Lua e Sol escrita por Tiny Ms


Capítulo 34
Última Luz- Parte 2 ( FINAL )


Notas iniciais do capítulo

AI MEU DEUS... não estou acreditando que finalmente terminei de escrever... Muita coisa mudou do que eu tinha planejado e espero realmente ter fechado todos ou quase todos pontos em aberto. Claro que ao longo da história devo ter perdido algumas coisas, mas de todo meu coração eu estou feliz com o final delas. Obvio que não é um final fantástico, afinal a nossa vida é sempre assim, porém é o final que eu desejava pra elas. Espero de verdade que gostem!!



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Nós estamos em constante transformação, um dia gostamos de algo, no outro paramos de nos importar. Algumas pessoas sabem lidar com emoções, outras nem tanto, mas todos nós temos um destino próprio e quase sempre louco. Essa é a graça da vida, não sabemos o que pode acontecer, encare isso como algo bom, afinal podemos fazer qualquer coisa acontecer.

Lua e Sol eram crianças quando se conheceram, buscavam coisas diferentes e não tinham as mesmas responsabilidades, e possuíam dificuldades totalmente opostas.

Cresceram juntas e se amaram todos os dias desde então. Um amor inocente, forte e único.

Algumas histórias de amor são tão fáceis que acabam não chamando atenção, mas esta com certeza é a mais simples e complexa de todas, pelo menos para mim. Lua e Sol são almas gêmeas, destinadas a viver as mais loucas aventuras...

Continua...

— Eu não quero nada que venha de vocês, assine minha demissão e eu vou embora! Agora! – Gritou Lua jogando sua carteira na mesa de Laura.

— Luana pelo amor de Deus, se acalme, vamos resolver isso sem escândalos... Poucas pessoas dessa empresa sabem disso e eu quero que continue assim.

— Como puderam pensar que eu aceitaria isso? Como minha tia...

— Rosa não sabe de tudo, ela só quer a loja em Nova York!!  Tão fútil...

— Minha tia pode ser tudo menos fútil, assine logo isso, preciso sair daqui!- Gritou Lua ofegante.

— Antes preciso que prometa que não irá nos denunciar!!

— Ah fala sério Laura, eu só quero sair daqui! Por favor!! – Disse Lua começando a chorar  - Eu só preciso viver minha vida como eu quero, sem ter alguém para mandar em mim!

Laura assinou a carteira de Lua e encaminhou para o setor de RH, Lua seguiu a funcionaria para ter certeza de que nada de errado aconteceria. Enquanto isso, Mari e Sol chegavam na empresa, procuraram por Lua, mas a recepcionista não sabia onde ela estava.

— Solange, se acalme, vai dar tudo certo, você está aqui, ela vai reconhecer isso.- Disse Mari segurando a mão de Sol.

— Eu sei, só tenho medo de ter sido em vão...

— Nada acontece em vão... Vamos esperar, vai dar tudo certo. Se eu conheço aquela guria, ela não vai conseguir ficar sem você!!

Mas elas não sabiam que a empresa tinha duas entradas, Lua teve que sair pelos fundos, para não chamar atenção; aparentemente tudo estava controlado, ela só precisava relaxar e pensar no que faria agora que estava desempregada, porém livre de qualquer risco. Passaram – se quarenta minutos que Luana saíra da empresa, Sol e Mari estavam aflitas, mas Lua já estava a caminho da casa de sua tia. Ao chegar e perceber que Mariana não estava, ligou imediatamente para ela, que disfarçou para atender sem que Sol notasse com quem estava falando.

— Onde você está Mari?? – Perguntou Luana chorando.

— Estamos te esperando aqui na empresa!

— Como assim? Quem está contigo?

— Você está no seu apartamento? Porque está chorando?– Mari ignorou a pergunta de Lua.

— Não, eu estou aqui na casa da Rosa, onde você deveria estar para me abraçar! Não sei o que farei agora... – Lua olhou para o desenho que estava em seu bolso, chorou um pouco mais ao lembrar de como havia sido seu ultimo encontro com Sol... – Mari por favor, vem pra cá, seja lá com quem você estiver!!!Eu te contarei tudo... 

— Estamos indo.- Mari desligou o celular e falou para Sol que precisavam voltar em casa, pois Lua estava lá. Rapidamente pediram um táxi e foram. Luana estava chorando muito sentada na escada, esperando algo que lhe confortasse. Ao mesmo tempo que estava aliviada por ter conseguido fugir a tempo, seu coração doía pela incerteza do que aconteceria com ela.  Ouviu o barulho do portão sendo aberto e levantou para correr ao encontro de Mari, mas quem a abraçou foi Sol.

