Não Sou Quem Você Imagina! escrita por Gilraen Ancalímon


Capítulo 43
Capítulo 43


Notas iniciais do capítulo

Olá meninas, como vão? Aqui estou eu com mais um capítulo para vcs, espero que gostem do próximo capítulo.

Por favor aos fantasmas me enviem mensagem sobre o que estão achando do capítulo.

E sobre o grupo no whats, quem tiver interesse, deixem os seus números com ddd para ficar mais fácil, att



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[RECAPITULANDO]

Não. Tinha de controlar os pensamentos. Fitzwilliam era um homem de boa aparência, mas não possuía a fortuna necessária para atrair gente da espécie de Anne. Além do mais, era decente e leal, e não fugiria com a cunhada de seu patrão e amigo.

O que estava acontecendo com ele? Por que ain­da a desejava tanto, depois de tudo que aconte­cera?

Sentira-se atraído por Anne desde o pri­meiro encontro, mas o sentimento de deslealdade para com a memória do irmão e o medo das con­seqüências o levaram a sufocar a paixão.

Anne podia ter tido toda a fortuna dos Bingley a seus pés. Não entendia por que ela fugira, se sua tática de sedução surtira os efeitos desejados. Ela devia ter percebido como o incendiava com aquele ar inocente e os grandes olhos azuis.

Mas Anne havia partido. E isso era tudo que tinha nesse momento.

Não queria vê-la nunca mais. Mas teria de hon­rar o desejo da mãe.

*****

Na manhã seguinte, Charles esperou por Howard Gramb na porta da Gramb and Sons, a mais importante joalheria de Hampshire. Cavalheiro, Gramb convidou-o a entrar e sentar-se.

— Veio em busca de um presente? — perguntou.

— Não. Vim pedir informações sobre as jóias que uma jovem senhora vendeu ontem.

— Ah, sim. — Ele abriu um cofre preso à mesa e apanhou uma caixa forrada de cetim. — É uma peça encantadora.

Charles olhou para o bracelete de esmeraldas. Vira a jóia no pulso de Anne pelo menos duas vezes.

— E quanto ao restante? Um colar de esmeral­das, vários anéis, um bracelete de diamantes...

Howard Gramb balançou a cabeça careca.

— Um prendedor de gravatas, um relógio?

— Não. Esta foi a única peça que comprei ontem.

— Mas ela ofereceu outras?

— Não. Esta foi a única.

— Muito bem. Quanto pagou por ela?

— Um empresário discreto jamais revela o valor de uma transação, senhor. Além do mais, eu não ganharia um único centavo se revelasse o preço pago por cada peça. Os compradores pechincha­riam até chegarem ao preço de compra.

— Não estou interessado em sua margem de lucro. Quero saber quanto pagou pelo bracelete.

— Cento e vinte e cinco dólares — ele admitiu.

— Mas... ele vale pelo menos quatro vezes mais!

— Não para mim. Terei sorte se conseguir du­zentos e cinqüenta.

— Eu pago. — Charles abriu a carteira e jogou o dinheiro sobre a mesa. Em seguida, arrancou a jóia da mão do surpreso Howard Gramb. — Se ela voltar, avise-me imediatamente. — E deixou um cartão ao lado das notas.

— Sim, sr... Bingley!

Charles guardou o bracelete no bolso da casaca.

— Quantos outros joalheiros existem em Hampshire?

— Sete.

Duas horas mais tarde, Charles concluiu que Anne levara as jóias com ela, ou ainda não saíra da cidade. Deixara um cartão em cada joalheria que havia visitado, avisando que queria ser notifi­cado caso alguém tentasse vender os itens descritos.

Naquela noite, durante o jantar, tirou o bracelete do bolso.

Mary, que nem tocara na comida, olhou para as pedras brilhantes.

— Oh, é a pulseira de Anne!

— Ou algo que ela roubou de outra pessoa qual­quer. Gramb comprou a jóia da própria Anne.

— E o restante?

— Ninguém viu. Estive em todas as joalherias da cidade e enviei telegramas para todos os co­merciantes do Estado. Prometo que vamos recuperar todas as peças, mãe.

Ela encolheu os ombros. Não estava interessada nas jóias.

