O Preço de Uma Guerra escrita por Maya


Capítulo 15
Casa Comigo




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1944- Setembro

Depois da noticia eu entrei em desespero total. O que meus pais falariam? O que os meus tios falariam? Meu Deus.
Foi em setembro de 1944 que a minha vida tomou um rumo sem volta. Pouco depois do almoço a campainha tocou. Puck.
–Rachel o Kurt me contou.
Juro que ainda mato ele.
–Puck eu já cansei de ouvir sermão então se você veio aqui pra isso acho melhor ir embora.
–Eu não vou te dar sermão Rachel. Mas também não posso deixar que a história se repita.
Ele falava de Santana. Ah como eu queria Santana comigo naquele momento.
–Você sabe que não são só os seus pais que vão ficar furiosos. A sociedade vai te engolir. Imagine: uma garota de família nobre, mãe solteira aos vinte e um anos.
–Eu sei Puck. Eu sei.
E eu realmente sabia.
–Rachel, vai parecer loucura, mas eu imploro que case comigo.
O QUE?!
–Ficou louco Puck? Você é como um irmão pra mim!
–Você também é pra mim Rachel! Mas eu preciso disso. Ela gostaria que eu fizesse isso. Não sabemos quando Finn vai voltar.
Então eu tomo a decisão que mudou a minha vida.
Eu aceitei.


~~*~~


1944-Novembro


Não demorou nem um mês. Todos estranharam. Toda a família. Mas eu não me importava. Desde que aquilo significasse a segurança da criança que existia dentro de mim. A única coisa com a qual eu estava preocupada era com ele. Com o que ele pensaria.
–Rachel você está linda!- minha mãe só faltava chorar
–Obrigada mãe.
–Toc-toc!
Meu coração parou por um segundo. Eu conhecia aquela voz. Finn.
–Posso falar com a noiva por um segundo?-perguntou ele
Todas as mulheres do quarto apenas olharam para a porta com o queixo lá no chão e saíram sem falar nada.
Não pensei duas vezes antes de abraçá-lo.
Para a minha surpresa ele não se esquivou.
–Finn eu...- comecei a explicar
–Eu sei Rach. Eu sei.
–Como?- perguntei me soltando um pouco dos seus braços
–Puck me explicou tudo em uma carta. Eu te entendo.
Depois de dizer isso, ele colocou a mão em minha barriga.
–Acho que é uma menina.
Dei uma risada baixinha.
–Se for uma menina que nome você quer?-perguntei
–Alice- respondeu ele


~~*~~


Eu realmente preferiria morrer do que fazer o que eu estava fazendo. Eu entrei pela porta do salão onde aconteceu o meu aniversário anos antes, e ao olhar para o altar encontrei Finn ao lado de Puck.
Eu e meu pai entramos com passos lentos pelo salão, mas eu não via nenhum rosto alem do dele.
–Eu, Noah Puckerman, prometo amá-la e respeitá-la...
–Eu Rachel Berry, prometo amá-lo e respeitá-lo...
Meus pensamentos não estavam nem próximos dali. Eles estavam em Finn e em todos os momentos que nós dois vivemos juntos.
–Na alegria e na tristeza...
Eu não ouvia a voz de Puck. Eu ouvia a voz de Finn.
–Na saúde e na doença...
–Para sempre- terminou ele
–Para sempre- então olhei para Finn, que tinha os olhos completamente marejados.


~~*~~


A festa ocorreu no salão mesmo. Era impossível estar ali sem me lembrar do meu aniversário. Da comédia do sequestro ou do momento em que ganhei a viagem.
–Me concede a honra dessa dança Sra. Puckerman?
–Claro Sr. Hudson.
Finn colocou uma das mãos em minha cintura e segurou a minha mão esquerda com a outra.
–Essa situação é tão constrangedora- comentei
–Eu não acho. Tipo: se você estivesse se casando por livre e espontânea vontade com o meu melhor amigo eu realmente estaria chateado. Mas essa não é a situação.
–Senti sua falta- eu consegui notar a minha voz falhar.
–Eu também.
Minha mãe nos interrompeu dizendo que já estava na hora dos noivos partirem para a lua de mel.
–Eu te amo- sussurrei
–Eu também te amo.


~~*~~


1945- Junho


Nasceu uma linda menininha de cabelo castanho e pele clara. Felizmente ninguém pareceu notar que a menina nasceu dois meses prematura. Quer dizer, é lógico que notaram, mas não foi dita uma palavra sobre o assunto. Logo no inicio consegui notar que ela, assim como Finn, possui um sorriso único. Um sorriso de covinhas.


1945- Julho


Hoje é o aniversário de tia Carole. Faz um ano que eu e Finn tivemos aquela noite incrível com enormes consequências.
Eu estava na sala olhando Alice dormir quando ouvi vozes no corredor.
–Venha Finn! Venha conhecer a pequena Alice!
Ele estava lá.
Assim que ele entrou na sala em que eu estava, ficamos nos encarando durante alguns minutos. Até que ele se aproximou e fez um simples gesto com a cabeça para que pudesse ver Alice.
Ele passou um dedo delicadamente na bochecha dela. Assim que fez isso, os olhos castanhos se abriram e encararam Finn.
–Ela é muito parecida com você. Tem até covinhas.
–Eu notei- ele disse emocionado


~~*~~


Mais tarde, todos já dormiam e eu estava com os pés dentro da piscina da minha casa quando um barulho me fez ficar em alerta
–Tá tudo bem, sou eu.
Finn. Me levantei.
–Eu estou indo embora Rach, e bom, preciso deixar isso com você.
Ele me entregou um envelope branco.
–Verei você de novo- perguntei
–Espero.
Ele me abraçou apertado e logo após me deu um beijo suave.
–Estamos bem?- perguntou depois de encostar a testa na minha
–Estamos bem.
Nunca mais o vi.


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