I Cried Like a Silly Boy escrita por Mardybum


Capítulo 20
Capítulo 20


Notas iniciais do capítulo

Oiii gente, tudo bem com vocês? Espero que sim o/
Me desculpem a demora e qualquer erro, vamos ao capítulo!!



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Quando Gina acordou, não encontrou mais ninguém. O lugar estava completamente vazio e o sol indicava que já tinha amanhecido há algumas horas. A ruiva se levantou de súbito, com raiva por ninguém tê-la acordado. De repente, se lembrou de quem havia dormido ao seu lado e colocou a mão em seu rosto, inconscientemente. Ainda estava quente, então não fazia muito tempo que saíram. Onde será que estariam todos? Foi em direção ao corredor mas lembrou-se de que precisava trocar de roupa antes. Correu para descobrir o que estava acontecendo o quanto antes, tanto por orgulho como por, no fundo, sentir que não podia deixá-los sozinhos. Ou, o mais provável: que não conseguia mais ficar sem eles.

Assim que chegou no antigo refeitório, encontrou uma grande mesa de café da manhã como a tempos não via, repleta de bolos de todos os tipos, sucos, doces, pães, etc. Na mesa estavam reunidos tanto seus antigos colegas como todos os habitantes de Santa Fé, juntos com algumas pessoas completamente desconhecidas para Gina. Juliana estava ao lado de Zelão e conversava com seus antigos professores, já Ferdinando olhava atentamente para a ruiva.

_Gina! Já acordou? Sente-se e coma um pouco, deve estar com fome.– Disse Lúcia. Ela ia se direcionando para uma cadeira vazia ao lado de Juliana, já pensando no que ia perguntar à amiga quando se sentiu sendo puxada por Lúcia. - Senta aqui, com nós Gina, todas estávamos morrendo de saudades!– Disse entusiasmada.

Sendo praticamente obrigada a sentar-se distante de onde queria estar, ela apenas lançou um olhar para o outro lado da mesa, desviando no mesmo instante que encontrara o azul dos olhos de Ferdinando. Olhando para frente, deu de cara com duas antigas colegas, com as quais trocara no máximo duas ou três palavras e que mal se lembrava o nome, mas tinha certeza de que sentiam tanto a sua falta quando sentia delas. Apenas deram um sorriso de lado e um "olá" desanimado.

_Gina, você precisa ver a cama que arrumei para você. Também arranjei algumas roupas, pode se mudar para aquele quarto hoje mesmo! - Ela não se importava muito com onde dormiria mas uma coisa a encafifou.

_E para os meus amigos? Você conseguiu um quarto?

_Para eles?– Respondeu Lúcia, apontando o outro lado da mesa com a cabeça – Ah Gina, desculpa mas infelizmente eu ainda não consegui. Mas fica tranquila.– Acrescentou ao ver que a ruiva não gostou nem um pouco de sua resposta - Mais cedo ou mais tarde eles terão um quarto.

Após ela dizer isso, Gina passou um tempo só ouvindo o som dos talheres, dos copos ou das pessoas mastigando alguma coisa. Antes pensava que se pudesse retornar à um lugar que fizera parte de sua infância se sentiria a pessoa mais feliz do mundo. Mas não. O que sentia era o contrário disso. Comparado aos dias em que passara na floresta ela estava melhor fisicamente, mas se sentia sufocada. Lá, pelo menos, era livre.

_Ah Gina, esqueci de te dizer. Estou planejando um pequeno passeio para essa tarde, nada demais. Uma espécie de tour pelas dependências da escola, para mostrá-la aos novos hóspedes. E amanhã quero ir à outro lugar, um pouco mais longe. Não posso dar detalhes ainda, mas planejo discutir um assunto importante. Quer ir junto? Alguns de seus amigos irão também, conversei com eles sobre isso antes de você acordar.– Disse Lúcia quando a maioria das pessoas já havia saído da mesa.

_Mas é claro que eu quero.– Gina respondeu sem pensar duas vezes. Qualquer lugar era melhor do que aquele, pelo menos poderia respirar um pouco. E também porque ficou um pouco curiosa para saber o que ela tinha de tão importante para falar.

_Ótimo! Então esteja aqui meio dia para o almoço, irei apresentar a escola logo em seguida. Agora preciso ver algumas coisas, até mais.

