Lost And Found escrita por Insomniac Killjoy


Capítulo 25
Screw Up




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Minha mãe não ficou muito contente com a visita de Jace, mas o tratou muito bem. Até mesmo me deu a impressão de estar mais amigável com ele.

Mais tarde falo com Izzy e ela me diz que está saindo com o mesmo garoto que ela tinha beijado antes de entrar em Clarion, Meliorn. Mas ela diz que já saiu demais com ele e pretende chutá-lo logo. Eu lhe digo sobre Jace, tudo o que aconteceu ultimamente, e ela fica contente por ele estar comigo. E também me diz que a raiva de Jace é normal dele, mas que ele precisa de alguém para brecá-lo às vezes.

Xx

Eu e Izzy caminhamos pela grama enquanto ainda não toca o sinal do intervalo. Encontro Jace encostado em uma árvore, sentado no chão, com os fones de ouvido e de olhos fechados, movendo a boca com a letra da música.

Eu e ela nos sentamos cada uma de um lado dele e seus olhos se abrem. Ele pausa a música e tira os fones.

–E ai?- pergunto passando meu braço em volta do seu e repousando minha cabeça em seu ombro.

–As coisas não estão indo como eu queria- diz ele sem emoção nenhuma em sua voz.

–O que aconteceu?- pergunta Isabelle, mas o sinal toca. –Droga, precisamos ir. Mas você fala depois.

Eu não estou a fim de ir para a sala de aula agora antes de saber o que aconteceu. Afinal ainda temos o segundo sinal.

–O que houve Jace?

–Clary, precisamos ir para a aula de inglês- diz Isabelle se levantando. Eu a ignoro- Ok, eu vou.

O segundo sinal toca enquanto eu ainda estou o encarando. Ele solta um suspiro e encosta a cabeça na arvore.

–Não vou poder jogar no próximo jogo, mas tenho que continuar indo ao treino.

–O que? Mas por quê?

–Sebastian- ele resume. Eu reviro os olhos e solto um suspiro.

–Você não pode arrumar encrenca por qualquer coisa- ele faz uma cara de deboche e solta um riso seco.

–Você por acaso sabe o que aconteceu? Você ouviu o que ele me disse? Não digo pelos outros, mas você estava no treino naquele instante?- eu coro violentamente e me sinto culpada por ter o deixado nervoso, sendo que eu deveria ajudá-lo. Balanço a cabeça, envergonhada. –Então não fale o que você não sabe.

Ele se levanta e bate as mãos no jeans pretos para tirar a grama. Quando está pegando um dos fones, eu fico o encarando, querendo pedir desculpas. Mas meu orgulho e minha vergonha me impedem disso.

–Matar aula bem na frente da escola, tsc tsc tsc- diz uma voz desconhecida e eu me lembro que os dois sinais já tocaram. Vejo o diretor, com um terno impecável e cabelo bem arrumado. Meu peito aperta com a culpa e fico vermelha.

–Não senhor, nós já estávamos indo para a aula- me levanto e percebo Jace parado, sem se importar.

–Ah claro- ele diz irônico- Junto a Jace Herondale, a senhorita estava indo para a aula? Para minha sala, os dois.

Em silencio, caminhamos para a sala. Uma tontura leve me atinge causada pelo nervoso. Segurar a mão de Jace nesse momento seria o melhor calmante, mas depois do que eu disse, duvido que ele queira fazer isso.

Ao chegar à sala do diretor, nos sentamos. Percebo que já é a segunda vez que fazemos isso. A primeira vez que isso aconteceu foi em Clarion.

–Muito bem, matar aula... Detenção me soa muito bem.

–Olha- diz Jace se inclinando para frente- A deixe fora disso.

–Desculpe senhor Herondale, mas o seu histórico não é o dos melhores. E afinal de contas, quem manda aqui sou eu, certo? Detenção após a aula. Os baldes estarão esperando.

–Mas...

–Eu poderia fazer uma punição bem pior para você garoto- diz o diretor com um tom mais ameaçador, deixando o sarcasmo de lado e optando por raiva. –Então feche a sua boca, aceite isso e tire seu traseiro da minha sala antes que eu lhe tire do time ou até mesmo da escola.

–Eu... –começa Jace, mas eu seguro seu braço e o interrompo.

–Está muito bem assim. Não irá se repetir- finalmente consigo falar. Puxo o braço de Jace e o arrasto para fora.

