Querida Hogwarts - Interativa escrita por Max Tonkin


Capítulo 8
O Torneio Tribruxo


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! Então nesse capítulo eu tentei incluir as fichas que eu tenho e as novas que me mandaram. Ficou meio grande, e eu espro que gostem. Amo muito vocês



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" Os sorrisos mais bonitos escondem os segredos mais profundos. Os olhos mais bonitos são os que mais choraram. E os corações mais gentis são os que mais sentiram dor. "

As portas do Salão Principal se abriram e fez-se silêncio. A Professora Minerva encabeçava uma longa fila de alunos do primeiro ano até o centro do salão. Eles pareciam ter feito a travessia do lago a nado em lugar de fazê-la de barco. Todos estavam tomados por tremores, em que se misturavam o frio e o nervosismo, ao passarem pela mesa dos professores e pararem em fila diante do resto da escola — todos exceto o menorzinho, um menino com cabelos castanho-baços, que vinha embrulhado em um agasalho de pele de toupeira.

— Quem é esse que está com o casaco? — Perguntou Theresa virando-se para Megan que, olhando para os pequenos, lembra-se do seu primeiro ano.

— Eu não sei. — Disse sorrindo. — Ele deve ter caído no lago. Ou algo do tipo.

— Como essa chuva, me surpreenderia se alguém não tivesse caído no lago. — Afirmou Theresa suspirando e voltando sua atenção para a Professora Minerva que agora colocava um banquinho de três pernas diante dos novos alunos e, em cima, um chapéu de bruxo, extremamente velho, sujo e remendado. Os garotos arregalaram os olhos. E todo o resto da escola também.

Por um instante, fez-se silêncio. Em seguida um rasgo junto à aba se escancarou como uma boca, e o chapéu começou a cantar:

Há mil anos ou pouco mais,

Eu era recém-feito,

Viviam quatro bruxos de fama,

Cujos nomes todos ainda conhecem:

O valente Gryffindor das charnecas,

O bonito Ravenclaw das ravinas,

O meigo Hufflepuff das planícies,

O astuto Slytherin dos brejais.

Compartiam um desejo, um sonho,

Uma esperança, um plano ousado

De juntos, educar jovens bruxos.

Assim começou a Escola de Hogwarts.

Cada um desses quatro fundadores

Formou sua própria casa, pois cada um

Valorizava várias virtudes

Nos jovens que pretendiam formar.

Para Gryffindor os valentes eram

Prezados acima de todo o resto;

Para Ravenclaw os mais inteligentes

Seriam sempre os superiores;

Para Hufflepuff os aplicados eram

Os merecedores de admissão;

E Slytherin, mais sedento de poder,

Amava aqueles de grande ambição.

Enquanto vivos eles separaram

Do conjunto os seus favoritos

Mas como selecionar os melhores,

Quando um dia tivessem partido?

Foi Gryffindor que encontrou a solução

Tirando-me da própria cabeça

Depois me dotaram de cérebro

Para que por eles eu pudesse escolher!

Coloque-me entre suas orelhas,

Até hoje ainda não me enganei.

Darei uma olhada em sua cabeça

E direi qual a casa do seu coração!

Os aplausos ecoaram pelo Salão Principal quando o Chapéu Seletor terminou.

— Meninas, não foi essa música que ele cantou quando fomos selecionadas — disse Mizumi, fazendo coro aos aplausos gerais.

— Não! Ele canta uma diferente a cada ano. — Acrescentou Megan, jogando os cabelos loiros para trás.

— Deve ser uma vida muito chata para um chapéu...

— Confusas, todas olharam Theresa — Quer dizer, ele deve passar o ano compondo a música para o início do ano letivo.

A Professora Minerva agora desenrolava um grande pergaminho.

— Quando eu chamar seu nome, ponha o Chapéu e se sente no banquinho — explicou ela aos alunos do primeiro ano. — Quando o chapéu anunciar sua casa, vá se sentar à mesa correspondente.

