O Assassino de Valesco escrita por Felipe Araújo


Capítulo 5
#4 - Fuga




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Descontrole, medo e pânico eram o que sentia ao ver aquela cena. O sangue da garota escorria sobre as paredes e móveis, seu corpo caia no chão como um saco murcho, ele havia matado como se aquela pobre garota não valesse nada. Os gritos de pânico das garotas eram intensos, Rique e Marcus saltaram para trás, apertei Elisa em meus braços como se ela dependesse de mim, não iria soltar por nada neste mundo. Torico gargalhava como se aquilo o alegrasse batia palmas parabenizando o ato doentio de Tomas que chutava a barriga do cadáver e concluía olhando para nos com um olhar totalmente diferente.

– Não deveriam ter cruzado nosso caminho garotos.

– O que vai fazer conosco, por favor, não fizemos nada nos deixe ir. – Implorava para aqueles monstros, mas parecia que aquilo alegrava os dois, Tomas então acenou para mim.

– Venha até aqui, e implore de joelhos. – Olhei para todos os meus amigos, Elisa e Dani soluçavam de tanto chorar, enquanto Marcus e Rique balançavam a cabeça para mim não me aproximar de Tomas, mas o maldito me chamava e sorria um largo e grotesco sorriso, não fiz outra coisa. Me coloquei de joelhos em sua frente.

– Nos deixe ir, eu imploro. – Torico pulava de alegria ao lado de Tomas que cuspiu em minha face e em seguida me nocauteou com um chute em meu rosto. Cai ao chão e cuspi sangue, escutava meio atordoado em meio à voz de Rique e os gritos das garotas, tentei levantar, mas a dor do chute era intensa.

– Seu idiota, - Tomas aponta a arma para todos e completava – agora vocês pertencem a nós, vamos! Todos para fora da cabana.

Não estava acreditando no que estava acontecendo, aquilo tudo era surreal, estávamos sobre a mira de uma arma carregada que acabara de estourar os miolos de uma garota. Rique me levantou do chão e me implorava com os olhos por uma saída, ele estava tremendo, senti sua tremedeira quando encostou a mim. Não conseguia pensar em nada meu pavor e medo tomava meu corpo, não queria imaginar minhas amigas nas mãos deles. Marcus abraçava Dani que dava as mãos a Elisa, meu Deus estávamos perdidos.

Em um piscar de olhos já estávamos do lado de fora da cabana, àqueles malditos estavam dando gargalhadas, o que eles iriam fazer conosco ainda era o que mais me atormentava, Torico se encaminhou ate a caminhonete e retirou de dentro mais uma arma, e em seguida Tomas falara.

– Garotos vocês ficaram comigo, Torico leve as garotas para o fundo da cabana, antes disso amarre-os bem firme. – Não, não pode ser eles vão levar as garotas, seu sorriso estampado era evidente, Tomas segurava os braços de Dani e Lisa, e as jogava violentamente para o chão ainda segurando seus punhos as amarra com um fino arame, aquela cena parecia que não estava acontecendo, Elisa e Daniella gritavam como loucas, meu sangue parecia parar em minhas veias. O medo que eu sentia me fez ficar imóvel não queria que nada acontecesse a elas, mas o desgraçado do Torico apontava uma arma para minha face o que eu iria fazer? Logo as garotas estavam amarradas igualmente a nós. Foi quando caiu minha fixa, estávamos realmente em apuros, meu Deus o que iríamos fazer, o que eles estão levando em mente?

– Não! Ajude-me, socorro. – Lisa entrava em desespero e gritava, estava com raiva de mim por não poder fazer nada.

– Calma Elisa eu vou te soltar e vou te tirar daqui, confie em mim – minhas palavras saiam tremulas igualmente ao meu corpo, o pânico e a situação construíam um cenário de tortura psicológica, não tinha certeza de nada, mas tinha que salvar meus amigos de alguma forma. Dani parecia mais preocupada, chorava em desespero, pedindo a ajuda de Marcus que babava de tanta pressão.

– Dani! – Marcus gritava, se rebatendo, mas não pode fazer nada por ter uma enorme arma apontava a sua cabeça, entretanto gritava em euforia. - Solte-as seu desgraçado. – Por seu desespero ser alto Torico se irrita e parte para cima de Marcus lhe dando uma coronhada com sua arma, seus óculos voaram aproximadamente uns dois metros de seu rosto que tocara o barro ao chão, cuspindo sangue ele permanecia ali desolado.

