Another Dumb Love Song escrita por TheSecretWriter


Capítulo 2
Who's That Girl?


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas ^_^ o capítulo de hoje saiu meio atrasado porque eu meio que perdi o arquivo kkk mas é, sem maiores traumas, cá está ele ^_^ espero que gostem :)

Capítulo inspirado na canção Who's That Boy, da Demi Lovato (quem, por acaso, lançou um vídeo em homenagem à população LGTB ontem mesmo ^_^) link aqui: https://www.youtube.com/watch?v=xOArTB3S2SU



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Na noite seguinte, Marina tinha um evento muito importante para ir. Era uma exposição que acontecia anualmente, e reunia trabalhos dos artistas mais importantes da atualidade no mundo da fotografia. Obviamente, desde que ganhara destaque no mercado com sua arte, ela era convidada a participar todo ano, e suas obras geravam sempre aglomeração de muitos apreciadores.

Muitas pessoas da alta sociedade já se encontravam no local, e admiravam as fotografias expostas.

– Não é sem graça? – Marina começou a filosofar, observando as pessoas em volta. Sempre tivera essa mania estranha e inexplicável de observar as pessoas.

– O quê é sem graça? – Vanessa, que estava ao lado dela, questionou.

– Essa gente – ela explicava – Todo ano é a mesma coisa, sabe? Banqueiros, esposas de caras ricos, mulheres podres de ricas querendo desfilar roupas, sapatos, e carros. Gente tentando mostrar que tem conteúdo, mas na verdade só vem aqui por razões imbecis. Fechar um negócio, ter uma determinada conversa com determinada pessoa. Sempre isso. Poucas pessoas nessa sala realmente sabem alguma coisa sobre arte ou se interessam por ela.

– Poxa, poético – Vanessa observou, estranhando o comportamento da outra.

– Não, não, você não está entendendo – ela disse – Isso aqui tudo, isso aqui é muito roteirizado, sabe? Todos aqui sabem como devem se comportar, o que dizer e o que não fazer, sabem de cor todos os manuais de etiqueta do mundo. Tudo é muito planejado.

– É, a gente sabe como você gosta do improvável, do impensável. Suas fotos dizem isso, Marina – Giselle disse – Mas porque toda essa filosofia, agora?

– Estou com vontade de fotografar, Gi – ela respondeu – Sabe aquelas minhas fotografias que contam histórias? As que dão ideias para filmes? É isso o que eu quero. Eu quero que entre aqui nessa sala agora uma mulher... A mulher. Aquela que vai tirar toda a monotonia disso daqui. Aquela que chega com um vestido florido, não sei, cheio de cores, talvez, porque era o que ela mais tinha de elegante no armário, só para quebrar esse preto e vermelho escuro. Ela chega, e o mundo para tudo para contemplá-la – terminou, em um ar sonhador.

Como se houvesse esfregado uma lâmpada mágica, o desejo de Marina se cumpriu, quando com o olhar ela visualizou do outro lado do salão uma mulher... Curiosa. Ela mexia muito as mãos enquanto falava, e seus grandes olhos castanhos até brilhavam enquanto ela admirava as fotografias. Era como se ela fosse uma criança entrando em um conto de fadas, como se estivesse entrando num parque de diversões pela primeira vez. Seus olhos diziam tudo. Ela tinha um brilho intenso, daqueles que só se notam ao observar com a alma.

– É ela – Marina disse. Era incrível como em sua mente aquela mulher se destacava, como se fosse o único ponto colorido em um quadro preto e branco. Um sentimento que a tomava, era como... como se sentir completa de novo só de olhar para ela, como um encontro de almas.

– É ela o quê? Está louca? – Vanessa disse, tentando localizar o ponto para o qual Marina olhava fixamente.

Então a fotógrafa observou que a mulher não estava sozinha. Ela estava acompanhada de um homem, igualmente desajeitado, com blazer cinza e camisa branca sem gravata, sem contar os sapatos marrons. Ele era bem bonito, e havia acabado de desligar o celular. A mulher discutia com ele, e dava nele tapinhas de leve; era uma cena no mínimo cômica, levando em conta o resto do cenário, onde tudo era organizado e impecável.

– Ela é a mulher da minha imaginação – Marina explicou – É ela quem invade meus sonhos todas as noites, é ela, eu sei.

– Se acalma, mulher – Vanessa tentava quebrar o clima – Nem sabe quem ela é, acabou de ver ela a primeira vez, do que é que você está falando?

– Quero ela para mim, Van. Quero falar com ela, à sós. Ela é especial, eu sei, olha esse sorriso. Ele brilha. É essa a luz que eu venho procurando. Ela é tão... diferente de todas as outras mulheres que eu já conheci na vida.

Vanessa torcia para que seu rosto não estivesse enrubescendo. Sempre ficava assim quando tinha ciúmes de Marina. Podia até ser uma esperança idiota, mas... Toda vez que a fotógrafa passava a noite com ela, ela sentia que o que uma vez elas tiveram, quem sabe um dia, poderia voltar.

– Você já viu essa garota em algum lugar? – Flavinha perguntou, se referindo novamente àquela mulher tão misteriosa.

– Não, nunca vi. Nunca vi ninguém como ela. Deus, ela é tudo – os olhos de Marina até brilhavam de animação assistindo a cada movimento daquela linda mulher – Sabe aquele tipo de mulher que todas as outras querem ser, e todos os homens querem ter? É ela. Mas... ao mesmo tempo... Ela é tão discreta, é tão comum. É uma beleza, uma perfeição que passa despercebida – o sorriso em seu rosto era impagável – Vou lá falar com ela.

