Laços de Sangue e Fúria escrita por BadWolf


Capítulo 37
Estado Crítico


Notas iniciais do capítulo

Olá!!

Chocados com o último capítulo? Espero que vocês não estejam com raiva de mim, ou assustadas com a minha maldade... Rsrsrsrs Às vezes é bom exercitar esse lado, e a fanfic agradece. É esse tipo de coisa que mantém as coisas agitadas.

Para quem está curioso em saber como o Holmes vai conseguir sair dessa - se ele conseguir, podem sossegar que as linhas abaixo irão te mostrar.

Um grande bj, obrigada pelo acompanhamento e boa leitura!

PS: Desculpem os palavrões, eu não resisti... ;)



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–Merda!

Foi a exclamação de Derek Noles quando notou aquele corpo caído sobre o assoalho de sua casa. Uma já imensa poça de sangue tinha se formado, dando ao ambiente uma aparência de carnificina. Embora criminosos, Noles detestava violência.

–Quem diabos é você? – ele se perguntava ao corpo, inconsciente no chão. Verificou que sua pulsação estava fraca, mas que pela perda de sangue e gravidade do ferimento – Derek constatou que foi uma facada – ele não duraria muito tempo. Retirou uma carteira do terno, onde encontrou uma identidade.

SHERLOCK WILLIAN SCOTT HOLMES

–Merda! Merda! Merda! Merda!

–Ei, Derek! Pare de xingar essas coisas em casa! Não estamos em um pub e eu não quero que... Puta que pariu, mas que porra é essa?! – gritou a mulher, surpresa ao ver um corpo no chão.

Derek Noles tentou acalmá-la.

–Ele está morto, não é? Você o matou? – ela perguntou, assustada.

–Não! É claro que não! Ele está vivo ainda!

A mulher começara a chorar.

–Oh, Derek... Você sempre me dissera que jamais seria capaz de matar alguém, e agora mata dentro de nossa própria casa...

Derek estava nervoso e impaciente.

–Ora, Abigail! Quanta sandice! Venha, mulher, pare de me questionar e ajude me a tirá-lo daqui.

–Você vai leva-lo a um hospital? – ela perguntou.

–Claro que não! Iriam me acusar de te-lo assassinado! – ele respirou forte. – Eu acho que eu vou atirá-lo ao Tâmisa.

A mulher ficou chocada. – Ao Tâmisa, Derek?!

–Olhe para isso, Abigail! Ele irá morrer de qualquer maneira! Veja só quanto sangue! Não deve durar mais do que algumas horas! O que quer que eu faça, afinal? Que o leve a um hospital, ou que chame um médico? Irão fazer perguntas...

A mulher deu-se conta da poça de sangue – e também da bagunça que ela teria de limpar depois que tudo estivesse terminado... Agora quem queria esfaquear alguém ali era ela.

–Vá pegar um lençol, dos escuros. Vamos coloca-lo no nosso cabriolé, e eu vou leva-lo até um local para jogar o corpo... Pode ser perto daquela fábrica desativada.

–Tudo bem.


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Esther e Richard se encontravam do outro lado da rua.

–Você tem certeza, Miss Katz? Londres é uma cidade tão grande, deve haver tantos falsificadores...

–Foi-se o tempo, Richard. Muitos deles saíram do negócio, pelo que andei pesquisando. Além disso, uma fonte segura me disse que apenas Derek Noles seria capaz de fazer uma falsificação tão perfeita quanto àquelas identidades que encontramos na casa da amante de seu irmão.

–Por quê ela tem tantas identidades afinal?

–Não podemos presumir porque...

–É errado teorizar sem dados. – completou Richard.

Esther deu um leve sorriso, com a mera menção indireta a Holmes. Pelos tempos que conviva com Richard Revington, ela percebeu que o rapaz gostava muito das histórias que Watson publicava sobre seu marido. Se ele pudesse souber com quem ela era casada...

Apesar da conversa, Richard ainda estava hesitante. Ficara assustado em saber que invadiria a casa de um grande falsificador – talvez um dos maiores de Londres. Só o que fazia ter coragem de seguir em frente com aquela loucura era saber que, em breve, saberiam quem era a mulher que assassinara seu irmão a sangue frio e destruíra sua reputação, bem como o futuro de sua sobrinha.

–Estamos perto da verdade, Richard. Não podemos voltar atrás. – ela disse.

–Tudo bem, eu entendo, mas... O que faremos?