– Por que estão fazendo isto, não fizemos nada para vocês, por favor solte todos e não contaremos nada a ninguém. – Rique até então calado desabafa palavras secas.

– Vocês já fazem parte da família, não iram embora. – Tomas concluía enquanto empurrava as garotas para Torico. – Leve-as para dentro irmão, eu irei cuidar deles .

– Dani, não! Pare a solte, vamos solte-a onde está levando ela, pare seu filho da puta.

– Marcus me ajude. – Falara Dani, enquanto Torico as arrastava para longe de nós. Marcus estava fora de si, Rique não conseguia ao menos mexer-se, as vozes de desespero das meninas ainda eram notadas, calado observei bem onde ele as jogou, era uma espécie de porão, pois Torico abrira um alçapão. Logo a atenção voltara a nós e apontando sempre a arma Tomas ordenava.

– Deitem no chão, vocês três vamos, deitem. - tivemos que deitar sem escolha ou opção, não entendia o porquê de deitarmos ao chão, mas o meu pavor aumentara quando Tomas por de trás da camisa retira uma pequena faca.

– Levantem a camisa. – Tomas falara dando chutes em minhas costelas, a dor era grande, mas o que me importava eram as meninas, eu ainda estava pensando no que elas poderiam estar sofrendo.

– Por favor, senhor não faça nada com nós nunca fizemos nada pra vocês. - Rique que ate então não tinha falado uma só palavra já estava implorando por sua vida, mas aquele desgraçado debochou de sua cara

– Eu já lhes disse, e direi novamente, ao cruzar nosso caminho seus destinos já nos pertenciam. - Nos três levantamos a camisa, e o desgraçado levanta a faca.

– Vamos ver quem vai ser o primeiro – ele se agachava apontando a arma e a faca -, o mais chorão, o caolho de óculos - Ele apontara a faca para Marcus e com sua outra mão continuava nos ameaçando com a arma.

– O que você vai fazer com essa faca? - Marcus perguntava com um olhar amedrontado enquanto aquele monstro apenas passava suavemente a faca nas costas dele, parecia se divertir com aquela situação, não conseguia dizer nada, meus olhos se encontrava com os de meu amigo, o intenso medo em saber que ele poderia morrer era o que me consumia e me destruía por dentro, minha respiração estava acelerada como nunca, meu corpo estava gelado e dormente, o medo em si estava me sufocando, tentava desviar o olhar de Marcus, mas não conseguia, Tomas então indagou

– Vire de costas vamos, depressa não tenho tempo – e sussurrando ele falara para si mesmo, parecia um tanto preocupado – aquele maldito do Frederik, será que eu tenho que fazer tudo para ele? – Quem seria este Frederik? A cada vez que eu tentava imaginar mais me deva medo.

– Não, por favor, não me mate. – Marcus chorava queria tanto ajudá-lo, mas era inútil, olhei para o meu outro lado e Rique estava imóvel, chorava em silencio e não tentava demonstrar o que estava sentindo.

– Cale-se e faça o que eu mandei. – Tomas coloca seu joelho prendendo as pernas de Marcus, que vira de costas. Não queria nem pensar no que o homem ia fazer e sem esperar tira de um de seus bolsos uma carteira e nela tira varias fotos marcadas com números.

– É pelo que vejo você é o numero setenta. - Eu arregalei meus olhos, quando uma das fotos caíra ao chão, nela estavam às mesmas pessoas da noticia que ontem eu achei no jornal, foram eles quem os matou, foram eles que torturaram e os mutilaram. Meu pânico chegou ao limite, estava em estado de choque, agora tinha certeza que eles iam nos matar, desviei o olhar assim como Rique enquanto o homem pegava a faca e começava a cortar as costas de Marcus.

– Pare! Aaaah por que esta fazendo isso comigo, pelo amor de Deus. - Ele gritava muito eram gritos de intensa dor, por alguns segundos Tomas focara em seu desenho, então o homem sai de cima dele e em suas costas com seu próprio sangue Tomas desenha o numero setenta. Pela boca de Marcus saliva ele cuspia e seus olhos começaram as a ficar vermelhos devido à intensa dor do corte.

