My new crazy life! - Vancouver Baby! escrita por Mitsue, Uchiha Elric


Capítulo 17
O.O Confusões


Notas iniciais do capítulo

Celeste: O título desse capítulo é bem sugestivo
Mitsue: Por que???? Spoiler?
Celeste: Nop, mas já resumiu muito bem.
Mitsue: Hm... Velhos, rolou umas colas radicoles na minha prova hoje, tinha aluno gritando, passando bilhetinhos e quando o professor virava de costas as pessoas quase pulavam em cima das outras huehuehuhe
Celeste: Fato irrelevante para a fanfiction!
Mitsue: Filha, só estou preenchendo o espaço das 'notas iniciais'.



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O.V Lisa

Eu preciso de um emprego.

Eu preciso de meu próprio dinheiro.

Eu preciso de livros, roupas, adereços e decorações compradas pelo meu dinheiro.

Eu preciso ter uma economia.

Eu preciso aprender a me sustentar pelo menos um pouco.

Eu preciso de no mínimo um estágio.

Eu preciso de um pouco de pipoca agora.

Acabei de perceber que estou há mais de um ano morando com meu pai em Vancouver, já passou mais de meio ano que faço faculdade, tenho quase dezenove anos e sou completamente dependente do dinheiro de meus pais. Eu morar com meu pai não é algo que vá mudar agora, ainda passarei uns anos no mesmo teto que ele, mas o fato de eu precisar do dinheiro dele e de minha mãe caso eu queira qualquer coisa começou a me irritar.

Durante meu último dia de castigo estava arrumando meu quarto e reparei que precisava comprar roupas novas, algumas minhas não serviam mais, então fui até o escritório de meu pai pedir dinheiro emprestado. Mas quando pus a mão na maçaneta percebi isso, até para comprar simples coisas, preciso pedir a permissão de papai. Então a epifania me atingiu com força. Transformei-me em uma patricinha que vive da boa vontade dos pais ricos.

Então nesse momento estou sentada na mesinha de meu quarto, com Cat ao meu lado. Ambas estamos procurando empregos ou estágios para começarmos. Por coincidência tivemos o mesmo pensamento no mesmo período de tempo.

– Onde você acha que poderia estagiar? – Questionei concentrada em meu notebook. – Tipo, em algum hospital infantil?

– Lisa. – Me chamou. – Você sabe que eu só posso começar com um estágio a partir do meu quinto ano de estudo, não é? E que você também a partir do segundo.

Abri a boca para falar, mas a fechei novamente fazendo um bico.

– Como eu ia ficar sabendo disso? – Bufei.

– Acha que no meu primeiro ano de faculdade iria trabalhar em um hospital? Quer que eu mate pessoas?

– O que estamos procurando então? – A cortei, fazendo um bico.

Riu revirando os olhos.

– Eu estou vendo quais tipos de trabalhos de meio período existem e quais posso escolher. – Virou-se para mim. – O que você está buscando?

Virei meu computador para Cat, que bateu em sua própria testa.

– Acha mesmo que vender seus órgãos é uma boa forma de ganhar dinheiro? – Me olhou nervosa.

– Eu já vi isso na televisão. – Expliquei.

– Não, você viu que as pessoas DOAM alguns órgãos, e essas pessoas não ganham nada em troca. – Disse. – Vender órgãos é contra a lei, mercado negro Lisa.

– Droga. Vou pesquisar meio empregos, igual a você. – Voltei a mexer no computador.

– Meio período, não é meio emprego. – Riu.

– Foda-se!

Vender órgãos é completamente ilegal! Como pode não saber disso?! / Esse tipo de assunto os professores não falam na sala de aula / Claro que eles não falam, ninguém é burro o bastante para não saber disso! / Enfim, eu preciso achar um emprego que me pague bem ou até dois empregos de uma vez. / Que tal quatro empregos?/ Você quer me matar?! Pois se quiser é só falar, é só dar um tiro na minha testa, não precisar me colocar em uma fadiga mortal! / Dramática.