No instante em que viu Lúcia sair, Gina percebeu que estava novamente sozinha. Pelo jeito, de agora em diante tinha que se acostumar com isso. Mas porque pensaria que seria diferente? Eles não são nada dela, apenas estavam juntos pois estavam perdidos. Era natural que se separassem, agora que estão fora de perigo. Seria melhor assim. No momento, o único lugar que vinha a sua cabeça era uma espécie de parquinho, com alguns brinquedos. Quando era criança não tinha muitos amigos, então sua única diversão era estar ali. Passava horas e horas no balanço, apenas sentindo o vento bater em seu rosto e imaginando como seria sua vida se tivesse crescido em outra época, em outro país. Agora, só queria saber se ele estava intacto como anos atrás estava.

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_Olha onde o destino nos trouxe Zelão, uma escola!– Disse Juliana, animada, enquanto passeava pelos corredores da escola com o capataz, Serelepe e Pituca. - Aqui irei poder ensinar tantas crianças a ler e a escrever, assim como fazia em Santa Fé. Eu estou tão feliz! Poderemos continuar as nossas aulas Lepe. E você também, Pituca, se quiser continuar tendo aulas comigo.

_Mai aqui é mermo uma escola perfessora?

_Por que a dúvida Lepe?

_É que num parece nadinha com a nossa.

_É, é mesmo... – Respondeu a professora, pensativa. - Disseram que depois de tudo que ocorreu eles acabaram usando o espaço como uma espécie de abrigo. Mas que continuam dando aulas para as crianças que aqui vivem agora. Tudo é muito diferente de onde morávamos, mas temos que nos acostumar...

_Mai o importante agora é que nois tamo junto! E a perfessora vai pode vorta a dá aula inquanto nois num vorta pra casa. - Disse Zelão.

_Quando ocê vai pode começa perfessora? - Perguntou Pituca.

_Por essa semana, me disseram que vou poder apenas observar, aprender os métodos de ensino daqui. Não que sejam tão diferentes dos meus, eu estive observando e acho que estranharei mesmo o lugar, as carteiras... tudo isso que eles usam para ensinar. Acredita que eles utilizam um tipo de lousa diferente? Como disseram que se chama mesmo... Lousa digital. Aqui, por todo lado, tem essa tal de tecnologia, televisores, computadores e todas essas coisas estranhas que nunca vimos na nossa vida. Bom, mas eu ainda pretendo tentar conseguir montar uma classe tradicional. Assim, poderemos fingir que nada mudou, que ainda estamos em casa. Ou, pelo menos, tentar.

_Ô moro em quarquer lugar, desde que seja ao lado docêis. - Disse Zelão. - Só d'eu ficá do seu lado perfessora que ô sou um homem feliz.

_Eu também Zelão. Eu fico feliz só de te ter ao meu lado, eu te amo. – Disse Juliana.– E se for pra ficarmos todos aqui, eu não me importo. Se eu tiver vocês, eu não me importo com mais nada. - Completou com um sorriso e um caloroso abraço, que os quatro deram antes de irem almoçar.

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A mesa já estava quase vazia quando Ferdinando começou a almoçar, mas a sua cabeça estava longe pois até agora não avistara Gina. Os dois não se falavam desde a noite passada e ele temia que se afastasse de todos, agora que encontrara seus antigos amigos. Notava que ela estava distante e o que mais lamentaria era se ela se distanciasse completamente. Foi quando notou uma cabeleira ruiva atravessar a sala. De primeira vista, a achou um pouco mais pálida mas pensou ser só impressão. Depois disso, não ousou mais olhá-la, temendo se aborrecer ainda mais.

Gina estava completamente sem fome, então só pegou um copo de suco e se sentou no canto. Olhou para o outro lado e achou que Ferdinando nem notara sua presença, vendo que ele nem desviava à atenção do seu prato de comida. Ficou um pouco chateada ainda mais quando lembrou-se de que Lúcia iria apresentar a escola a todos. Antes, não deixaria de ir junto, principalmente em um lugar que lhe é tão familiar. Mas agora se sentia desanimada. Não conversara com ninguém além de Ferdinando após chegarem ali e agora temia que se tornassem completos desconhecidos. Pela primeira vez, não sabia o que faria, estava perdida. De súbito, levantou-se e seguiu rumo a escada, sendo observada, sem saber, por atentos olhos azuis.

Chegou no quarto que lhe reservaram, que à primeira vista já não a agradou. Não que fosse ruim, já nem parecia mais uma sala de aula. O papel de parede era colorido, tinha algumas camas, todas com a roupa de cama limpa e cheirosa. Ao lado de todas as camas, tinha um criado-mudo. Ao canto, estava um enorme guarda-roupas, atrás tinha uma janela com vista para a quadra da escola. A sua frente, tinha uma TV.