– Agora é a vez de vocês. – Não consegui reagir, aquela cena me congelava de uma forma intensa, Marcus suspirava de dor e desespero, o maldito aproximou-se de mim, senti a lamina gelada em minhas costas e sua mão fria segurar minha nuca. Espremi os olhos tentando suprimir a dor, a lamina foi-se desenhando lentamente sobre minhas costelas e enfim fez a mesma coisa só que desenhou com a navalha o numero setenta e dois, doía muito era uma queimação enorme, me perguntava por que ele estava fazendo isso, logo em seguida fez o mesmo com Rique, entretanto desenhou em suas costas o numero setenta e um. Meu sangue derramava ao chão, se misturando ao de Rique e Marcus, fazendo uma possa de dor e tingindo o barro molhado do lugar.

– Por que fez isso seu desgraçado? – Queria entender os atos do maldito, que sorria sem parar enquanto lambia a lamina suja de sangue revelando seus dentes tingindo do sangue de nossos corpos.

– Meu primo gosta das coisas organizadas e nunca bagunçadas, vamos se disser que esse numero que cada um leva consigo a partir de agora é o numero de morte, representa o numero de pessoas que meu primo já abençoou com a merda da tal divindade que ele tento fala.

– Você e esse seu primo são totalmente loucos. – Rique gritava em pânico.

– Garoto você ainda não conhece Frederik, ele não é apenas louco, ele é o Diabo reencarnado. - Minha dor ia se extinguindo devido ao intenso medo que sentia ao escutar as palavras daquele maníaco, com sussurros implorava por minha vida, por que eu morreria na mão desses caipiras loucos? Não completei tudo que tinha que fazer, não encontrei a menina dos meus sonhos, não casei, não tive filhos, nem netos. Não era a hora de eu morrer, nem eu nem meu amigos, não ali e nem nas mãos deles.

Começo a pensar no que ele falara, os números representam as mortes, aqueles malditos já haviam matado mais de sessenta pessoas a minha angustia inundava meu corpo me sentia fraco por estar na mira da morte. Será que esta era a sensação de derrota, estávamos totalmente vulneráveis e na mira de um revolver. O homem então nos faz levantar e começamos a andar, minhas pernas tremulas e meu olhar avulso denunciava meu desespero, iríamos morrer agora, será doloroso? Era o que mais me vinha à cabeça, o que as meninas estavam passando, tudo era um mar de perguntas sem respostas. Caminhamos na mira de seu revolver, nós três calados, apenas conversávamos com os olhos, o olhar de Marcus era de pavor e medo assim como o de Rique, meu Deus iríamos morrer mesmo? Quem era este tão de Frederik.

Caminhamos até um seleiro e entramos dentro. Do lado de dentro muita palha seca, sem nenhum cavalo ou animal apenas bugigangas em cima de mais bugigangas, e no centro do seleiro um tronco sujo de sangue. Me passara por um segundo que em um único descuido poderíamos tomar sua arma e acabar com tudo aquilo, mas no mesmo instante vejo a cena dando errado e um de nós morrendo, meu medo era maior que a coragem. Sem esperar o desgraçado pega meus braços e juntando com os braços de Marcus e Rique enrolou-os com arames farpados. Ao enrolar, os fiapos de metal gravaram em nossa carne a dor era tanta que não hesitei em um agudo suspiro de dor, mas foi quando ele enganchou o arame no tronco de madeira no centro do seleiro, que a dor atingiu um patamar enorme, minhas pernas perderam a sustentação e quase perdi totalmente as forças erguendo, nossos braços ele falava com aquela voz melancólica.

– Fiquem ai logo Frederik voltara para pegar vocês.

– Não nos deixe aqui, nos tire daqui, por favor – Marcus gritava, mas era inútil, Ele apenas sai e fecha o seleiro. Estávamos presos nossos pulsos se encontravam uns aos outros, envolvidos ao o arame que machucava muito os nossos pulsos. O silencio reinou por alguns segundos, mas foi quando Marcus falara

– Estamos mortos, não deveríamos ter aceitado a carona.

– Não vamos desistir temos que fazer algo. – Se Passara mais de dez minutos, o sangue era grande e escorria sem parar, estava cada vez mais fraco e tinha que fazer algo, pois o desespero e a dor ultrapassavam limites.