São tantos empregos que posso escolher, dos mais simples para os mais ousados.

– Cat, sabia que uma prostituta de luxo ganha mais de dez mil reais por hora? – Comentei.

– Você não vai virar prostituta. – Avisou.

– Algum preconceito? – Arqueei a sobrancelha para ela. – Para mim prostituição é um emprego como qualquer outro, cada um faz o que quiser com o próprio corpo.

– Não falei que era errado, apenas que você não tem potencial para ser uma prostituta, muito menos uma de luxo. – Mostrou a língua.

– Resolveu tirar com a minha cara hoje, Laranjinha?! – Mostrei meu dedo médio para ela.

– Concentração Elizabeth, concentração. – Não tirou os olhos da tela de seu computador.

Isso é chato, porque eu não simplesmente acho o emprego perfeito em um estalar de dedos? A vida seria bem mais fácil desse jeito, apenas com um gesto todos nossos problemas são resolvidos.

– Já sei escolhi meu ponto de partida. – Falou vitoriosa. – Verei se alguém precisa de babá e tutora.

Olhei para a cara da loira e comecei a rir, até caí da cadeira que estava sentada.

– O que as amebas estão fazendo? – Perguntou... Abbie? O que esse troço está fazendo aqui?!

Parei de rir e Cat e eu olhamos para a castanha interrogativas. Ela apenas entrou no quarto, jogou sua bolsa em um canto qualquer e se sentou ao nosso lado.

– Sua irmã me deixou subir. – Disse. – Vão me responder ou não?

– Folgada, desde quando pode entrar em nossa casa sem a gente saber? – Minha melhor amiga perguntou dando um peteleco na outra.

– Intimidade, querida ameba loira, intimidade. – Sorriu. – Gente! Eu fiz uma pergunta, lembram?

Recordei-me do que estávamos falando e voltei a rir.

– A-a Cat vai t-trabalhar como babá. – Falei tentando me recompor. – Vai trabalhar com menininhos catarrentos.

– Ei! – As duas falaram e Abbie continuou. – Não se esqueça que nós duas queremos atuar na área infantil depois da formatura!

– Não importa, crianças sempre serão irritantes para mim. – Dei de ombros. – Estamos procurando empregos de meio-período.

– Ah, eu trabalho junto de Joey há pouco tempo. – Espreguiçou. – Somos garçons em uma lanchonete.

– Eu sei. – Cat soltou.

Encarei minha amiga, interrogativa. Como ela sabia disso e eu não? Abbie nunca falou disso com a gente, ou pelo menos comigo.

– E você, ameba estragada? O que vai fazer?

– Não faço nem ideia. – Apoiei o queixo com minhas mãos. – Alguma ideia?

A mais velha ficou pensando durante um bom tempo. Olhei para Cat e ela deu de ombros dizendo que não entendia nada.

– Abbie? – Chamei.

– Oi. – Sorriu para mim. – Aé, eu tinha que te ajudar, não é?

Nós duas batemos a mão na testa. Ela era sonhadora demais algumas vezes.

– Que tal ser uma Bartender? – Cat falou olhando para o computador.

– É o que? – A castanha e eu falamos juntas tombando a cabeça.

– Podiam pensar pelo menos um pouco, não é? – Sugeriu. – Bartender é a junção de ‘bart’ e ‘tender’, ou seja, é alguém que atende o bar.

– Ah, mas o que eu teria que fazer?

– Misturar, criar e servir bebidas. Como um barman.

Fiquei pensativa durante um tempo. Quem sabe? Até que deve ser divertido trabalhar com isso, sou uma apreciadora de álcool e quando meu chefe não estivesse observando eu poderia tomar uns golinhos! É o plano perfeito!

– Uhu! Vou beber até cair! – As duas me olharam feio. – Quero dizer, vou fazer bebidas e servir para as pessoas até que elas caiam!

