A primeira coisa que faço quando descemos do carro é ligar para a minha mãe de um telefone publico. Deixo uma mensagem na caixa de mensagem dizendo que estou perfeitamente bem, que voltarei em poucos dias e que ela não precisa se desesperar e procurar por mim.

Eu e Jace vamos para um hotel cinco estrelas. Ele aparentemente já tinha feito reservas ali e fomos para o quarto no décimo nono andar. Um quarto enorme e de uma visão maravilhosa para o mar. Jace não perde tempo e se joga na cama de braços abertos.

–E então? O que fazemos agora?- cruzo os braços e sento no sofá.

–Eu vou descansar um pouco, depois podemos ir à praia, tudo bem?- ele se levanta e vai até sua mala.

–Tudo bem.

Jace pega suas coisas e vai para o banheiro. Enquanto ele toma banho, troco de roupa. Aqui na Califórnia do Sul é quente no fim do ano, diferente de Nova York. Coloco um short jeans e uma camiseta roubada de Jace de uma banda que ele gosta. Jogo-me na cama e troco de canais, procurando algo interessante.

Deixo em um canal que passa Piratas do Caribe A Maldição do Pérola Negra, o primeiro da seqüência. Jace sai do banheiro com o cabelo molhado, uma bermuda jeans, camiseta de Blink-182 e descalço. Ele nem mesmo precisa fazer esforço para ser tão bonito.

Ao me ver deitada na cama, ele para de secar o cabelo e vira a cabeça, olhando confuso para mim.

–Eu revirei meu guarda roupa durante duas horas procurando essa camiseta.

–Roubei, como pode perceber.

–Fica melhor em você.

Ele se deita ao meu lado e me abraça, enterrando o rosto na curva do meu pescoço. Sorrio e viro para ele, segurando seu rosto.

–Você é o melhor namorado do mundo, sabia disso?

–Claro que sim- ele fecha os olhos e beija meu nariz.

Em pouco tempo ele dorme e eu não consigo evitar não fechas os olhos também.

Xx

Acordo e vejo Jace já acordado sentado na cama. É evidente que ele acabou de acordar e sorrio com sua cara sonolenta que é muito fofa. Mas, claro que eu tinha que estragar o momento com um estomago roncando e arrancando uma risadinha de Jace.

–Vamos descer e almoçar, depois nos preparamos para a praia ou a piscina, o que acha?

–Ótimo.

Saímos de nosso quarto e vamos almoçar. Conversamos bastante durante o almoço e depois subimos para nos vestir para dar um passeio na praia. Coloco um biquíni azul escuro e cinza e um vestido, além de me encher de protetor solar. Jace não fica muito diferente de antes, com uma bermuda e camiseta.

Coloco meus óculos escuros e prendo o cabelo em um rabo de cavalo bem alto, colocando um chapéu e saímos do hotel de mãos dadas em direção ao outro lado da rua.

–Jace?

–Hm?- ele passa um braço por cima dos meus ombros e eu abraço sua cintura enquanto andamos na areia.

–Por que você e Sebastian não se davam bem? Quero dizer, antes de ele mexer comigo, vocês já discutiam, certo?

–Eu e Sebastian éramos melhores amigos quando pequenos. Conheço-o desde que tinha quatro anos. Os pais dele nunca deram atenção a ele, assim como meus pais eles trabalham muito e não tinham tempo para ele. Com isso ele se tornou revoltado demais.

–E você não é revoltado?-ele dá uma risadinha.

–Não quero dizer isso. Ele fazia festas freqüentes em casa e eu ia em todas elas, mas ele começou a ficar pior, maltratava as pessoas e uma vez disse coisas ruins para mim, e foi a gota d’água.

–Que tipo de coisas ruins?

–Não gosto muito de repetir esse assunto.

–Tudo bem- respiro fundo e olho para o mar, sem me soltar de Jace. A vista é linda, bem diferente das praias de Nova York. O sol reflete seus raios na água e de alguma maneira me sinto dentro de uma pintura.

–Acho que deveríamos entrar na água- ele para de andar e me solto dele, encarando seu rosto- Se não quiser, fique aqui na areia.

