Unforgivable escrita por oakenshield


Capítulo 5
Our Future


Notas iniciais do capítulo

Desculpem pela demora. I'm back! Boa leitura.



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O casamento de Hector e Valerie havia sido consumado. Fleur está no poder de Hahle enquanto Heron ainda está em coma em Frömming. Katerina e Francis ainda estão no esconderijo dos rebeldes nortistas, mas há algo diferente: Valentina está os fazendo treinar luta corpo a corpo e tiro ao alvo. Katerina descobriu ser um desastre em ambas as coisas.

A maioria das pessoas ainda pensa que ela é filha de Kurt, e a ruiva preferiu deixar eles pensando isso mesmo. Não seria muito bom se eles descobrissem que ela é filha de Joffrey, o Regente que matou tantas pessoas. O aliado de Vincent.

Melanie era boa, diziam a ela. Você só presta para governar.

Depois que vencermos a guerra para você, Josh havia dito uma vez a ela, veja se consegue manter a ordem nesse país.

Katerina e Francis participavam das reuniões do Conselho Apátrida. Josh e Valentina também. Havia vários outros homens e algumas poucas mulheres no local que ela não conhecia, todos com mais de trinta anos.

Ela se sentia uma intrusa.

Para Katerina não havia muito propósito em aprender a lutar com armas e com o seu corpo. Ela tinha um exército e ainda haviam os rebeldes. Ela contou a Francis sobre isso, mas ele apenas disse que era melhor eles seguirem o que Valentina mandava.

– Minha luta não é com armas - ela disse a ele -, é com palavras. Eles podem usar da violência, mas eu não quero ser temida por ninguém. Eu quero ser amada.

Em uma das noites no abrigo subterrâneo, ela olhava para o teto enquanto esperava Francis chegar para dormir. Ela nunca conseguia dormir quando ele não estava na cama ao lado.

Ela pensou em como tudo havia mudado tão rápido. De repente ela estava no seu aniversário de vinte anos, tomou um tiro, se apaixonou pelo seu guarda-costas, casou com outro homem, descobriu que o seu amado na verdade é um herdeiro do trono que usou dela para conseguir informações, engravidou, não sabia de quem era o filho, se apaixonou pelo marido e descobriu que o filho era dele. Então ele morreu.

Ela respira fundo quando se lembra dessa parte. A ruiva tenta controlar as lágrimas que começam a queimar os seus olhos. Ela pisca, deitada imóvel na cama, e uma lágrima escorre até a sua orelha.

Ela matou o seu assassino, que na verdade era o pai do rei de Hahle, que por acaso está em coma. Agora o país vizinho está nas mãos da mulher que tinha uma obsessão louca pelo seu marido, que queria matar a ela e ao seu filho para ficar com ele e com o trono. Depois de matar o pai dessa mulher, ela foge para um abrigo subterrâneo no norte do país que ela costumava governar, acreditando que está indo atrás da sua irmã que está sobre posse de um tirano. Não pôde deixar de pensar nos filhos secretos dos Archiberz, dos segredos e de todas as outras várias intrigas. Também não conseguiu deixar de pensar que Joffrey é seu pai e que ela é a sua única herdeira legítima.

Katerina tentou imaginar onde ele estaria nesse momento.

Francis estava demorando. Ela se levantou e decidiu ir atrás dele. Ela vagou por corredores largos e estreitos, caminhou por escadas ingrimes e subiu e descer pelo elevador por incontáveis vezes. Cansada, ela decide parar em um bebedouro e chegou a tomar três copos de água gelada.

É então que ela o vê.

Francis beijando uma garota de cabelos escuros e pele clara. Katerina não consegue vê-los muito bem, afinal a luz está fraca, mas ela tem certeza de que é ele. Francis a joga contra a parede e a beija com tamanha intensidade que a ruiva chega a ficar sem ar, pensando em como seria se fosse ela no lugar da morena. Se ela sentisse aqueles lábios macios contra os dela, como seria se ele aceitasse ficar com ela novamente, porque ela já havia o perdoado há muito tempo. Como seria s ele...

– Kat?

Ele a vê. Ela não sabe o que dizer, como reagir. A ruiva quer abrir um buraco no chão, se esconder lá e jogar terra por cima. Bom, ela está em um buraco com terra por cima dela, afinal, mas isso não vem ao caso.

E a burra sai correndo. Ela se odeia tanto por isso que quase volta lá para falar com eles. Eles não tinham nada. Nunca tiveram. Mesmo quando estavam juntos, Francis nunca havia dito nada sobre namoro ou planos para o futuro. Eles eram apenas ficantes, nunca houve nada entre os dois. Ela se sentia tão estúpida por pensar que ele esperaria por ela por tanto tempo.

