Adormecida escrita por Lost in Nightmare


Capítulo 2
Aprovada


Notas iniciais do capítulo

Oi oi!
Bom, o ultimo capitulo foi curto, mas todos os outros terão esse tamanho, mais ou menos.
Aproveitem o capitulo novo.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/516214/chapter/2

Se tivessem me dito que a faculdade seria tão legal, talvez eu tivesse em dedicado mais na escola. Todas as sextas eu tinha algo para fazer e as matérias eram algo que eu realmente irei precisar algum dia. Eu estava no meu segundo ano de direito e minhas notas era muito boas. Mas hoje não era uma sexta muito animada, na verdade não tinha nada para fazer. Recolhi minhas coisas e fui no estacionamento para ir embora, a melhor parte é que eu morava a 15 minutos do apartamento.

– Philip!

– Ah, oi Manuela – disse sem empolgação, já que ela me irritava toda a sexta querendo sair comigo, mas, como eu recusava, ela saia com outro. Qualquer um aceitava sair com ela por saber que no final da noite conseguiriam o que queriam – tudo bem?

– Tudo sim, e você? – ela continuou sem esperar eu responder – abriu uma boate muito legal, é de um amigo do meu. Consigo colocar seu nome na lista, se quiser.

– Hoje eu não estou muito afim de sair, vamos deixar pra semana que vem?

– Eu vou cobrar ein – ela colocou as duas mãos nos meus ombros e deu um beijo na minha bochecha – tchau!

– Eu sei que vai – sussurrei para mim mesmo.

Cheguei ao condomínio e fui para a portaria ver se tinha correspondência, Bill me entregou um bolo de seis ou sete cartas. Fui para casa e esquentei o almoço de Amélia deixava para mim, comida caseira dela era a melhor que tinha. Coloquei uma calça de moletom e fiquei sem camisa, adorava o verão, mas não o calor. Sentei e comecei a comer de modo automático enquanto olhava aquele lugar que era tão familiar, ao longo dos anos mudou tão pouco e eu era capaz de andar por ali de olhos vendados. Mas algo me chamou a atenção. Assim que abri a porta joguei o bolo de cartas sobre a mesa e elas se espalharam, então fui para a cozinha ligar o fogão e depois fui para o quarto me trocar. Não vi nenhuma carta até agora, quando meus olhos pararam em um envelope de Juilliard. Para mim que aquela carta não era e duvido que fosse para meus pais. Peguei o envelope e li o nome nele.

– Aurora!

A quantos anos não a via. Ela é dois anos mais nova que eu, então era lógico que ela estivesse tentando entrar em alguma faculdade. E como sua voz era linda. A primeira vez que pensei nela sendo mais do que uma amiga minha, foi quando a ouvi cantando.

Coloquei uma camiseta branca, tênis, escovei os dentes e deixei os cabelos no velho formato bagunçado antes de subir para levar a carta. Ela morava dois andares a cima do meu, então não peguei o elevador e fico feliz em sabe que, mesmo sem ir a academia a meses, ainda consigo subir correndo sem me cansar como antes.

De frente a porta dela percebi o quanto nervoso estava e, por um momento, pensei em passar a carta por debaixo da porta. Então eu a ouvi, no começo era baixo como se ela estivesse em algum quarto, mas começou a aumentar e pude perceber que ela fazia o que sabia fazer de melhor, cantar. Por um instante fiquei ali parado, ouvindo ela e então vi meu dedo tocando a campainha antes que eu pudesse impedir. Demorou um pouco e então ela abriu. Ficou claro no rosto dela que estava surpresa em me ver.

– Philip, oi – disse tirando os fones – como vai?

– Oi, estou bem e você?

– Estou bem – então um longo silencio constrangedor entre nós – então...

– Ah, me entregaram isso por engano.

Ela pegou o envelope e percebi como ficou tensa.

– Quer entrar? – perguntou com um sorriso nervoso.

– Não quero incomodar, então...

– Lipe, por favor!

Vê-la me chamando do jeito que me chamava quando éramos crianças me fez sentir algo, então decidi entrar.

Ela largou o envelope, cuidadosamente, em cima da mesa e foi para a cozinha. Eu a segui e perguntei sobre como a vida dela estava indo e ela me fez a mesma pergunta. Disse toda a verdade e em uma hora já tínhamos voltado a ser como sempre fomos. Era bom ver que os olhos azuis dela ainda tinham o mesmo brilho e o som da risada ainda era doce, por incrível que pareça até o jeito de se vestir era praticamente o mesmo. Ela usava uma saia cinza e uma regata preta, os cabelos estavam soltos e presos com uma tiara.

– E então, vai abrir aquilo? – disse apontando para o envelope.

– Um dia vou ter que abrir.

– Que tal agora? – disse levantando e pegando o envelope – eu posso abrir se quiser.

– Não, devolve isso – eu ergui por cima da cabeça sabendo que ela sempre foi baixinha – Lipe!

– Devolvo se abri-la.

– Ta, eu abro! – abaixei e ela puxou da minha mão.

Percebi seu nervosismo pela forma tensa que seus ombros estavam, quando ela tirou o papel de dentro a ouvi suspirar e me entregá-lo.

– Abre.

Demorei um pouco para ler, de propósito.

– Sinto muito, mas você vai perder seus próximos quatro anos aprendendo algo que já sabe. Ta dentro!

– Eu não acredito!

Ela pulou e me abraçou e eu a segurei pela cintura enquanto ela gritava de felicidade.

– Parabéns baixinha!

– Não me chama de baixinha, eu cresci. E agora to na faculdade!

– E é a melhor coisa que poderia te acontecer.

– Vamos sair, pra comemorar – antes que eu protestasse ela foi para o quarto e voltou com uma jaqueta jeans e usando sapatilhas pretas.

– Eu preciso colocar uma calça jeans, vamos ter que passar em casa.

– Pra onde quer ir? – perguntei para ela.

– Para onde quer me levar? Quero dançar, por favor.

– Boates não estão abertas as três da tarde, que tal algo mais calmo e mais tarde conheço um lugar novo. Só preciso ligar para uma amiga.

– Tudo bem!

Não acreditava no que estava fazendo. La estava eu, ligando para Manuela em busca de um lugar para poder levar a Aurora e, quem sabe, trazer de volta algo de anos atrás. Ela atendeu com a mesma voz grudenta de sempre e eu pedi que ela colocasse meu nome naquela lista, meu nome e um acompanhante. Algo me dizia que, se eu dissesse que levaria uma mulher comigo, ela não colocaria meu nome em lugar nenhum.

– Tudo bem, mas quero que dance comigo.

– Não sou de dançar.

– Te vejo lá – disse me ignorando e desligando.

Voltei para onde Aurora estava e disse que já tínhamos para onde ir hoje à noite.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E então... gostaram? eu quero muito saber o que acharam. Não tenham medo de me magoar, sou forte. Eu estou me divertindo muito escrevendo isto e eu quero que vocês se divirtam lendo!
Até domingo que vem XoXo



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Adormecida" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.