O jantar foi silencioso. Mary olhou para o berço vazio até que Charles chamou a sra. Pratt e man­dou-a removê-lo da sala. Finalmente, ela pediu licença e foi para o quarto.

— Boa noite, mãe. — Esperou até que ela dei­xasse a sala para empurrar o prato, apoiar os cotovelos e enterrar o rosto entre as mãos.

Maldita mulher! Já não causara confusão sufi­ciente em sua família se casando com Fitzwilliam? Tinha também de ferir sua mãe?

Não conseguia entender o que ela tinha a ganhar com isso.

E ele? Eles. E os beijos e carícias que haviam trocado?

Deixara-se enganar. Apesar de todas as suspei­tas, deixara-se fascinar e cativar como um perfeito estúpido.

E ela havia sido uma grande atriz. E bela. Apai­xonada, apesar do ar inocente. E sentira-se atraído por ela como uma abelha por um pote de mel.

— Já terminou, senhor?

Charles levantou a cabeça e viu a sra. Pratt limpando a mesa.

— Sim, obrigado.

A voz não soava como a dele. Charles levan­tou-se. A casa já não parecia a mesma. Nada era como devia ser.

E ainda tinha de enfrentar a mãe dela.

— O que sabe sobre a partida de Anne? — Charles pergun­tou a Caroline na manhã seguinte.

Ela andava devagar, como se sentisse dores no corpo. Abriu uma gaveta, depois um armário, olhou em volta examinando o quarto.

— Partida para onde?

— É o que estou perguntando.

— Onde está a garrafa que deixei aqui ontem à noite?

— Responda à minha pergunta, e eu responde­rei à sua.

Caroline encarou-o com desgosto e deixou-se cair numa poltrona.

— Pergunte de uma vez. Estou com sede.

— Quero saber aonde Anne pode ter ido e por que partiu.

— Partiu?

— Exatamente.

— Quer dizer... foi embora?

— Isso mesmo. E vendeu o bracelete que dizia ter sido seu.

— Que bracelete?

— O de esmeraldas. Anne afirmava ter ganhado a jóia da mãe. É verdade?

— O que acha? Pareço o tipo de mulher que possui esmeraldas?

— Anne nunca mencionou a ideia de partir?

— Ela não disse que ia embora. Se quer saber minha opinião, acho que foi muita falta de consideração.

— E não sabe nada sobre o bracelete.

— Outra vez esse assunto?

— Alguma coisa do que ela me disse é verdade?

— Ela alguma vez disse que o amava?

— O quê?

— Bem, isso teria sido verdade.

— Você é uma mulher velha e maluca!

— Talvez, mas ainda posso ver e ouvir. E quero saber onde está minha garrafa.

— Está dizendo que Anne apaixonou-se por mim?

— Sim.

Charles riu com sarcasmo.

— Ora, tenho de admitir que ela é uma exce­lente atriz.

— Ela é uma péssima atriz. Não conseguiu me enganar nem por um minuto.

— Porque você é mãe dela.

Ela virou os olhos.

— Está bem.

— Vejo que está chocada com a partida de sua filha, e por isso vou deixá-la com sua infelicidade.

— Faça isso. E diga à criada para trazer uma garrafa e os jornais.

Charles a encarou por um minuto. Anne havia sido muito branda com o mau-humor e os maus hábitos da mãe.

— Dei ordem aos empregados para não traze­rem bebida ao seu quarto. Poderá tomar vinho durante o jantar. Espero vê-la vestida e penteada às oito em ponto.

Caroline arregalou os olhos.

— Mas que diabo...

— E modere seu vocabulário quando estiver diante de minha mãe.

Ela abriu a boca como se pretendesse protestar, mas Charles a interrompeu com um gesto.

— Se quiser comer, estará lá. Não pago empre­gados para servirem alguém perfeitamente capaz de locomover-se até a sala de jantar.

Balançando a cabeça, saiu e fechou a porta, deixando-a sozinha com seus impropérios. Muito obrigado, meu caro Fitzwilliam, pensou. Tudo que precisava era passar o resto da vida cuidando de uma alcoólatra mal-humorada e hostil. Mas se esse era seu destino, faria algumas mudan­ças. Cuidaria pessoalmente para que novos há­bitos fossem implantados.


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