I Cried Like a Silly Boy escrita por Mardybum


Capítulo 3
Capitulo 3


Notas iniciais do capítulo

Olááá meus caros leitores!! Depois de quase morrer pq achei q não ia ter novela, mas #TeveNovelaSim, eu voltei a escrever. Espero que gostem!!



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Todos os acontecimentos daqueles dias ainda estavam vivos na mente de todos daquele lugar. Gina estava acostumada com toda a tecnologia que existia no local onde vivia, mas todos os habitantes da Vila de Santa Fé estavam boquiabertos com tudo aquilo, "Como podia a imagem de um homem aparecer do nada, e sumir assim?", pensavam todos. Isso preocupava Gina. Como poderiam eles, com tão pouco conhecimento, vencer gente tão poderosa e com tudo de mais tecnológico que existia no mundo? Todos estavam cansados, então adormeceram ali mesmo, onde podiam, para conseguir pensar melhor num plano mais tarde.

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Já era começo da tarde naquela cela, ou pelo menos era o que achavam pois não podia ver nem a cara do sol. Todos já estavam com fome e não conseguiam pensar em nenhum jeito de sair de lá. Gina estava sentada encostada na parede e pensativa. Escutava a cantoria de Viramundo, a falação de Catarina e da família Epa, todos tentavam se distrair de alguma forma. Observou Pedro Falcão começar a falar:

–Nois num pode ficá assim a vida intera. Arguem sabe argum jeito de nois saí? Pois eu já oiei nessas parede e num vi nenhuma porta pra nois passa.

Todos começaram a falar juntos e Gina não conseguia diferenciar nenhuma palavra que saia da boca daquela gente. Percebeu que o capanga tinha duas armas e uma espingarda, e pensou que poderia ser útil de alguma forma. Ela não tinha medo de usar e usaria se fosse preciso.

–Por favor, quem tiver alguma ideia fale, mas um de cada vez! - Comenta a professora Juliana, acalmando a todos. Mas como Gina imaginou, aquele falatório era somente desespero e por um momento, ninguém se pronunciou. Mas foi surpreendida por uma voz:

–O tenho minhas mininas e o vô protegê a sinhora perfessora.–Disse Zelão, se referindo as suas armas.

–Zelão... -Disse a professora, encabulada– Mas só isso não basta, alguém tem outra sugestão?

Mas desta vez se passa algum tempo e ninguém responde. Gina apenas escuta alguns cochichos baixos e observava as duas crianças, Pituca e Serelepe, correndo pelo local e cantando. Gina não podia deixar de pensar na disposição dos dois, que mesmo estando afastados de casa e perdidos, não deixavam de sorrir. Queria ela ter essa alegria também, mas Gina nunca foi de sorrir muito, apenas em alguns momentos bons que teve, mas sempre foi desse jeito...geniosa.

O tempo continua passando e parecia estar perto da noite. Todos tentavam disfarçar mas estavam morrendo de fome. A comida que veio na noite passada não rendeu pra quase nada e já havia se esgotado. Gina pensava quando iriam trazer mais comida e acabou se tendo uma ideia: Se eles rendessem os guardas que traziam a comida podiam ter uma chance de escapar. Era arriscado, mas eles precisavam tentar. Chamou a pessoa em que mais confiava ali, Pedro Falcão para contar o que achava. A professora Juliana acabou vindo junto e eles conversaram. Eles acabaram concordando com isso e quando a comida chegou, dividiram alguma parte para guardar para quando fugissem. Decidiram que colocariam o plano em prática no dia seguinte.

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Um novo dia amanheceu e Ferdinando soube do que iriam fazer. Achou uma maluquice, "claro, foi ideia daquela maluca", pensou. Mas não tinha o que fazer se não concordar e ver no que aquilo iria dar. Discutiam naquele momento quem, além de Zelão, iria atacar os guardas e ele queria era apenas ir embora, sem violência. E ainda teve que aguentar os comentários de Gina, que mal o conhecia, o chamando de "covardão". "E do jeito que ela é, quem vai carregá a ispingarda vai se ela mesma".

Se for preciso, eu passo fogo em quem estiver pelo caminho. - Comentou Gina, confirmando o pensamento do engenheiro.

Nesse dia, parecia que o tempo estava parado. Todos estavam tensos e não sabiam o que fazer até chegar a hora do ataque. Se tudo desse certo, em algumas horas todos estariam livres daquele lugar. Gina olhava ao redor, e por alguns segundos seus olhos se encontraram com os de Ferdinando. Desviou o olhar.

A noite se aproximava e todos já estavam a postos. Ferdinando começou a dizer:

–Hoje nois vamo colocá nosso plano em prática e saí daqui! O Zelão, nosso capataz, está preparado e quando aqueles guardinha de meia pataca vierem aqui nós vamo mostra que num tamo pra brincadera ara!

– Ieu também Doutor Ferdinando. - Disse Gina. Ela já tinha gostado da espingarda como se tivesse passado a vida toda com ela.

–Araa, ocê também Gina, pronto! - Disse Ferdinando, se irritando.

– I quando nois escapá daqui, num é perigoso i todo mundo junto? - Disse Zelão.

Então a discussão se resumiu em se iriam fugir todos juntos ou não. Gina pensava em escapar sozinha daquele lugar e achar um jeito de se vingar, ainda não tinha esquecido dessa ideia e não iria esquecer tão cedo. Ficaria triste em deixa-los, pois se apegou a alguns habitantes, como Pedro Falcão e a professora Juliana. Mas não podia continuar com eles, ou iria se apegar mais ainda e morreria se algo ruim acontecesse com algum deles. Precisava se acostumar com as tragédias e estar sozinha nessa hora. Não podia fraquejar.

Ao que calculavam, a hora que os guardas geralmente apareciam estava se aproximando e não tinham nem um sinal deles. Gina estava começando a se preocupar, com aquele telão e tudo mais, a tecnologia que possuíam era muito avançada, então eles podiam muito bem estar escutando suas conversas. Não havia pensado nessa possibilidade e ficou mais preocupada do que já estava.

Todos estavam até começando a ficar com sono e principalmente, com muita fome. Gina havia se decidido não falar nada do que tinha pensado para ninguém mas agora pensou nessa possibilidade. O plano havia falhado.

Ela começou a querer falar, mas foi surpreendida por um barulho e então três guardas apareceram na prisão, armados, os encurralando. Gina e Zelão se prepararam para contra-atacar e os outros se afastaram, assustados com a situação. Não sabiam o que iriam fazer agora, mas um estrondo os pegou de surpresa. Todos se olharam para cima e se deram conta de uma coisa: O teto estava rachando, prestes a desabar.


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Notas finais do capítulo

Comentem o que acharam, beijoooooooooos