo de água, estava com dores horríveis, teremos que encontrar um lugar se não vou acabar morrendo com minhas atuais dificuldades. Começamos a correr caminho adentro, e por alguns metros escutamos um ronco de motor, parecia um carro que vira em nossa direção.

– Vamos nos esconder, por aqui Barbara. – Peguei no braço da japonesa a jogando em um arbusto, fazendo o mesmo, permanecemos agachados. Era um carro velho se aproximava em alta velocidade, espremi os olhos para ter uma vasta visão de quem o dirigia, e como um choque em meu corpo me jogava na frente do carro, era Dani que o dirigia e logo ao lado Elisa.

– Pare, pare. – O carro desviou e com uma parada brusca estacionou, levantando uma enorme quantidade de poeira, sem esperar Barbara saltou dentro junto a mim, e Dani mais uma vez deu partida, e saímos em disparada caminho a fora.

– Que bom que estão bem, - Elisa se inclina para trás e me recebe com um doce beijo – onde está Frederik?

– Deixamos para trás, Barbara o acertou em cheio com o facão. – Conclui, e por curiosidade perguntei eufórico e feliz – conseguimos um carro, estamos fugindo, vocês não percebem?

– Sim, graças a Deus o carro que Dani entrou conseguiu fazer pegar, vamos conseguir sair deste inferno. – Olhei para todos, aquelas horas que passamos ali pareciam estar terminando, parecia que tudo estava para acabar. O sorriso de Barbara era evidente, o de Dani era lindo sorria e passava as mãos nos cabelos castanhos e sujos pelo tempo, não contive minha alegria, segurava firme minhas mãos, lembrando-se de tudo que passamos. Marcus, Rique e até mesmo Carla poderiam estar aqui, mas Deus os levou, suas vidas não serão esquecidas e como Rique mesmo disse para mim, vou sobreviver custe o que custar, mas nossa alegria não foi concretizada e fora pulverizada em instantes.

O carro tremeu, Dani soltou o volante e o maldito carro rodopiou, senti uma dor intensa na cabeça como um golpe, apenas via alguns arbustos adentrar e quebrar os vidros, senti o carro descer um morro e apaguei.

–Alan, acorde... – Estava acordando, duas mãos em meu rosto, mãos geladas. Elisa? Sim era ela, olhei para o lado estava deitado ao chão, e ao meu lado o carro abraçando com sua frente uma arvore enorme, de seu capo destruído muita fumaça subia, sentei e perguntei ainda sonolento.

– O que aconteceu? – Elisa não demonstrará nenhum sentimento, ou até mesmo o medo que era o maior evidenciado em nossas vidas naquela maldita situação, Elisa fora quieta até Barbara que estava deitada ao chão, ao lado Dani tentava de todas as formas parar o sangramento em uma ferida aberta no braço esquerdo da japonesa, era muito sangue ela estava pálida, sofria um angustiante e lento sofrimento em silencio, um fragmento de metal do carro havia cravado ao lado de seu ombro.

Ainda sonolento e sem entender a situação, levantei do chão. Minhas pernas imploravam por um descanso, por estarem quase a dobrarem e já não aguentava o peso de meu corpo. No pneu do carro uma corrente revestida por mini ganchos de metal destruirá a roda vindo a quase soltar do eixo, foi por isto que perdemos a direção. Mais uma vez estávamos perdidos na floresta, Barbara ferida quase a morrer por estar perdendo sangue em um ritmo acelerado, o que devo fazer? Não esperei muito, me agachei ate ela e pegando um pedaço pequeno de tronco ao chão explico o que deveríamos fazer se ela quisesse sobreviver.

– Barbara você terá que ser forte, está vendo este pedaço de tronco, morda-o para lhe ajudar na dor, morda-o com toda a sua força isso vai ajudar a suportar. – As garotas seguravam firme a ferida de Barbara, ela não questionou pegou com os dentes o tronco e mordeu, coloquei minha mão sobre o fragmento cravado em seu braço e sem ao menos avisar, puxei. Fora difícil retirar, a garota sofria de mais, pois sufocara um grito devastador sobre o tronco mordido, o sangue espirou centímetros à frente e rapidamente Dani envolveu um pedaço de sua roupa na ferida de Barbara tentando por um fim no sangramento.

