Tripoli, 21:12 Quarta-feira

Nicole cortava as ruas de Trípoli com seu carro, o transito era denso, pois havia um grande fluxo de pessoas voltando para casa depois do trabalho, ela porém, tinha apenas o objetivo de chegar um escritório de advocacia, ficava relativamente longe da cidade, não parecia que ficava no mesmo distrito, mas aquilo não importava, Dave poderia estar lá, mas não fazia muito sentido

Quando chegou, Nicole estacionou com o carro virado para a rua e saiu com um celular na mão, ela chegou até a porta do lugar, como esperado, trancado, ela então procurou por uma forma de entrar sem alarmar ninguém, foi quando Nicole viu uma guarda passando na sala do lado dentro, ela então o chamou

– O que foi? - Disse a segurança saindo

– Eu preciso de ajuda, o advogado... - Nicole olhou para a placa - Harald me mandou vir aqui para trazer alguns papeis - Disse ela tentando convencê-la

– Bem, ele não está aqui agora - Disse a mulher

– Posso apenas deixar os papéis aqui - Perguntou Nicole

– Me desculpe - Disse a agente

Nicole então deixou um dos papéis cair, a segurança então se abaixou para pegar ele, ela viu que o papel estava em branco, mas quando se virou, Nicole a tinha golpeado na parte de trás da cabeça, caindo desmaiada

– Você vai ficar melhor dormindo - Disse Nicole a carregando pra dentro e fechando a porta

Ela procurou o que a guarda poderia ter de útil, um revólver com 6 balas chamou sua atenção, poderia ser útil, pensou ela pegando-o e o colocando na cintura, e então ela entrou no lugar procurando por um lugar que possa ser usado como prisão ou cativeiro, ela então encontrou a sala de evidências, ela forçou a fechadura com sua garra e abriu a porta de madeira, ela então pegou o celular preto que estava no armário, dentro de um caso, realmente não era de Dave

– Eu não acredito nisso - Disse Nicole em um tom furioso, ela pegou então o aparelho e o colocou no bolso, voltando para a sala onde estava o guarda caído

– Eu acho que você não vai usar isso mesmo - Disse ela tirando suas roupas e pondo-as dentro de uma bolsa de linho que estava na mesa (ecologicamente correto)

Nicole então saiu da sala e foi até seu carro, ela pegou o seu mapa que estava embaixo do banco e fez um risco no X que tinha marcado, ela chegou a pensar em ir pro segundo ponto, mas aquela hora da noite era um pouco arriscado, mesmo assim ela pelo menos foi ver onde era

A segunda localização ficava em um bairro de subúrbio da cidade, era conhecida pela violência que a região sofria, metade dos investimentos se segurança da cidade iam para lá, fazia sentido, afinal os Fitzgerald tinham tratados com facções armadas do lugar, não era muito fácil entrar lá e sair vivo

Nicole chegou lá ás 23:00 horas, não era uma boa hora pra se estar nas ruas de Trípoli, ao que parecia ela era a única motorista das ruas, então estava em uma situação um pouco perigosa, de qualquer forma, ela focou em encontrar o suposto cativeiro

...

Enquanto isso, Dave continuava preso naquela saleta, já fazia quase dois dias que ele não comia ou bebia nada, mas ele sabia que isso era justamente pra tenta-lo enfraquecê-lo, e estava funcionando, ele mal conseguia pensar ou lembrar do que aconteceu nos últimos dias, finalmente ele ouviu alguns passos do lado de fora, logo depois um forte estalo na porta de metal que o prendia e ela se abrindo, mostrando um homem, com uniforme militar e um boina, parecia ser um policial que veio em sua direção com uma chave nas mãos

– Pois bem, quem é você? - Disse Dave

– Você não precisa saber - Disse ele soltando uma das mãos de Dave, mas prendendo-as novamente, apenas pra desprende-lo do cano, ele nem cogitou reagir, não tinha força pra isso

Dave foi levado para fora, passando por um corredor de máquinas, cheias de cano de gás. Depois de passar por uma porta ele chegou a um escritório de engenharia, com um mesa e duas cadeiras além de uma janela de vidro de onde se podia ver metade da cidade, toda iluminada, ele foi posto em uma das cadeiras da sala, onde havia outros 2 guardas e um homem vestindo um casaco preto com as letras DSE

– Pois bem meu caro... - Ele leu o nome em um papel que estava numa pasta amarela - Dave

– O que foi? - Disse Dave

– Você trabalha no departamento de segurança certo?

– Trabalhava

– Pois bem, você não fez o seu trabalho não é?

– Não é esse o trabalho desse órgão, e você sabe disso - Disse Dave ironizando

– Mas se o fizesse, estaria em sua casa agora - Disse ele levantando a cabeça de Dave com a mão

– Você mandou matar uma pessoa que prometeram deixar em paz - Disse Dave em tom irritado

– E você o que tem com isso? - Perguntou ele

– Ela tem família - Disse ele

– Você matou várias pessoas com famílias

Dave desviou o olhar, apesar de irritante, era verdade

– Essa não é a sua justificativa - Disse o agente abrindo a gaveta da mesa

– Como se você não soubesse

– Eu sei que vocês tem um envolvimento amoroso, mas pelo que eu saiba você já usou muito sua habilidade, digamos, de sedução para muitas missões

– Não com ela, eu nunca vi ela como um alvo como eu sempre fiz nas minhas missões

– Mas agora vai - Disse o agente em um tom sombrio

Dave sentiu um frio na espinha

– Você vai ir atrás dela, e vai cumprir essa missão - Disse ele dando à Dave a carta com a ordem de assassinato

– Você só pode estar louco!! - Gritou Dave enfurecido

– Não, eu não - Disse ele tirando da gaveta uma pistola de pressão com uma pequena esfera de alumínio na ponta aguda, o agente veio na direção de Dave e acertou a nuca de Dave com essa esfera de aço, fazendo-o gritar, depois ele tirou a pistola sem a esfera, então colocou de volta na gaveta e começou a anotar algo num papel

– O que você fez - Disse Dave ainda com dores

– Você vai carregar isso durante sua missão, essa bolinha está cheia de cloreto de potássio, com o tempo ela vai oxidar e vai liberar seu conteúdo no sangue, daí você sabe o que acontece - Disse o agente

– Quanto tempo vai durar - Perguntou Dave

– Exatamente 4 dias, o tempo que você tem pra matar Nicole

– Quem me garante que você vai mesmo tirar isso da minha cabeça?

– Não se preocupe, se você matar ela, isso vai detectar o hormônio de pânico que você vai liberar e vai calcificar, assim você mesmo pode tirar, mas não tente tirar com uma faca, isso é bem frágil

Dave ficou em uma situação bem difícil, não podia fazer muita coisa, ou matava sua amada ou o inverso aconteceria, ele não tinha muitas opções, mas como ele estava debilitado pela fome e pelo sono, aceitar parecia a opção mais óbvia

– Quando eu começo? - Disse Dave

– Você já começou - Disse o agente soltando as mãos de Dave e o levando à saída em direção a uma van branca, dois homens estavam dentro dela, que cobriram a cabeça de Dave com uma bolsa e o levaram ao apartamento onde ele morava, depois de muito tempo longe de casa

– Tome - Disse um dos agentes dando a ele a carteira de Dave, o celular e as chaves, depois ele o jogou na calçada em frente ao prédio

– Lembre-se, 4 dias - Disse o homem fechando a porta e indo em direção ao departamento de segurança