— Ackerley, Stuart!

Um menino se adiantou, tremendo visivelmente da cabeça aos pés, apanhou o Chapéu, colocou-o e se sentou no banquinho.

— Corvinal!— anunciou o chapéu.

Stuart Ackerley tirou o chapéu e correu para uma cadeira à mesa de Corvinal, na qual todos o aplaudiam. As meninas aplaudiram ainda mais Stuart Ackerley quando o garoto se sentou.

— Baddock, Malcolm!

— Sonserina

A mesa do outro lado do salão prorrompeu em vivas. Megan viu Malfoy aplaudindo quando Baddock se juntou aos alunos de Sonserina. Na mesa da Grifinória, Fred, Jorge, Lysander e Jamaica vaiaram Malcolm Baddock quando ele se sentou.

— Branstone, Eleanora!

— Lufa-Lufa!

— Cauldwell, Owen!

— Lufa-Lufa!

— Creevey, Dênis!

O miudinho Dênis Creevey adiantou-se com passos incertos, tropeçando no casaco de Hagrid, que nesta hora entrou discretamente no salão por uma porta atrás da mesa dos professores. Umas duas vezes mais alto do que um homem normal e pelo menos três vezes mais largo, Hagrid, com seus cabelos e barbas negros, longos, desgrenhados e embaraçados, parecia um tanto assustador — uma impressão enganosa, porque Megan, Theresa e Mizumi sabiam que o amigo possuía uma natureza muito bondosa. O rasgo junto à aba se escancarou...

— Grifinória!— gritou o chapéu.

A mesa da Grifinória explodiu em vivas. Hagrid aplaudiu com os demais alunos da Casa, quando Denis Creevey, abrindo um sorriso de lado a lado do rosto, tirou o chapéu, recolocou-o no banquinho e correu para se juntar ao irmão.

A seleção prosseguiu, garotos e garotas expressando no rosto variados graus de medo se adiantavam, um a um, até o banquinho de três pernas, e a fila foi diminuindo à medida que a Professora Minerva ultrapassava a letra "L".

— Será se ainda falta muito para acabar a seleção? — Questionou Lauren massageando a barriga

— Lauren, a seleção é muito mais importante do que a comida — Afirmou Robert pacientemente.

— Isso é por que você se entupiu de sapos de chocolate no expresso. E eu, eu não comi nadinha! — Gemeu curvando a cabeça

Robert virou os olhos, e voltou sua atenção para a seleção.

Ótimo. Parabéns Lauren, conseguiu irritar o Robert! — Repreendeu Victória, cruzando os braços e encarando Lauren.

— Quê? Não, não estou irritado Vic — Disse Robert sorrindo. A ruiva se concentrou para não prestar muita atenção em seu sorriso. Mas, por Merlin, aquilo parecia impossível. — Vic...? Você me escutou? Não estou irritado.

— Ah... Então, tá tudo bem?

— Claro que sim, eu conheço a Lauren, sei que ela só estava brincando. — Ele bagunçou os cabelos castanhos da menina que ainda reclamava baixinho.

— Ei, vocês três, silêncio! Eu gostaria de prestar atenção na seleção. — Disse Cedrico, fingindo-se irritado.

— Sinto muito Ced. — Falou rindo, e virando-se para Victória disse baixinho — Acho melhor realmente prestarmos atenção, antes que sejamos expulsos daqui.

— Pritchard, Grão!

— Sonserina!

— Quirke, Orla!

— Corvinal!

E, finalmente, com "Whirby, Kevin!" (Lufa-Lufa.") encerrou-se a seleção. A Professora Minerva apanhou o chapéu e o banquinho e levou-os embora.

— Finalmente. — Suspirou Liv, na mesa da Sonserina, apanhando calmamente os talheres e olhando para seu prato de ouro.

