The Only One escrita por Tabs, Mellodye


Capítulo 3
Merida, Rapunzel & Elsa – A Preparação


Notas iniciais do capítulo

Oi povo :3 Imensas desculpas pela demora, apenas nos esforçamos ao máximo para deixar a história ainda maior, e fazer um capítulo desse tamanho deu um pouco de trabalho também. Mas bem, vocês podem ficar confusos do porquê o cap não é só da Merida pra continuar na ordem, mas bem, pensamos que um só para ela seria que meio pra perder tempo e a história ficaria enrolando e enrolando, e precisamos logo continuar rumo até a verdadeira trama. Bem, esperamos que gostem!



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POV. Merida

O sol bate em meus olhos assim que viro a esquina, no mesmo passo coordenado e acelerado. Pouso a palma no rosto para bloquear a claridade, percebendo o quanto já havia suado em 30 minutos. Sorri, satisfeita.

Já costumava a ser rotina para mim sair pelas ruas de manhã para uma pequena corrida em volta de casa, sempre no mesmo ritmo para que eu me acostumasse. Era um pequeno, mas ao mesmo tempo grande começo para mim. Eu realmente acreditava que meu destino poderia mudar, ainda mais estando em minha posição atual.

Eu começava a arfar. – Talvez seja um sinal de que posso dar uma pausa. – murmurei para mim mesma, enquanto virava mais uma vez a próxima rua para chegar até os fundos de minha casa.

Ah, a magnífica mansão Dunbroch. Vinte e sete quartos revestidos de puro mármore branco em suas paredes gélidas e angelicais. Tecnicamente ela representava a imagem tanto de nossa família quanto de minha mãe, que poderia ser descrita exatamente assim.

O portão de ferro dos fundos rangeu quando o atravessei, fazendo uma careta enquanto conferia o relógio rapidamente. Eu já deveria ter voltado a seis minutos. Sim, era pouco, mas não para minha querida mãe.

Mal tive tempo de pensar em um plano de como passar despercebida pela cozinha até meu quarto. Escutei o som de algo ricocheteando no chão de pedra de nosso pequeno jardim. Harris e Hamish, dois dos trigêmeos, jogavam bola, lançando-a contra o chão para quicar e chegar até o outro. Estranhei, pois os três pestinhas costumavam ser inseparáveis. Onde estava Hubert...?

E então me veio a resposta.

Mamãããe!– Sua vozinha estrondou de dentro da casa. Procurei por ele, porém tarde demais, agora via seus cabelos ruivos e encaracolados chamativos, me observando pela janela com um sorriso malicioso. Ah não, ele não iria...

E a voz de minha mãe ecoou, também vinda de lá. - Sim, querido?

Abanei com as mãos, implorando para que ele não continuasse o que eu pensava. Mas nada era negociável para meus irmãos se não envolvesse comida, principalmente sobremesa, então foi completamente em vão.

– Mer ainda não está arrumada. Ela demorou correndo exatamente como você pediu que não fizesse!

Cerrei os punhos, imaginando-me perto o bastante para poder esganá-lo. Não demorou muito até escutar os passos furiosos ecoando no piso gélido, nos saltos deslumbrantes. Seu porte exemplar parecia arruinado pela fúria, até o perfeito penteado parecia ter ido as ruínas apenas em segundos.

– Para seu quarto. AGORA. - Ela apenas piscou uma vez, me fuzilando aqueles grandes olhos castanhos. A visão para ela deveria ser ainda mais insuportável, já que eu usava o moletom forrado para as caminhadas, agora ensopado de suor, assim como eu mesma, enquanto meus fios, presos em um coque, deveriam estar parecendo ganhar vida própria de tão bagunçados.

Bufei, ignorando sua expressão. Comecei a caminhar na direção da porta, passando por eles. Assim que havia chegado perto o bastante, empurrei Hubert, que tropeçou nas próprias perninhas e caiu sentado. É claro que Elinor viu, por isso chamou-me mais uma vez, porém continuei meu caminho sem olhar para trás.

– E vê se toma um banho! - zombou o pequeno de mim, rindo sozinho no chão.

Trinquei os dentes. - Já chega! - disse em tom ameaçador. Apanhei uma almofada acima do sofá e a lancei bruscamente contra ele após me virar. Acertei em cheio seu rosto.

