Os Portais de Órion Woody escrita por Tedd Brown


Capítulo 2
Spinners


Notas iniciais do capítulo

É o primeiro capítulo da fanfic e não acontece muita ação aqui, só precisava apresentar vocês ao cotidiano deles e os personagens que vocês vão conhecer a partir daqui.



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O corpo de Órion fora jogado ao chão do jardim, ele sentia as suas costas estralarem com certa força por conta do impacto e espremeu um leve gemido de dor. Um homem de cabelos que batiam em sua nuca pulou da cerca da casa que ficava próxima ao jardim, caminhou lentamente na direção de Órion e dobrou as pernas ficando cara à cara com o garoto.

Se eu fosse um Caçador, já teria te matado aqui mesmo. Somos Spinners, Órion, somos especiais e deve ser honrado. – sussurrou-lhe e o garoto estremeceu com a voz.

Órion girou as pernas e ergueu em um pulo enquanto o homem de cabelo grande se afastava dele. O garoto correu em sua direção e saltou, batendo com os seus pés na barriga do homem e girando no ar. Enquanto o seu corpo virava ele ergueu a sua mão e lançou um portal que se abriu exatamente no lugar onde ele caiu e assim desapareceu de visão. O homem olhou para os lados e foi surpreendido por um portal que aparecia em suas costas. Órion pulou e grudou suas pernas ao redor da cintura do homem e encostou uma adaga no pescoço do mesmo.

Se eu fosse um Caçador, já teria te matado aqui mesmo. – Órion disse-lhe e soltou o homem. – Não tente me dar conselhos, Yalex , acho que você já o fez demais.

Você só tem dezesseis, acha que sabe tudo?

Sei o suficiente para me manter bem. – Órion rebateu fazendo um sinal negativo que mostrava claramente a sua irritabilidade para com o instrutor que por algum motivo vivia exigindo mais do garoto.

Órion Woody se dirigiu até dentro da casa que tinha ali. Ela só possuía dois andares, sendo o segundo onde ficavam os quartos, cerca de seis. A entrada não tinha nada além da madeira que servia de apoio, era uma casa típica de praia e por isto o luxo não era tão grande assim: Poltronas, televisão, sofás e vídeo games, afinal os únicos adultos ali eram Yalex e Martin. O garoto subiu as escadas que davam para o segundo andar rapidamente e entrou no seu quarto, uma das vantagens de precisar morar com vários adolescentes era que cada quarto precisava ter o seu próprio banheiro.

A água escorria pelo corpo do garoto, estava quente ao ponto de sair fumaça. Os seus olhos se encontravam fechados e através do seu corpo era possível ver algumas pequenas cicatrizes que seu instrutor provocou. Ombro, coxa, pescoço e sobrancelha. Jamais sumiriam, mas ele gostava, pois aquilo o lembrava de que as lutas pela sobrevivência da sua tribo seriam travadas com muito sangue.

Contudo Órion tinha outras preocupações. Ele não entendia porque precisava ser mantido mais trancado do que todos os outros do lugar, sabia que poderia ir e vir da escola, mas conseguiu isto com muito custo já que nem Yalex e nem Martin tinham disposição para ensinar adolescentes a escrever ou ler. Sabia que tinha algo ligado à morte dos seus pais, mas nenhum dos instrutores nunca deixaram vazar nada. Ele passava pelas confusões que um adolescente teria e tudo se tornava mais complicado porque não tinha o apoio dos seus pais.

O garoto passou a mão no seu rosto: Branco como leite e os olhos azuis, possuía até mesmo algumas sardinhas no nariz. Segurou a toalha e a enrolou na cintura, saindo do banheiro direto para pegar as suas roupas para a escola. A porta bateu e em seguida se abriu:

Opa, eu não sabia que estava se trocando. – sussurrou uma voz feminina, sua dona ficou logo em seguida com as maçãs totalmente escarlates.

Nos conhecemos desde criança, Ellie, e eu só estou de toalha. – Órion revirou os olhos e olhou para a garota que continuava parada perto da porta e com as mãos na face, abrindo apenas uma fresta entre os dedos, Órion riu. - O que foi? – ele perguntou enquanto colocava a camisa.

Hm... nada, eu só queria saber se já estava pronto. – a voz da garota era baixinha, como um sussurro. O seu sorriso era sempre gentil e largo. Os seus cabelos possuíam fios loiros, quase partindo para o branco e a sua pele era branca, na sua face era possível ver o minúsculo e afinado nariz tal como o da sua mãe era, segundo Martin. Ellie não passava de um metro e meio de altura e estava vestida sempre com roupas em um tom rosa claro e saias que batiam nas suas coxas. Ela era uma garota adorável e Órion sabia reconhecer isso.

Ah, certo. – Órion respondeu pegando a sua cueca e olhando para Ellie que prendia o seu olhar no mesmo e entrelaçava os dedos como se estivesse apreensiva por algo. O garoto riu. – Mas... Ah... Eu preciso por... – ele ergueu a peça de roupa.

Oh, oh, ok. D-desculpe, e-eu... – ela fez um sinal negativo e saiu do quarto com as maçãs mais vermelhas do que antes.

Órion estava pronto em alguns minutos. Era de fato um garoto vaidoso, então nunca saia de casa sem estar com os cabelos arrumados e com perfume o suficiente para que todos percebessem. Desceu as escadarias se batendo com Hélio, o irmão de Ellie.

Desculpe cara. – disse Órion enquanto terminava de descer as escadarias e chegava até a cozinha.

Pronto, Ellie, você pode parar de olhar para o relógio esperando por ele. – Isabelle estava sentada em uma das cadeiras da mesa da cozinha não tão espaçosa, e ao lado de Ellie que baixou a cabeça e se recusou a responder, já que Isabelle não daria ouvidos a ela por estar rindo escandalosamente alto como sempre fazia.

Onde estão os outros? – Órion questionou enquanto pegava uma tigela de cereais começava a comer rapidamente para não se atrasar mais do que estava e deixar Ellie mais impaciente.

Jimmy e Mark ainda não voltaram, saíram ontem à noite e provavelmente vão voltar bêbados, então Martin vai se encarregar de dar uma bronca neles. – Isabelle respondeu

Dar bronca em quem? – Martin chegava até a cozinha com o seu típico bigode afinado nas pontas e os cabelos levemente brancos na parte de cima, o seu corpo era alto, mas não tanto quanto o de Yalex e no seu pescoço estava um medalhão escrito: Martin Volkov. Ele é russo.

Jimmy e Mark ainda não voltaram. – Ellie explicou. - Provavelmente estão bebendo. – ela se ergueu da mesa e puxou a tigela de cereal não terminada de Órion, o colocando dentro da pia e puxando o garoto pela camisa até fora da casa enquanto ele resmungava que não havia terminado de comer, mas a garota sabia que na verdade Órion só não queria ir para escola.


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Notas finais do capítulo

Spinners = Giradores.



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