Lost And Found escrita por Insomniac Killjoy


Capítulo 19
Miles Away


Notas iniciais do capítulo

HOOOE! Foi rápido não? Estava aqui no tédio, sem vontade nem de respirar, ai pensei: pq não escrever? E cá estou, com esse capítulo com um "bonus"
Expero q goxtem XD



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Quando minha mãe me disse que meu pai não conseguiu pegar um vôo para vir até aqui, eu realmente não me surpreendi. Ela me levou até o aeroporto e fizemos todo aquele processo para que eu pudesse embarcar sozinha.

Ela me abraçou forte e acabou derramando algumas lágrimas antes que eu entrasse na sala de embarque.

E lá estava eu, sozinha na sala de embarque, vendo os aviões do lado de fora, com uma HQ do Batman em mãos, ouvindo Capital Cities, tentando me preparar para quando chegarei a Los Angeles.

Xx

Depois de horas de vôo, finalmente desembarco. Vou arrastando minha mala e com a outra mão ajeitando a alça da mochila. Vejo meu pai, parado ali no meio das pessoas com as plaquinhas. Ele não fez plaquinha nenhuma, como sempre. Apesar de sua idade, se veste de um jeito meio... Peculiar. Calça jeans escuras, um tênis, camiseta lisa e um blazer.

–Oi pai- digo sorrindo. Ele abre os braços e me dá um abraço exagerado.

–Que saudade de você- dou uma risadinha meio sufocada. Ele pega minha mala e começamos a andar para ir pegar a outra mala. –Desculpe por não ter ido até lá, não consegui uma passagem.

–Não tem problema, já estou aqui- passo as mãos no rosto. –Se importa em ficar vendo se minha mala chega enquanto vou ao banheiro?

–Claro que não, pode ir- ele da um sorriso torto.

Vou caminhando e desviando das pessoas e olhando as placas penduradas ao teto para ver onde fica o banheiro. Quando o acho, paro na frente do espelho e até me assusto com a imagem. Estou pior do que pensava. Meus cabelos estão muito bagunçados e tenho olheiras escuras. Mesmo quando passo a noite acordada não fico assim.

Levanto minhas mangas, lavo bem meu rosto e prendo novamente meu cabelo.

–Vamos lá Clary- digo baixinho- Você está apenas viajando, não há problemas nisso. Tudo bem que durante as férias de verão, sem os amigos, mas não é nada mal.

Saio do banheiro me sentindo um pouco mais desperta. Encontro meu pai parado no mesmo lugar, mas com mais uma mala aos seus pés. Dou um sorriso.

–Podemos ir?- pergunto. Ele retribui o sorriso e começamos a caminhar para fora.

Xx

Meu pai tem seus compromissos, mas me impressionou que na primeira semana, ele passou bastante tempo comigo. Sua casa é bem aberta e com muitas plantas do lado de fora. Perto da cozinha, há uma plantação de morangos e de blueberry. Ele me levou para comprar CDs e a uma loja de vinis. Jogamos videogame, coisa que me impressionou, por que eu não sabia que ele jogava e vimos uns dois filmes no cinema e até colhemos alguns morangos e blueberries.

Hoje acordei cedo, me vesti e fui até a plantação, sem meus sapatos. É legal sentir a grama em meus pés. Quando era menor, costumava andar assim pra lá e pra cá.

Com um cesto, me sento na grama e começo a recolher morangos. Quando consegui pegar 15 morangos bons, meu celular toca. É Jace.

–Caramba, você nunca atende ao telefone- diz ele meio ofegante. Dou risada e deixo o aparelho no viva-voz bem ao meu lado –Como está ai?

–Legal até. Agora estou recolhendo morangos. Pretendo tirar umas fotos daqui, depois te mostro. E as coisas por ai?

–Entrei de férias oficialmente hoje, e por isso o treinador achou justo dar um treino duas vezes mais pesado. E eu estou completamente fodido- dou risada.

–Por quê?- analiso outro morango e o jogo dentro da cesta.

–Treinador Hedge me deu uma bronca. Falou que se eu não melhorasse minhas notas, poderia dar adeus ao time.

–Jace, matando aulas você espera mesmo manter suas notas? Vamos fazer o seguinte, quando eu voltar, te ajudo com os estudos.

