Lost And Found escrita por Insomniac Killjoy


Capítulo 30
Geeking While Fixing Things


Notas iniciais do capítulo

Hey! Eu sei que falei que iria postar depois do dia 8, mas enfim, eu qro postar hj u.u
Espero q gostem amores :3



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/517046/chapter/30

Não consegui dormir muito bem na noite anterior a Comic Con e minhas unhas sumiram. Simon e eu fomos de metrô.

Atrás das portas por qual uma multidão passava lenta e organizadamente, parecia haver outro universo. Cosplayers por todos os cantos, com as roupas incrivelmente parecidas com as dos personagens ou então hilárias. Os estandes cheios de HQs, livros e todo o tipo de produtos envolvendo filmes, séries e sagas.

Eu meio que surtei durante o dia todo e gastei bastante. Simon e eu demos muita risada e podemos conversar o dia inteiro sobre muitas coisas que gostamos em comum de maneira que não fazíamos há um tempo. Ali era o mundo dos esquisitos no qual pertencemos.

Chego em casa e caio no sofá com os pés doloridos e largo todas as sacolas ao meu lado. Andar com toda essa bagagem dentro do metrô não foi fácil.

–Achei que nunca chegariam- minha mãe diz enquanto limpa as mãos em seu avental. Olho-a confusa, pois ela não é a melhor cozinheira, muito menos usa avental.

–Bom, se fosse por mim, ficaria o mês inteiro por lá- diz Simon- Mas, sabe como é, não é tão fácil encontrar comida vegetariana em eventos assim.

–Sorte que você está aqui, porque fiz lasanha vegetariana e muffins de chocolate para sobremesa- arregalo meus olhos.

Você que fez?

–Cada pedacinho de coisa comestível em cima da mesa foi obra minha.

–A cozinha está inteira pelo menos?- pergunta Simon e recebe a revirada de olhos da minha mãe.

–Vão comer ou não?

A comida estava boa, pelo menos a lasanha. Como Simon é vegetariano, eu tenho preferência por algumas comidas só que na versão sem carne, como exemplo a lasanha. Minha mãe não cozinha tão mal, mas quando se refere a pratos que não são do dia a dia, ela não é a das melhores. Muito menos em sobremesa, então isso nos leva a comprar muita comida congelada ou então pedir, o que é mais rápido e não corre o risco de comer algo queimado ou meio cru.

Enquanto comemos, vamos contando a minha mãe o que vimos na Comic Con desse ano. Ela dá risada com alguns micos que eu e Simon cometemos, como ele ter derrubado uma pilha de HQs enquanto imitava o C3PO, ou eu ter gritado alto demais quando achei que um senhor que estava por lá era o Stan Lee.

Fico sentada no sofá ao lado de Simon enquanto assistimos Tonari no Kaibutsu-kun. Encosto minha cabeça em seu ombro e mal prestamos atenção. Sei que ele não gosta desse anime, mas eu acho muito fofinho e só estou vendo para irritá-lo.

–Ah, Clary, amanhã tem ensaio da banda as duas.

–Vou estar lá- ele se levanta lentamente e bate no jeans surrado. Percebo que precisa cortar um pouco o cabelo, que começou a cair sobre os olhos.

–Preciso ir- ele passa as mãos no rosto e percebo como está cansado.

Levanto-me e acompanho-o até a porta. Antes de ele ir, eu preciso dizer uma coisa que parece estar entalada na minha garganta. O dia todo eu me mantive ativa, então isso sumiu da minha mente por algum tempo, mas agora, quando estou vendo seu rosto percebo o que aconteceu desde o dia em que ele veio aqui me convidar para ir para a Comic Con. Eu não pedi desculpas.

Eu estava errada em esquecê-lo, e apesar de ter protestado quando discutimos, ainda não pedi perdão pelo que fiz. Ele veio atrás de mim sem nem mesmo ser o errado na história e passou o dia comigo como se nada tivesse acontecido. E apesar disso, ainda não me desculpei.

–Então boa noite- ele dá um sorrisinho sem jeito e esconde a mão livre no bolso da calça.

–Simon!- ele para e se vira novamente- Me desculpe. Você sabe, por ter te excluído da minha vida.

Ele solta uma risadinha abafada e dá de ombros.

–Você já foi perdoada.

Com essas palavras, o peso do mundo pareceu sair dos meus ombros e o nó finalmente se desfez.

