Unforgivable escrita por oakenshield


Capítulo 32
Marcas


Notas iniciais do capítulo

Me perdoem pela demora! Agora que estou de férias está mais tranquilo para mim, então posso terminar Unforgivable e Abdication!!!!
Espero que gostem, mesmo que seja um capítulo curto.



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Katerina se mexe com nervosismo. A Corte e os empregados esperam em silêncio no hall com ela. 

— Eles estão atrasados - ela sussurra quando Francis segura o seu braço. 

— Tenha calma - ele murmura. - Eles perceberão o seu nervosismo. 

— O que diria se eles não vierem? 

— Eles vão vir. 

— Eu jamais a perdoarei se... 

Katerina se calou antes que dissesse alguma bobagem. Viu o grande carro preto despontando no fim da estrada. Ele se aproximava tão devagar... 

Francis segurou sua mão e ela ficou feliz por ele logo tê-la soltado. Ele apenas a levou até os lábios. 

— Ninguém precisa presenciar isso. É um momento apenas seu - ele sorriu para ela. - Vá. 

— Contra todos os protocolos de recepção? - ela sorriu para ele de volta. 

— Uma mãe não precisa de protocolo quando se trata do filho. 

Então ela correu em direção ao carro. Na estrada rodeada de árvores, o carro parou para ela. Hana desceu do banco de trás com Erik segurando sua mão. 

Ele nem ficava no colo mais de tão grande. Deveria ter o quê? Três, quatro anos? Ou quase isso. Ela nem se lembrava mais do tempo que havia passado desde que ficou no subterrâneo. Tudo parecia passar mais devagar agora. 

Seu coração pula dentro do peito quase como se fosse saltar da boca. 

— Erik, essa é minha irmã Katerina - ela escuta a irmã sussurrar para o pequeno. - Ela é sua mãe. 

Ele olha para onde Hana aponta. Não parece reconhecê-la. Seus olhos não brilham como os dela e seus lábios não se repuxam em um sorriso. Ele é pequeno demais para isso, sabia, mas ainda assim não consegue deixar de sentir uma pontada de tristeza. 

Ele nem sabia quem ela era. 

Mas quando ela se aproxima para pegá-lo no colo, ele estende os braços e os enlaça ao redor do seu pescoço. Katerina chora em silêncio para não assustá-lo.  

Obrigada, murmura para Hana sem fazer barulho. A irmã sorri para ela. 

+++ 

— Você me fez trazê-lo até aqui para você partir? - Hana parece indignada.  

— Melanie precisa de mim. Ela é sua irmã, Hana. Poderia ser a minha também. 

— Seu filho está aqui agora, Katerina. Você me fez sair do lugar mais seguro do mundo com ele para você poder estar com ele e agora você me diz que pode nem voltar do norte? 

— Eu vou voltar. 

— Você me disse que esse Vincent é ardiloso. Ele não vai se importar de matar você. Ele só se importa consigo mesmo e, aparentemente, com Melanie. 

— A filha dela está com ele, Han - ela conta. - Eu sei como é ter que se afastar de um filho e como é doloroso. Eu quero que ela a tenha de volta. E eu preciso de alguém de confiança no trono enquanto eu estou fora. 

— Pensei que Joffrey fosse de confiança pra você. 

— Ele errou comigo. Tenho que pensar muito antes de perdoá-lo agora. 

Não tinha o porquê contar para Hana tudo o que ele tinha feito por ela. Se ela já odiava Joffrey, imagina se soubesse a verdade: que ele matou Kurt, que ele sacrificou cem pessoas para que Katerina voltasse a vida... ela o mataria e, apesar de tudo, não queria que Joffrey morresse. Também não queria o peso de uma morte na consciência da sua irmã. Já bastava uma delas com esse fardo para carregar. 

— Vou ficar, mas apenas por dois dias, está entendendo? Se você não voltar em dois dias, vou embora com Erik para o Forte da Lua. 

+++ 

Ela estava distante aquela noite, Francis percebeu. Seus pensamentos pareciam tão longe, intocáveis... 

Ele se aproximou e começou a massagear seus ombros nus. Ela usava um vestido tomara que caia azul e ele já havia retirado o espartilho para ela, ficando apenas as roupas de baixo. 

Ele a vê fechar os olhos e faz uma trilha de beijos. A ruiva sorri e suspira. 

— O que você está pensando? - ele sussurra. 

Ela para de sorrir. 

— Estou preocupada com algumas coisas, nada importante. 

— Está afim de relaxar? 

Ela volta a sorrir. 

— Muito. 

Ele arranca as roupas dela com urgência, sem se importar se rasgou alguma coisa ou não. Os olhos azuis da ruiva brilham e há um cacho em seu rosto, ele o afasta momentos antes de fazer uma trilha de beijos pela sua barriga. 

— Prometo fazer dessa a melhor noite da sua vida. 

+++ 

Ela partiu sem se despedir.

No dia seguinte, ele passou a mão pelo lado da cama e não a achou. A procurou por todo o palácio, a manhã inteira verificando se ela não estava em alguma reunião. Até que, no almoço, encontrou Hana e o pequeno Erik.

— Ela viajou - Hana falou. - Me disse que voltava em dois dias.

— Viajou para onde?

— Não sei, Francis. Se ela não disse pra você... quem dirá pra mim.

— Você é irmã dela. Ela te conta tudo.

Hana respira fundo.

— Não é como se ela pensasse assim nos últimos anos.

— Hana... - ele já sabia onde a conversa chegaria. 