Gina deitou-se na sua cama e pegou o controle remoto. Olhou os canais, mas não havia nada de interessante. Passou reto pelos filmes de comédia romântica, pelos programas de culinária ou de moda. Tudo parecia muito normal, como se nada de importante estivesse acontecendo. Até que encontrou o canal de notícias, mas a sua esperança de saber de alguma informação foi por água abaixo. Todas as notícias estavam a favor do governo, tudo estava mascarado, nada era retratado como na realidade. Desligou a TV e fechou os olhos. Desviou seus pensamentos para longe e acabou adormecendo.

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_Bom, acho que já estamos todos aqui, vamos então.

_Espera, falta a Gina. Ocê num disse que ela viria também? - Perguntou Ferdinando para Lúcia, que estava se preparando para mostrar o lugar para eles. Junto do engenheiro estavam sua irmã Pituca, Catarina, Serelepe, Milita, Viramundo, Pedro Falcão, Dona Tê, Renato e Zelão. Juliana não viria pois ficou de assistir algumas aulas que estavam acontecendo.

_É mesmo doutor Nando. Eu num vi ela o dia inteirinho.– Disse Dona Tê.

_Acho que a Gina não está muito disposta. Eu dei uma passadinha no quarto e vi que ela estava dormindo agora mesmo. - Respondeu Lúcia.– É melhor irmos sem ela.

_Ieu acho melhor irmos ver se a Gina tá bem. Eu percebi que ela num comeu nada desde o café da manhã. - Disse Ferdinando.

_Eu não acho que seja algo grave, afinal hoje mesmo no café ela estava bem. Mas, em todo caso, vou verificar.

_Quer que eu lhe acompanhe senhorita? - Perguntou Renato.

_Não será necessário, volto num instante. - Encerrou Lúcia, subindo as escadas. Entrou no quarto com a intenção de verificar se Gina estava bem, mas no instante em que a viu pensou que seria melhor deixá-la dormir. No fundo, estava chateada com todo o interesse que Ferdinando demonstrara por seu bem-estar e não estava com a mínima vontade de acordar Gina e levá-la junto dele. Deu meia volta, quando ouviu a voz da ruiva.

_Lúcia? O que você tá fazendo aqui agora?

_Gina? - Disse, virando-se novamente.– Eu não sabia que estava acordada. Eu estava... Pegando um casaco. Acho que vai esfriar.

_E você... Você já mostrou a escola pra eles? - Perguntou Gina, hesitante. Continuava desanimada, mas temia a resposta.

_Ah Gina, me desculpe, eu me esqueci completamente de que você queria ir junto. Nós estamos tão animados, sabe. São uns amores, todos eles. Não é atoa que você se preocupa tanto. Bom, eu já vou indo. Disse que seria rápida. Pena que ninguém disse nada sobre você, senão viria antes te acordar. - Fingiu.

_Se eu quisesse ir junto eu desceria. Já conheço a escola, pra que eu iria? - Disse Gina, deixando Lúcia sem palavras, já que tinha certeza de que a ruiva lamentaria.

_Gina, se você disse isso por estar chateada, não fica. Acho que foi falta de atenção minha. Eles não iriam te esquecer assim tão fácil Respondeu depois de um instante.

_E quem disse que eu to chateada? Eu é que me esqueci de disso tudo. Só vou amanhã nesse passeio porque você falou que ia dizer algo importante, senão nem ia. Prefiro ficar aqui, estou muito cansada.

_Acho melhor você descansar mesmo. Até logo. - Encerrou Lúcia, indo em direção à escada.

Gina deitou-se e novamente fechou os olhos. Então aquilo que insistia em vir à sua cabeça era verdade. Agora teria que contentar-se novamente com sua própria companhia.

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_E então? Como a Gina tá? - Logo perguntou Ferdinando ao ver Lúcia descendo as escadas.

_Quando eu cheguei lá ela estava dormindo, mas quando me virei para sair ela me disse que estava bem e só queria descansar um pouco. Verifiquei e ela não está nem com febre, nada.

_Mai arguma coisa deve de te acontecido pra ela tá assim. Ieu ainda acho melhor ir vê-la.

_Não! Quer dizer, acho melhor você ficar aqui Ferdinando. Você conhece o gênio dela, disse que não queria ninguém a incomodando e acho que até bateria no próximo que entrasse naquele quarto.

_Se é assim... Vamos então. - Ferdinando ainda estava com um mal pressentimento, mas acabou acreditando no que lhe disseram. Achava melhor não arriscar, então seguiu com os outros para o outro lado do prédio.