– Você está bem? – Falava enquanto levava minha mão sobre seu rosto a confortando – está vendo? Não foi tão ruim, agora seja forte e vamos dar o fora deste lugar antes que nos machuquemos mais. Elisa sorriu para mim ao ver a minha disposição em ajudar, parecia que glorificava meus atos, e ao mesmo tempo me sentia forte em ver que elas estavam bem, tinha que achar um jeito de sobreviver e leva as três comigo.

Dani levantava Barbara, enquanto fazia uma faca com o mesmo fragmento que feriu a garota, enrolei em uma das pontas um pedaço de pano e assim uma afiada arma surgira em minhas mãos. Abri caminho a frente, logo atrás as três me seguiam. Tinha a certeza que Frederik já estava próximo a nós, atento olhava para todos os lados sem ao menos piscar, por ventura o maldito poderia aparecer em nossa frente sem prévio aviso, não arriscaria mais um confronto, tinha a solida certeza que morreria se cruzasse novamente o caminho do mascarado.

– Barbara está fraca, se não conseguimos ajuda ela ira morrer – Elisa questionava, realmente a delicada menina que andava impecável na escola que despertou milhares de olhares a sua volta, que fisgou o coração de meu melhor amigo, estava pálida e por metros dava-se para sentir seu gélido corpo, ela poderá morrer, onde está aquela Luz? Nunca fui apegado à religião nenhuma, mas sempre acreditei em um Deus misericordioso que não abandona seus filhos, onde está este Deus, por favor, se estiver nos olhando não leve está jovem garota. Minha prece parecia equivocada, pois já não acreditava em um Deus, por que ele já estava nos abandonando há tempos.

Senti cheiro de madeira queimada, meu olhar mudara no mesmo momento. Encarei as garotas que arrastavam Barbara pelos ombros, apontei para a direção que supostamente poderia haver alguém. Andamos com cautela, pois aquele maldito lugar estava infestado de mal caratês, e será muito difícil aceitar ajuda de estranhos novamente, desta vez farei diferente, usarei de tudo para sairmos daqui. Com seriedade estávamos certos que poderia haver ajuda a frente, pois avistando de longe víamos duas barracas em pé e logo a frente delas uma fogueira em cinzas que poderia estar queimando a noite inteira.

– Vamos nos aproximar, deve ter alguém que possa nos ajudar.

– Não Elisa, temos que surpreende-los e ter a certeza que possa ser ajuda, não vamos nos colocar em outra enrascada, afinal quem são os loucos que acampam nesta serra esquecida por todos? – As garotas concordaram, todas as circunstâncias de ajuda fugiam e invadiam minha mente, será que poderíamos confiar em quem supostamente sairia daquelas barracas? Aproximamos-nos porem camuflados sobre as moitas ao redor do pequeno acampamento, por algum tempo esperamos ansiosos por alguém se manifestar naquele lugar, tinha que ser brevê, olhava para o rosto de Barbara e ela se fazia de forte, mas não estava nada bem, foi no intervalo deste pensamento que escutamos vozes.

Da primeira barraca um homem puxava o zíper e saia de dentro. Ele era gordo, sem pescoço, seu cabelo era longo cor de ferrugem que caia em seus ombros escondendo a metade dos enormes óculos que escondiam seus olhos, ele parecia não pertencer aquele lugar, pois pendurado na altura de sua barriga estava uma câmera fotográfica profissional.

– Elias e Geovana, acordem está um lindo dia! – Concluía enquanto parecia entrar nas moitas, - tenho que esvaziar a bexiga. – Ao falar uma garota sai de dentro da segunda barraca, ela estava com vestes diferenciadas parecia um uniforme marrom cor barrenta que destacava sua cor de pele, seus olhos eram chamativos e ornavam com a cor de seus cabelo em trança.

– Souza não demore seu grandalhão, temos muito que pesquisar. – Observei calado a cena, olhava para as garotas que apreensivas esperavam o que eu pretendia fazer. Junto aquela garota um homem saia, estava vestido da mesma forma, era alto atlético e o oposto do outro homem, parecia ser o par romântico da garota, pois a recebeu com um beijo.

