– Luce! - exclamou o rosado sorrindo, tirando a maga de seus devaneios.

– Natsu! - ela deu um pulo na cadeira, derrubando o chá em cima de si - Kyah! Quente! Quente! Quente! Muito quente! - berrou de dor e correu para o banheiro.

Ligou o chuveiro no mais frio que podia e entrou de baixo d'água, suspirando de alivio ao sentir a quentura deixar seu corpo. Levantou a blusa e observou uma marca vermelha que aparentemente sumiria em algumas horas.

– Natsu! - disse a loira ao sair do banheiro e indo para o quarto, com a voz carregada de raiva - Quantas vezes eu vou ter que dizer pra você não entrar assim na minha casa! Olha o que aconteceu!

Mas o Dragon Slayer não estava prestando atenção no que a garota falava, ele estava muito concentrado admirando-a com as vestes encharcadas e transparentes - que revelava uma lingerie rosa claro com rendas.

Ele já havia visto a nakama em roupas provocativas, mas aquilo era completamente diferente.

– Natsu! - gritou uma Lucy meio raivosa, estralando os dedos diante dos rosados, fazendo-o voltar da viagem que entrara.

– Hã? Ah, o-oi - corou fortemente ao perceber o que estava pensando.

– Que foi? - a maga tombou a cabeça pro lado, sem entender.

– S-S-Suas r-roupas - gaguejou, olhando para o lado.

Ela olhou para as roupas - e foi ai que se tocou.

– Kyah! - gritou, virando-se , tentando cobrir o corpo com os braços - N-Não olhe!

Tarde demais, pensou o garoto, que ainda não olhava para a amiga.

Lucy foi até o guarda-roupa e pegou outra roupa íntima e pijama - uma regata larga que acabava pouco depois de cobrir o busto, mostrando a barriga (a garota não queria nada encostando no novo ferimento) e uma calça larga qualquer - e foi no banheiro se vestir.

– Pronto - disse ao rosado, que estava de costas para ela, quando acabou de se trocar.

– O-Okay - e olhou para ela - Desculpa Lucy - disse, fazendo cara de cachorro abandonado.

A maga celestial suspirou. Ela não podia contra aquela carinha que ele fazia.

– Ta bem, ta bem...

Só então Natsu reparou na marca vermelha que a nakama tinha na barriga.

– Luce... isso foi de agora? - apontou

– Ah... sim, mas não é nada demais - forçou um sorriso. Realmente, não era uma queimadura séria, mas estava incomodando bastante.

Natsu aproximou-se dela e agachou, dando um beijo na barriga da loira.

– O-O que você...? - perguntou, com as bochechas fervendo e segurando um gemido.

– Uma vez me disseram que quando você beija um machucado, ele sara mais rápido -respondeu, beijando-a outra vez.

O rosado levantou-se e encarou a amiga - que estava extremamente vermelha - sem entender porque ela não o olhava. Depois de alguns segundos - que pareceram horas - constrangedores em silêncio, a garota começou:

– E-Então, que veio fazer aqui?

– Ah sim! Verdade - riu o garoto, meio sem graça - Vim pra passar a noite aqui.

– Por quê?- Perguntou Lucy, sentando-se na poltrona. Até parece que você não tem casa pra voltar, completou em pensamento.

– Para não perder um segundo de treinamento - colocou as mãos fechadas em punho na cintura, sorrindo.

Péssima desculpa, ele sabe, mas não podia falar que ela porque ele preferia dormir ao lado dela com aquele cheiro agridoce que ele tanto gosta. Por sorte a loira acreditou nele. Ela não se incomodava em dormir ao lado dele, e gostava do calor - e do cheiro de gengibre - que ele emanava.

Lucy também gostava de quando ele e/ou os amigos estavam lá, mesmo que invadindo, era melhor do que estar sozinha. A garota apreciava os momentos só dela, mas era sempre mais divertido quando estavam todos juntos.

– Tá, tanto faz - respondeu por fim, com uma indiferença fingida. O rosado sorriu abertamente, daqueles sorrisos de orelha a orelha e deitou-se na cama, sendo logo seguido pela maga.

[...]

Todos os dias foram praticamente a mesma coisa: de manhã os dois saiam para o treino, e anoite iam até a guilda conversar com os companheiros. Isso seguiu-se durante dois meses. Até que:

– Natsu, a gente precisa sair em uma missão. O dinheiro da última já acabou e eu preciso pagar o aluguel desse mês... - disse Lucy, enquanto andavam em direção à Fairy Tail.

– É, faz tempo desde que a gente saiu - concordou Natsu - Vamos eu, você e Happy - e sorriu.

Ao entrarem na guilda, foram direto ao quadro de pedidos.

– Acho que a gente pode pegar esse aqui - apontou o mago de fogo para um dos pedido - Assim a gente vê o quando você ficou forte - sussurrou a última frase.

– Tá, parece bom - sorriu a loira de volta.

Enquanto a garota foi entregar o pedido à Mirajane, o Dragon Slayer foi chamar o exeed azul, que conversava com Charlie.

– Mira, eu, Natsu e Happy vamos sair nessa missão- disse, colocando o folheto em cima do balcão, mostrando à Mira.

– Comportem-se em - e sorriu de um jeito angelical, mas Lucy percebeu a malicia por trás daquela frase.

– Mira! - exclamou a loira, fazendo a albina soltar um risinho.

E então os três partiram para a missão.

Era uma coisa simples aparentemente. Eles teriam que capturar uma gangue de bandidos em uma cidade ao sul de Fiore. Fácil e rápido.

Depois de pegarem suas coisas, foram em direção à estação de trem, onde iriam para seu destino. Já estavam dentro da cabine - Lucy sentada do lado de Natsu e Happy de frente para os dois - quando o rosado reclamou, enjoado:

– Eu quero sair daqui... Urgh...

– Fique enjoado quando o trem andar! - exclamou a maga celestial. Sim, eles ainda estavam parados.

– Ele não tem jeito...- disse Happy - Queria um peixe... - completou à si mesmo, suspirando.

Pelo visto você também não..., respondeu Lucy em seus pensamentos, soltando um suspiro também.

– Eu vou morrer, Urgh! Aqui... - disse Natsu.

– Deixa de ser exagerado. Quantas vezes você já andou de trem e morreu em alguma delas?

– Urgh! - foi o que a loira recebeu como resposta.

– Dorme que você ganha mais... - disse a maga ao ver como o gato estava sereno dormindo, e empurrou a cabeça do amigo em direção ao seu colo, fazendo carinho em seu cabelo rosa e macio.