Unforgivable escrita por oakenshield


Capítulo 27
The Queen Is Dead


Notas iniciais do capítulo

Desculpem pela demora. O capítulo pelo qual todos esperávamos há tanto tempo é finalmente divulgado. Espero que gostem. XOXO.



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Ivna sorri diante do homem de branco.

– Obrigada, Vossa Eminência. Não sabe como é importante para Frömming o que está fazendo.

– Eu lamento sua dor, czarina. Não deve ser fácil ir contra os filhos, mas é por um bem maior.

– Obrigada por entender, Eminência. Não é com gosto que lhe faço esse pedido, mas é realmente necessário.

Ivna não conseguiu convencer a filha a abdicar do trono, Joffrey tampouco conseguiria, Michael está ocupado demais com a gravidez de Leona e em reinar em Ahnmach. Alek está morto. Ninguém colocaria juízo naquela cabeça e se ela não queria deixar o poder por bem, teria que ser por mal. Ou Rebekah era deposta ou os rebeldes pediriam sua cabeça. Por seu vasto conhecimento da história, Ivna sabia que isso havia acontecido muitas vezes em um distante passado.

Frömming é um país extremamente católico. Apesar da loucura, Rebekah não contrariaria o papa. Bom, era isso que Ivna esperava. Jamais suportaria ivver sabendo que podia evitar a morte da sua única filha de sangue e não foi capaz de fazer nada.

+++

Francis olha para seu filho. Apesar de Britney dizer que era seu, ele insistiu em um exame de sangue. Se tivesse visto o menino antes, saberia que um teste de DNA não era necessário. O menino é ele escrito, não havia como negar. Olhos zombeteiros e azuis, cabelos loiros cor de trigo do lado da família de Alicia, o mesmo nariz fino, incomum para uma criança. Francis quase ri. O jeito como age... era visivelmente ele na infância.

Dois anos e meio. Quase três. Ele havia perdido a melhor época da vida do seu filho e jamais se perdoaria por isso.

– Thierry, você sabe que um dia será rei, não é mesmo?

O pequeno assente. Francis sabia que ele era novo demais para compreender a dimensão disso, mas deveria ser treinado desde já. Crianças da Corte deveriam amadurecer bem antes dos outros.

– Francis, T tem três anos - Britnay fala, sorriso no rosto e vestido amarelo agarrado ao corpo -, deixe-o descansar.

– Nosso filho será rei. Ele precisa aprender.

– Eu gosto de ser rei - o pequeno fala, a língua meio atrapalhada, a pequena coroa na cabeça quase caindo. Francis sorri.

– Esse é um autêntico Kionbach.

E, naquele momento, tudo o que faltava para que ele realmente fosse feliz era a mulher da sua vida ao seu lado.

+++

Joffrey olha para o monitor, aliviado. Estivera uma semana sem notícias.

– Katerina, pelo amor de Deus. Não me deixe mais sem contato. Pensei que tivesse morrido.

– Pela segunda vez? Seria muita sacanagem do universo...

– E você ainda faz piada - ele suspira. - O humor negro Archiberz. Onde você se meteu?

– Estou no Forte da Lua.

– O quê?! Mas...

– Eu precisava ver meu filho - ela solta.

– Katerina, nós temos um plano. Algo demoradamente traçado...

– Eu precisava ver meu filho - ela repete.

–...e que pode ser perdido por isso.

– Eu precisava ver Erik - ela aumenta o tom de voz. - Você mais do que ninguém deveria entender, se realmente estava preocupado comigo.

Joffrey entendia. Só não queria que nada desse errado. Perder Katerina havia sido doloroso demais. Pensar que ela havia sido morta havia sido mais doloroso do que um tiro. Tê-la de volta foi uma grande alegria. Não estava pronto para abrir mão dela novamente.

– O que você pretende fazer agora? - ele pergunta. - Ivna falou com o papa e...

– Está na hora.

– Ele marcou uma reunião hoje com Rebekah.

– Rebekah não irá sair do trono. Nós dois sabemos disso. Ivna corre em círculos porque é Rebekah, se fosse outra ela logo teria tomado outras medidas.

– Rebekah é sangue do meu sangue - Joffrey diz. - Não a quero morta.

– Ela não irá morrer, se agirmos rápido. As agitações que Andrew criou... ele fez tudo errado. Ele incitou a raiva deles, não o instinto revolucionário. Eles a matarão.

– Eu sei. Eles estão quebrando o meu país. Tudo o que construímos do pó está sendo reduzido a ele.