Elas sentaram no chão e choraram juntas por todo o medo que estavam sentindo. O momento foi interrompido quando Lua recebeu a ligação da Policia para depor na delegacia, sem entender nada elas seguiram para lá.

Já em Ubatuba, Rosa conseguiu um comprador para a casa, por um valor menor do que ela queria, mesmo assim foi no cartório para transferir os documentos. Antes de finalizar os papeis Laura ligou.

— Rosa, nosso acordo está desfeito! – Disse Laura.

— Como assim desfeito?! Minha sobrinha viajou...

— Sua sobrinha descobriu sobre o golpe e desistiu, fizemos um acordo para ela não nos denunciar, mas com certeza vai sobrar pra você agora!! Venha logo para resolvermos isso, seu nome está em jogo também!!- Interrompeu Laura.

— Eu mato aquela guria! – Os funcionários do cartório encararam Rosa com desconfiança – Desculpa preciso desligar, estou ocupada no cartório!! Nos falamos mais tarde!

Laura não sabia que seu celular estava grampeado; por conta de uma denuncia anônima, ela e a empresa estavam sendo investigados, Lua se livrou de uma grande roubada! Felizmente, nada ficaria impune. A casa de Lucio estava no nome de Lua, portanto apenas ela poderia transferir para o novo comprador, interrompendo os planos de Rosa, que na mesma tarde voltou para Florianópolis desesperada, tendo que cancelar a venda da casa temporariamente. Porém ao chegar, a policia já estava prendendo todos os envolvidos no golpe das empresas fantasmas, e ela sem querer, acabou se entregando. Rosa sempre acusou Lucio de ser bom demais; apesar de ele não ser muito melhor que ela, Lucio tinha um coração bom e quando começou a se envolver com coisas ilegais, decidiu parar; já Rosa, para chegar onde estava, precisou mentir, desviar dinheiro e muito mais... E como sabemos, não há mentira que fique escondida ou crime perfeito. Uma hora isso iria acontecer.

Passaram a noite na delegacia, Sol ligou para sua mãe, contou o que aconteceu e todos seus amigos em Ubatuba ficaram aflitos. Lua depôs contra sua tia e toda a quadrilha, mas ela não sabia de muita coisa. Assim que foi liberada, Rosa entrou pela porta da frente da delegacia, algemada e chorando, em um estado que Lua nunca havia visto.

— Rosa... Por que? – Foi a única coisa que Lua conseguiu dizer.

— Eu sinto muito... Seu pai tinha razão eu sou uma pessoa horrível – A tia abaixou a cabeça e foi levada para sala de depoimento. Sol segurou a mão da amada, e uma sensação de nostalgia preencheu o lugar. Estavam juntas de novo, aconteça o que acontecer.

Uma semana depois....

— Tem certeza minha querida? – Perguntou Mariana.

— Tenho sim Mari, é isso que eu quero! Talvez seja esse meu destino... – Respondeu Lua abraçando – a deixando a bolsa cair no chão. Seus pertences todos caíram também, e juntas pegaram um a um.

— Quem fez esse desenho ? – Mari perguntou olhando para a folha desenhada que ganhara de Sol.

— O irmão da Sol, viu o cabelo? Sou eu!!!

— Estou orgulhosa de você minha Luana, certamente seus pais também estariam. Você me deu a chance de sentir que eu tenho uma missão importante nessa terra e também me ajudou a mostrar para Rosa que tudo o que ela vinha fazendo era errado, principalmente o jeito que ela tratava você!!

— Mari, sou muito grata por ter te conhecido, não conseguiria nada disso sem você!! - Elas se abraçaram intensamente, agora que Rosa perdera todos seus bens, Mari ficou desempregada, porém decidiu seguir seu novo caminho em outra carreira; com ajuda de Sol, elas tiraram as coisas do casarão e separaram o que seria dela, Mari merecia muito mais do louças e prataria, então Lua decidiu transferir seu apartamento para ela, como um presente, com tudo pago, por um bom tempo, até que Mari pudesse pagar sozinha, a alegria da moça foi tanta que chorava sempre que segurava as chaves.

— Boa Sorte minha lindinha, Amo você!! – Gritou Mari ao ver Lua saindo pelo portão.

— Tenha uma vida incrível , te amo Mari!!! – Gritou Lua de volta.

Sol estava no táxi esperando Lua, o caminhão da mudança chegaria em São Paulo em alguns dias, mas elas precisavam voltar para Ubatuba o mais rápido possível, afinal tinham uma casa pra reformar.