O Professor Dumbledore se levantara. Sorria para os estudantes, os braços abertos num gesto de boas-vindas.

— Só tenho duas palavras para lhes dizer — começou ele, sua voz grave ecoando pelo salão. — Bom apetite!

—Sem querer ofender, mas a Liv estava com uma cara de que devoraria um hipogrifo se o jantar demorasse mais um segundo. — Falou Raven sorrindo maldosamente para a amiga.

— Eu devoraria até você, mas você parece ter um gosto horrível Rav — Retrucou Liv, engolindo um pedaço de pudim de carne. Raven gargalhou.

— É verdade. Eu devo ser bem amarga.

— Doce como um limão. — Completou Lyanna, o que provocou risadas nas duas amigas.

—Eu seria enjoativamente doce.

— Põe o “enjoativamente” aí umas cem vezes e ainda assim não vai chegar a ser tão doce como você.

— Sou tão doce assim Rav? — Indagou Liv cruzando os braços

— Muito! — Responderam as amigas, juntas.

***

Loki Matt Evans é alegre, divertido, piadista, honesto, amigo, altruísta e gosta de ajudar as pessoas. Ele é um garoto de ouro. Mas precioso que os pratos que preenchiam a mesa que ele ocupava. Olhando de esguelha para uma das meninas mais bonitas de Hogwarts, ele se perdia em seus próprios pensamentos. Ora, eu sou o garoto mais bonito de toda Hogwarts, mereço ficar com ela, Lyanna e eu formamos o par perfeito. Estamos destinados a ficar juntos. Os pensamentos assim começaram a ficar mais intensos na cabeça de Loki depois que ele levou o primeiro não da menina. Mas isso só fez com que ele quisesse mais Lyanna. Não gostava de garotas fáceis.

— É capaz de você se perder em seus próprios pensamentos se continuar assim Loki... — Sussurrou Lenon, seu irmão, sorrindo marotamente.

— Prefiro que seja assim. — Falou sorrindo também.

De longe, Lorcan, o segundo irmão, se corroía de ciúmes e raiva. Afinal, o que as pessoas viam em seu irmão gêmeo que ele não possuía?

***

Quando as sobremesas também tinham sido destruídas, e as últimas migalhas desaparecidas dos pratos, deixando-os limpos e brilhantes, Alvo Dumbledore tornou a se levantar. O burburinho das conversas que enchiam o salão cessou quase imediatamente, de modo que somente se ouviam o uivo do vento e o batuque da chuva.

— Então! — exclamou Dumbledore, sorrindo para todos. — Agora que já comemos e molhamos também a garganta, preciso mais uma vez pedir sua atenção, para alguns avisos. O Sr. Filch, o zelador, me pediu para avisá-los de que a lista dos objetos proibidos no interior do castelo este ano cresceu, passando a incluir ioiôs berrantes, Frisbees dentados e Bumerangues de repetição. A lista inteira tem uns quatrocentos e trinta e sete itens, creio eu, e pode ser examinada na sala do Sr. Filch, se alguém quiser lê-la.

Os cantos da boca de Dumbledore tremeram ligeiramente. Ele continuou:

— Como sempre, eu gostaria de lembrar a todos que a floresta que faz parte da nossa propriedade é proibida a todos os alunos, e o povoado de Hogsmeade, àqueles que ainda não chegaram à terceira série.

— Tenho ainda o doloroso dever de informar que este ano não realizaremos a Copa de Quadribol entre as casas.

— Quê? — exclamou Lyanna. Ela instantaneamente olhou para Lysander que percebeu, e sorriu para a menina. Que corou fortemente e voltou a olhar para o Diretor.

Dumbledore continuou:

— Isto se deve a um evento que começará em outubro e irá prosseguir durante todo o ano letivo, mobilizando muita energia e muito tempo dos professores, mas eu tenho certeza de que vocês irão apreciá-lo imensamente. Tenho o grande prazer de anunciar que este ano em Hogwarts...