–E vão para a sala!- grita o homem de sua mesa.

Fecho a porta e me encosto à porta, colocando as mãos na testa e aos poucos respirando fundo.

–Clary- começa Jace, mas eu tiro as mãos do rosto e faço um sinal para que ele não fale. Não quero ouvir ninguém falar agora.

–Te vejo mais tarde.

Xx

Eu estava fodida. Na verdade, mais que isso quando minha mãe souber. E tudo que eu poderia fazer é cumprir a detenção sem reclamações.

Enquanto limpamos duas salas, Jace se mantém o mais longe de mim possível, sem dizer nada ou trocar olhares. Aos poucos, vou ficado mais brava com sua atitude. Não é total culpa minha e ele tem que parar de me punir dessa maneira. Mas se ele quer assim, que assim seja.

Mais uma sala e chegamos à quadra. Já formulei dezenas de coisas para falar à ele, mas nada sai da minha garganta. Mas talvez eu não seja tão durona quanto aparento, pois meus olhos marejavam conforme eu ia pensando no que aconteceu hoje.

–Tá, tudo bem, você faz merda e eu pago o pato?- ele se vira para mim, totalmente sem expressão. –Vai ficar me dando um gelo o mês todo agora, sendo que o culpado é você?

–Foi escolha sua ficar lá fora comigo- ele diz parando de limpar o chão por um momento. Meus olhos começam a arder e eu dou uma risada seca.

–Desculpe por me preocupar com você, ok? Talvez eu deva parar com isso mesmo- reviro os olhos e volto a limpar a droga do chão com tanta força que meus dedos ficam brancos. As lágrimas começam a cair e eu as limpo, com raiva por estar chorando de algo tão fútil.

–Não é fácil receber provocações o tempo todo e ficar em silencio- diz ele bem perto de mim. Viro-me e olho para cima, encontrando seus olhos me encarando. –Ele falou de você, por isso acabei perdendo o controle.

Fungo e continuo olhando para ele.

–Mas eu não quero que você fique me punindo por isso, como se eu tivesse feito alguma coisa.

–Você não entende, Clary- ele balança a cabeça. Dou uma risada sarcástica e fungo novamente.

–Claro que não, não entendo nada pelo visto. Se você me dissesse a verdade talvez eu entendesse. Que droga Jace!- mais duas lágrimas caem.

–Não estou mentindo para você. Não quero te envolver nisso.

–Não sou uma criança!- digo aumentando o tom. Ele me tira da paciência.

–Você não conhece Sebastian.

–Mas te conheço, ou pelo menos acho que conheço. Esse lado de me punir sem eu ter feito nada além de ter ficado ao seu lado, me preocupando com você... - solto um suspiro e coloco uma mão trêmula na minha testa- Só... Continue limpando, quero ir embora logo.

Xx

Quando acabamos nossa detenção, vou para casa batendo o pé, com a cabeça cheia e rosto molhado por lágrimas. Tudo que eu menos precisava era chegar em casa e ouvir minha mãe gritando comigo. Se Jace não tivesse sendo tão egoísta, talvez eu estivesse com ele agora.

Mas desvio o caminho de casa, limpando minhas lágrimas e respirando fundo.

Chegando ao meu destino, bato na porta e Simon aparece, com cara de sono, como quase sempre.

–Clary?

–Oi- dou um sorriso –Está livre?

–Hm- ele me deixa entrar- Estou indo treinar com os garotos da banda. Quer ir?

Acompanho Simon e ele consegue como sempre conseguiu livrar minha mente e me arrancar risos. Sua banda, que mudou o nome para Sweet Vampire, vai tocando, enquanto eu fico jogando no PSP de Eric. Até mesmo me deixam tocar na bateria por alguns segundos.

Chego em casa antes da minha mãe vir do trabalho, tomo um banho e acabo tirando um cochilo de dez minutos. Depois disso, passo horas e horas revirando na cama, ouvindo músicas lentas e sonolentas, pensando no que aconteceu ou então não pensando em nada, apenas encarando o teto.

Pego meu celular e vejo que horas são. Duas e dez da madrugada. Não sinto fome, então fico parada sem fazer nada. Até que decido me levantar. Abro a janela para entrar um ar fresco e acendo a luz. Tiro minha camiseta do pijama e vasculho a gaveta. Visto a camiseta de Jace e durmo em quinze minutos.


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Notas finais do capítulo

Final mei zuadin né?



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