Apertei firme o fragmento de lata do carro que no momento me servia de faca, levei a altura de meu rosto, e esperei. Estava com uma coisa louca na cabeça, não iria querer descobrir se eles iriam nos ajudar, iria força-los a nos ajudar de qualquer jeito, passamos por situações de puro sadismo, ou eles nos ajudavam por bem ou por mal. Fiz um sinal para as garotas permanecerem onde estavam Elisa tocara em meu rosto e me confortava com seu maravilhoso olhar, virei de costas e fazendo um sinal de silencio me encaminhei ate onde o gordo estava. Ele urinava de costas a mim, estava relaxado e se quer percebeu que me aproximava a ele, em um instante já levava a “faca” em seu pescoço e falava sussurrando ao seu ouvido.

– Não grite, - ele me olhou a ponto de explodir em uma feição de medo e surpresa – não quero machucar você, mas se tentar algo corto seu pescoço.

– O que quer de mim? – Sua voz saiu fraca, percebi no mesmo ato de suas palavras que ele era fraco, estava com tanto medo que tremia sem parar.

– Preciso de ajuda, mas o que esta fazendo aqui? Me responda e dependendo de sua resposta irei soltar você.

– Estou aqui junto com mais dois pesquisadores, viemos da universidade paulista, somos estudantes de Biologia e estamos aqui para pesquisar o solo deste lugar, estamos acampados neste local deste ontem. – Suas palavras pareciam verdadeiras, minhas preces para Deus estavam enfim surgindo? Minhas mãos tremulas deixaram o pescoço do rapaz, que levantava as mãos em sinal de rendimento.

– Abaixe os braços, - falava para ele enquanto guardava a arma branca que iria levar comigo por precaução, - te suplico, preciso de ajuda.

– O que aconteceu rapaz, por que está tão ferido assim?

– Não tenho muito tempo para explicar, tenho três amigas muito feridas que precisam de ajuda.

– Aonde estão elas? Vamos ate o acampamento, temos uma maleta de primeiros socorros e um carro a uns quilômetros daqui, vamos sair deste lugar, podemos leva-los ate um hospital. – Meus olhos inundaram-se em um mar de lagrimas, e não hesitei dei de ombros e fui ao encontro das meninas, enquanto o homem gordo nos seguia.

Espanto foi o que os dois pesquisadores que aguardavam o amigo no acampamento passou para nós, estavam perplexos em ver o estado que encontrávamos Elisa, Dani, Barbara e eu estávamos realmente precisando da ajuda deles, a garota nos olhou e perguntava eufórica para o rapaz que nos trazia até eles.

– Souza quem são estes? E por que estão todos tão feridos. – Dani respondera no exato momento.

– Minha amiga precisa urgente de cuidados, por favor. – A garota espantada deu um sinal de mão para o seu namorado, que no mesmo instante entrou na barraca e já saiu com uma maleta de remédios.

– Não temos muito tempo, por favor, apenas cuide deste ferimento e sairemos assim que terminarem. – Conclui indo em direção a Elisa a abraçando, não por carinho, mas sim por que não aguentava ficar em pé.

– Mas antes, por que estão assim? – Falou A garota pegando alguns remédios e indo em direção a Barbara.

– Eles os mataram, mataram nossos amigos e está atrás de nós – Falava Elisa que olhava para todos os lados assustada e com medo de que o maníaco de Valesco aparecesse.

– Mas quem matou seus amigos? – Perguntou o gordo.

– Ele é um homem muito mal, vocês correm perigo também. – Dani exclamava, já estava ficando impaciente, entretanto a garota se colocava em pé e se apresentava.

– Vocês não conseguiram sair daqui pelo estado que se encontraram, temos água, comida e remédios irei ajudar nos primeiros socorros, pois possuo um cursinho de enfermagem e assim que estiverem bem sairemos daqui, alias me chamo Geovana. – A minha euforia interior se acalmara com as palavras de Geovana, sorri e por um instante suspirei aliviado, mas com um pânico interior que gritava em desespero ao sentir a insegurança de que Frederik poderia aparecer ali de uma hora a outra.


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