– Alan temos que sair daqui, e ajudar a Dani e a Elisa, por favor, vamos tentar algo. - Eu olhei para Marcus que falava seco, enquanto Rique continuava quieto.

– Sim vamos tentar algo – pensei muito, olhava para os lados e nada, ate que algo vinha á minha cabeça. - Rique tente puxar com os pés aquele banco que esta próximo a você, vamos rápido. - Rique estava de cabeça baixa, seu suor pingava de seus cabelos caindo ao chão misturando com os pingos de sangue.

– Vocês não entendem vamos morrer, ninguém vem nos ajudar. – De seu rosto lagrimas escorriam.

– Cale-se não vamos desistir cadê aquele valentão que sempre batia nos garotos mais velhos quando eles mexiam comigo? - De algum modo estava decidido que não iríamos morrer Rique lentamente levantou sua cabeça e olhou para mim, fixou seus olhos aos meus e balançou a cabeça com um sinal de positivo e de alguma forma o que falei pra ele abriu seus olhos, ele então esticou a perna e com muita dificuldade conseguiu pegar o banco.

– Agora o que eu faço?

– Acalme-se Marcus temos que ser fortes, por que isso vai doer muito. – Nos olhamos fixamente e com um tom de certeza ele respondia decidido em fazer tudo para sair dali..

– Sim, vou aguentar tudo pra sairmos daqui.

– Rique suba no banco, quando você subir faça força para cima assim o arame rasgara minha mão e a de Marcus fazendo o arame se abrochar e poderemos sair. – Ele arregalou seus olhos para nós, abaixando a cabeça e apertando sua mão firmemente

– Tem certeza Alan isso vai machucar muito, e não temos certeza se vai soltar.

– Vai logo, Rique não escutou o Alan prefiro ser torturado a ver Dani e Elisa serem estupradas. – Olhei para Marcus e sorri, via que meu amigo não era aquele covarde de que tanto o rotulavam, Rique então afirmou os braços e exclamou.

– Esta bem. - Quando ele começou a levantar, senti uma dor enorme, meu sangue se misturava ao de Marcus que fazia força para não gritar, era tão grande a quantidade de sangue que escorria pelo pilaste que eu sentia até uma certa tontura, quando Rique subiu ate onde podia, meu braços ainda não havia se soltado, mas senti que já não estava tão apertado como antes

– Marcus quando eu falar ate três. – Com os olhos fechados ele mordia a própria língua para não gritar, mesmo assim fez sinal de positivo.

– Não da Alan, isso vai fazer um estrago no seu braço se eu forçar mais. – Rique nos alertava enquanto o arame também o feria muito.

– Não, se você chegou até este ponto temos que continuar.

– Tudo bem, um... Dois... E três. - Eu puxei minha mão junto com Marcus elas se soltaram do arame, só que a fratura era muito grande minhas mãos estavam dormentes, acho que essa ideia não fora tão ruim, mas custou bem caro. Rique soltava seu braço sem problemas do arame e não pensava em olhar em sua volta e pegando um pano que estava no local, amarrava em ambas as minhas mãos e com outro pano amarrava as de Marcus, não estava ligando para a dor só queria pegar as meninas e fugir dali o mais rápido possível.

Começamos a andar lentamente em direção á porta do seleiro, entre buracos na parede de madeira nós olhávamos pra fora angustiados e com muito medo, minhas mãos tremiam, não tinha certeza se era pela dor ou pelo medo, me aproximei da porta e a abri, os dois ficaram logo atrás de mim na retaguarda, do lado de fora não tinha ninguém apenas um quintal, nele havia um longo varal onde estavam penduradas varias roupas, que balançavam com o vento da tarde. Aquele clima nos tortura mais e mais, tentei visualizar bem o local onde iríamos nos esconder, até chegar naquele porão onde Torico jogou as garotas.

– Vamos sair devagar, assim que pegarmos as garotas vamos fugir na caminhonete deles. – Conclui seco e decidido.

– Mas como sairemos sem as chaves? E nem sabemos onde as garotas estão – Falou Rique que apertava seu pulso que insistia em sangrar

– Vamos ter que descobrir onde elas estão Rique.