–Como não conhecemos o ambiente, precisamos... Olhe, parece que eles estão saindo...

Esther e Richard tentaram disfarçar, fingindo que conversavam sobre qualquer coisa. Observando um casal sair, Esther percebeu um clima estranho entre eles.

–Parece que eles estão saindo. A mulher está preparando a carruagem.

Richard se aliviou. – Que bom. Assim invadiremos sem ninguém em casa.

De repente, Esther ficou surpresa.

–Espera... O que é aquilo ali?

O homem, que ao que tudo indicava era Derek Noles, carregava, temeroso, algo envolto em um lençol. Parecia ser, nitidamente, um corpo.

–Meu Deus, Esther! Aquilo parece ser um cadáver!

–É o que está me parecendo também... – ela confessou, enquanto assistia o suposto corpo ser lançado à carruagem, e o casal seguir viagem nela, sempre olhando para os lados.

Alguma coisa muito errada estava acontecendo, Esther sentia. Um aperto em seu estômago se formava, e uma sensação de medo lhe afligia. Por que ela estava se sentindo assim?

–Será que tem mais alguém ali? Um capanga, talvez?

–Só saberemos se descobrir. – ela disse. – Vamos, precisamos aproveitar a brecha.

Esther seguiu atenta, se aproximando da casa. Percebeu que, na pressa, o casal deixara a porta entreaberta. De arma em punho, Esther adentrou, sempre atenta a qualquer movimento. No entanto, não havia ninguém, foio que constatou depois de verificar os quartos.

–Esther! Olhe!

Esther se aproximou de Richard, que estava agachado perto da escada. O rapaz mostrou a ponta de seus dedos rubros, de sangue. A moça suspirou.

–Precisamos ser rápidos. Já vimos que os dois não são nem um pouco inofensivos... – disse Esther, subindo as escadas. – Essa “pessoa” pode ter feito o mesmo que nós... E ter sido descoberto.

Richard pareceu trêmulo.

–Então é melhor nos apressarmos... Mas olha... Parece que o morto veio... Daqui! – disse Richard, apontando para o porão. Alguns pingos de sangue ainda caíam da portinhola.

–Vamos. – disse Esther, entrando no porão.

–Meu... Deus...

Fora o que Richard balbuciara, diante da imensa poça de sangue que se formara no chão. Alguém tinha se ferido seriamente, mais do que ele presumira no térreo, e certamente era a pessoa envolta no lençol que eles estava carregando. Sem dúvida, os dois a mataram e estariam se desfazendo do corpo.

Um mau pressentimento passava por todo o corpo de Esther. Havia alguma coisa errada ali.

–Ei, Miss Katz! Me dê uma ajuda! – disse Richard.

Antes que ela pudesse dizer qualquer coisa, seus olhos verdes passaram imediatamente por um objeto jogado no chão, ao lado de uma carteira que lhe pareceu subitamente familiar.

Era um documento, que pertencia a um certo Sherlock Willian Scott Holmes.

Seu suspiro de surpresa e pavor, feito de maneira alta, quase horripilante, assustou Richard, que parou de fazer o que estava fazendo na mesma hora, muito surpreso. Esther costumava ser uma mulher forte e por isso difícil de se impressionar.

–O que foi, Miss Katz? – ele perguntou.

Voltando a si, Esther apenas respondeu.

–Abandone tudo, Richard. Precisamos seguir aquele cabriolé que saiu daqui!

Richard sentiu vontade de rir. – O que deu em você? Me faz entrar nas toca do Leão e...

–Agora! – ela quase gritou, contendo-se ao perceber que estava em território inimigo. – Apenas... Me ouça, está bem? Vamos, pegue esse caderno e leve consigo, depois pensaremos no que fazer.

Richard fez tal como ela pedira, guardando o caderno em seu terno. Para sua consternação, Esther estava com notável pressa, a ponto de descer a janela rapidamente.

–O que está acontecendo, Miss Katz? – ele perguntou, diante do desespero de Esther. – Você conhecia aquela pessoa?

–Sim! – ela disse, às pressas e não desejando dar maiores explicações.

Seu olhar se voltou para o asfalto. Se de fato era Sherlock Holmes, seu marido, que estava envolto naquele lençol, ele estava sangrando tanto que o cabriolé simplesmente fizera um sutil rastro de pingos de sangue pelo caminho.

–Vamos! – ela disse, correndo, olhando para o chão.


