Tradição Hiatus escrita por UisElveti


Capítulo 6
Sonhos


Notas iniciais do capítulo

I'M BAAAAAAAAAAAAACK BITCHES!
Finalmente consegui escrever alguma coisa.
Tenho alguns recadinhos, mas deixa que isso eu falo depois do cap!



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                O avião pousou e de repente Lilian se viu sozinha, em um país diferente do dela, onde cada detalhe contava. Embora a estação atual na Inglaterra fosse outono, o ar já muito frio atingia sem dó a pele da menina. Lilly parou a  porta do aeroporto encarando o guia da cidade, já estudado várias vezes, repassando mentalmente o que devia fazer dali em diante.

- Com licença! – uma voz calma e baixa pediu atrás dela. Lilly se virou para ver quem falava e se deparou com um garoto, aparentando vinte e poucos anos, esperando ela se mover e sair da passagem. Ele tinha um belo sorriso nos lábios e olhos azuis. A barba por fazer dava um charme especial ao menino moço.

- Oh, me desculpe! – Lilly, sem se importar com o inglês, falou tentando não parecer boba.

- Brasileira?

- Sim – ela sorriu de lado mostrando a covinha discreta.

- Bernardo. Pode me chamar de Ben! – estendeu a mão para cumprimentá-la. – E aquele ali, - apontou para outro garoto que vinha andando devagar – é o Thiago.

- Lilian, Lilly.

- Vai para onde Lilly? – perguntou.  A menina olhou em volta e percebeu que ninguém ali notava a conversa ou prestava atenção.

- Qualquer lugar. – deu sinal para um taxi que passava.

- Quer dividir o taxi? – perguntou Bem fazendo sinal para o amigo andar mais rápido.

Fechou a porta do taxi e abriu uma fresta do vidro.

 - Adeus Ben! – disse e indicou o caminho para o motorista.

Dez minutou após deixar o aeroporto, Lilly descia do taxi em frente a um hotel e logo estaria no quarto. O preço barato da diária era compatível com o prédio, mas não passaria mais de uma semana ali. Deixou as poucas malas no quarto e saiu em busca de uma biblioteca onde pudesse encontrar informações sobre sua vida. O cansaço não era grande, tinha passado boa parte da viagem dormindo.

                                        *             *            *

                - É aqui mesmo! – declarou o motorista.

- Obrigado – Ben pagou o taxi e desceu do carro sendo seguido por Thiago. Subiram as escadas até a porta do hotel e receberam as chaves do quarto, a recepcionista indicou o andar dos quartos. Não havia quartos paralelos, portanto Thiago ficou no primeiro andar e Ben no terceiro. 

Ao chegar ao corredor principal do terceiro andar Ben se sentiu entorpecido. Um perfume doce invadiu suas narinas e então começou a ouvir gritos. Ele conhecia aquela voz, conhecia essa sensação.  Uma dor queimante no peito começou e aumentava a cada segundo, correu até o quarto e se jogou na cama. Não podia acreditar que estava de verdade passando por tudo aquilo, nunca acreditou nas histórias, nunca acreditaria. Nunca, até aquele momento.

                                        *              *             *

                Ela estava lá, uma sala cheia. Pessoas falando, livros abertos. Um vento cortante entrava pela janela meio aberta e fazia com que nuvens de vapor saíssem de suas bocas. O coração acelerando, as mãos tremendo, ela estava se perdendo.

                Começou os gritos, as vaias, o medo. De repente o frio não mais a incomodava. Lágrimas caem de seus olhos e o fogo aumenta. O corpo dói na frequência das chamas. Palavras estranhas ouviu sua própria voz proferir, não sabia o significado, mas sentia o poder que emanava delas.  Grossos pingos de água vinham do céu, um choro silencioso de criança. A dor não mais a aflige, ela tinha morrido. Os gritos continuavam, mas o medo se esvaía. O vazio tomava conta de seus olhos já opacos. Sabia que voltaria, não estava preocupada.

                Abriu os olhos e encarou o livro em sua frente, sentia o rosto molhado de lágrimas, não podia mais conviver com essas visões. Nos livros dos registros não achou nada que já não tivesse lido nos relatos da família. Precisava voltar ao hotel, precisava dormir e esquecer. Voltaria à biblioteca pela manhã.

                O caminho de volta foi doloroso, a esperança diminuía a cada passo e a dor no peito apenas aumentava. O quarto no terceiro andar pareceu uma péssima idéia sem o elevador no hall do hotel. Ela alcançou a cama e sem aviso prévio, fechou os olhos e se perdeu em sonhos novamente.

               


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Notas finais do capítulo

Aeaeaeaeaeae
vamos aos recadinhos:
* Samantha_Wilson, obrigada por abrir meus olhos; nicoole; HinoshytaChiro, minha tchutchuka, obrigada; breenda; CandleLove; harpsichord; Gabuh e cessiuh meus xuxus;
Meninas, todas vocês minha vampiras, amo todas vocês do fundo do meu coração frio e solitário!
* Peço desculpa pela demora, e peço a ajuda de vocês. Qualquer ideia, sugestão para "Tradição" me mandem uma mensagem privada que eu considero todas.

Beijos
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