— Solange... Eu não sei como te agradecer... Eu sei que você faria muito mais por mim do que eu fiz por você... eu só queria dizer que apesar de tudo eu te amo. Estar ao seu lado é tudo o que importa pra mim agora...

— Lu... eu estou ligada há você muito antes de te conhecer, nós precisávamos passar por tudo isso, afinal o que contaríamos para nossos filhos e netos? Poxa, quem sabe o que teria acontecido comigo se não fosse você?

— Eu devo muita coisa a você, de verdade, desde a primeira vez que me fez sorrir... Você me deu a luz que precisava, nunca mais me deixe no escuro...

— Eu te amo Luana, incondicionalmente, infinitamente e eternamente!

Luana deitou no colo de Sol e chorou lembrando de tudo o que acontecera naquela semana, a primeira noite delas depois de cinco anos separadas, a liberdade que reconquistaram, apesar das circunstâncias, tudo estava bem.

Chegaram em Ubatuba e todos estavam esperando, Julio correu para abraçar a irmã que chorou ao ver que todos seus amigos da escola estavam ali para recebe –las. Tavi correu ao encontro delas, dizendo que ele e a galera pintaram a casa antiga de Lua para que elas pudessem se mudar para lá.

— Sol, como assim mudar pra casa antiga? Tem certeza disso? – Perguntou Lua enquanto abraçava Augusta.

— Claro, porque não? Você ama aquela casa!!

— É, mas...

— Luana, Sol, vocês resolvem isso mais tarde, temos o dia todo pra festejar, bora lá pro quiosque pessoal!!! – Gritou Augusta pegando Julio no colo e empurrando as meninas para fora da rodoviária.

Barbara foi para o "encontrão de boas vindas", mas não se aproximou, apenas seguiu com as pessoas até o quiosque, pegou uma bebida, ascendeu seu cigarro e observou Sol beijando a Lua, abraçando a Lua, elas juntas novamente lhe dava dor de cabeça; mas sentiu que era a hora de desapegar e chamou Sol para conversar.

— Barbara? O que faz aqui? – Perguntou Sol surpresa.

— Preciso falar com você... Se não for muito incomodo...- Disse Babs depois de apagar o cigarro e jogar ele no lixo – Será que podemos dar uma volta?

— Tudo bem, eu acho... – Lua viu elas andando para longe da multidão e resolveu não se intrometer, mas sentiu-se feliz por ver que Barbara estava superando, enquanto isso ajudou a servir os coquetéis e repetia pela décima vez  como ela e Sol voltaram.

— Sol – Disse Barbara – Eu sinto muito... Por todos esses anos de discussões, por ter ficado com a Lua... por ter desejado que você desaparecesse desde criança... Começamos errado, eu só queria acabar com tudo isso... - Por alguns segundos tudo ficou silencioso, até Sol conseguir responder.

— Eu nem sei o que dizer... – Sol olhou para o céu – Será que vai começar a chover? Você me pedindo desculpas?

— É sério, para de rir disso, conversei com sua mãe, ela me explicou o que aconteceu e olha... Lua precisa de você, e eu quero ver ela feliz, sendo assim, chega de brigar com você, chega de atrapalhar vocês...

— Me perdoa também Barbara... Sei que fui muito horrível com você, muitas vezes, mas acho que podemos recomeçar? E ai o que acha? – Disse Sol estendendo a mão direita para Babs.

 - É podemos! – Barbara pegou na mão de Sol e elas se abraçaram. Gustavo avistou Sol e gritou para chama- la.

— Teletubeeee, vem pra festa, Lua tem uma surpresa!!!

“ Surpresa?” pensou Sol sem saber de absolutamente nada, as duas voltaram para o quiosque rindo como se nunca tivessem brigado na vida. Quando Sol chegou perto de Lua, ela estava com uma caixa na mão, uma caixinha na verdade, e no momento que Sol a reconheceu, seus olhos encheram – se de lágrimas.

— Pessoal agora vamos fazer silencio que o momento tão esperado vai rolar!! – Gritou Augusta ansiosa e muito animada. – Vamos Lua, pode começar!

— Que momento Lua? Ai meu Deus fala logo!! – Disse Sol agoniada.

— Se você deixar, eu falo!!- Lua se aproximou pegando a mão de Sol -  Bom... nos conhecemos no meu aniversário, com certeza o melhor presente que já ganhei; surfamos juntas; brigamos milhões de vezes; lutamos contra bandidos e pais ruins; conhecemos pessoas novas; algumas boas; outras nem tanto; realizamos sonhos juntas; nos conhecemos em todos os sentidos; descobrimos que é possível ser feliz fora da praia; mas só se estivermos juntas... Nos separamos e descobrimos uma vida totalmente nova; mais uma vez lutamos contra pessoas ruins e como você disse “ poxa, quem sabe o que teria acontecido comigo se não fosse você?”. Posso ter esquecido alguma coisa, mas nunca vou me esquecer de como me senti todas as vezes que nos encontramos, ainda somos novas, eu sei, mas meu coração te pertence e com toda certeza do universo, seu coração é meu também. Então o que me diz... Me daria a honra de ter você por todos os dias da minha vida, até pararmos de respirar?