Acabaram conhecendo a ala hospitalar improvisada, que acabou interessando Renato. Ele não parava de falar sobre sua faculdade de medicina e seu amor por sua profissão, numa tentativa de impressionar Lúcia, que mal prestou à atenção no que o médico dissera. Logo em seguida, desceram para a parte externa da escola.

O que impressionou todos logo de cara era como tudo era tão cinza. Não tinha nem sequer sinal de algo verde, grama ou árvore. O sol estava escaldante e nos primeiros passos que deram já não aguentava mais. Catarina se abanava com o seu leque.

_Ara mai por que o sol aqui tem que ser tão forte? - Perguntou Zelão.

_Deve de ser porque aqui num é como na nossa vila, que tinha árvore por todo lado, plantação... - Respondeu Pedro Falcão, distante.

_Já fazem gerações que tudo aqui é assim, as árvores e animais que sobraram são poucos, então acabaram os deixando confinados, somente para estudos. A floresta em que vocês estavam é um exemplo disso. - Explicou Lúcia.

_É, a Gina já me disse algo sobre isso. - Disse Ferdinando, pensativo.

_A Gina sempre foi fascinada por natureza.– Exclamou Lúcia, impaciente. - Mas já estamos acostumados a viver assim. Bom, voltando às apresentações, ali é a antiga quadra da escola, já aqui fica o parquinho das crianças, se quiserem ir brincar, fiquem à vontade. - Disse para Serelepe e Pituca. - Querem conhecer melhor os animais? Venham.

Mais para frente, encontraram uma cerca com os pássaros brancos que já haviam visto antes. De perto, repararam que tinham marcas vermelhas na região da barriga.

_Eu sei que eles causaram uma má impressão de início, peço desculpas por isso, mas podem ter certeza de que eles são bonzinhos.– Disse Lúcia.

_Mai ieu nunca que tinha visto nenhum pássaro iguar esses aqui na minha vida.– Disse Pedro Falcão.

_Eles foram criados em laboratório, assim como tantos animais que vocês devem ter encontrado naquela floresta. Só que com a diferença de que essa foi uma das primeiras espécies que foram criadas, com fins apenas experimentais. Não tem nenhum tipo de veneno.

Ferdinando teve receio de início, mas passou a mão em uma das aves e logo notou que por mais estranho que pareça, aquele pássaro era uma das coisas mais normais que vira naquele lugar.

Após voltarem para o prédio, Lúcia reuniu todos no depósito para falar sobre o passeio de amanhã. Em uma das salas havia estoques de comida, já na que eles entraram havia roupas de todos os tipos. Logo no começo, Ferdinando avistara uma capa de inverno e achou que combinaria com Gina. Pensou em perguntar depois se poderia ficar com ela.

_Posso fazer uma perguntinha?– Disse Catarina. – Por que aqui tem tantas roupas de inverno se faz o maior calor?

_Faz calor de dia, mas à noite costuma esfriar muito. Principalmente nas nossas missões externas, como a de amanhã. O que eu irei falar é um assunto muito sigiloso e de extremo interesse de todos vocês. Mas quem quiser ir terá que ter muita coragem. Espero vê-los amanhã. - Respondeu enquanto todos saíam da sala e voltavam para os corredores. Mas Ferdinando ficou para trás.

_Lúcia espera, preciso lhe perguntá uma coisa. - Disse.

_O que quiser, pode perguntar.– Respondeu, animada.

_Eu vi essa capa e achei a cara da Gina. - O sorriso que Lúcia estampava no rosto desapareceu no momento que ouviu o nome da ruiva. - Ieu queria saber se poderia presenteá-la. Principalmente porque, se no lugar que vamos amanhã faz tanto frio como você disse, ela será útil. Se custar alguma coisa, não sei como funciona o dinheiro aqui mas...

_Você pode pegar qualquer roupa dessa sala, mas acho que não terá utilidade alguma já que, infelizmente, amanhã ela não vai. - Mentiu.

_Mai ocê falou que vai ser importante e mesmo assim ela num vai?

_Olha Ferdinando - Começou, enquanto saíam da sala.A Gina ela... Como posso explicar... Ela acabou de voltar à um lugar que lhe é familiar e reencontrar pessoas que conhece há anos. Acho que agora ela só quer ficar um pouco longe de problemas, entende? Esquecer um pouco tudo isso que lhe aconteceu.

_Entendo... Se incomoda se eu pegá arguma roupa pra mim?

