Lua e Sol escrita por Tiny Ms


Capítulo 8
Buscando a alegria perdida


Notas iniciais do capítulo

As coisas estão prestes a se resolver, muitas coisas ainda vão acontecer, mas espero que entendam que o amor não é fácil.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/516654/chapter/8

–Bom dia pai !
–Bom dia Lu, conseguiu dormir? - perguntou o pai de Luana.
–Sim...- depois de bocejar continuou- Dormi melhor, mas parece que a situação piorou pai.
–Estamos fazendo o máximo que podemos. O que me deixa preocupado é em estarmos gastando muita energia cuidando de outras pessoas e deixando a nossa vida pra depois. Não entendi qual o seu interesse por essa família. - Disse Sr. Lucio intrigado.
–Senhor Lucio, o que custa você acreditar uma vez na vida que as pessoas podem ser legais sem querer algo em troca?? -Perguntou Lua enquanto mordia uma maçã.
–Você está cada vez mais parecida com sua mãe.
–Isso é bom. Sinto falta dela. - Luana sentiu - se nostálgica lembrando de suas aventuras com a mãe.
–Você pode não acreditar, mas eu também sinto falta dela...

Com toda essa situação causada por Sol, Luana e seu pai se aproximaram mesmo sem perceber. Lucio não era de todo ruim, no fundo era um homem decente, mas algo que não contara a ninguém o fizera frio e até grosseiro. Porém nesses dias que passaram juntos tentando resolver os problemas, acabou notando que Lua era uma garota incrível, talentosa, sonhadora e que apesar da perda da mãe ter a deixado um tanto fechada, ele ainda conseguia ver muitas qualidades nela;o fato de ser parecida com a mãe, fazia com que o arrependimento falasse muito alto. Ele não a compreendia, ele tentara de todas as maneiras ofuscar o brilho de Veronica, talvez por este motivo tratar Lua de forma rude era o melhor jeito de não se sentir culpado. Percebera que acabou perdendo muito tempo tentando não ser legal com a filha, quando poderiam ter criado uma relação pai e filha muito melhor.

Na escola de Lua era difícil fazer amigos, todos sabiam da história dela, sobre a mãe e a solidão, e a rotulavam de " chata de mais para ser amiga" e muitos até a chamavam de " a intocável" , os últimos anos na escola foram com certeza os piores para ela, o único momento feliz era quando ela ia a praia e sentia a ligação incrível que ainda tinha com a mãe.

No começo das aulas fora um tédio só, para ela, não conversar com ninguém e ainda estar sem Sol, a deixou meio desiludida. " Nunca farei amigos" era o que pensava, mas quando começou a andar com os amigos da mãe de Sol, tudo começou a mudar. Em um dia durante as férias e enquanto ajudava Augusta, Lua conheceu uma menina muito simpática; seu nome era Bárbara. Uma garota baixa e com o corpo bem equilibrado, seu cabelo era muito cacheado, castanho com um brilho dourado, todos os garotos se interessavam por ela, mas sua sexualidade não era contestada. As duas conversaram muito por alguns dias, falavam sobre a natureza, falavam sobre a Sol, sobre seus interesses que eram muito parecidos. Quando as aulas voltaram Bárbara encontrou Lua na escola, ela era do terceiro ano do ensino médio, enquanto Lua era do segundo, mas mesmo assim logo no primeiro dia conversaram o intervalo todo. Embora as duas estivessem muito próximas, Lua nunca deixou de pensar em Sol e quando chegou em casa aquele dia, recebeu a notícia de que ela havia ligado para a mãe, o que a deixou muito preocupada, não conseguiu sequer dormir, nem comer direito, muito menos parar para escrever em seu diário, passou a tarde e a noite inteira rabiscando as soluções para tirar seu amor daquele cárcere disfarçado.

O amor de Lua por Sol era puro, sem malícia ou interesse. Ela amava o fato de ter sido inspiração para alguém e todos conseguiam ver que os olhos de Lua cintilavam quando falavam de Sol para ela.

No dia seguinte passou todas as aulas pensando em Sol e no intervalo, preferiu ficar na biblioteca. Bárbara procurou ela por todo lado até que a encontrou sentada no chão de um dos corredores da sala.
–Ei Luinha, minha flor, não me digas que está chorando? -Disse Bárbara com seu jeito meio fofo e lento de sempre.
Lua apenas olhou para cima e depois pediu para que ela sentasse ali também. Contou o que havia acontecido e pediu um abraço. Mas quando o abraço acabou alguma coisa aconteceu entre os corpos delas, uma atração forte que não foi decifrada.
–Isso não vai acontecer Babs. Eu gosto muito de você, mas eu amo a Sol, você sabe disso.
–Eu sei, você gosta de um amor impossível não é florzinha.

Bárbara deu um beijo na mão de Lua e então as duas foram para suas respetivas salas.

