I Cried Like a Silly Boy escrita por Mardybum


Capítulo 6
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Oláá meus caros leitores!
Obrigada pelos comentários =D
Mais um capítulo pra vocês!!
Beijos.



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Ferdinando olhou para cima e viu colmeias, mas percebia que todas aquelas espécies de abelhas não podiam ser normais, além do som ensurdecedor que produziam, que quase não o fez ouvir uma voz que agora conseguia reconhecer mesmo a quilômetros de distância. Gina havia ido atrás dele. E isso o fez refletir sobre o que estava pensando dela, agora tinha certeza de que ela se importava com ele à ponto de não o deixar sozinho.

–Ferdinando! Cadê você?? Saia já dai!! - Ferdinando agora conseguia perceber o que ela dizia e acabou por vê-la chegando. -Ferdinando, você tá bem?

–To sim Gina. - Disse, soltando um sorriso provocativo. - Como ocê pode vê agora...já que num aguento ficá sozinha i veio atrás d'eu... - Gina se irritou ao ver o tom que em que ele dizia e fechou a cara.

–Num começa! - Disse irritada, mas Ferdinando apenas conseguia sorrir mais ainda. Teve a prova de que agora podia ter a liberdade de provocá-la, coisa que sentia uma vontade imensa de fazer.– A gente precisa sair logo daqui, vamos! - Continuou Gina, tirando Ferdinando do transe em que estava. Ela pegou em seu braço e o puxou para trás.

Eles começaram a retornar o caminho, agora um apoiando no outro para não se separarem, prestando atenção aonde passavam. Mas o zumbido parecia aumentar cada vez mais. Gina olhou para cima e viu várias abelhas indo em sua direção. Puxou Ferdinando e se escondeu atrás de uma árvore morta. Olhou para cima e viu que haviam bichos em todos os troncos.

–Ara Gina, i agora? - Comentou Ferdinando, com um certo desespero. - Da otra vez ocê atiro i aquele bicho expludiu, será que...

Gina pensou em sua sugestão. Podia dar certo, ou ocorrer um desastre. Mas o que podiam fazer? Os dois não eram das mesma espécie, mas ambos não eram naturais. Tinha que tentar.

– Se afasta doutor Ferdinando... - Disse, dando um passo à frente e apontando sua espingarda para uma colmeia. Disparou. Realmente, ela explodiu como o primeiro animal. Mas a segunda coisa em que pensou acabou ocorrendo: um desastre. Como se o zumbido já não estivesse alto, ele acabou se tornando ensurdecedor. Pelo o que estavam percebendo, o barulho do tiro acabara assustado todos os outros, que agora tinham saído de suas colmeias e formavam espécies de redemoinhos verdes no céu. Gina e Ferdinando se olharam com um silencioso "vamos". Olharam para onde estavam indo e não tinha nenhuma escapatória, haviam centenas de abelhas revoando o local. Então tiveram que correr para dentro da floresta morta, abaixados e se segurando novamente para não acontecer de novo de alguém de machucar.

Gina e Ferdinando já estavam correndo a um tempo quando ouviram que o barulho estava diminuindo e pequenas gramas verdes começavam a aparecer no chão. Agora diminuíam o ritmo da corrida, prestando atenção no novo lugar em que estavam. A vegetação começava a surgir, muito mais verde, e animais comuns apareciam, como pequenas formigas no chão e subindo pelas árvores. Mais a frente, havia um riacho, que percorria toda a extensão dessa parte da floresta. Ela percebeu que ainda estava se segurando em Ferdinando e se soltou, afastando repentinamente. Ele sorriu e se sentou próximo ao riacho, se encostando numa árvore e fechando os olhos. Estava morto de canseira, e ela não podia negar que também estava. Depois de alguns instantes, Ferdinando interrompeu o silêncio.

–Ieu acho qui ocê devia aproveitá essa água i toma um banho ein Gina? - Provocou. Estava começando a gostar disso, principalmente porque sua preocupação sumia quando encarava Gina como ela estava agora, demonstrando irritação ao ouvir seu comentário.

–Olha quem fala! - Exclamou. Os dois estavam realmente imundos e Gina acabou por tirar seu casaco marrom, que ia até seu joelho, ficando apenas com a camiseta e a calça jeans que usava desde que fugira de sua antiga casa, que agora estava destruída. Olhou nervosa quando percebeu Ferdinando a observando atentamente. Acabou se sentando também e jogando sua mochila para ele, que rapidamente pegou algumas frutas que Gina havia guardado. Ela se encostou numa árvore e foi vencida pelo cansaço, adormecendo, sendo observada pelos olhos atentos de Ferdinando, que não deixou de a olhar em nenhum instante, mesmo quando se levantou para provar a água do riacho. Guardou um pouco na garrafa que encontrara na mochila de Gina e depois lavou seu rosto. Viu que a noite já estava chegando e voltou para perto de Gina, se sentando ao seu lado, adormecendo depois de ficar um tempo a observando e ouvindo sua respiração lenta.

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Juliana continuou caminhando até entrar na caverna, procurando um lugar para descansar. Não desistira de procurar Ferdinando ou Gina, mas não conseguia prosseguiu pelo cansaço. Acabou encontrando um lugar pouco iluminado, com as paredes verdes e úmido. Se sentou em uma pedra, pensando em tudo que estava acontecendo e mesmo com alguns barulhos estranhos que ouvia as vezes, não demorou para encontrar o sono.