– Pai - ela chama. - Hana tem espiões em Frömming. Os rebeldes marcaram um protesto para amanhã a tarde. Mais de cem mil pessoas confirmaram presença por holograma.

– Um protesto não fará diferença para Rebekah. Ela já queimou e executou tantos que alguns arruaceiros não terão a menor importância. Você está certa. Ela não irá se render.

– Você não está entendendo... o protesto é apenas uma distração - Katerina revela. - Eles irão matá-la.

+++

Joffrey observa a garota. Sua postura era ereta e sua forma de se mexr era calculada com maestria. O simples fato de ela puxar três facas dos cintos, girar, atirá-las enquanto está em movimento já a tornam brilhante, uma verdadeira máquina mortífera. Porém, ela não parecia. A beleza fazia com que as pessoas se aproximassem, esperando um rostinho bonito que por dormir com o Senhor de Meurer entrou para o Primeiro Exército. Melanie, porém, era diferente de qualquer outro soldado que Joffrey já havia conhecido.

Josh realmente era o homem ideal para ela, sua imagem e semelhança em forma masculina. Um homem manipulador, pensador meticuloso, articulador, extremamente inteligente e ótimo com armas. Além do mais, ambos eram completamente teimosos. Joffrey queria mentes assim trabalhando para ele.

– Vocês vão ficar muito tempo?

Melanie e Josh param de treinar para encará-lo.

– Vamos no sábado.

Sábado. Daqui três dias.

– Eu preciso que vocês vão hoje.

Melanie ri.

– Ivna disse para nós ficarmos o tempo que quiséssemos e, sinceramente, você mandava em Frömming. Aqui é ela quem comanda.

– Vou direto ao ponto: eu sei que vocês adoram uma baderna. Estão a fim de ajudar Ivna e de se meter em uma confusão ao mesmo tempo? Bom, então eu estou falando com as pessoas certas. Caso contrário, avisem logo para que eu não perca meu tempo. Será muito difícil encontrar outras pessoas dispostas a ajudar Ivna, considerando a simpatia que exala dele - Joffrey ironiza.

Melanie olha para Josh, que sorri para ela.

– O que nós precisamos fazer?

+++

Rebekah observava pela janela do palácio o recolhimento dos corpos das pessoas que haviam sido executadas mais cedo. Gostaria que esse desejo pela morte parasse, mas não conseguia controlá-lo. Se via extremamente presa à esse desejo. E agora estava diante do Papa por causa disso.

– Sempre imaginei que o reencontraria em melhores circunstâncias, Vossa Eminência.

Rebekah ainda se lembrava do seu casamento realizado pelo papa. Nobres não tinham direito a casamentos realizados pelo papa, apenas por algum padre da Corte ou algo do tipo. Ela, porém, foi uma exceção. Não era rainha ainda. Ninguém sabia do seu direito.

– Eu também, Majestade, mas infelizmente chegaram a mim pedidos de sua renúncia.

– Eu sinto muito, Eminência, mas não pretendo deixar o trono viva.

É claro que o papa entendeu o recado: Rebekah só sairia do poder morta. Não havia outra escolha.

– Você é uma ótima pessoa, minha rainha, mas seus atos a condenaram. Se não sair por vontade própria, seu povo a forçará a isso.

Rebekah sorri.

– Eu adoraria vê-los tentar.

+++

Era o dia do protesto. Passava em vários canais do mundo todo. Quando descobriram o que planejavam para sua filha, Joffrey e Ivna foram para Frömming com o intuito de impedir a morte de Rebekah.

Porém não eram apenas eles que estavam lá. Katerina se despediu do seu filho em Ahnmach no mesmo dia que o reencontrou e decidiu voltar para sua terra.

– Eu volto para te buscar - ela prometeu, beijando a bochecha do pequeno, tão macia quanto a de Erik costumava ser.

Se sentiu mal por abandoná-lo novamente, mas sabia que voltaria.

Com seu disfarce, ela percebeu no meio do caminho que esqueceu as lentes negras no Forte da Lua. Estava com os cabelos pretos e lisos, mas seus olhos estavam azuis. Usava calça jeans escura e uma blusa azul marinho. Até seus vinte anos, jamais havia usado uma calça na vida. Atualmente, ela mal se lembrava o que era trajar um vestido.

Os protestos enchiam as ruas. Era praticamente impossível caminhar pelos aglomerados. Katerina havia acabado de passar pelas ruínas de um mercado quando a viu.

– Melanie?

Ela caminhava na frente de uma multidão e ao lado de Josh, comandando os rebeldes.