Eu tinha certeza que não fora nada demais, oras, era uma almofada! Mas Hubert usou sua vantagem de irmão mais novo para ser inocente aos olhos de minha mãe, fingindo o pior choro que eu já havia visto.

Merida, como ousa!? – gritou ela, enquanto caminhava até Hubert para abraçá-lo e conferir o 'machucado'. - Poderia ter ferido ele seriamente... – se afastou do garoto em sua postura digna e pisou duramente até mim. – Você não pensa antes de seus atos! - ela começou a cuspir as palavras, mesmo que ainda parecesse uma mulher executiva e comportada. - Não faz o que ordeno e ainda acha que tem o direito de machucar qualquer um! - ela apanhou meu braço com força, o apertando. - Você está tão encrencada mocinha, nunca mais nem pense...!

– Ah, então você vai desistir da grande e magnífica noite só por que eu sai para manter a forma e atirei uma almofada inofensiva em um dos garotos!? - disse bruscamente, me defendendo.

Você deveria estar se arrumando em seu quarto, como deve ser. Assim não teria perdido tempo com essas bobagens. - ela apertou-me ainda mais. - Você irá para um castelo. Chega de perder tempo, pare de sonhar acordada, Merida. Irá ser membro da realeza, não uma corredora profissional.

Arfei, prestes a responder. Sentia as lágrimas tentando me dominar, mas não poderia demonstrar fraqueza na frente dela.

Fomos interrompidas pela voz grave de meu pai, que usava seu terno, por mais que tivesse a postura desleixada. Ele retirou seus óculos escuros, parecendo intrigado. - Pelas barbas... O que está acontecendo aqui?

– Eu te digo o que está acontecendo, Fergus! - disse Elinor furiosa. - A filha que puxou o SEU lado da família só continua desrespeitando os irmãos e a nós, sempre com essa irresponsabilidade tremenda, sendo completamente...

– Joguei uma almofada em Hubert e ela está tendo um ataque. - eu cortei-a. Fergus arqueou a sobrancelha, olhando para nós duas e para a almofada próxima de meu irmão, e depois começou a rir desajeitadamente, como de costume.

– Elinor, meu amor. - ele afastou minha mãe de mim, e percebi o quanto ela havia me beliscado. Talvez aquilo ficasse marcado. - Avisei para se acalmar. Todos sabemos que é um dia importante... - ele olhou para mim, parecendo orgulhoso. - Finalmente chegou a hora da nossa garotinha ter sua chance com a primeira casta. - ele foi até mim e me deu um tapinha nas costas. - Você sabe que maior orgulho seria impossível. E sabe o quanto sua mãe lhe ensinou para que se portasse de modo exemplar neste dia e nos próximos que virão. - ele se ajoelhou para ficar mais um menos na minha altura. - Acho que você pode segurar seus nervos apenas por mais alguns minutos, sim? - ele checou o relógio de prata no pulso. - Faltam apenas trinta e dois para que o programa comece...

– Sei disso, pai. - murmurei, agora mais calma. - Sei como vocês esperaram e olharam por mim a vida toda até o dia de hoje, e sei como têm certeza de que vou ser uma das sorteadas. - mas então olhei para Elinor, mesmo que o assunto ainda fosse entre nós dois. - Mas e vocês, sabem o que eu quero?

Pela primeira vez, ambos pareciam sem palavras.

– Foi o que eu imaginei. - virei-me, caminhando em direção as escadas para chegar até meu quarto e tomar um rápido banho. Depois disso, seguiria tudo o que minha mãe havia indicado e repassado diversas vezes: colocaria o vestido separado especialmente para a ocasião, deixaria que a criada ajeitasse meus fios ruivos para deixa-los um tanto menos armados, e passaria o tempo restante unida a minha família, na frente da televisão, á espera da escolha, com um grande sorriso no rosto.

–-- X ---

POV. Rapunzel

Passei a macia escova por meus fios dourados novamente. Estava a praticamente meia hora naquele estado: á frente do espelho, com o olhar distante entre a persistência e a perfeição, enquanto o relógio na parede clicava de um lado para o outro. Era frustrante.

' Não quero que saia de seu quarto até que esteja perfeita. '– Disse mamãe uma hora atrás, fechando a porta com pressa como se quisesse me manter ali ocupada com... absolutamente nada.

