Sonhadora de estante escrita por contadora de estorias


Capítulo 12
Segundas são legais...




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Depois do picnic voltamos para casa e já em casa, encontrei Angel suspirando no quarto... Do jeito que eu nunca tinha a visto fazer, ela parecia realmente triste.

—Angel? O que está havendo? —Ela me olhou surpresa e passou as mãos nos olhos para enxugar as lagrimas.

—É que... Logo eu vou voltar para casa... —Ela falou baixinho.

—Que bobagem você pode vir aqui à hora que quiser. —Eu me sentei ao seu lado.

—Não é por isso, é que quando chegar em casa o bebê estará lá e eu vou ser esquecida.

—Não vai não... —Eu coloquei a mão no ombro dela. —Eu sei que todos vão dar atenção pra ele assim que ele chegar, mas nunca irão esquecer-se de você. —Eu sorri.

—Como você sabe é filha única. —Ela tirou a minha mão do ombro e se levantou.

—Como você é chata, não entende que não importa o que aconteça eles vão te amar, mesmo que por um período eles dêem mais atenção para o bebê? —Eu apertei as bochechas dela e balancei levemente o rosto dela.

—Aaah... —Ela pôs as mãos nas minhas e tentou se soltar. —Você é chata. —Ela se afastou.

—Agora sobre isso... —Eu peguei o bilhetinho que estava dentro de um livro. —Vamos esquecer e fingir que nunca aconteceu, já que a escola não se manifestou esse tempo todo não vai fazer nenhuma diferença.

—Você vai me devolver? —Ela estendeu a mão.

—Não... —Eu abri a folha. —Eu vou fazer melhor... —Então eu rasguei tudo e joguei no pequeno lixeiro do meu quarto. —Ninguém precisa saber disso.

—Agora você é minha cúmplice! —Ela sorriu maliciosamente.

—Como?

—Se eu me der mal, você vem junto, já que sabia de tudo e não contou. —Ela cruzou os braços e continuo me olhando daquela forma.

—Sua... —Eu corri atrás dela e a abracei e comecei a fazer cócegas nela.

—Pare, pare... —Ela ria e tentava se afastar.

—Vocês duas parem de brincar e vão tomar banho! —Minha mãe entrou no quarto e Angel passou por ela correndo.

—Eu vou primeiro! —Ela gritou.

—E a lição que você me mostrou na sexta, já terminou? —Meu pai apareceu atrás da minha mãe.

—Sim... Cla-claro! —Eu sorri nervosa e ele cerrou os olhos, mas saiu sem dizer nada e minha mãe o seguiu.

Quando eles saíram, eu pude surtar, fiz de tudo nesse fim de semana menos o mais importante, a lição... Peguei os livros e cadernos e espalhei tudo na cama tentando fazer tudo ao mesmo tempo e em alguns momentos escrevi as respostas de uma atividade em outra e passei um bom tempo ali quase tendo um enfarte ate minha mãe me mandar guardar a bagunça e se preparar para tomar banho.

No fim deixei a maior parte da lição inacabada e fui dormir, na manhã seguinte meu pai saiu bem cedo pra levar Angel pra casa e eu tive que ir a pé pra escola.

Fui pelo caminho do parque, não queria me distrair sonhando em frente à loja do Leigh, mas ao chegar perto de um banco do parque Lysandre estava lá sentando escrevendo no seu bloquinho... O que está acontecendo? Eu deveria cumprimentá-lo? Isso iria irritá-lo? Eu ficaria aborrecida caso alguém me atrapalhasse em meu momento de inspiração.

Resolvi que o melhor seria não aborrecê-lo então fui passando por ele bem devagar, tentando não fazer barulho enquanto olhava fixamente para o chão...

—Olá, bom dia... —Ele sorria para mim.

—B-bom d-dia! —O olhei envergonhada.

—Era impressão minha ou você iria passar por aqui e me ignorar? —Ele se levantou já mais serio pegou sua mochila e colocou o bloco de notas dentro.

—Bem... É que... Que você parecia tão concentrado escrevendo que pareceu uma maldade te atrapalhar... —Eu sentia meu rosto queimar.