Xx

Domingo, após o ensaio da banda de Simon, Izzy me chama para uma festa. Não estava com vontade, mas ela sabe muito bem ser insistente. Ainda por cima, disse que iria até a minha casa para ajudar-me a me arrumar. Com Isabelle Lightwood não tem um não.

Disse a Simon e ele ficou lá em casa, fingindo que iria encontrá-la por coincidência. Quando ela entrou, ele ficou boquiaberto. O vestido dela era preto, justo e curto, com um decote profundo. Meia calça que acaba no meio da coxa e ligas. Os saltos altos pretos e uma jaqueta verde musgo. O cabelo perfeitamente preso em um rabo de cavalo alto e o lápis escuro nos olhos. Definitivamente, fez Simon esquecer qualquer coisa naquele momento a não ser ela.

–Simon- ela dá um sorriso brilhante, porém frio, e ele engole seco- Bom Clary, melhor não se atrasar.

–E-eu vou indo- Simon coça a cabeça e dá um aceno rápido- Até mais.

–Não vamos perder tempo garota!- diz ela estralando os dedos na minha frente enquanto olho para a TV.

Xx

Atualizo Isabelle das novidades, mas não entro em detalhes sobre a Comic Con, pois sei que ela não está interessada. Digo a ela sobre Sebastian e Jace e o que eu pedi a Jace e ele recusou, então eu falsamente o ameacei.

–É bem simples. Torne a ameaça real.

–Se eu ao menos soubesse o que fazer.

–Provoque-o- ela diz. –Torne-se mais do que irresistível, porém inalcançável. Ele gosta de você do jeito que é, mas aposto que se usar a roupa e maquiagem certa e dispensá-lo... –ela dá uma risadinha e estala a língua- Irá deixá-lo louco.

–Esse é seu jogo, não é?- pergunto enquanto analiso minhas unhas sem prestar atenção.

–É mais divertido do que parece. Faça-o jogar com as suas regras. Tire proveito para a sua diversão e será você quem dará o cheque-mate. Acredite.

–Ok, mas como me torno “mais do que irresistível”?

–Ai que eu entro no enredo.

Xx

–Me sinto uma prostituta– digo olhando o espelho.

–Lembre-se de quem são as roupas, querida- diz Isabelle ajeitando meu cabelo. Acho que nunca me senti tão exposta na minha vida. –Como acha que pode ir a uma festa de Magnus? E você não parece uma prostituta. Está linda.

Solto um suspiro e Izzy termina de prender meu cabelo em um coque com mechas soltas ao lado das orelhas. Realmente gostaria de me esconder dentro de um moletom quentinho agora.

O motorista de Izzy nos deixa na porta do prédio de Magnus, que reconheço muito bem. Nada muito atrativo por fora, mas por dentro é outra coisa. Sinto gotas de chuva caírem sobre meus ombros. Fecho o punho e bato na porta, no mesmo instante uma portinha na linha dos meus olhos se abre.

–Clary Fray- com isso, ouço as várias trancas da porta se abrir. Passamos pela soleira e viro à direita. Olho para Isabelle e paro de andar. –Como você me informou sobre a festa, sendo que eu sou amiga de Magnus?

–Ele falou com Alec e pediu para eu lhe informar- ela dá de ombros.

O apartamento de Magnus é bem... Peculiar. Do lado direito, logo após a entrada, há um tipo de pátio, com um bar e jardim de inverno. Uma escada sobe em espiral no fundo e dá acesso ao corredor que leva aos apartamentos. Se tivessem pessoas morando aqui, não seria tão grande quanto é, mas Magnus é o único morador, o que torna o espaço imenso e propicio às festas gigantes. Antes de ele morar aqui, o prédio era abandonado e com a sua ajuda, ele transformou o lugar completamente.

Apesar da minha relação com Magnus, só vim a uma festa sua e fiquei por dez minutos. Festas não são o meu forte, principalmente as dele.

Luzes coloridas, bebidas curiosas e pessoas animadas com cabelos coloridos, piercings, tecidos brilhantes, maquiagem extravagante e música eletrônica é o resumo de todo o lugar. Puxo um pouco para baixo a saia que estou usando e caminho desconfortavelmente através da multidão. Estou cansada para dançar e meu animo também não colabora.

Vou até a escada e me sento no quarto degrau. Isabelle já está por ai e não estou com vontade de segui-la. Olhando bem em volta, percebo que iria resultar ótimas fotos, mas minha câmera estava descarregada quando sai de casa.