– K? - a morena a reconheceu, sorriu e a abraçou. Elas nunca tiveram muita intimidade, se tornaram mais próximas na sua estadia no esconderijo dos rebeldes e em nome da memória de Kurt se deixou ser abraçada. Mesmo não sendo ruiva, Melanie tinha os traços de seu pai.

– O que vocês fazem aqui?

– Seu pai nos enviou - Melanie conta. - Temos que conduzir o povo até a praça e convencê-los a não matar nossa amada rainha.

Eles iam desviar os rebeldes do caminho.

– Rebekah não vai renunciar.

– O plano dos rebeldes nunca foi fazê-la renunciar - Josh fala.

– Sua mãe comanda os Apátridas - Katerina se vira para Melanie. - Você pode convencê-la...

– Minha mãe realiza a vontade do nosso povo. Nesse momento, o povo clama por sangue.

Katerina não podia deixar isso acontecer. Joffrey precisava de Rebekah, apesar dela ser uma pessoa terrível. Podia ficar presa e seu caráter poderia ser moldado novamente. Ela precisava de ajuda, não de um tiro no peito. Nunca fez mal algum a ela além de tirá-la do trono. E Katerina sabe que deveria ser até grata a ela por isso, pois jamais conseguiria reinar sem Erik ao seu lado naquele momento.

– Rebekah é minha irmã - Katerina admite pela primeira vez. - Não a quero morta.

– Nós também não queremos - Josh sibila -, mas se ela não renunciar, teremos que matá-la.

+++

Melanie olha para Josh assim que Katerina sai.

– Por que você mentiu para ela?

– As pessoas nem sempre precisam saber a verdade.

– Katerina acredita que vamos tentar parar os rebeldes. Ela acha que vamos tentar convencer Rebekah a renunciar.

– Você queria que eu contasse que sua mãe nos mandou matar a rainha?

– Claro que não. Bom, você está certo. Rebekah matou muitos inocentes. Morte se paga com morte.

+++

Rebekah sentiu os braços de Carter ao redor da sua cintura. Com o lençol enrolado ao corpo, ela observava pela janela os protestantes queimando coisas, quebrando janelas e pichando paredes, principalmente os muros ao redor do palácio.

– Ele estão destruindo meu país.

Carter deposita um beijo em seu pescoço.

– Você não tem que se preocupar com eles. Os culpados irão pagar.

Rebekah concorda e sorri, virando-se para beijá-lo.

– Você é o mais próximo de felicidade que eu tive nas últimas semanas.

Antes que Rebekah possa puxá-lo novamente para a cama, alguém bate na porta.

– Majestade.

– O que é? - ela rosna, brava.

– Os rebeldes invadiram o palácio.

Ela rapidamente caminha até o closet e coloca o primeiro vestido que encontra, um vermelho sangue com belo caimento. Carter a ajuda com as barbatanas enquanto ela penteia os cabelos, deixando-os soltos, colocando a coroa para disfarçar a bagunça.

Beija Carter com um sorriso e sai às pressas enquanto as palavras do seu homem correm em sua cabeça. Você não tem que se preocupar com eles, ele a disse. Os culpados irão pagar.

+++

Melanie caminha com a faca em punhos. Ela havia combinado com Josh de verificar as torres enquanto ele vasculhava os corredores mais afastados. Entrar não foi difícil quando se tem a tecnologia de Martin ao seu favor.

Ela sobe até o topo da Torre Sangrenta e suspira ao chegar lá. Eram muitas escadas e a vista era linda. Para sua surpresa, encontrou uma rainha de costas, fitando os rebeldes com raiva nos olhos.

– Eu sabia que meu assassino viria hoje. Vocês, rebeldes imundos, não iriam perder a oportunidade.

Ela sabe que ela está ali. Melanie nunca foi vista chegando, mas Rebekah sabia.

– Tudo que minha família conquistou foi à base de morte. Tudo o que eu conquistei foi com fogo e sangue. O trono em que sentamos é feito de ossos e nós vivemos em cima de cadáveres.

Então ela se vira. O seu espanto ao ver Melanie ali, as facas empunhadas, é algo que ninguém jamais veria. Não era seu assassino, era sua assassina.

– Melanie?

A morena não diz nada. A rainha suspira.

– Por quê?

– Muito sangue foi derramado. Sangue do meu povo.

– Antes de ser o seu povo, eles são o meu povo.

– A diferença entre nós é que eu os protejo.

Rebekah ri.

– Protege-os matando sua rainha?

– Uma rainha louca. Sim, eu estou os livrando de você.

