Sangue Divino escrita por Bianca Bittencourt


Capítulo 35
Cap.35 - Presentes e Demonstrações.


Notas iniciais do capítulo

Boa tardeeeeeee gnt S2
Sinto muito por não ter postado entes, mas vcs vão ter que culpar meus professores, provas e trabalhos.
Eu teria postado mais cedo hj mas to mt mal e tah dificil escrever espirrando...
Gostaria de dedicar o capítulo a Lily Morgenstern que recomendou a fic s2



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Chegando ao Chalé 3 eu só conseguia ficar especulando sobre o que seria meu presente. Bicicleta? Altamente bobo. Roupas? Fora de questão. Bonecas? Realmente espero que não. Sapatos? Só se forem para treinamento. Armas? Não... ela é minha mãe, não gostaria de me dar coisas perigosas, não ainda.

Sophie e Nathan seguem ao meu lado, meus pais estão à frente e Calipso e Leo foram para o Chalé de Hefesto.

Quando entramos, não reparo em nada de diferente, mas olho para Sophie, que sorri me encorajando. Annie pega minha mão e me conduz até a última fileira de beliches. Arregalo os olhos. No lugar onde deveria haver o beliche que fica mais escondido, e onde ninguém fica, há varias estantes. Estantes cheias de livros, do chão ao teto.

– Deve ter mais de quatrocentos livros ai! – Exclamo.

– E tem. – Diz Annabeth. – Achei que você gostaria de uma pequena biblioteca particular mais do que de roupas ou algo assim.

– E acertou. – Digo. – Isso. É. Incrível!

Abraço minha mãe.

– Percy disse que poderíamos instalar aqui já que se eu fizesse isso no Chalé de Atena, não seria muito pessoal. – Explica.

Sorrio.

– Muito obrigada. É fantástico.

– Que bom que ficou feliz. – Diz Percy.

– Feliz? Eu estou muito mais que feliz!

– Tem livros de todos os gêneros e assuntos mais variados. – Completa Annabeth.

– Vou começar a ler um amanhã mesmo. – Afirmo. – Acho que andaremos ocupados por hoje.

– Infelizmente, não podemos fazer nada para ajudar. Vocês vão mesmo ter que relatar a missão e passar o dia na Casa Grande com Quíron e o Sr.D.

– Tudo bem. Quanto antes fizermos isso, melhor.

– Também acho. – Concorda Sophie.

– Acho melhor irmos então. – Fala Nathan.

– Só mais uma coisa, e então levamos vocês até a Casa Grande. – Diz Percy que desaparece em meio dos beliches em seguida. Quando retorna tem em mãos uma lança com forma de... dragão. Uma arma reluzente em bronze celestial, esculpida com perfeição e com aplicações de rubi. Ele se vira para Nathan. – Acho que esse é o único tipo de arma que ainda não dei a você.

– Percy, não precisava disso. – Nathan diz.

– Claro que precisava. Não achou que eu fosse esquecer do seu aniversário, não é?

Nathan sorri e meu pai passa a lança para ele.

– Enquanto vamos ao seu chalé podemos passar para conhecer seu novo bichinho. – Observa Percy.

– O quê? – Indaga Nathan.

Me aproximo deles.

– Ah, se eu te desse só uma arma como todas às vezes seria algo vago. Vocês acabaram de volta de uma missão e achei que você merecia algo mais específico e exótico. Essa lança funciona em conjunto de seu patrono.

– Percy, - digo – não me diga que você comprou um dragão? Porque, olha, já tivemos problemas o suficiente com esse tipo de coisa.

Ele dá de ombros.

– Bem, juro que esse está completamente domesticado e vai obedecer o dono completamente. Ele é um animal de batalha, nasceu para servir e pode combinar seus poderes a lança.

Nathan arregala os olhos e meu queixo cai. Ele realmente comprou um dragão.

– Alias, ele também não é gigante.

– Não acham que eu deixaria ele comprar um monstro gigante, não é? – Indaga Annabeth. – O que ele está dando ao Nathan é uma arma de batalha milenar, mas raríssima. Não se preocupem, fora de perigo o animal é mais inofensivo que um poddle.

Quando chegamos aos estábulos, Blackjack me cumprimentou e disse que estava feliz pela nossa volta. Numa parte afastada, uma porta pintada de vermelho estava entreaberta, Annabeth foi até lá e a abriu por completo. Surpreendentemente, Sophie foi a primeira a entrar.