–O que?- ele dá uma risadinha.

–Sem protestos.

–Ok,ok. Vou entrar na ducha agora, falo com você mais tarde. E vê se me liga tá? Eu não conseguia te ligar.

–O sinal não é muito bom aqui. Mas vou te ligar sim. A não ser que eu encontre um californiano muito gato...

–Acha mesmo que vai encontrar um californiano mais bonito que eu? Vai sonhando- dou risada- Preciso ir ruivinha.

–Nunca mais me chame assim, ou então serei obrigada a encontrar um californiano maravilhoso mesmo. Vá logo tomar seu banho, que eu consigo sentir seu cheiro daqui.

Ele ri e desliga. Sua risada pessoalmente é mais encantadora. Mas não vai demorar a ouvi-la novamente se eu não me concentrar no tempo.

POV Jace

Depois de sair da casa dos Lightwood, dirijo até o consultório de Jocelyn. Ainda me obrigam a frequentar sua clinica.

Paro a moto na esquina e entro no prédio. A recepcionista nota minha presença e dá um sorriso mais do que apenas educado.

Fico sentado ali, olhando em volta. A escada me lembra de quando trombei com Clary. Ela parecia um tanto nervosa e foi divertido provocá-la. Na outra consulta que fui até lá, ouvi Jocelyn comentando com alguém no telefone sobre o colégio de Clarion. Como sabia que a garota que trombei na escada era sua filha, liguei os pontos.

Admito que desde a primeira vez que a vi ela me chamou atenção. Não apenas pela sua aparência, mas pelo fato dela rebater qualquer frase minha. Não era uma garota bobinha. Diverti-me tanto em tirar sua paciência que quis repetir a dose. E cá estou querendo que as semanas passem logo para que possa a ver novamente.

–Senhor? Senhor Herondale?- diz a garota que estava atrás do balcão, agora a minha frente, balançando a mão para chamar minha atenção- Pode subir já, senhora Fray está a sua espera.

–Tudo bem- levanto-me e me desvio, já que ela está muito perto- E não me chame de senhor.

Subo as escadas de dois em dois degraus e chego à sala. Bato uma vez e ela diz para entrar.

–Olá Jace- Jocelyn sorri –Como vai?

–Bem, obrigado.

–Como foi sua semana?

–Um pouco monótona. O basquete está mal, mas vou começar a estudar um pouco mais para não ser chutado.

–Isso é muito bom- ela dá um sorriso e coloca suas mãos com os dedos entrelaçados sobre a mesa- E com os seus pais? Irmãos de criação? Como vão as coisas?

–Tudo nos conformes. Minha irmã estava um pouco triste, mas agora está mais conformada. Meus pais chegaram ontem, mas amanhã vão viajar novamente.

–Você nunca pensou em ir com eles?

–Bem, eles vão voltar daqui a umas quatro semanas, e... Bem, estou esperando uma pessoa chegar. Eles não vão voltar a tempo- jogo a pista no ar, para que talvez ela entenda de quem estou falando, mas ela não capta a mensagem.

–E as intrigas na escola?

–Já fui chamado na diretoria vezes suficiente para entender que cada um de nós deve ficar em seu lugar, sem perturbar o outro. Ele não mexe comigo, nem eu com ele.

–Ótimo. Isso é muito bom Jace. Parece que está tudo bem então?

–Senhora Fray- apoio meus cotovelos sobre meus joelhos e franzo o cenho- A senhora já se sentiu dependente de alguém? Eu quero dizer... A distância de alguém, mesmo que por pouco tempo, te fez sentir a falta dessa pessoa?- ela dá um sorriso amarelo e ergue as sobrancelhas.

–Claro- ela dá um suspiro- E quem seria essa pessoa? Não achei que você seria o tipo de garoto que se prende a alguém assim.

–Ah, não sou eu- dou um sorriso e volto a encostar à cadeira. Decido disfarçar, pois não sei se seria certo eu contar a Jocelyn que estou com Clary agora que ela está em uma situação delicada – Meu irmão está assim, só queria saber se é normal.

–Com toda certeza é normal- ela coloca duas mechas de seu cabelo ruivo atrás das orelhas. –Isso é uma das características de se estar apaixonado.


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