– Não Marcus eu sei onde elas estão eles a levaram pra dentro daquele porão. - Começamos a correr rapidamente ate uma velha carcaça de carro onde se agachamos no chão, e então eu avistei o alçapão onde eles haviam levado as duas.

– Vamos é por aqui. - Os dois me acompanharam, corremos agachados entre lençóis e sucatas até onde que parecia um porão, estava indo tudo bem, nem sinal dos dois homens. Parei na frente do alçapão e o abri com o maior cuidado para não fazer barulho, havia uma escada descemos com a maior cautela possível. A escuridão consumia o local e logo estávamos em um cômodo, mas para nossa surpresa não havia nada lá, apenas um ar de morte. Pra onde eles a levaram meu Deus? Perguntava-me. Marcus se desesperou e caiu de joelhos no chão passando sua mão sobre a cabeça.

– Acalme-se Marcus vamos achá-las eu prometo. – Tentei conforta-lo, tinha total certeza disso não iria sair dali sem as duas.

– Sim Alan, mas elas podem estar mortas.

– Cala a boca elas não estão mortas, não mesmo, vamos achá-las. - Rique levantou Marcus assim que falou, mas não poderíamos perder mais tempo.

– Vamos fazer assim, vocês dois vasculhem o quintal e procurem as garotas e eu entro para procurar as chaves do carro, enquanto isso vigie tudo e assobiem se virem algo, assim que voltar pegamos a caminhonetes dele e saímos deste inferno.

Eles concordaram, pois não tínhamos muita opção, então saímos do porão e começamos a andar, olhando para todos os lados, sinceramente nem eu ao menos sabia de onde vinha essa coragem, agora percebo que fazemos tudo pela nossa vida. Deixei Marcus e Rique para trás que ambos se separaram para procurar as garotas. Virei para o lado e continuei correndo meio agachado entre as roupas do varal. Fui me aproximando da cabana avistei uma porta e corri em sua direção, olhei pelo pequeno buraco da fechadura e era uma cozinha provavelmente era a porta dos fundos da cabana, não tinha ninguém pelo que percebi peguei na maçaneta da porta, meu suor escorri pela minha testa, o medo estava reprimido porem era evidente que ainda o sentia, a porta estava destrancada e a abri lentamente.

Entrei na cozinha era horrível, muita sujeira por todos os lugares fedia muito, na pia comida estragada e na mesa baratas e mosquitos disputavam lixo e farelos, percebi que não havia ninguém então rapidamente comecei a procurar em tudo, ate que avisto atrás da porta um monte de chaves penduradas fique meio feliz, em meio ao desespero e atenção de alguém me pegar, ali fui rápido, logo já estava pegando todas e colocando no meu bolso, pois não poderia ficar procurando a apropriada foi ate que fácil e rápido, mas por um segundo escuto um grito de desespero com certeza era as meninas foi à única coisa que veio em minha mente, corri pelo meio das coisas que estavam ao chão sem se preocupar com nada apenas queria elas de volta, o desespero falou mais alto do de qualquer coisa, não estava nem ai, minha atitude foi devastadora que sem querer derrubo uma estatueta que se encontrava em cima de um balcão e o pior acontece escuto uma voz gritando intensamente.

– Tomas eles se soltaram, estão aqui dentro Tomas, – era Torico aquele desgraçado me descobriu. - Corra mate-os, mate-os. - Meu corpo tremeu dos pés a cabeça, eles haviam me descoberto será que eu iria morrer? E de cima da escada Tomas pula bem em minha frente.

– Então conseguiram se soltar. – Com um tom irônico ele exclama, estava com as calças desabotoadas, eu não tentei imaginar o que ele fazia no andar de cima - Você é bem corajoso garoto, mas vai aprender que comigo ninguém brinca. - Ele me acertou com um soco inesperado e caiu ao chão.

– Levante seu filho da mãe vamos. – Sua face era medonha seu ódio era notável.
Tinha que fazer algo ou morreria, cuspi sangue e olhei rapidamente com os olhos trêmulos por todos os lados e então entre os lixos acho uma chave de fenda e estico o braço para pegar, não tinha forças para dar socos minhas mãos doíam intensamente, peguei a chave de fenda e virei de barriga pra cima, rapidamente sentei e furei a perna do maldito com tanta força que deu pra sentir a chave batendo em seu osso.