— Ela escondeu de mim e de nossa mãe que ela estava viva. Nós choramos e sofremos a sua morte por tanto tempo! Ela decidiu confiar em Joffrey e agora que ele a decepcionou, como ele sempre faz com todos, ela me chamou porque precisa de mim, não porque me quer por perto.

Francis não aguentava ver Katerina ser difamada desse jeito.

— Ela só está viva por causa de Joffrey - ele solta. - Ele combinou com Carrick, se não fosse por ele...

— Sim, eu ouvi falar dos métodos incomuns de Carrick. Que tanto Joffrey quanto Vincent e Katerina só estão vivos por causa desse métodos - ele levanta e pega o pequeno Erik pela mão. - Quanto tempo até ela ficar igual ou pior do que eles? Tudo tem um preço.

— Katerina jamais será como eles, Hana. Ela não é uma assassina.

— Bom, ela já matou Jacques. Mataria Fleur se Heron não tivesse vindo buscá-la - ela dá de ombros. - O que você acha que ela foi fazer?

— O quê? - ele parece surpreso.

— Não sei porque você ainda a defende, Francis. Está claro que ela sempre estará ligada a Erik e eu não estou nem falando por causa da criança - ela olha para a criança em suas mãos quando fala: - Katerina foi para o norte com Melanie para matar Vincent.

+++

Melanie mexe nas projeções com facilidade. O Swen sempre chamou a atenção pela sua imponência, um enorme prédio com fins científicos, onde Vincent escondia sua sede militar. Ela, porém, já havia estado lá. Havia sido do Primeiro Exército, afinal.

— Ele tem armadilhas por todos os lugares - Josh fala, ampliando a projeção do subterrâneo. - Eu lembro que Andrew ajudou no melhoramento de algumas.

— Não seria mais fácil se ele tivesse vindo conosco? - a ruiva se manifesta. - Ele poderia nos contar mais sobre.

— Vincent chama algumas pessoas para a criação, mas outras para o melhoramento, algo que ocorre de forma constante. Ninguém além dele conhece completamente o sistema.

— Que ótimo.

— Você pediu para vir, Katerina - Melanie fala. - Eu não a obriguei. Se quiser voltar para casa...

— Vincent destruiu minha família. Não me importa se você quer matá-lo com as próprias mãos, eu só quero assisti-lo sofrendo.

— Você parece o seu pai... - a morena deixa escapar.

— Mas eu não sou nada como ele. Não sou uma assassina. Nunca vou ver.

Melanie se lembra das pessoas que ela matou. Com certeza, foram mais que as de Katerina. Ela havia matado apenas Jacques Hallaya, certo?

— Está na hora - ela coloca as facas no cinto quando começa a escurecer.

Vincent teria uma bela de uma surpresa.

+++

Melanie, Josh e Katerina passam pelo hall sem problemas. Com a loucura que estão nas ruas de Meurer, o prédio está vazio. O subterrâneo, por incrível que pareça, também parece deserto.

Essa hora Vincent já viu os três pelas câmeras.

— Calmo demais - Josh sussurra. As luzes se apagam no mesmo instante, ele tira uma lanterna e a posiciona em forma de X junto com sua arma.

Eles passam por uma porta escura e Melanie uma sombra em movimento.

— Ora, ora. Quem veio me ver - ela pode imaginá-lo sorrindo debochadamente para ela. - Estive te esperando, Melanie. Só esperava que viesse sozinha, como sempre.

O silêncio é instalado na escuridão.

— E o que a rainha faz aqui? Que honra! - ele debocha.

— Você e Fleur mataram Erik - a ruiva rosna. - Você irá pagar por isso.

Katerina investe, mas Vincent é treinado e desvia com facilidade.

— Me dê uma arma - ela pede. Nunca fora boa com facas, afinal. E Vincent se desviava com maestria.

— Não tente, querida - ele pressiona algo na parede. Parece um botão. Uma fumaça começa a sair dos tubos de ventilação. - Vocês estarão mortos em pouco tempo.

+++

Alison sente a areia nos dedos dos pés. Estica as pernas e sente os grãos queimarem suas coxas. De olhos fechados, ela sente ele se aproximando.

— Pensei que seria um exílio, mas isso aqui é um paraíso - Hector sussurra em seu ouvido. Ela sorri e abre os olhos, vendo-o deitar na toalha ao seu lado.

— Eu não poderia pedir nada melhor.

— Achei que sentiria falta da cidade, sabe? No começo esse lugar minúsculo me dava nos nervos - ele comenta. - Mas com você... com você tudo fica diferente.

A mão da loira toca o rosto do irmão. Quando desliza para o pescoço, ele se retrai.

— Me deixe ver - ela pede.

— Não - ele se afasta, mas ela o segura pela camiseta.

— Hec... faz dias que não fazemos nada porque você tem vergonha de me mostrar. Nós não podemos fazer isso um com o outro - ela estica as mãos, destruídas. - Nós somos tudo o que temos.

Ele suspira e afasta a mão dela, tirando a camiseta e virando de costas.

As marcas das chibatadas cicatrizaram, assim como as das mãos dela, mas ainda estão ali. Sempre estarão para lembrarem a ambos o que eles fizeram. Que o que eles tinham era proibido e repulsivo.

Ela passa os dedos pelas marcas e ele se retrai novamente.

— Eu amo você - ela faz uma trilha de beijos. - Com ou sem marcas. Eu vou continuar amando você.

Ele vira-se para beijá-la. E, sozinhos naquela praia, ele a lembrou de porquê enfrentou tudo: o que ele fazia nenhum outro conseguia.


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