Rebekah se aproxima. Seu vestido vermelho sangue rasteja no chão sujo e mancha as barras.

– Eu a coloquei nesse trono - Melanie a lembra. - E agora eu vou tirá-la.

– Eu jamais iria deixar minha marca nos livros de história como a rainha que foi assassinada por uma rebelde no topo da Torre Sangrenta.

Melanie entende a mensagem tarde demais. Ela pensou que Rebekah revidaria seus golpes, então aproximou as facas e se preparou para usá-las. Rebekah, porém, caminha até a sacada e sobe na grade.

– Rebekah.

Não é Melanie que a chama. É seu pai, Joffrey. A morena se vira, lágrimas nos olhos.

– Rebekah, não faz isso - seu pai se aproxima devagar. - Por favor.

– Ela vai me matar.

– Não vai. Eu não vou deixar - ele estende a mão para ela. - Eu estou aqui, Bekah. Confie em mim. Nenhum mal vai te acontecer.

A rainha olha para as facas nas mãos de Melanie e se afasta, quase caindo. Vai para a frente, mas não pega a mão do pai. Joffrey era inteligente, mas Melanie era uma máquina de matar. Acabaria com ela antes que seu pai piscasse.

Ela imagina as facas perfurando seu corpo, combinando a cor do seu sangue com a do seu vestido. Ela se imagina deitada em cima da poça e quase enfarta só de pensar em como zombariam dela em seu enterro.

Não podia permitir tal afronta ao nome Archiberz. Seu pai sempre a ensinou a honrar o nome da família acima de tudo, em honrar seu nome acima da vida. Era isso que faria: honraria o nome da sua família em seu último momento.

– Eu sinto muito.

Ela não vira quando pula. Mergulha de costas no ar. Seus olhos estão fixos nas facas nas mãos de Melanie e tudo o que a morena vê é uma lágrima caindo dos olhos de Rebekah quando seu corpo some na imensidão.

+++

Katerina olha para cima. Seus olhos varrem as torres até que vê um ponto vermelho na Torre Sangrenta. Então esse ponto some no ar. Conforme se aproxima, ela vê que é um vestido. Alguém pulou. Ela conhecia alguém que amava vestidos do tipo e jamais poderia ser outra pessoa.

Katerina corre até o local do baque do corpo. Caiu na grama do jardim da frente. Apesar do sangue e dos ossos quebrados, a pessoa ainda está viva.

– Rebekah...

A morena abre os olhos.

– Katerina?

Ela a reconheceu imediatamente, é óbvio. A odiou por muito tempo. Porém agora... agora nada importava.

– O que você fez? - ela sussurra.

– Sinto muito - Rebekah fala de forma dolorida. - Me desculpa por tudo.

– Rebekah, por que você foi pular?

Katerina, apesar de tudo, não odiava Rebekah. Não sabia porquê. Talvez o sangue falasse mais alto, porém não conseguia. Ao imaginar a tristeza de Joffrey seus olhos encheram de lágrimas. Ao imaginar uma vida perdida, uma vida que ela poderia ter salvo, as lágrimas caíram.

Agora... agora tudo estava acabado.

– Alek... - Rebekah sussurra. - A morte de Alek...

– Sinto muito por ele - Katerina fala, segurando a mão da meia-irmã em seus últimos momentos. Não a deixaria sozinha até ela parar de respirar.

– Não - ela fala com dificuldade. - A morte de Alek. Ele disse... ele disse...

– O que Alek disse?

Rebekah olhou para Katerina. Uma lágrima escorreu vermelha, misturando-se com o sangue. Ela não conseguiu terminar. Sua mão fraquejou e a cabeça tombou. Seu peito parou se mexer, o que significava que seus pulmões não buscavam mais ar desesperadamente.

Katerina solta a mão de Rebekah com leveza e limpa os olhos, o sangue de sua irmã em suas mãos. Mais uma pessoa que partia em seus braços. Mas isso não importava agora. Tudo o que ela conseguia pensar era que não aguentaria ver a tristeza nos olhos do seu pai. Jamais conseguiria suportar a dor de vê-lo sofrer pela morte de uma filha.

Então ela olha para a frente. Joffrey está lá, a encarando. Katerina está de joelhos e mesmo um pouco afastada, vê as lágrimas nos olhos do pai. Ele já sabe. Então ela olha para trás, para o caminho de onde ele veio. Ele veio da Torre Sangrenta. Meu Deus.

A rainha está morta.


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Notas finais do capítulo

E então? Eu, sinceramente, tive um mini-enfarto escrevendo esse capítulo.



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