As duas bateram palmas.

– Eu vou cuidar de crianças e ajudar pessoas a ficarem mais espertas! – Cat ergueu os braços e dessa vez eu e Abbie que batemos palmas.

– Eu vou descer para pegar comida! – Abbie disse animada se levantando e nós duas a aplaudimos e depois nós três rimos juntas. – Mas é sério, já volto meninas.

A mais velha saiu do quarto murmurando algo sobre o que teria na geladeira dessa vez.

– Vou ligar para o Jake! Preciso contar as novidades. – Falei rindo. – Estou há um tempão falando para ele que arrumaria um emprego, mas até agora nem procurei um.

Cat riu um pouco.

– É, melhor você fazer uma chamada de webcam. Lembra quando custou aquela ligação? – Me cutucou e eu fiz um bico.

Arrumei meu computador e fui para o Skype, para minha sorte o moreno estava online no momento. Mandei uma ligação e ele em instantes atendeu.

– Olá amor! – Falei animada. – Como vai aí?

– Tudo ótimo Lisa. – Disse sem muita animação.

– Isso por acaso são olheiras Jake? – Franzi o cenho. – Anda estudando até tarde? Qual o seu problema? Precisa ficar saudável.

– Não se preocupe. – Riu fraco. – Apenas estive um pouco ocupado essa semana, não consegui dormir muito.

– Hm... Adivinhe!

– O que aconteceu dessa vez? Outro teste de Filosofia? – Foi irônico.

– Não, eles começam daqui algumas semanas, mas... Eu achei com o que irei trabalhar! – Sorri abertamente. – Serei Bartender, que é...

– Eu sei o que é um Bartender Lisa. – Me cortou grossamente.

Fiquei com a boca levemente aberta, isso me pegou de surpresa. Jake geralmente não é grosso comigo, até entendo que está cansado, mas sempre que o chamo e está cansado explica a situação e nós conversamos outro momento. Se atendeu dessa vez quer dizer que não estava tão cansado assim.

– Ah, tudo bem. – Falei um pouco incomodada e chateada. – E a sua viagem com seus amigos? Planejando tudo certinho?

– Claro, não é tão complicado. – Disse. – Vamos passar as férias inteiras lá... Só para avisar, não tem sinal para onde vamos, então não poderemos nos comunicar durante esse tempo.

– Hã?! M-mas são dois meses. – Reclamei. – Não tem jeito de...

– São apenas dois meses. – Me cortou pela segunda vez. – Desculpe Lisa, estou meio complicado esses dias.

Olhei para Cat que estava me olhando preocupada, voltei a olhar para a tela e forcei um sorriso.

– Não tem problema Jake! Administração é um curso complicado mesmo. – Ri animada e olhei pela janela. – Ah! Minha amiga acabou de chegar, depois nos falamos.

– Ok, Lisa. – Sorriu.

– Eu te amo Jake. – Disse.

– Também. – Desliguei o Skype.

Fiquei um tempo encarando a tela do computador. Meus olhos estavam marejados, mas o sorriso falso permanecia em meu rosto.

– Lisa? – Cat me chamou, mas não a respondi. – Vem aqui.

Envolveu-me em um abraço. Não consegui retribuir.

– E-ele foi tão grosso. – Falei tentando segurar as lágrimas. – E-eu devo tê-lo irritado.

– Shh. – Tranquilizou-me. – Você não fez nada Lisa.

– Não posso ser sensível nisso. – Tentei me convencer. – Não posso ficar chateada por algo tão banal.

Abbie entrou no quarto com um sorriso, mas quando me viu ficou séria.

– O que aconteceu amiga? – Perguntou super preocupada se aproximando e me envolvendo em mais um abraço.

– O namorado dela foi um babaca. – Cat explicou séria.

Me soltei dos abraços e olhei irritada para minha amiga loira.

– Não chame o Jake de babaca. – Falei apontando para ela.