Ele começa a tirar a camiseta e sinto meu rosto formigar. Nunca vi Jace sem camisa antes, sei disso por que definitivamente me lembraria da visão. Seu corpo é perfeito. Algumas tatuagens enfeitam a pele branca dele. Enquanto ele vai para a água fico admirando os músculos de suas costas se moverem. Como é possível um ser humano ser tão bonito? Ele nem mesmo se esforça pra isso!

Tiro o chapéu, óculos de sol e começo a tirar o vestido enquanto Jace nada. Deixo tudo em uma pilha na areia e vou para a água do mar.

A temperatura da água está do jeito que eu gosto e as ondas quebram mais no começo. Quando Jace me vê avançando em sua direção, mergulha, surgindo em minha frente com um sorriso. Retribuo o gesto enquanto ele me puxa para perto de si, mas uma onda nos atinge de surpresa, me fazendo rir.

–Vamos mais para o fundo, as ondas não quebram lá.

Chegamos a um ponto onde tenho que ficar na ponta dos pés para manter a cabeça fora da água, mas me agarro ao pescoço de Jace e ele segura minha cintura. Selo meus lábios nos seus, às vezes o beijando com voracidade e às vezes de forma suave. Separamos-nos por causa da falta de ar e sorrio ao ver seu rosto.

Ele beija a ponta do meu nariz. Tenho sorte de ter alguém como ele e sou grata por todo tipo de loucura que ele já fez e eu fui junto. Sinto-me livre ao seu lado e plenamente feliz.

–Eu te amo- ele diz baixinho, como se não quisesse que as ondas ouvissem.

–Eu também te amo.

Xx

Tranco-me no banheiro e me encaro no espelho. Hoje é noite de natal e daqui a três horas Jace me levará para jantar. Acho que precisarei me virar com as próprias mãos para manter meu cabelo no lugar e conseguir fazer uma maquiagem descente, já que Izzy não está aqui.

Abro a nécessaire e respiro fundo.

–Mãos a obra Fray.

POV Jace

Clary me fez sair do quarto e ir dar uma volta. Recusei e ela literalmente me empurrou para fora.

O restaurante que reservei para hoje é a beira da praia e a umas duas quadras do hotel.

Sei que Jocelyn está extremamente brava e que provavelmente não deixará Clary nem mesmo chegar perto de mim. Mas essa viagem é uma forma de eu aproveitar o máximo o tempo restante que tenho com ela, já que ano que vem irei para outro estado por causa da faculdade e Clary ainda não sabe disso.

Meu pai queria me mandar para fora do país, mas eu não quero. Não apenas pela Clary, mas meus irmãos de consideração também. Não quero abandonar as pessoas que são importantes para mim.

Fico o tempo necessário fora e então volto para o hotel.

Escuto Clary cantando alguma música animada atrás da porta e dou uma risada abafada. Bato na porta uma vez e ela para de repente.

–Já posso começar a me vestir, certo?

–Pode!- ela grita por cima da música.

Como tomei banho antes dela entrar no banheiro e começar sua sessão interminável de beleza, começo a me arrumar.

Depois que estou pronto, fico jogando no celular, esperando a donzela terminar de se arrumar. Por que elas demoram tanto?

Ouço a porta se destrancar e imediatamente me coloco de pé. A Clary que sai é totalmente diferente da que entrou. Totalmente diferente de qualquer versão da Clary que já vi. É outra pessoa.

Ela fica tímida e encolhe os ombros, olhando para os pés. Analiso seu corpo lentamente.

–Não sabia que você poderia ficar ainda mais bonita– ela olha para mim e sorri.

–Você também não está nada mal. Nem sabia que você tinha calça jeans inteira, sem nenhum rasgo nos joelhos- ela se aproxima de mim com passos hesitantes e eu puxo sua cintura, beijando-a. – Tenho a impressão de que vou cair feio com esses sapatos.

–Por isso terá que segurar minha mão o tempo todo.

Xx

Chegando ao restaurante, percebo os olhares que recebemos, principalmente Clary. Acho que todo homem por qual passamos olhou para ela e isso me deixou enciumado.

Clary fica encantada com o lugar. O restaurante é muito bonito. Reservei uma mesa no segundo andar em uma grande varanda. Algumas plantas sustentam vidrinhos com velas dentro, as mesas estão dispostas sem uma ordem certa e alguns casais estão jantando.