Mas neste momento, ouviu-se uma trovoada ensurdecedora e as portas do Salão Principal se escancararam.

Apareceu um homem parado à porta, apoiado em um longo cajado e coberto por uma capa de viagem preta. Todas as cabeças no Salão Principal se viraram para o estranho, repentinamente iluminado por um relâmpago que cortou o teto. Ele baixou o capuz, sacudiu uma longa juba de cabelos grisalhos ainda escuros e começou a caminhar em direção à mesa dos professores.

Um ruído metálico e abafado ecoava pelo salão a cada passo que ele dava. Quando alcançou a ponta da mesa, virou à direita e mancou pesadamente até Dumbledore.

Mais um relâmpago cruzou o teto. Liv prendeu a respiração. O relâmpago revelou nitidamente as feições do homem e seu rosto era diferente de qualquer outro que a maioria já vira. Parecia ter sido talhado em madeira exposta ao tempo, por alguém que tinha uma vaguíssima idéia do aspecto que um rosto humano deveria ter, e não fora muito habilidoso com o formão.

Cada centímetro da pele do estranho parecia ter cicatrizes. A boca lembrava um rasgo diagonal e faltava um bom pedaço do nariz. Mas eram os seus olhos que o tornavam assustador.

Um deles era miúdo, escuro e penetrante. O outro era grande, redondo como uma moeda e azul elétrico vivo. O olho azul se movia continuamente sem piscar, e revirava para cima, para baixo, e de um lado para o outro, independentemente do olho normal, depois virava de trás para diante, apontando para o interior da cabeça do homem, de modo que só o que as pessoas viam era o branco da córnea.

O estranho chegou-se a Dumbledore. Estendeu a mão direita, que era tão cheia de cicatrizes quanto o rosto, e o diretor a apertou, murmurando palavras que Harry não pôde ouvir. Parecia estar fazendo perguntas ao estranho, que abanava negativamente a cabeça, sem sorrir, e respondia em voz baixa. Dumbledore assentiu com a cabeça e indicou ao homem o lugar vazio à sua direita.

O estranho se sentou, sacudiu a juba grisalha para afastá-la do rosto, puxou um prato de salsichas para si, levou-o ao que restara do nariz e cheirou-o.

Tirou então uma faquinha do bolso, espetou a salsicha e começou a comer.

Seu olho normal fixava as salsichas, mas o olho azul continuava a dar voltas na órbita registrando o salão e os estudantes.

— Gostaria de apresentar o nosso novo professor de Defesa contra as Artes das Trevas — disse Dumbledore, animado, em meio ao silêncio. — Professor Moody.

Era normal os novos membros do corpo docente serem recebidos com aplausos, mas nem os colegas nem os estudantes bateram palmas, exceto Dumbledore e Hagrid. Os dois juntaram as mãos e bateram palmas, mas o som ecoou tristemente no silêncio e eles bem depressa pararam. Todos pareciam demasiado hipnotizados pela aparência grotesca de Moody para ter qualquer reação exceto encarar o homem.

— Moody? — murmurou Liv para Lyanna. — Olho-Tonto Moody? Amigo do seu pai?

— Deve ser. — disse Lyanna baixo.

— Ele também é amigo do meu pai, mas eu nunca o vi. — Completou Rav em tom de assombro.

— Que aconteceu com ele? — cochichou Liv. — Que aconteceu com a cara dele?

— Não sei — cochichou Lyanna em resposta, mirando Moody, fascinado.

Moody parecia totalmente indiferente à recepção quase fria que tivera. Ignorando a jarra de suco de abóbora à sua frente, o homem tornou a enfiar a mão no interior da capa, puxou um frasco de bolso e bebeu um longo gole. Quando levantou o braço para beber, sua capa se elevou alguns centímetros do chão e Liv viu, por baixo da mesa, um bom pedaço de uma perna de pau, que terminava em um pé com garras.