Ele é homem, ela diz a si mesma. Eles tem necessidades.

Mesmo assim, ela sente a raiva queimar em seu peito. Burra!

+++

Alison ajeita os fios soltos da trança de lado que as criadas haviam feito no seu cabelo. Ela estava tão nervosa que o seu cabelo estava estragando já.

Ela desce as escadas quando uma criada avisa que os Hüfner já chegaram. Jean-Pierre convidou Branka e Petrus para juntarem-se aos Kionbach em um jantar no palácio deles em Altulle.

Pato assado com molho de laranja, carneiro cozido e massa ao molho branco, salada de todos os tipos e cores foram servidos. Depois ela convidou Petrus para dar uma volta no jardim, como seu pai havia a feito prometer que faria. Antes disso, seus olhos passearam por Hector e Valerie. Se já não bastasse estar apaixonada pelo seu irmão e por outra mulher ao mesmo tempo, ela ainda tinha que bancar a simpática interessada.

– Essa aqui é rara - ela diz com a voz em um certo tom monótono. - É a rosa preta, só cresce em Altulle. Meu pai diz que é por causa da Grande Guerra, que terminou aqui, exatamente no Palácio Kionbach. Nossas terras foram cercadas pela escuridão durante muito tempo e a natureza fez questão de que nunca nos esqueçamos disso.

– Eles querem nos casar? - Petrus pergunta sem cerimônia.

Ela respira fundo.

– É necessário. Uma aliança nova.

– Eu mal a conheço.

– Não será preciso. Não precisamos nos relacionar. Você só precisa fazer um filho em mim para o meu pai parar de encher o saco.

Ela não aguenta mais guardar tudo para si. É tanta coisa junta, tantos segredos enterrados no fundo da sua alma... ela queria explodir nesse momento.

– Não será difícil.

Ela dá um sorriso fraco, se sentando em no banco no meio do coreto ao lado dele.

– Eu queria que tudo fosse fácil como parece que é.

– Eu ouvi alguns boatos...

– Eu posso esclarecer tudo se me der a chance - a loira diz. - Joga na roda.

– Você gosta de mulheres.

– Também.

– Você quer o trono.

– Não.

– Sua namorada é uma prostituta.

– Desirée não é mais minha namorada.

– Você ama o seu irmão Hector.

Ela trava. Alison sabe que demorou demais para dizer algo e qualquer que fosse a sua resposta, não seria o suficiente para convencê-lo.

– Ele é meu irmão - ela balbucia. - É claro que eu o amo.

Petrus balança a cabeça.

– Não como irmão.

Ele provavelmente sentiria repulsa dela. Nojo. Desprezo. Ela não queria isso. Petrus parecia ser gente boa e tudo o que ela menos queria era estragar as coisas não só com o seu pai, que parecia estar a tratando com um pouco de respeito, mas também com Valerie. Leona precisa desse casamento. Alison prometeu a Valerie que faria de tudo para ajudá-la, inclusive se casar com alguém que não ama e mal conhece. Sim, ela estava disposta a fazer isso por ela. Abrir mão de um futuro com alguém que talvez gostasse dela para tornar a teia de aranha que envolve a Corte ainda maior.

Mas Hector... com ele era tudo tão diferente. Tão mais leve, desprovido de compromisso. Desde o começo os dois sabiam que era errado, mas sempre que estava com ele, ele a fazia pensar em como era certo estar com quem se ama. Ela podia negar aquilo a Petrus, mas não a si mesma. Sempre que pensava no irmão seu coração bombeava o sangue mais rápido e seus pulmões se enchiam de ar. Não importava com quantas garotas ou garotos havia ficado, não importava o que ela sentia por Valerie, porque só de pensar em Hector todas as outras emoções sentidas por outras pessoas eram anuladas pelo amor proibido entre os irmãos.

– Sim - ela sussurra. - É verdade.

Ele fica em silêncio por uns bons minutos, talvez oito ou dez. Alison para de contar nos primeiros sessenta segundos. O tempo parece estar congelado.

Alison só consegue pensar em como Petrus está a repugnando.

Então ele olha para ela e levanta. Ela pensa que ele vai correr contar para Jean-Pierre e ela olha em volta a procura de algum vaso para jogar na cabeça dele e fazê-lo desmaiar. Então ele deposita um beijo na testa dela.

– Voltarei para dentro e direi que o acordo está selado. O casamento acontecerá.

– O quê? - ela sussurra, surpresa.

– Eu não preciso de uma esposa puritana. Eu preciso de uma esposa sincera.

Alison não sabe o que dizer.

– Você não me odeia? - ela pergunta. - Não tem nojo de mim?