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No meio do caminho, ela percebeu que, despontando da estrada, estava o mesmo cabriolé que estavam Noles e a mulher. Eles já estavam de volta. Ao mesmo tempo que aquilo era ruim, pois eles já se desfizeram do corpo, isso era bom, pois significava que não tinham ido muito longe.

–Precisamos nos esconder! – ela disse, puxando Richard para junto de si, escondendo-se no meio do mato.

Quando a carruagem terminou de passar por eles, Esther e Richard retornaram ao caminho, com pressa, seguindo a direção que viram partir o cabriolé, ou se guiando pelo rastro de sangue manchando o chão.

Entretanto, perceberam que o rastro de sangue parara em um momento. Era um local perto de uma fábrica abandonada, que ficava de costas ao rio. Sem dúvida, o lançaram no rio, em um local muito deserto. Esther correu para a margem, sendo acompanhada por Richard. Logo os dois se separaram, procurando pelo corpo ainda com pouca esperança.

–Ali! – gritou Richard, apontando para um local. – O lençol!

Era possível perceber que o lençol ficara agarrado por um dos troncos de árvore. Sinal de que eles tinham lançado o corpo no imundo Rio Tâmisa. Uma sensação de pânico invadiu Esther. Será que a correnteza imunda do Tâmisa já tinha levado Holmes?

Ignorando a sujeira da água, Esther molhou parte de seu vestido e pernas e adentrou ao rio, se aproximando do lençol.

Ela não sabia se sentia alívio, ou profunda dor, ao perceber que Sherlock Holmes realmente estava ali. Ele estava inconsciente e mais pálido que o de costume, e fora salvo de ser tragado pela correnteza do rio com muita sorte. O lençol tinha se enroscado a um galho, nas margens do rio.


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Foi necessário pagar uma verdadeira fortuna ao motorista do cabriolé de aluguel para que ele aceitasse aquele casal carregando uma pessoa aparentemente morta e imunda de esgoto. Mais dinheiro ainda para que ele se mantivesse quieto depois do serviço e não fizesse perguntas.

–Richard, eu sei que você é médico... Como ele está?

–Ele está ferido, Esther! Gravemente ferido por uma facada, ao que parece! – disse Richard, examinando-o sem muitos detalhes e tentando estancar o sangramento. – Se o levarmos ao hospital, irão perguntar o que aconteceu. Podem até chamar a polícia e nos prender!

–Eu não estou preocupada com polícia! Eu quero salvá-lo! – gritava Esther, em prantos.

–Não, Miss Katz! Não podemos leva-lo ao hospital de maneira alguma! Fora que será o primeiro lugar que esse bandido irá procurar, se descobrir que o corpo sumiu. Além disso, ele perdeu muito sangue... Um hospital convencional não saberá o que fazer.

–Porquê diz isso?

Richard pareceu hesitante. – Acho que... Não, isso seria loucura...

Esther estava com o semblante gravemente preocupado. Ela mal conseguia sentir a respiração de Holmes, e seu pulso estava fraco. Ainda havia o ferimento, muito grave. Parecia ser quase impossível não cogitar um hospital.

–Não, eu não posso fazer isso com alguém sequer sei quem é...

–Ele é meu marido, Richard! – ela exclamou. – Satisfeito agora?

–E-Esse é o Mr. Katz? – ele perguntou. – Oh, Deus! Por quê não me disse antes? Então, se me permite...

–Permitir? Permitir o quê? Richard, seja claro...

–Miss Katz, preciso que a senhora confie em mim, porque sei uma maneira de salvá-lo! Motorista, para Fulham, rápido!

O cabriolé, que já estava a todo vapor, acelerou.


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Notas finais do capítulo

E Esther salvou o dia mais uma vez!!! Palmas para ela!!!
E o que não é o destino, não é?

Holmes, você deve sua vida a esta mulher!!! Se eu fosse você, voltaria para Baker Street de braços dados e chamando-a de Mrs. Holmes, porque ela merece o título (sorry Anne, rs)

Pessoal, o que estão achando de toda essa reviravolta? Surpresos, contentes, raivosos?
Acalmem-se porque ainda tem muito mais!!!

E no próximo cap (sábado): Richard colocará sua medicina em prática para salvar Holmes. Quem o achava lerdinho ou fraco ficará surpreso, posso garantir.

Um grande bj e até sábado!! E deixem seus reviews!!!



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