Dumbledore pigarreou outra vez.

— Como eu ia dizendo — recomeçou ele, sorrindo para o mar de alunos à sua frente, todos ainda mirando Olho-Tonto Moody, paralisados —, teremos a honra de sediar um evento muito excitante nos próximos meses, um evento que não é realizado há um século. Tenho o enorme prazer de informar que, este ano, realizaremos um Torneio Tribruxo em Hogwarts.

— O senhor está BRINCANDO! — exclamou em voz alta Lysander na mesa da Grifinória.

A tensão que invadira o salão desde a chegada de Moody repentinamente se desfez. Quase todos riram e Dumbledore deu risadinhas de prazer.

— Não estou brincando, Sr. Scamander — disse ele — om, alguns de vocês talvez não saibam o que é esse torneio, de modo que espero que aqueles que já sabem me perdoem por dar uma breve explicação, e deixem sua atenção vagar livremente.

— O Torneio Tribruxo foi criado há uns setecentos anos, como uma competição amistosa entre as três maiores escolas européias de bruxaria — Hogwarts, Beauxbatons e Durmstrang. Um campeão foi eleito para representar cada escola e os três campeões competiram em três tarefas mágicas. As escolas se revezaram para sediar o torneio a cada cinco anos, e todos concordaram que era uma excelente maneira de estabelecer laços entre os jovens bruxos e bruxas de diferentes nacionalidades, até que a taxa de mortalidade se tornou tão alta que o torneio foi interrompido.

A maioria dos alunos no salão, muitos murmuravam entre si, excitados, e o próprio Lysander estava bem mais interessado em saber mais sobre o torneio do que em se preocupar com o que acontecera centenas de anos atrás.

— Durante séculos houve várias tentativas de reiniciar o torneio — continuou Dumbledore —, nenhuma das quais foi bem-sucedida. No entanto, os nossos Departamentos de Cooperação Internacional em Magia e de Jogos e Esportes Mágicos decidiram que já era hora de fazer uma nova tentativa. Trabalhamos muito durante o verão para garantir que, desta vez, nenhum campeão seja exposto a um perigo mortal.

— Os diretores de Beauxbatons e Durmstrang chegarão com a lista final dos competidores de suas escolas em outubro e a seleção dos três campeões será realizada no Dia das Bruxas. Um juiz imparcial decidirá que alunos terão mérito para disputar a Taça Tribruxo, a glória de sua escola e o prêmio individual de mil galeões.

— Estou nessa! — sibilou Jamaica Jacobsen para os colegas de mesa, o rosto iluminado de entusiasmo ante a perspectiva de tal glória e riqueza. Aparentemente ele não era o único que estava se vendo como campeão de Hogwarts. Em cada mesa podia se ver gente olhando arrebatada para Dumbledore ou então cochichando ardentemente com os vizinhos. Mas, então, Dumbledore recomeçou a falar, e o salão se aquietou.

— Ansiosos como eu sei que estarão para ganhar a Taça para Hogwarts — disse ele —, os diretores das escolas participantes, bem como o Ministério da Magia, concordaram em impor este ano uma restrição à idade dos contendores. Somente os alunos que forem maiores, isto é, tiverem mais de dezessete anos, terão permissão de apresentar seus nomes à seleção. Isto — Dumbledore elevou ligeiramente a voz, pois várias pessoas haviam protestado indignadas ao ouvir suas palavras, e os gêmeos Weasley, de repente, pareciam furiosos — é uma medida que julgamos necessária, pois as tarefas do torneio continuarão a ser difíceis e perigosas, por mais precauções que tomemos, e é muito pouco provável que os alunos abaixo da sexta e sétima séries sejam capazes de dar conta delas. Cuidarei pessoalmente para que nenhum aluno menor de idade engane o nosso juiz imparcial e seja escolhido campeão de Hogwarts. — Seus olhos azul-claros cintilaram ao perpassar os rostos rebelados de Fred, Jorge, Lysander e Jamaica. — Portanto peço que não percam tempo apresentando suas candidaturas se ainda não tiverem completado dezessete anos.

