Bring Me To Life escrita por Liza Weasley


Capítulo 5
Until you find it there and lead it back home


Notas iniciais do capítulo

O capítulo anterior não teve reviews :c
Por favor, comentem nesse. Eu falo sério, isso é muito importante para mim.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/516516/chapter/5

Estou respirando rapidamente. Ofegante, bati a porta no quarto e comecei a chorar. E sei que você sabe que ainda estou chorando.

Não sei como fiz aquilo. Não sei exatamente por qual motivo. Não sei o que me levou a perceber que eu deveria fazê-lo.

Mas mesmo assim eu o fiz.

Não consigo entender mais nada. Minha cabeça está girando e não consigo fazê-la parar. Tudo o que eu vejo são formas e cores sem nexo que parecem que não deveriam estar ali.

Passei na minha mente cada segundo desde que saí de casa em busca da sua e tudo o que sinto agora é uma grande porção de saudade.

Lembro que passei pela porta já chorando por ter discutido com o meu pai. Tentei explicar para ele que era um assunto de suma importância, mas ele não quis me dar ouvidos. Depois de ouvi-lo dizer algumas coisas, concordei com a cabeça e corri para o portão.

Enquanto andava, eu sabia que ninguém iria atrás de mim, mas mesmo assim fui correndo. A ansiedade estava tomando conta do meu corpo e cada metro a menos era uma fração de nervosismo a mais. E continuei a correr, sentindo o vento frio bater no meu rosto junto com os raios de sol – que ignorei por serem inexistentes.

Eu estava me corroendo por dentro quando cheguei na sua esquina. Respirei fundo e passei a caminhar mais calmamente, dizendo para mim mesma que aquilo não iria me matar. Não tive nenhum pensamento a mais; meu foco estava completamente em você, na sua campainha, na porta da sua casa.

Não faz ideia de como fiquei quando estava com a cara de frente com a madeira.

Meu dedo pousou sobre a campainha enquanto eu me perguntava se aquela seria mesmo uma boa ideia. Foi aí que eu pensei em muitas coisas ao mesmo tempo e enlouqueci. Eu não podia fazer aquilo. Mas eu devia fazer aquilo.

Não consultei ninguém. Foi uma decisão completamente minha e sabia que, assim que realizasse tal ato, iria me arrepender. Mas ainda assim pressionei meu dedo contra o botão e ouvi a nota aguda.

Tudo o que me restou a fazer foi esperar.

A porta se moveu rapidamente, entrando na casa, liberando a passagem para outra pessoa.

Dentre todas as pessoas na sua casa, por que tinha que surgir logo você?

Senti um frio na barriga ao ver o seu rosto. Eu o tinha ansiado o dia inteiro e estava bem ali, na minha frente, podendo pertencer a mim.

Não precisei dizer nada. Apenas observei seu olhar de confusão se transformar em um olhar de raiva; e, ao perceber exatamente o que acontecia, de compaixão.

Tinha muitas coisas para dizer. Mas, ao invés disso, fiquei olhando seus olhos cor-de-mel decifrarem todo o segredo sozinhos ao olharem no fundo da minha alma. Esperei você entender o que eu estava sentindo como sempre faz e então me abraçar.

Isso não aconteceu. Talvez você tenha entendido o que se passava pelo meu coração. Mas não me abraçou. Não se aproximou. Continuou ali, parado, com os braços pendendo ao lado do corpo, com o rosto sob fracos raios do sol. E eu percebi o que você queria.

Minha voz demorou para sair. Mas, quando saiu, levou tudo o que sentia junto.

Eu disse que estava errada. Eu expliquei que eu tinha estado com ciúmes e que não deveria me meter na sua vida. Eu disse que tudo o que tinha falado era mentira, que você não era nada daquilo. Disse que a melhor coisa que já me aconteceu foi você falar comigo naquele dia, e em todos os dias após. Deixei tudo o que era necessário sair até enfim encontrar algo que estava me incomodando.

Em um sussurro, eu falei:

– Você é a pessoa mais importante da minha vida.

Math, tudo o que eu precisava naquele momento foi da maneira que você me olhou. Você lançou um olhar de orgulho, como se tivesse esperado eu dizer aquelas palavras por muito tempo. Mas eu percebi que não tinha sido um olhar de “Eu retribuo seu amor”. Você só queria que eu fosse sincera, e eu fui. Apenas isso. E nada a mais.

E então me abraçou. Encostei a cabeça no seu ombro e comecei a chorar. Fechei os olhos, soluçando a cada vez que tentava respirar.

Foi a sua vez de falar.

Lembro das suas exatas palavras. Todas ficaram grudadas na minha mente para nunca saírem.

– Charlie, eu não deveria te perdoar. Eu entendo que você esteja passando por uma situação difícil e o que eu fiz não ajudou nem um pouco. Você não precisa do meu perdão para continuar a seguir, mas, já que tanto o quer, eu lhe dou. Eu o entrego em suas mãos e devo te avisar que não será o último, mas o próximo deve ser tão merecedor quanto este foi. E você também é muito importante para mim, Charlie, não conseguiria imaginar. Mas acredito que talvez não sentimos a mesma coisa um pelo outro. Eu percebo o que você quis dizer, mas não posso dizer o mesmo com intensidade igual. Desta vez, eu que lhe peço o perdão. Assumo toda a culpa e te dou a liberdade de me esquecer e seguir a sua vida normalmente. Porque acredito também que, se continuar a pensar assim, as dores só irão aumentar para você. E não quero que sinta dor.

Respirei fundo, chorando ainda mais. E, sem conseguir dizer algo audível, murmurei.

– Eu o perdoo. Mas nunca vou esquecê-lo.

Então, ao nos separarmos, vi que era o momento perfeito e que ele seria o único e ainda por cima pequeno. Senti que você pensava o mesmo, mas não tive tanta certeza. Deixei nas minhas mãos.

Segurei seu rosto e o beijei. O beijei de uma maneira que nunca beijei alguém antes, com meus dedos entrelaçados nos anéis do seu cabelo castanho-claro. Depois de muito tempo, percebi que você estava retribuindo e então nossos corações começaram a bater em harmonia. E assim que se afastou, murmurei uma despedida e saí correndo, ignorando o que quer que você tenha dito. Corri de volta para casa, aceitando o que poderia acontecer e tendo em mente que tinha valido a pena.

E foi dessa maneira que você guiou a minha alma perdida de volta para casa.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Obrigada por ter lido e, por favor mesmo, deixe um comentariozinho.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Bring Me To Life" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.