Vejo Jace no bar, bebendo um liquido esverdeado. Sempre que o vejo está com jeans pretos e All Star. Hoje ele está com uma camiseta preta sem estampa alguma. Pensando bem, ele está vestido de preto noventa por cento das vezes.

Distraio-me novamente com a decoração estranha. A casa de Magnus vive diferente e agradável.

–Então vai passar toda a festa ai?- pulo na escada com o susto. Coloco minha mão sobre meu peito e respiro fundo. O sorriso travesso toma conta do rosto de Jace. –Ou vai ir dançar comigo?

–Hm, prefiro a primeira opção.

–Tsc, muitas garotas implorariam para ter a sua decisão e estariam escolhendo certo.

Lembro-me do que Isabelle falou mais cedo “Faça–o jogar com as suas regras. Tire proveito para a sua diversão”. Levanto-me e desço alguns degraus, ficando frente a frente com ele. Fico tão perto de seu rosto que sinto sua respiração. Olho para seus lábios e sorrio. Mordo meu lábio inferior, pensando em o que falar.

–Por isso está me perguntando, certo?- passo delicadamente meus dedos em seu rosto e os desço para seu tórax. –Gosta de exceções.

Passo por ele e vou até o bar. Conheço muito bem Magnus para saber que qualquer bebida que eu pedir terá álcool.

–Senhorita?- o barman me chama e eu olho para ele. Cabelo verde, piercings em ambas as sobrancelhas e no lábio inferior, além de lentes amarelas e tatuagem tribal na lateral do rosto.

–Uma Coca-Cola, por favor- ele parece meio surpreso e confuso, mas eu o encaro e ele vai pegá-la para mim.

–Está se divertindo muito pelo que percebo- olho para Jace e reviro os olhos.

–Sabe-bebo um gole do refrigerante- Você tem razão. Acho que deveríamos dançar.

Se for para eu tirar proveito para a minha diversão... Vamos em frente.

Deixo a Coca-Cola e me levanto, passando as mãos nos ombros de Jace e segurando sua mão. O conduzo para o meio das pessoas dançantes. Ele segura minha cintura e ondas elétricas percorrem meu corpo quando seus dedos tocam minha pele exposta. Ele me puxa para perto e eu sorrio assim como ele.

Começa a passar uma música e Jace fica surpreso. Ele pressiona meu corpo mais forte contra o seu e desce o rosto até o lado do meu ouvido.

–Não me decepcione nessa música.

Ele me gira uma vez tão rápido que perco os sentidos por alguns segundos. Sorrio e seguro seus ombros. Balanço meus quadris no ritmo da música. Ele me gira mais uma vez e deixa seus dedos escaparem dos meus. Trombo de frente com um cara e enrubesço.

É uma ótima hora para escapar, então desvio meu rumo, mas uma mão firme toma meu pulso e me gira novamente. Fico frente a frente com o loiro de olhos hipnotizantes. Ele apóia a base das minhas costas e eu passo a língua nos meus lábios.

Paro de rebolar e puxo-o para tão perto de mim que meus lábios cerram os seus, mas dou-lhe um beijo na bochecha de ultima hora, mais longo do que deveria. Sorrio e me afasto dele.

Começo a andar em direção a escada e talvez achar um canto mais vazio. Levo um susto quando sinto dedos tocando meu pulso e minha cintura. Giro e sou prensada na parede. Meus olhos se perdem nos olhos dourados brilhantes de Jace. Sinto meu coração descompassar e minha respiração acelerar ao mesmo tempo que sinto os seus batimentos cardíacos. O desejo que ele me beije quase dói.

Ele se inclina para frente tão lentamente que me deixa sem paciência. Achei que com o tempo, essa ansiedade que sinto na presença dele e todas as reações físicas passassem. Mas parece que não tão cedo.

Sua cabeça desce e ele distribui uma trilha de beijos da base do pescoço até meu maxilar. Minhas pernas parecem prestes a ceder quando seus lábios tocam minha pele. Mas ele para os beijos quando chega ao lado dos meus lábios. Um sorriso travesso, daqueles do tipo que você vê no rosto de crianças maldosas quando se nega doces a elas no Halloween, surge em seus lábios.

Percebo finalmente o que isso quer dizer. Ele começou a jogar comigo. Um jogo tão bobo e traiçoeiro que qualquer movimento errado causará a vitória do outro. Ele quer me tirar da linha. Ele quer me testar.

Ele quer ver quem cede primeiro.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

e ae?