Capítulo – 16

                   P.V de Enny – Mensagem Esquecida

Eu esta sentada no sofá falando com minha amiga Anyttha pelo telefone quando Kennedy entrou pela porta. Me virei rapidamente para olhá-lo enquanto me despedia dela, mais não deu tempo. A linha caiu e ficou muda de repente. Fiquei um pouco brava mais coloquei o telefone no gancho.

 -E ai... tudo bem? – Eu perguntei.

-Foi muito bom...-Ele tirou o casaco um pouco molhado e chacoalhando o cabelo – sabe, tenho até uma coisinha pra você... muito interessante por acaso.

Eu parei para pensar no que poderia ser, o que, por exemplo, ele poderia ter me trazido do meio da floresta?

Continuei olhando curiosa.

-Tio Ciaran esta em casa? – Ele olhou para cima e para o corredor.

-Não, saiu para ir na faculdade resolver outros papéis que faltaram... porque? – Eu me sentei melhor atenta a qualquer movimento.

-vamos pra cozinha.

Ele começou a andar e eu levantei rapidamente, colocado minha pantufa. Entrei logo atrás dele que se sentou na mesa de costas para a pia. Me sentei lentamente. Eu estava começando a ficar preocupada com todo aquele sigilo e aquele suspense, precisava saber. Apoiei meus cotovelos na mesa e o observei atenta.

-Sabe, tivemos um pequeno imprevisto na nossa “trilha”. – Disse ele mais animado.

-Sério, e o que foi? – Me contive para não pular em seu pescoço.

Ele colocou uma mão dentro do blusão que havia tirado e apoiado no encosto da cadeira, mais ainda não tirou nada. Comecei a escutar um barulho e olhei pela janela, e vi que chovia granizo, me aprecei e fechei uma que estava entreaberta. Voltei esfregando os braços e me sentando outra vez.

-Pra começo de conversa, tudo começo bem, tudo conforme eu previa até que Maevenn subiu em uma árvore enorme em cima de um rochedo quando viu um enorme campo de flores, no meio de uma clareira.

Eu escutei sem entender.

-Olhe, preste atenção... depois de uma colina, na parte leste da campina tem uma colina que algumas pessoas usam para esportes radicais e tudo...

-Sei, sei, agora me lembrei, é usado como ponto turístico aqui de Forks. – Eu coloquei as mãos na mesa.

-Isso,isso mesmo, e abaixo da primeira colina tem uma clareira logo a uns 10 km a leste também. E foi lá que eu encontrei isso.

Meu coração bateu, ele tirou a mão de um bolso e me entregou na mão uma flor lindíssima, era azulada, quase transparente e com pétalas muito perfeita e distribuídas, contendo muitos espinhos que não me importei quando peguei, não machucavam.

Eu a observei hipnotizada, não consegui tirar os olhos, e por mais que eu tentasse não conseguia, e por um lado eu já a havia visto, mais aonde é que eu não me lembrava... onde?...onde?

A olhei muito mais, e não me lembrava de onde tinha visto. Será que em algum catálogo, ou na internet, eu não conseguia me lembrar.

-Já viu antes? – Perguntou Kenne me tirando de um transe.

-Hã?... não, pra falar a verdade eu nunca vi uma flor como essa antes. –eu ainda a olhava.

-Pois é, era o que eu imaginava pois eu também nunca a vi.

Ele respirou fundo e se levantou.

-Será que é essa flor que exalava aquele cheiro forte quando entravamos na estada?

-Pode ser, mais ainda é incerto... só você viu esse campo?

-Não... nossos primos e alguns amigos, até pensei que não seria bom eles verem, podem espalhar e ai, todos ficam sabendo.

-Eu concordo, e não podemos deixar escapar, na segunda fale com todos os que estavam para que eles não contem a ninguém...

-Mais hoje ainda é sábado, tem amanha para saírem e contarem! – Ele me disse preocupado.

-Não, com essa chuva que esta prevista até segunda de manha ninguém vai sair de casa...

-Mais hoje em dia existe telefone sabia? – Ele me olhou sarcástico.

 -Eu sei, mais agora mesmo estamos sem telefone, a linha caiu bem na hora que você entrou, eu estava falando com a Annytha... portanto, eles não tem meios de fazer. – Eu sorri, me achando muito inteligente e incrível.

Keneedy se levantou.

-Enny eu vou subir para tomar um banho, a gente se vê amanha, to acabado. – Ele veio até mim e me deu um beijo na testa.

-Boa noite. – Respondi olhando a flor, e partindo para o relógio.

Era 8 horas da noite. Me levantei e comecei a andar pela casa apagando as luzes e trancando a porta mais sem tirar os olhos dela...

Subi sem me preocupar com os degraus, e fiz com sucesso. Passei pela porta do banheiro e ouvi a água correr quando entrei pelo meu quarto fechando a porta atrás de mim levemente. Porque não conseguia lembrar?... porque?

Sentei na minha cama desistindo da busca em meu cérebro, a coloquei em cima de meu travesseiro com cuidado e me levantei para ir colocar o meu roupão no closet e a pantufa. Abri a porta e acendi a luz, tirei-o e o coloquei em um cabide afastando algumas roupas. Tirei a pantufa com os pés um no outro e me abaixei para arrumá-los direito e encostá-los na parede quando vi...

Estava lá, a muito tempo escondido entre as roupas, a marca, feita por um vampiro, ou pelo menos acredito que seja. Foi então que me lembrei de onde havia visto a flor, aquela flor, a campina, as colinas e tudo mais, podia lembrar de tudo ,até do vento e as lagrimas que ele derramara sobre as flores.

Li a mensagem umas três vezes para ter certeza.

“Ao meu grande amor, a minha essência de viver, eu te amo mais do que tudo e te quero de volta.

Minha flor de Oricles”

Me levantei correndo e peguei a flor e voltei para o closet, me ajoelhei e me contive a segundos de não tocar outra vez, mais nem precisava, eu sabia que aquela era a flor, sem nenhuma duvida. Me sentei pensativa, como poderia haver flores aqui, nesse clima é impossível. E outra, como pode haver um campo sem que ninguém perceba, além de estar em um lugar bem freqüentado? Deveria ser essa flor que emanava aquela cheiro muito forte na floresta? Eu precisava descobrir, estava decidido, a hora que eu tiver um tempo lá no jornal eu vou passar lá. Respirei fundo e me levantei, saindo do closet e deitando na minha cama.

 Coloquei a flor em cima de um livro e apaguei o abajur, demorando muito para dormir com a grande descoberta, que por enquanto não iria dizer a Kenny, pelo menos por enquanto.