A essa altura, todos estavam chorando, inclusive Barbara que aceitou seu final como amiga de Lua; Sol olhou pra a caixinha com as alianças antigas, e seu coração parecia bater em sua garganta... não conseguiu falar, apenas pegou a aliança e colocou no dedo de Lua, beijando sua mão com ternura, depois que Lua fez o mesmo, elas se beijaram e todos aplaudiram, porque, finalmente, o amor delas... venceu!

Depois que a festa acabou e o quiosque fechou, elas seguiram para a casa de Lua, ao abrirem a porta, a casa não só estava pintada, mas completamente limpa e aconchegante, mesmo sem os móveis ainda; Solange abriu uma garrafa de champanhe, ascendeu algumas velas e serviu a bebida nas taças que estavam na bolsa, elas brindaram e conversaram durante toda a noite, até pegarem no sono encima do colchão que Tavi ajudou a levar para lá. A noite fora tranquila, pela primeira vez em anos, elas se sentiram em paz, viraram de frente uma para a outra, e seus corações batiam em sintonia, e a cada beijo, era como se escrevessem uma história nova.

Amanheceu e Lua não estava deitada, Sol a procurou na sala e não a encontrou, subiu as escadas até os quartos e lá estava sua noiva, apoiada na janela, vendo os pássaros voarem pela manhã, tomando um pouco da champanhe que sobrara. Sem falar nada, ela se aproximou e abraçou Lua, encostando seu queijo nos ombros da amada, ficaram por alguns minutos ouvindo apenas os sons vindos da natureza e de relance Lua pode ver a imagem de seus pais abraçados sorrindo para ela, estava completa novamente; depois de um longo suspiro, a visão se desfez e ela se virou para Sol.

— Vamos para praia? Preciso fazer uma coisa... – Disse Lua, com o rosto corado, como de uma criança querendo brincar.

— Primeiro precisamos tomar um café de verdade, champanhe de manhã... Isso não se faz!! – Brincou Sol puxando – a pelas mãos em direção a escada.

Elas tomaram um café rápido na padaria e foram a pé até a praia. A areia estava quente e fofa, deixaram os chinelos enterrados e correram até a água.

— Afinal, o que você precisa fazer? – Perguntou Sol molhando o pés no mar.

— Isso !! – Lua empurrou Sol na água, elas caíram juntas e nadaram até não alcançarem mais a areia molhada, Lua segurou no pescoço de Sol, beijando sua testa.

— Me molhar toda era o que precisava fazer? – Disse Sol segurando Lua pela cintura.

— Sim! – Lua riu – Na verdade não, mas eu queria ficar assim contigo. Sentir o mar, confirmar que toda essa loucura, desses quase dez anos contigo, valeram a pena.

Elas ficaram em silencio, lembrando de tudo o que haviam feito, de todas suas loucas aventuras, então Solange olhou para ela carinhosamente e perguntou:

— E ai valeu a pena? – sorrindo e apertando o corpo de Lua contra o dela com intensidade. Lua olhou para o céu; olhou para as arvores que separavam a cidade do mar; olhou para a imensidão que a rodeava e por fim... olhou para Sol; suas bochechas rosadas indicavam sua resposta, porém ela então segurou o rosto de Sol, olhou dentro dos olhos dela e com uma voz doce sussurrou: Valeu!

 


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Notas finais do capítulo

Bom... é isso pessoal... Agradeço de coração quem acompanhou, mesmo que sem comentar nada. Agradeço principalmente quem estava sempre aqui me incentivando!!! Eu amei essa experiência e com certeza escreverei alguma outra fic mais pra frente!!
Farei um cap. extra, mas não agora, eu só quero dizer que estou feliz por ter encontrado um final para minhas meninas e espero que tenham gostado. Perdoem meus erros, minha demora, alguns dramas excessivos, mas estou feliz por ter agradado algumas pessoas com uma história que primeiramente me agradou muito!!
Enfim, até breve e tenham uma ótima vida!! Qualquer dúvida sobre algum personagem que acabei não contando, perguntem nos comentários, escrevi um finalzinho para a maioria deles, mas não achei necessário colocar no capitulo.
Muito obrigada e beijinhos



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