Enquanto Marina caminhava em direção àquela mulher, Vanessa sentia o sangue ferver. Um garçom passou ao lado dela carregando taças de champanhe e ela não hesitou em pegar uma e virar de uma vez pela garganta. Aquela seria uma longa noite.

– Ela é a próxima, Flavinha. Anota isso aí – Giselle sussurrou, enquanto ambas observavam a fotógrafa em ação.

– Só sei que a Van não vai gostar nada disso...

Marina se aproximou da mulher, que ainda estava acompanhada do homem, e agora que ela podia observar mais de perto, conseguiu identificar como seu marido.

– Cadu, se comporta, cara! Desliga esse telefone, tá todo mundo olhando.

– Mas amor, o Fernando tá aqui me falando de um novo bistrô que abriu no centro e...

– Deixa esse celular de lado só um dia, poxa! Aproveita a exposição, curte sua mulher! – ela reclamava – Às vezes eu acho que você gosta mais de passar tempo com o Fernando do que comigo. Sabe o quanto isso afeta a autoestima de uma mulher?

– O quê, amor? Tem ciúme do Fernando agora? – ele ria – Como se algum dia um de nós fosse trocar esse casamento lindo que a gente tem por um amigo, ainda mais do mesmo sexo! – ele se divertia muito com a ideia, de tão absurda – Além do mais, eu e o Fernando vivemos falando de trabalho, tra-ba-lho. Comida é trabalho, amor. Preciso pagar as contas.

– Ai, que engraçado, amor. Porque ultimamente essa comida toda só tem dificultado pagar as contas, não facilitado nada, não.

Marina abria sorrisos de ver a relação que os dois tinham. Era fofo, era cômico. Mas eles se amavam, dava para ver nos olhos. Ah, os olhos... Os olhos dessa mulher eram tão perfeitos. Era tão fácil se perder neles. A fotógrafa sabia que não conseguiria tirá-los da cabeça por muito tempo. Nem a eles, nem a mulher como um todo.

– Oi, com licença – ela disse, se aproximando daquela dupla tão curiosa – Meu nome é Marina Meirelles, muito prazer.

– Marina... Ai, meu Deus, você não é aquela fotógrafa de quem todos estão falando ali atrás? – a mulher perguntava, toda animada – Vi suas fotos, elas são incríveis, você é tão talentosa. Dã, é por isso que você está aqui, que tonta. Cadu, essa é... Cadu, não acredito que você tá de novo nesse telefone!

– Espera aí, espera aí, amor já tô terminando, só um instantinho – ele dizia, sem soltar do telefone, ou se virar completamente para olhar a esposa enquanto falava.

– Ai, me desculpa por ele – ela dizia, envergonhada, mas Marina só conseguia achá-la a cada segundo ainda mais incrível – Sempre falando de comida – soltava algumas risadinhas, meio sem graça.

– Sem problemas – Marina riu, compreensiva – Eu... Acho que já te vi em algum lugar, não? Alguma revista, algum programa de televisão...?

– Ah – a mulher exclamou, parecendo surpresa – Não, imagina. Eu... não – ela ria, e Marina achava aquilo adorável – Meu nome é Clara. Um amigo do Cadu tinha ingressos que conseguiu de outro amigo, mas ele não pôde vir, então ofereceu para a gente e... – então ela se interrompeu – Mas você não quer saber disso.

– Não, imagina – Marina disse, com um sorriso lindo no rosto. Como se aquela fosse a primeira vez que houvesse se apaixonado na vida. Clara era o nome dela... Clara... Tão pura, tão transparente, tão... Clara – Tudo em você é fascinante.

– Perdão?

– Digo... Eu não sei quem você é, mas você parece uma estrela. Olha, assim do jeito que você é, você podia ser famosa, sabia? Posso ver suas fotos, já. As luzes, seus olhos, você inteira – ela começava a filosofar, apenas imaginando aquela mulher posando para ela.

– Ah, eu? Obrigada – ela soltava uns risinhos nervosos – Mas eu não tiro fotos... Digo, eu sou uma péssima modelo. Aliás, nem modelo sou, eu só... Só saio em fotos de família, sabe? Bem lá no fundo; não sou muito amiga das câmeras.

– Olha, eu vim te observando a noite toda, e vai por mim, você daria umas fotos ótimas. Você... não sei, parece um anjo. Um corpo como o seu merece os holofotes.

Clara ficou muito impressionada com os elogios. Quando foi a última vez que a elogiaram daquela forma? Marina a fazia sentir como se fosse a única mulher do mundo, era tão... Incrível. Como se já a conhecesse havia anos. Havia uma conexão ali entre elas que... ela simplesmente não conseguia explicar.

– Me dá sua mão – Marina disse.

A voz daquela fotógrafa era quase que hipnótica. Como se fosse alucinógena, e viciante. Como uma droga. Você não vê a hora de experimentá-la, de novo e de novo. Clara estendeu a mão para ela, e ambas sentiram um choquinho percorrer o corpo todo quando seus dedos se entrelaçaram. Clara e Marina se encaravam olho no olho, e aqueles sorrisos eram intensos e indescritíveis.

Agora Marina tinha certeza. “É ela


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Notas finais do capítulo

Então o que acharam? ^_^ vejo vocês nos comentários :3 beijãos