—Oh não, eu estava apenas relendo algumas coisas que escrevi... Mesmo assim gentileza a sua se importar com isso. —Ele sorriu gentilmente e se curvou para olhar meu rosto. —Falta pouco para o sinal bater, é melhor irmos.

—Sim... —Eu fiquei ainda mais corada e quando chegamos à escola provavelmente parecia uma pimenta malagueta. Ele foi cumprimentar Castiel e eu inventei uma desculpa para ficar pelo pátio.

Fui ate a quadra de basquete e suspirei a fim de recuperar minha cor normal, mas quando completei meu objetivo algo meu rosto tornou a ser vermelho graças a uma bola que me atingiu.

—Me perdoe! —O dono da voz usava um uniforme de basquete e era negro e forte.

—Tudo bem... Só quebrei um dente, mas o resto está tudo okay. —Eu passei a mão na lateral do rosto onde a bola acertou.

—Serio? Que dente? Posso ver? —Ele segurou a minha mão que apoiava o queixo e colocou a outra mão no meu ombro.

—Não quebrei nenhum dente, só estava brincando.

—Ah então você está bem já que consegue fazer piadas... —Ele pareceu aliviado.

—Sim...

—Mas mesmo assim recomendo que vá a enfermaria e coloque alguma pomada no rosto. —Ele tocou na minha bochecha e eu senti um leve ardor no rosto.

—Obrigada... —Eu o encarei.

—Dajan. Capitão do time de basquete e estudante de intercambio.

—Então até... —Eu fui caminhando até a saída e acenei.

—E mais uma vez desculpa.

—Não esquente com isso... —Eu saí e fui a caminhando a enfermaria disfarçando o maximo para que ninguém notasse a vermelhidão no meu rosto. O sinal já havia tocado então todos estavam indo em direção as suas respectivas classes.

Ao chegar à enfermaria uma jovem enfermeira me ajudou colocando um curativo no meu rosto, só depois que eu expliquei os mínimos detalhes do acontecido já que ela pensou que eu tinha sido vitima de uma agressão. Sai da enfermaria e encontrei com Castiel subindo as escadas.

—Matando aula! Que coisa feia. —Eu falei do topo da escada.

—E você também está fazendo o que?

—Resolvendo uns problemas. —Ele parou na escada alguns degraus a baixo de mim e então ficamos da mesma altura.

—O que aconteceu com seu rosto? —Ele segurou meu rosto com uma das mãos e olhou o curativo.

—Um acidente... Na quadra, levei uma bolada. —Minha fala pareceu engraçada já que ele segurava minhas bochechas.

—Serio? —Eu acenei com a cabeça. —Tome mais cuidado agora se me dá licença tenho que encontrar uma pessoa no telhado, aliás, tem uma novidade na classe, acho que vai te interessar, não, melhor dizendo combina com você. —Ele continuou a subir e nem olhou para trás.

—Combina comigo? —Nem preciso citar que minha curiosidade me fez chegar à classe em tempo recorde. Ao entrar na sala, menos cadeiras estavam vazias e duas figuras familiares estavam lá. —Os garotos do shopping! —Eu exclamei e eles olharam pra mim.

—A menina com a prima irritante! —O de cabelo preto falou.

—Armin! —O outro o repreendeu.

—Não, tudo bem. —Eu me aproximei deles e fiquei sorrindo. —É muita coincidência!

—Muita mesmo. —Alexy se aproximou.

—Vocês se conhecem? —Oliver olhava a cena, entediado.

—Sim, do shopping no fim de semana. —Eu falei.

—É a sua cara. —Ele falou e depois voltou a olhar para frente.

—Tsc... Não liguem pra ele. Ta sempre de mau humor.

—Não to não.

—Tsc... Não liguem pra ele é chato assim sempre.

—Não sou!

—Viu. —Os gêmeos sorriram. E então a diretora entra na classe e demonstra toda sua delicadeza.

—Alunos sentem em seus lugares! Tenho um anuncio pra fazer!


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