Quando entro, ela estava ajoelhada acariciando o bichinho. Um dragão negro do tamanho de um gato e com olhos azuis gelo. As garras prateadas afiadíssimas estão encolhidas enquanto ele ronrona.

– Que gracinha! – Exclama Sophie. – Ele é uma fofura.

– Na verdade, é fêmea. – Explica Percy.

– Own!

– Isso é um animal de batalha? – Indaga Nathan.

– Pode não parecer, mas se você a mandar atacar alguém, te garanto que ela não vai parecer tão inofensiva. – Meu pai afirma.

O dragãozinho de estimação voa até o filho de Apolo, pousa na ponta da lança e fica encarando o dono com a cabeça entortada.

– Obrigada, Percy. – Agradece Nathan.

– Você merece. – Ele responde dando de ombros.

Sorrio. Tenho que admitir que meu pai escolheu um presente bem interessante, não é todo o dia que se ganha um dragão de estimação que se combina a uma lança para se tornar um animal de ataque em batalha. Isso deve ser muito legal, principalmente para alguém que passa a maior parte do dia treinando.

– Acho que... temos que ir para o Chalé de Apolo e depois para Casa Grande agora, não é? – Questiona Sophie.

– Tem razão. – Diz Nathan. Ele pega o dragão e o coloca no chão.

– Pode levar ele. – Diz Annabeth. – Ele é completamente obediente a você, pode andar com ele por onde quiser.

– Agora acho melhor não. Busco ela mais tarde. E depois escolho um nome também.

Minha mãe balança a cabeça em concordância.

Depois de Nathan guardar a lança em seu Chalé nós vamos até a Casa Grande, onde somos recebidos por Quíron e o interrogatório começa.

Não saímos da Casa Grande por horas, foi um longo dia, não saímos nem para comer, trouxeram o almoço. Todos os conselheiros dos chalés foram chamados para nos ouvir. Contamos tudo que íamos lembrando, mas é claro que ocultamos as coisas pessoais que não são de interesse de mais ninguém. Depois do que pareceu uma eternidade, fomos liberados e fomos para o refeitório jantar – ficamos todos na mesma mesa para conversar e as pessoas mal pareciam reparar.

Tudo que eu queria fazer a essa altura era correr com Nathan até a praia e ficar lá observando as ondas no escuro até o toque de recolher. Mas ainda estava insegura sobre segurar a mão dele na frente de todos ou algo assim, eu ainda tenho que conversar com ele sobre isso. Preciso que não deixem em paz.

– Tenho que relaxar um pouco, vou tomar um banho e acho que consigo ficar acordada por um pouco mais para ler. – Digo.

– Está bem. – Diz Annabeth.

– Vou indo também. – Diz Nathan. Isso. – Também preciso de um banho e tenho que arrumar minhas coisas.

– Até amanhã então. – Diz Sophie.

– Até mais. – Diz Percy.

– Até. – Despeço-me.

Eu e Nathan vamos em direção aos chalés.

– Precisamos conversar. – Murmuro.

– Eu sei. – Ele diz. – Me encontra daqui a uma hora na arena?

– Claro.

Ele sorri e seguimos até nossos chalés em sentidos opostos.

Tomo banho e me troco, leio um pouco de um livro sobre biologia marinha e então vou até arena. Nathan não está treinando quando chego, está me esperando sentado na arquibancada com o dragãozinho fêmea ao seu lado. Sento ao lado dele e lhe dou um beijo de leve.

– Foi um dia e tanto. – Digo.

– Pois é. – Ele concorda.

Nathan pega minha mão.

– Mas não foi para isso que trouxe você aqui. Freya, pega a caixa.

Freya? O animalzinho sai do lado dele e voa para trás. Volta alguns segundos depois com uma caixa azul marinho segura por suas garras. Ela coloca a caixa na mão do dono.

– Fiquei te devendo um presente de aniversário. Então pedi para uns colegas do chalé de Hefesto fazerem isso. – Ele abre a caixa, dentro há um colar dourado com um pingente de “M”. Nathan tira o colar da caixa e coloca em mim, afastando meu cabelo com delicadeza.

Passo os dedos pelo pingente.

– É lindo. – Digo. – Mas você não estava me devendo presente algum. E agora você me deixou mal por não ter te dado nada.

– Você aceitou ser minha namorada. Isso é melhor do que qualquer presente no mundo.

– Isso soou meio ensaiado. Sabe, muito cliché.