Luana foi andando muito devagar para casa naquele dia e antes de chegar decidiu desviar o caminho e ir para a casa de Augusta, precisava conversar com alguém que compartilhava o mesmo sentimento que ela. Quando viu Augusta, contou sobre Bárbara e como queria ver logo a Sol. Augusta então contou que ela havia ligado e que havia mandado um abraço, Lua ficou mais preocupada do que feliz, porém sabia que ela estava bem apesar de tudo e que ela havia encontrado uma forma de se comunicar.
As duas tomaram um suco enquanto sentiam a brisa que vinha do mar até que Augusta ouviu o telefone tocar novamente. Os horários de aula eram diferentes nas escola delas, Lua sempre saia mais cedo, ela não sabia, mas aquela ligação era muito importante. Enquanto ouvia Augusta contar para Marcos a história resumida, ela ficou olhando os objetos da casa delas, dentre muitas fotos na parede e artesanatos espalhados na estante da sala, ela encontrou uma caixinha, dentro dela havia um papel de carta azul dobrado. Era uma carta escrita por Sol para ela, antes das duas se conhecerem realmente. Guardou a cartinha no bolso e foi para a cozinha ver se tudo estava bem. Augusta estava preocupada, mas confiante, Marcos poderia ajudar então tudo ficaria bem.

Aquela noite passou muito rápido, as vezes mal conseguia se prender a detalhes importantes de sua própria vida, como o fato de seu pai estar mais legal com ela; tudo o que conseguia pensar era em deixar Solange bem, por alguns minutos pensou estar exagerando, afinal por tantos anos Augusta e Sol enfrentaram coisas muito ruins sozinhas, mas algo nela estava diferente, havia surgido a necessidade de ajudar outras pessoas e agora elas eram parte de sua vida e Lua precisava fazer tudo o possível para trazer ela de volta.
–Pai, Augusta ligou, Sol está em apuros, vamos agora com ou sem o Juiz!!

Lua pegou um casaco azul que a fazia lembrar de sua mãe, estava fazendo um pouco de frio e em São Paulo deveria estar pior, quando olhou no espelho antes de sair, notou que estava com aparência de cansada; não costumava usar maquiagem porque sua pele era muito bonita, mas passara tanta coisa ultimamente que além de se comportar como uma garota de 20 anos, agora parecia uma pessoa que não dormia há anos; seu cabelo estava meio bagunçado, nada que fizesse iria melhorar aquilo, mas ninguém iria se importar.

Começou a sentir medo, medo de não conseguir resolver nada, medo do que Sol fosse pensar ao ver ela e ainda mais medo do pai de Sol, porém sentia que sua mãe estava com ela e não deveria temer, seu pai interrompeu seus pensamentos quando gritou lá de baixo.
–Luana!! Augusta está aqui, vamos logo não temos muito tempo!!

Lua desceu as escadas correndo, entrou no carro e então conversaram sobre o que iriam fazer quando chegassem ao apartamento de Ricardo.

–Luana, o amigo de Sol ligou de novo, ele disse que pegou o endereço dela na escola e foi até lá, quando chegou ouviu o pai dela gritando com alguém e dizendo que não perderia dinheiro por causa de uma garota inconsequente e pediu que fossemos tirar ela de lá o mais rápido possível...- fez uma pequena pausa e continuou- Ele está envolvido com traficantes de drogas milionários, eu soube disso há um tempo, mas tive que manter em segredo ou ele teria que se livrar de nós, se minha filha descobrir isso, ela vai tentar contar para a polícia e isso pode fazer com que Ricardo não pense duas vezes antes de se vingar de todos. Ele é muito poderoso apesar de não parecer. Quando o conheci pensei que ele era apenas um rapaz de família rica, mas ele é doente pelo poder, fez de tudo para ficar por cima de mim e da Sol, porque sabia que nós duas poderiamos arruinar alguns de seus planos. Se chegarmos a tempo de tirar ela de lá sem que ela descubra tudo isso, ele não poderá feri - la. - Explicou Augusta.

Ao saber de tudo isso, o medo de Lua e de seu pai, aumentaram, mas nada disso impediu que eles seguissem para o resgate. Estava escuro e Augusta não sabia como faria para se comunicar com Marcos, quando chegaram no prédio de Ricardo, o viram entrando em um carro grande, assim que o carro saiu dali entraram pela portaria e viram Marcos, tiveram que explicar para o porteiro o que estava acontecendo para poderem subir até o apartamento onde Sol estava presa.

Os quatro subiram correndo, tudo estava sinistro por ali, mal podiam imaginar o que estava para acontecer, mas agora o que Lua queria era poder abraçar Sol e garantir que nenhum mau fosse acontecer a ela.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Bom tentarei postar o próximo o mais rápido possível. Espero que tenham gostado. Beijossss muito obrigado por lerem até aqui!!! S2



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Lua e Sol" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.