A loira empurrou o dedo que apontava para ela e me olhou irritada.

– Não aponte esse dedo para mim, Elizabeth! – Me empurrou de leve. – Não é minha culpa se o Jake foi de fato um babaca agora.

– Ele só estava irritado! – Continuei falando. – Você não pode culpá-lo por estar estressado com a faculdade!

– Meninas, se acalmem. – Pediu Abbie sem se mover, nós duas a ignoramos.

Fomos nos aproximando uma da outra com olhares fulminantes.

– Acha que a faculdade dele é estressante?! – Riu cínica. – Tente cursar Medicina, garota. Eu sei exatamente o significado da palavra “estressante”.

– Pare de exagerar. – Cruzei os braços bufando.

– Já me viu descontando o estresse em você, na Abbie ou no Joey por acaso? – Me empurrou novamente. – Me responde Lisa, acha que a culpa é do curso ou da pessoa? Hã?

– Pare de me empurrar! – A empurrei de volta. – E você está atacando seu próprio irmão, que tipo de pessoa é você?!

– O tipo de pessoa que não vai contra os amigos por causa de um garotinho tonto. – Cuspiu as palavras. – E depois fala que os amigos são a coisa mais importante.

– Não use minhas palavras contra mim! Mudou de curso? Virou advogada por caso, Catherine?

– E você? Se esforçou tanto em Artes Cênicas que incorporou uma vaca?! – Me cutucou com força.

– Não me chame de vaca. – Agarrei a mão que usou para me cutucar e a apertei.

– Eu te chamo como quiser, na hora que eu quiser. – Soltou sua mão da minha. – E quem pensa que é para agarrar minha mão?!

– A mesma pessoa que te defendeu ano passado quando foi humilhada na escola.

Nos encarávamos com ódio.

– Não. – Falou com a voz cheia de raiva. – Nesse momento, você não é aquela Lisa. Agora você não passa de uma vadiazinha. Aquela Lisa defendia os amigos, essa Lisa os ataca quando o namoradinho idiota a trata mal.

– Eu não sou uma vadiazinha. – A empurrei com força, a fazendo bambear, mas não cair. – Você está tentando me fazer ficar contra o Jake! Não acredito que está fazendo isso sabendo o quanto nós dois nos amamos!

– Você tem dezoito anos! – Revirou os olhos e usou sua expressão de desprezo. – Nem sabe o que é amor Lisa! Ninguém aqui sabe! Você o conheceu quando tinha dezessete, acha mesmo que é tudo isso?!

– Quem é você para dizer o que sinto, Catherine?! – Questionei mais irritada ainda.

– Sou sua melhor amiga, Elizabeth! – Jogou em minha cara. – Acha mesmo que eu iria querer fazer algum mal a você?!

– Então por que está tentando fazer com que eu me sinta mal?!

– Por que o Jake está... Quer saber?! Foda-se também Lisa! – Se aproximou de mim e me olhou com ódio. – Quando perceber que acabou de agir como uma idiota, com uma das poucas pessoas daqui que se importa com você, vá me procurar. Pois nesse momento, eu não quero mais olhar nessa sua cara.

A loira foi embora do quarto pisando duro, só ouvi a porta de entrada batendo com força, mostrando que ela foi embora da casa.

– Lisa? – Abbie me chamou.

Vários pensamentos passaram por minha cabeça. Como um flash, eu acordei de um transe. Caí de joelhos no chão, puxando meus cabelos e com os olhos arregalados.

– O que foi que eu fiz? – Sussurrei.


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Notas finais do capítulo

Celeste e Mitsue: O.O Mil tretas mano...
Celeste: Por que você escreveu isso?! Só para ferrar com a Lisa?!
Mitsue: Sorry dizer, mas nem sempre a vida corre as mil maravilhas. Precisava colocar um pouco de realidade nessa bagaça '-'
Celeste: Affu, depois EU que sou a encrenqueira ¬¬



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