– Seu viado, filho da puta, minha perna – ele gritava tentando tirar a chave de fenda cravada em sua perna, seu sangue jorrava, não fiquei a esperar, logo me levantei, e ele continuou a gritar - Torico dessa aqui e pegue ele. - Tomas cai ao chão e ao ver o outro descendo corri tão rápido que nunca tinha corrido assim, chegando à cozinha já começo a gritar.

– Corram agora, corram para a caminhonete rápido ele esta vindo. - Marcus e Rique começam a correr junto comigo em direção à caminhonete, Torico começa a disparar com uma arma.

– Que merda Alan ele tem uma arma. – A perseguição é tensa corríamos tentando desviar dos disparos em meio a sucatas de carros.

– Eu sei Rique., continue correndo – Gritava tentando responde-lo, enquanto nós três corríamos em uma velocidade enorme. Entramos na caminhonete, e pego umas cinco chaves do bolso.

– Qual é a chave do carro?

– Não sei Marcus, só vi e peguei, não iria escolher na hora.

– Droga! Rápido ele esta se aproximando vai rápido – Gritava Rique

– Já sei vou distraí-lo. – Inesperadamente Marcus pula da caminhonete, não deu tempo nem de eu tentar para-lo.

– Não Marcus você pode morrer – Gritei intensamente

– Não importa não vou morrer, vou entrar na cabana e resgatar as garotas, - Marcus começa a correr no meio do campo aberto, - agora liga essa merda de caminhonete e vá procurar ajuda.


– EI SEU DESGRAÇADO AQUI, AQUI. - Ele grita desesperadamente chamando á atenção de Torico que começa a atirar em sua direção, era angustiante vê-lo correndo parecia tudo surreal, Marcus correndo em meio a grama alta e Torico atrás dele, e por segundos aquela cena me fez congelar, e quando volto a si vejo Marcus cair ao chão em berros.

– AAAAH! Que merda minha perna, minha perna.

– O que foi Marcus, que foi. – Berrava para saber o que acontecia, enquanto Rique tomava as chaves de minha mão e tentava ligar a caminhonete.

– Achei a chave, é essa. – Rique falava, mas eu estava preocupado com Marcus

– Espera Rique, Marcus caiu, vamos ajudá-lo. – Mas o que menos esperava era o que via, um carro começa a vir em nossa direção era Tomas. Marcus estava caído, o outro com uma arma e um carro vindo rapidamente em nossa direção o que fariamos?

– Acelera rápido Rique e da o retorno pra pegar o Marcus. – Tive essa reação de forma monótona estava desesperado.

– Está bem. - Quando sem mais um tiro quebra o vidro do carro, era o maldito Tomas atirando pela janela de seu carro, e de longe ouvia Torico gritando.

– Minha armadilha de urso deu certo, peguei você. - Marcus gritando de dor, ele havia caído em uma armadilha de urso, o nosso carro corria em grande velocidade e logo atrás vinha o carro de Tomas nos seguindo, ele saia com a metade de seu corpo pra fora e atirava, aos berros de Torico escuto o desgraçado falando e levantando Marcus já desacordado.

– Frederik não está Tomas, mas este eu irei jogar em sua sala – De dentro do carro em disparada olho para Rique que começa a gritar.

– Eles pegaram o Marcus, temos que ajudá-lo! Meu Deus – Meu coração parecia explodir de tão acelerado, olhava para trás e para frente em um ritmo totalmente confuso, em meio a adrenalina Rique não percebe uma cerca se aproximando, então grito violentamente.

– Rique olha a cerca na sua frente como vamos desviar? – Gritei segurando firme no encosto da porta.

– Teremos que tentar atravessá-la. - Minhas mãos tremiam da minha testa escorria suor gelado, estava com muito medo. Rique acelera no ultimo e o pior acontece Tomas acerta com um tiro o pneu do carro e pela velocidade que estávamos ele derrapa e capota, começa a dar vários giros foi tudo tão rápido. Ate que o carro para de capotar e fica virado pra baixo, minha visão começa a escurecer a ultima coisa que vi foi Rique inconsciente ao meu lado e Tomas descendo de seu carro ate que adormeço e não vejo mais nada.


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Notas finais do capítulo

Cometem por favor! :)



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