– Eu sei. – Ele ri. – Mas eu não sou o tipo de cara que ensaia falas para a namorada, por favor né.

Rio.

– Claro que não.

Nathan me beija e depois pergunta.

– Queria conversar sobre contar isso para os outros, não é?

– Sim. – Confesso. – Olha, se você quiser esperar um pouco...

– Eu não quero.

– Tem certeza? – Pergunto ligeiramente confusa.

– Tenho, isso não faz sentido se não pudermos ficar juntos em público.

– É...

– Isso me leva a segunda parte do para que eu trouxe você aqui. – Ele se levanta e puxa minha mão para me levantar. – Vamos à fogueira.

– Está bem. – Me deixo levar distraidamente.

Algum tempo depois estamos sentados em torno da fogueira enquanto uma filha de Deméter toca flauta junto de um sátiro. Uma melodia bem bonita. Depois que eles terminam, Nathan diz:

– Acho que é minha deixa. Freya, a lira, por favor.

– Não acredito. – Digo colocando a mão na boca teatralmente. – Você vai tocar? Em público?

– Vou. Afinal, já que não prestou atenção em quase nada do que expliquei ontem, pensei que seria melhor demonstrar.

– Que mentira! Prestei atenção em quase metade, tá?

Ele ri. Freya volta com uma lira dourada que arremessa para Nathan, que se aproxima da fogueira, se posiciona mais ao centro e começa a tocar. O dragão fêmea pousa ao meu lado e fica estático.

Enquanto ouço a doce melodia, consigo localizar meu pai observando Nathan com atenção e até um pouco de espanto. O filho de Apolo mal começa e todos estão encantados com a música, ele toca... divinamente, não consigo desviar os olhos de seus dedos ágeis e ele não parava de olhar para mim. Annabeth até começou a olhar dele para mim de vez em quando, mas ele não desviou os olhos de mim até terminar.

Depois que ele terminou todos se levantaram para aplaudir. Freya foi até ele, pegou a lira e saiu voando com ela. Nathan se dirigiu a mim e olhou nos meus olhos por alguns segundos e sorriu. Ele não vai fazer isso, vai? Ai, deuses, ele vai... Nathan se aproxima ainda mais, passa um braço pela minha cintura e me beija. Ele continua a me beijar até os aplausos sentarem e a próxima pessoa se dirigir ao centro.

Encosto a boca no ouvido dele.

– Não acredito que fez isso.

Sentamos e entrelaço meus dedos nos dele.

– Acabei de nos poupar de ter que contar e ver a reação individual das pessoas. Agora todos sabem sem que tenhamos que dizer com todas as palavras.

– Brilhante. – Sussurro sorrindo. – Mas ainda assim acho que foi um pouco... chocante fazer isso na frente dos meus pais tão abertamente.

– Sinceramente, seria embaraçoso demais encarar seu pai que é quase meu pai também e dizer: “estou namorando sua filha”.

– É. Acho que o beijo foi autoexplicativo o suficiente nesse quesito, mas ainda vamos precisar falar com eles.

– Eu sei. Mas por enquanto, só vamos curtir o show, tá bem?

– Claro.

Encosto minha cabeça no ombro dele.

Ao final do tempo na fogueira, nos levantamos e fomos em direção aos nossos chalés.

– Eles estão vindo até nós. – Digo.

– Percebi.

– Vai para o seu chalé.

– O quê? Não...

– A gente fala com eles amanhã. Por favor. Vai para o seu chalé e eu desvio o assunto para adiar a conversa. Te vejo no café, tá legal?

Dou um beijo de leve nele e o empurro em direção ao Chalé de Apolo. Continuo em direção ao Chalé de Poseidon. Percy e Annabeth continuam andando atrás de mim até que ela para, fala algo e segue para o Chalé 6.

Entro no Chalé 3 seguida por Percy e vou direto em direção a minha cama. Meu pai faz menção a se aproximar, mas não o faz. Annie entendeu minha atitude e provavelmente o falou para não tocar no assunto agora. Obrigada mãe.

De manhã, sou despertada por uma sirene.

– O que é isso? – Grito.

– Convocação de emergência dos conselheiros de cada chalé! – Percy grita de volta.

– O quê está acontecendo?

– Não faço ideia, mas deve ser muito importante se usaram esse recurso. – Ele diz antes de desaparecer correndo porta à fora.


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Notas finais do capítulo

Perdoem qualquer erro. ;)