–Você tem um bom gosto- ela sorri para mim e nos sentamos a mesa.

Fazemos nossos pedidos e começamos a conversar. Sinto-me em um sonho. Uma garota perfeita sentada a minha frente, em um lugar agradável, rindo a toa. Todas as preocupações de manter as notas pelo time, briga com os pais, o sentimento de solidão... Qualquer coisa ruim que me perturbava antes não existe mais, não aqui, não agora. É um daqueles momentos que a felicidade é plena e pacifica. O momento certo para eu falar com Clary.

–Então, Clarissa Fray- coloco uma mão no bolso da minha calça e sinto a caixinha veluda- Tomamos uma atitude ousada quando pegamos o carro e viajamos por onze horas para passar alguns dias nesse paraíso, certo?- ela assente- Não é a primeira vez que faço bobeira e você me acompanha, mas não me arrependo de nada. Apesar de não nos arrependermos de nada do que fizemos, sei que terá conseqüências. Eu não queria falar isso, mas eu sei que sua mãe não vai querer ver minha cara nem pintada de ouro.

–Sabe que não é ela que vai decidir com quem eu fico ou não- ela toca minha mão e sorri.

–Sim, mas pequenas coisas irão mudar daqui pra frente. Então eu queria te dar isso- tiro a caixinha e abro na frente dela. Seus olhos verdes brilham como jóias ao ver o anel- É só um símbolo, para você não se esquecer.

–Não me esquecer do que?- ela olha para mim, ainda com o brilho em seus olhos.

–De nós. De como você é importante para mim e ninguém ira mudar isso.

Ela se levanta e vem em minha direção, sentando-se em meu colo e abraçando meu pescoço. Ela me dá um selinho e sorri com ternura. O que eu fiz para merecer alguém como ela? Devo ter sido um santo em uma vida passada.

–Nunca vou esquecer. Agora coloque esse anel no meu dedo- ela estende a mão e coloco o anel prata com pedras incrustadas em seu dedo fino.

POV Clary

Fico encantada com o anel que Jace me deu. É como se fosse feito para mim e não quero desgrudar os olhos dele. É tão delicado e sutil, mas ao mesmo tempo encantador.

Jace me beija com mais paixão do que qualquer outra vez. Seus lábios pressionam os meus com voracidade e as vezes com ternura. Suas mãos vão para baixo e para cima em minhas costas e eu brinco com seus cabelos. Não nos importamos com os outros. A cada segundo, parece que a urgência de proximidade cresce e me engole por inteiro e o sentimento é mutuo.

Afasto-me dele ofegante e sorrio.

–Acho que já podemos voltar para o hotel- ele diz como se lesse minha mente.

Pagamos a conta e voltamos para o hotel, controlando a necessidade de voltar um para os braços do outro até chegarmos ao quarto. Quando fecho a porta, encaro ele por apenas alguns segundos até voltar a beijá-lo.

Jace me coloca sobre uma mesa e eu enlaço seu quadril e seguro seus cabelos enquanto ele desce beijos por meu pescoço e clavícula. Deslizo sua jaqueta por seus braços e ela cai no chão. Não perco tempo e começo a desabotoar sua camisa.

–Clary- ele diz contra meus lábios. Separo-me dele e encaro seus olhos dourados. Vejo o desejo neles, mas também cautela- Tem certeza de que quer isso?

–Eu quero você- respondo sorrindo e deslizando minhas mãos por seu colarinho.

Ele puxa minhas coxas volta a me beijar. Tiro sua camisa e tateio seu peito nu perfeitamente esculpido. Arrepio quando seus dedos tocam as minhas coxas por baixo do vestido. Com sua ajuda, consigo me livrar da peça e fico apenas de roupas intimas.

Ele se afasta dois passos e me analisa, praticamente me engolindo com os olhos. Levanto da mesa e vou até ele, desfazendo seu cinto e abrindo o fecho de sua calça.

–Clary- ele segura meus pulsos- Você tem certeza disso, certo?

–Absoluta Jace.

Ele me deita na cama lentamente e começa a me beijar novamente, suavemente, enquanto suas mãos exploram meu corpo e me arrepio a cada toque seu.

Esse Natal com certeza vai ser bem diferente de qualquer outro que já tive.