Tradição Hiatus escrita por UisElveti
Notas iniciais do capítulo
Primeiro capítulo dessa história. Prestem atenção a todos os detalhes, por eles lhe ajudaram a entender o que esta acontecendo.
Lilian andava em direção ao portão da escola, seu pentagrama balançando em seu pescoço, ela passava pelos grupos que estavam sentados perto da porta e ninguém notava sua presença. Seus pesados cabelos pretos voavam na direção do vento e seu vestido comprido impedia-a de andar mais rápido. Algo estava errado, ela estava se sentindo perdida, tontura e uma insuportável queimação no ombro direito.
O dia chegava ao fim e nada havia melhorado. Lilly estava deitada em sua cama, o suor em sua testa e lágrimas em seus olhos. Achou que talvez um banho a ajudasse a melhorar e resolveu tomá-lo. Tirou o vestido e se olhou no espero, não gostou do que viu. Seus olhos verdes tinham um contorno vermelho e seus cabelos estavam grudados em seu rosto. Uma marca nova em seu ombro. Lilian se inclinou na intenção de visualizar melhor aquela estranha marca que aparecera em seu ombro.
- Mas o que? – ela soltou agora olhando no espelho. – Um pentagrama?
Em seu ombro, tomando também uma parte de suas costas, a forma de um pentagrama. Não parecia uma tatuagem, parecia uma cicatriz, como se sua pele tivesse sido queimada com ferro quente. Não doía mais, apenas aquela estranha sensação de peso. O banho foi rápido e frio, vestiu-se com um moletom e desceu para o jantar. Seu pai e seu irmão mais novo a esperavam. Lilian tinha 19 anos e seu irmão 17. Seu pai era viúvo e na casa moravam apenas os três.
- Lilly, quero que conheça Fernanda, minha namorada! – Anderson, seu irmão, disse feliz empurrando a pequena e frágil garota em direção a irmã.
- É um prazer conhecê-la Lilian! – Fernanda foi educada, mas Lilian não a respondeu. O pai viu o medo no rosto da filha antes dessa sair correndo escada acima. Agora tudo fazia sentido, a dor, a sensação de estar perdida, o pentagrama, tudo.
- Lilly, por favor, abra a porta! – o pai pedia desesperadamente do lado de fora do quarto.
- Ante diem alter ego apud aures nostra eadem in fine!
- Sim, no fim! – Henrique, o pai, concordou ainda do lado de fora. Lillian abriu a porta e o deixou entrar. Tirou o moletom mostrando a marca do pentagrama em seu ombro. O pai começou a chorar e não sabia o que dizer.
- Por que comigo?
- Eu esperava que acabasse antes de atingir você.
- Mas não acabou. E agora o que acontece? – o pai balançou a cabeça derrotado. Ele não sabia o que fazer.Até hoje sempre tinha sido assim, e o final sempre havia sido o mesmo. O processo uma vez começado não havia como parar. Lilly caiu de joelhos no chão, chorava como nunca na vida tinha chorado.
- É o fim! O seu fim! – Henrique disse triste surpreendendo a filha.
- Como assim meu fim?
- Não há volta Lillian. Já começou!
- E não vai fazer nada? Você não vai fazer nada?
- Não existe nada que eu possa fazer filha! – tudo era triste. Anderson agora entrava no quarto e se deparava com aquela cena, a irmã no chão chorando e o pai sentado na cama, também chorando. Logo percebeu o pentagrama nas costas de Lilly e entendeu o que estava acontecendo. Agachou-se ao lado da irmã a abraçando. Mostrando que estava ali e que se importava. Fernanda assistia da porta do quarto, não ousava entrar.
- Eu não vou acabar como todas as outras pai, não será o meu fim! – Lilian disse decidida. Ela não aceitaria seu destino como todas as outras, não morreria pelas outras, ela seria o fim!
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Prestem atenção nessa frase: "Ante diem alter ego apud aures nostra eadem in fine" pois ela nos acompanhará por um longo caminho em direção ao FIM dessa história.
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