Quando acordou, parecia que tinha apenas fechado seus olhos. Percebeu que estava escurecendo e sentiu a fome e a sede chegarem. Como achara algumas macieiras pelo caminho, a única coisa de que precisava era de água. Percorreu a caverna e viu que havia uma nascente ali, um lago. Pensava se era seguro beber daquela água, mas sentia sua garganta seca, desesperada por algo líquido. Se abaixou, pegou um pouco com a sua mão e experimentou. Por alguns instantes, tudo estava normal, mas começou a sentir uma dor muito forte, começando pela cabeça e percorrendo todo o seu corpo. Acabou desabando no chão, ainda lutando para aquilo passar. Começou a se arrepender terrivelmente de ter saído de perto do dr. Renato, pensava em como seria bom se ele estivesse lá para tratar de sua dor. Mas conforme ela aumentava, em sua mente só estavam vindo imagens de Zelão. E mal sabia que ele a procurava nesse exato momento, sentindo uma dor no peito muito forte como se soubesse que algo de grave acontecia com a professora de cabelos cor de rosa.

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...

"Ela estava na sua cidade, no centro, lugar que conhecia muito bem. Mas os prédios que traziam as lojas que visitara tanto na infância estavam quase irreconhecíveis com tudo o que estava acontecendo. Paredes estavam desabando, pessoas correndo desesperadas pelas ruas em meio ao barulho. Foi quando viu seus pais. Tinha vontade de correr até eles, de abraçá-los. De pensar que tudo fora um engano, que eles ainda estavam entre ela. As únicas pessoas que realmente tinha amado na vida. Mas eles sumiram de sua vida. Mais uma vez.

Até que logo viu mais adiante. Ferdinando. Pedro Falcão, dona Tê. Juliana. As pessoas que estavam conseguindo entrar em seu coração, mesmo ela tentando de tudo para bloqueá-las.

Correu em direção as pessoas que agora eram uma razão para ela continuar a viver. A lutar. A conseguir deixá-los bem. São e salvos. Mas eles desapareceram antes que os pudesse alcançar. E ao invés de alívio, agora o que tomava conta dela era o medo. Não sobrara ninguém. Estava sozinha. Começou a chorar, em meio ao desespero. Sentia muita dor, mas ela, de alguma forma, era mais real que tudo. Quando sentiu alguma coisa se apoiando em seu ombro"

...

Gina abriu os olhos e a primeira coisa que viu foi Ferdinando dormindo, com a cabeça em seu ombro. A primeira coisa que pensou em fazer foi se afastar, mas estava abalada, sentindo seus olhos lacrimejarem após tudo o que vira em sono. E o via dormir tão bem que não pode deixar de se sentir mais calma. Tudo não passou de um sonho. Mas a dor que sentia quando dormia continuava, de alguma forma. Sua cabeça estava latejando, e logo passou para seu pescoço. Levantou sua mão para tocar o local que doía, como se pudesse aliviar. O movimento que fez acabou acordando Ferdinando, que abriu os olhos devagar, sonolento.

–Ara Gina...Ocê já tá acordada...? - Olhou para o céu e constatou que já era noite. Achou que iria encontrá-la irritada. Mas acabou a achando incomodada com algo. -O que ocê acho d'eu durmi ao seu ladinho, minha cara? - Provocou, esperando uma resposta no mínimo irritada por parte da ruiva. Mas não ouviu nenhuma e ela continuou passando a mão pelo pescoço, distante. Foi quando Ferdinando reparou melhor e viu que em seu pulso haviam picadas estranhas. Mudou completamente o tom e correu, pegando em seu braço. –Gina, ara, o que é isso? - Foi quando ela reparou.

–Ai não! - Exclamou, olhando o lugar. Experimentou tocar nelas, sentindo uma dor alucinante quando isso aconteceu. Ferdinando percebeu sua expressão e tirou a mão dela de lá. Gina começou a amolecer e ele a segurou, com preocupação. - Isso é picada daquelas abelhas... São feitas em laboratórios e deixadas em florestas afastadas da cidade. Eu já ouvi falar disso... é onde a gente deve tá...

–Gina... - Ferdinando nunca vira Gina tão fraca antes. Ela começou a ficar branca, como se aquilo tivesse tirando sua vida. Então ele fez a primeira coisa que lhe veio na cabeça, pegou a garrafa que tinha enchido de água e passou nas feridas dela. Algum efeito parece ter surgido, porque a cor de Gina começou a voltar aos poucos. Mas ela continuava abalada e seu rosto continha algumas lágrimas que insistiam em cair, que logo foram secadas pela mão de Ferdinando. Quando começou a se recuperar saiu dos braços dele, se levantando.

–Eu já to melhor Ferdinando. A dor passo. Se você quiser dormir, aproveita. Agora, se não, a gente continua caminhando. - Falou rapidamente Gina.

–Ieu adoraria continuar aquele meu sono de antes... - Disse sorrindo e se aproximando de Gina, que deu um passo pra trás.

–Mai eu não! - Respondeu, se lembrando do que sonhara. - E pelo visto você não tá com sono nenhum, então é melhor continuar a procurar pelos outros.

–É, minha cara, melhor mesmo... - Respondeu Ferdinando, mesmo não pensando assim. Mas tinham que achar seus amigos e sua família. Até então, ele evitara pensar nisso, mas não existia outro jeito. Precisavam continuar, e ainda havia muito pela frente.


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Notas finais do capítulo

Desculpem meus atrasos de postagem, o tempo está corrido e eu estava com poucas ideias e algumas dúvidas de como prosseguir com a história. Mas de pedacinho em pedacinho terminei o capítulo. Não prometo atualizar rápido, porque sempre que penso nisso acabo não conseguindo, mas vou fazer o possível para conseguir.
Espero que tenham gostado, obrigada por lerem!
Comentem o que acharam!!
Beijos e até o próximo :3