— E agora já está ficando tarde e sei como é importante estarem acordados e descansados para começar as aulas amanhã de manhã. Hora de dormir! Vamos andando!

Dumbledore tornou a se sentar e virou-se para falar com Olho-Tonto Moody. Ouviu-se um estardalhaço de cadeiras batendo e se arrastando quando os alunos se levantaram para sair como um enxame em direção às portas de entrada do Salão Principal.

— Não podem fazer isso com a gente! — reclamou Jorge Weasley, que não se reunira aos colegas que se dirigiam às portas, mas continuara parado olhando de cara emburrada para Dumbledore. — Vamos fazer dezessete anos em abril, por que não podemos tentar?

— Não vão me impedir de me inscrever — disse Fred, teimoso, também amarrando a cara para a mesa principal. — Os campeões vão fazer todo o tipo de coisa que normalmente nunca podemos fazer. E são mil galeões de prêmio!

— É — disse Rony, um olhar distante no rosto. — É, mil galeões...

— Vamos — disse Hermione —, vamos ser os únicos a ficar aqui se você não se mexer.

Harry, Rony, Hermione, Fred, Jorge, Lysander e Jamaica saíram para o saguão de entrada, os gêmeos discutindo as maneiras pelas quais Dumbledore poderia impedir os menores de dezessete anos de se inscreverem no torneio.

— Quem é esse juiz imparcial que vai decidir quem são os campeões? — perguntou Harry.

— Sei lá — disse Fred — mas é ele a quem temos de enganar. Acho que umas gotas de Poção para Envelhecer talvez resolvam, Jam...

— Mas Dumbledore sabe que vocês são menores — ponderou Rony.

— É, mas não é ele que decide quem é o campeão, é? — perguntou Lysander, astutamente.

Os garotos se dirigiram à entrada da Torre da Grifinória, que ficava escondida atrás de uma grande pintura a óleo de uma mulher gorda com um vestido de seda rosa.

— Senha? — perguntou ela quando os garotos se aproximaram.

Asnice — disse Jorge —, um monitor me informou lá embaixo.

O retrato girou para frente, expondo um buraco na parede, pelo qual todos passaram. Um fogo crepitante aquecia a sala comunal circular, mobiliada com fofas poltronas e mesas.

Os meninos subiram para os quartos.

Alguém — um elfo doméstico, com certeza — colocara esquentadores entre os lençóis. Era extremamente confortável, ficar ali deitado na cama escutando a tempestade rugir lá fora.

— Eu tentaria, sabe — disse Rony, sonolento, no escuro — se Fred e Jorge descobrirem como... O torneio... Nunca se sabe, não é?

— Imagino que não... — Harry se virou na cama, uma série de imagens novas e fascinantes se formando em sua cabeça... Ele enganara o juiz imparcial fazendo-o acreditar que tinha dezessete anos... Tornara-se campeão de Hogwarts... Estava em pé nos jardins, os braços erguidos em triunfo diante de toda a escola, que o aplaudia e gritava... Ele acabara de ganhar o Torneio Tribruxo... O rosto de Liv se destacava claramente na multidão difusa, o rosto radioso de admiração... Harry sorriu para o travesseiro, excepcionalmente contente de que Rony não pudesse ver o que ele via. Ele dormiu naquela noite, pensando em Liv, em seu sorriso, em como seus cabelos tinham cheiro de rosas, quando ele finalmente conseguiu dormir, seu sonho foi invadido por uma doce fragrância de rosas.


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Notas finais do capítulo

Obrigada por tudo! Amo vocês. Até o capítulo de ano novo! E sim, vai ter! :3