– Eu não tenho irmãs para me apaixonar, mas já me apaixonei por uma garota com o mesmo sangue que o meu - ele conta. - Katerina é filha da irmã da minha mãe. Somos primos de primeiro grau e é como se fossemos irmãos.

Ela se surpreende mais ainda. Não é como se ela já tivesse imaginado aquela situação.

– E você ainda a ama?

Ele sorri de lado.

– Aquilo foi a muito tempo atrás - Petrus estende o braço. - O nosso passado deve desaparecer. Temos que pensar no futuro.

Alison aceita o braço dele.

– No nosso futuro.

+++

Katerina finge que está dormindo quando Francis entra no quarto, alguns minutos depois dela fugir pelos corredores como uma maluca.

– Kat - ele a chama, tocando o seu ombro. - Eu sei que você está acordada.

Ela se arrepia e não tem outra escolha a não ser se sentar na cama e encará-lo até que ele abre a boca para dizer:

– O que você quer que eu fale?

– A verdade.

– Eu não amo Heather.

Ela percebe que ele está falando da garota.

– E ainda assim estava se agarrando com ela. Se eu não tivesse aparecido, provavelmente aconteceriam outras coisas.

– Provavelmente - ele concorda -, mas apareceu. O destino a fez abrir os meus olhos.

Ela dá risada.

– Eu não acredito no destino.

– Mas eu sim - ele pega a mão dela. - Você é o meu destino, Kat.

Ela retira sua mão da dele, mesmo contra sua vontade. Seu corpo e seu coração traem a sua mente a todo instante.

– Esse não é exatamente um pedido de desculpas.

– Eu não estou me desculpando.

– Hum, sério? - ela rola os olhos, fingindo tédio.

– Kat... eu gosto muito de você.

– Que futuro nós temos? - a ruiva pergunta. - Construídos a base do quê? Mentiras e ilusão?

– Eu pensei que tivéssemos passado uma borracha no passado.

– E passamos, mas você ainda mente para mim.

– Se eu estivesse mentindo, você acha mesmo que eu estaria aqui me expondo?

Ela não responde. Sabe que ele está certo.

– Não há futuro para nós - ela sussurra, voltando a deitar e puxando o cobertor até o pescoço. - Boa noite.

+++

Rebekah observa tudo pelo monitor instalado na sala de reunião. Os Conselheiros estavam alvoroçados.

– Esses levantes estão cada vez mais recentes e maiores - o Primeiro Conselheiro fala. - Se não cortarmos o mal pela raiz nesse momento, será impossível combater uma campina inteira de ervas daninha.

– O que exatamente você está querendo dizer?

– Devemos matar esses rebeldes - ele responde. - Quem se opõe a rainha deve morrer. Traição é crime.

– Morte é algo pesado demais...

– Se a senhora nunca fizer isso, Majestade, eles nunca a respeitarão.

– Como Katerina conseguia faze com que todos a amassem? - ela pergunta. - Que tipo de bruxa ela contratou?

– O segredo de uma rainha não é ser amada - o Primeiro Conselheiro. - É ser temida.

– Amor não tem futuro - o Segundo Conselheiro se pronuncia. - Poder é o futuro.

Ela se levanta da cadeira de veludo vermelho ornamentado de ouro.

– Eu preciso falar com o meu pai.

– Seu pai está na Rússia, Majestade - um dos Conselheiros fala.

– Exatamente. Convoquem-no para um reunião com a rainha imediatamente. Mandem o jatinho real buscá-lo se for preciso.

– Ele é o Imperador da Rússia agora, juntamente com sua mãe.

– Não me importa. Eu o quero ao meu lado nesse momento.

Os Conselheiros se silenciam. Ela respira fundo. Seu cabelo preto e liso está cada vez maior, caindo pelas suas costas, contrastando com seu vestido vermelho sangue. Vermelho morte.

Ela precisa tomar as decisões por si própria, é o que Rebekah vê nos olhos dos Conselheiros. Ela não pode ficar sob as asas do pai por muito tempo. É uma rainha agora e as rainhas precisam fazer sacrifícios em nome de um bem maior.

– Puniremos os depredadores de patrimônio público primeiramente - ela decide, apoiando as mãos na mesa de mogno. - Cortem a cabeça de todos. Quero uma morte rápida e indolor. Se os ataques permanecerem, matem todos.

– Nós devemos chamar o Imperador Joffrey, Majestade?

– Não - ela fala duramente. - Uma rainha tem que pensar em tudo sozinha.

Ela olha para todos e sorri.

– Estou confiando em vocês, senhores - Rebekah fala. - Estamos começando a escrever o nosso futuro.

E a minha sobrevivência é a prioridade, ela diz para si mesma.


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Notas finais do capítulo

Sem comentários, sem próximo capítulo. A guerra está para começar.



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