_Claro que não, pode pegar quantas quiser - Disse, sorrindo novamente. - Nos vemos no jantar, então? Até mais!

–Inté. - Disse Ferdinando, entrando na sala novamente. Ainda não havia desistido de levar a capa para Gina, mesmo depois do que ouvira. Também encontrara um casaco cinza prateado para si e uma mochila, onde guardou as duas peças.

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Gina também não aparecera no jantar, o que aumentou a preocupação não só de Ferdinando como de todos. Após terminarem o prato, o engenheiro e Juliana subiram e tentaram encontrar o novo quarto dela, mas todas as portas estavam trancadas. Acabaram voltando frustrados para a sala em que estavam acomodados.

A ruiva dormira a tarde toda e acabara perdendo a hora do jantar. Quando acordou, não sentiu vontade de sair da cama. Se sentia um pouco quente, mas achou que era por causa das cobertas. Quando pensou em se levantar, ouviu o barulho da porta se abrindo e suas colegar de quarto entrando.

_Ai ai que dia, que dia. Estou morrendo de canseira!

_Não reclame, você não teve que andar pela escola inteira que nem a Lúcia.

_Mas isso não me incomodou. Você sabe que é a nossa obrigação ajudá-los. Foi para isso que esse espaço foi criado. - Respondeu, se deitando em sua cama.

_Você e essa sua vontade de ajudar... Nossa, quem colocou no canal de notícias? - Disse a primeira, mudando para outro programa. De repente, o assunto se tornou todo sobre coisas que Gina já não suportava na sua adolescência, coisas fúteis. Ela fingia dormir e gostaria muito que conseguisse de verdade. Não aguentava mais ter que ficar ouvindo as três falando sem parar.

_Eu achei muito estranho esse seu interesse por esses novos hóspedes Lúcia... - As duas começaram a rir.

_Mas por que? Você sabe muito bem que eles são muito importantes para a nossa luta.

–Sei sim, todo mundo aqui tá enjoado de saber.

Nesse momento, Gina escutava atentamente. "Como assim, importantes pra nossa luta? Eu não to sabendo nada disso", pensava.

_Mas a senhorita não tá só interessada na luta, eu sei muito bem disso. Não se faça de desentendida. - De repente, voltaram a rir. - Vimos como olhava para aquele rapaz, como é o nome dele?

_Vocês não prestam mesmo. - Lúcia começou a rir também. - O nome dele é Ferdinando. - Respondeu descontraída. O coração de Gina parou no mesmo instante. "Ferdinando?", pensou.

_Mas vimos também o jeito que ele fala da...

_Pois eu não vi nada! Ele não gosta dela. Não pode gostar.– Interrompeu Lúcia.

_Calma, não precisa ficar com ciúmes.– Riu a outra - Então a nossa amiga tá apaixonada?

_Eu gostei muito do jeito desse rapaz.– Suspirou Lúcia. - Bem diferente daquele chato do Renato.

_Aquele que diz ter estudado medicina? Ai eu achei que ele gostou de você.

_Cala a boca! - Exclamou Lúcia. As duas começaram a rir mais alto e a cabeça de Gina começou a doer. - Falem mais baixo, a Gina tá dormindo, vocês querem acordar ela?

_Nossa, é mesmo.– Sussurrou uma das moças, ficando em silêncio por alguns instantes. - O seu príncipe encantado tá dormindo no chão lá em baixo Lúcia, você não quer trazer ele pra cá que nem trouxe a Gina? - Riu, até sentir uma almofada na cabeça. - Aiiii! Não joga esse travesseiro em mim, doeu!

_Mas eu não joguei nada! Bom, vamos dormir que já tá tarde! Boa noite pra vocês. - Encerrou Lúcia, fechando os olhos.

Na verdade, foi Gina quem jogara aquela almofada. Já estava morrendo de dor de cabeça e quando ouviu aquilo não aguentou. Jogaria até mais se não levantasse nenhuma suspeita. Agora queria esquecer que aquele dia existiu e faria aquilo dormindo um pouco mais. Pelo menos, enquanto dormia nenhum mal pensamento a incomodaria.


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Notas finais do capítulo

Acho que foi o maior capítulo que escrevi, não? Foi um pouco normal demais pra fanfic hahaha mas estou com muitas ideias, planejando muita coisa pro próximo, espero poder postar logo. o/
Espero também que estejam gostando, ou se não tiverem não se preocupem que logo terá outra reviravolta na estória.
Mas, gostando ou não, não deixem de dar a sua opinião (até rimou hauhs =P) Comentários são sempre bem vindos! Até o próximo, beijoos!!



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