Eu usava novamente meu vestido costumeiro e preferido, mas dessa vez havia permanecido sem as sapatilhas. O piso gélido de meu quarto às vezes me tranquilizava, e isso era o que eu mais precisava agora. Então suspirei e decidi me jogar na cama. Ela tinha seu rangido costumeiro, que geralmente me irritava, mas era o menor de meus problemas no momento.

Eu já havia imaginado uma vez como deveria ser um quarto no palácio. Seria aquele tipo de cama que você se perderia entre as cobertas, relaxando em um colchão macio, com a luz do ambiente agradável aos olhos, aquele perfume incrível de limpeza que a muito tempo eu não sentia. Teria um banheiro só para mim? Uma sacada talvez? Oh, seria tudo o que eu nunca conseguiria aqui.

Então minha janela estalou. Arqueei a sobrancelha e me levantei lentamente, abrindo sua tranca e deslizando o vidro para fora. Olhei para os céus e ao redor, sendo que meu quarto ficava no segundo andar.

– Olá? - sussurrei, estranhando. A resposta não veio e então decidi fechá-la por conta do vento gelado.

– Não, não feche! - veio uma voz cochichada lá de fora. Cerrei meus olhos e percebi a figura nas sombras que estava sobre um dos galhos da árvore no quintal.

– Hic? - então abri um sorriso. - Hic! O que está fazendo aqui?

Hiccup era simplesmente meu... melhor e único amigo. Havíamos nos conhecido na escola quando grandalhões trombaram em mim e meus livros foram derrubados. Ele foi gentil o bastante para me ajudar e depois descobri que fazíamos várias matérias juntos. Começamos a conversar e simplesmente soube que ele tinha uma vida tão solitária quanto a minha, e esse não era realmente seu nome, mas sim o apelido maldoso que ele superou e deixou como seu 'codinome'. Nossas rotinas podiam ser deprimentes, mas talvez a minha fosse pelo menos um pouco menos sufocante. O primeiro motivo: o primo de Hic era o valentão da escola, ignorava o fato de serem parentes e o maltratava do mesmo jeito. Segundo: Ele era uma casta a mais que eu e ainda sofria para decidir seu futuro. Ele era realmente um garoto brilhante, mas seu pai mal sabia disso pois estava ocupado demais sendo proprietário de uma grande construtora, não tendo tempo para o filho. Para piorar, ele nem conhecia sua mãe. E como terceiro e último caso, Hic me contou que desde sempre foi apaixonado por uma garota da Casta 2. Astrid era seu nome, ela mal sabia que ele existia. Era filha de atletas profissionais e pelo jeito seguiria a carreira dos pais, pois era a melhor atleta da província.

Ele riu, assoprando sua franja para o lado. - O que você acha? Vim ver a melhor concorrente assistindo sua escolha!

Revirei os olhos. - Você está parecendo minha mãe. Ela não para um segundo sem falar disso. - Suspiro. - Se já está me cansando agora, imagine se acontecer mesmo...?

– Hey. - ele me cortou. - Não faça essa cara nem pense assim. - disse autoritário. - É a chance da sua vida, Rapunzel. Você sabe que deseja isso, e sua mãe também, mas ela parece tão obcecada que está bagunçando sua cabeça. - eu olhei para baixo, concordando com a cabeça. - Por favor, pare de pensar sobre isso, apenas deixe acontecer. Você é linda, talentosa, incrível... - eu corei instantaneamente, e pela pausa dele ele também pareceu ter surtido o mesmo efeito. Engoliu em seco e completou com sinceridade. - Apenas seja você mesma.

Sorri para ele com aquela figura na escuridão. - Obrigada Hic...

– Ra-pun-zel! – veio a voz do corredor, cantarolando. A porta se abriu com outro rangido barulhento e minha mãe deslizou para dentro. – Faltam apenas quinze minutos, querida... – sua animação pareceu desaparecer quando olhou para mim, pendurada na janela.

Engoli em seco e me afastei em um pulo.

– Por que raios você continua usando esse vestido? Por que seu cabelo não está preso? O que você esteve fazendo esse tempo todo? - Me assustei com seu tom. Ela parecia alterada de um jeito que nunca havia visto antes. Simplesmente não sabia o que responder. Ela simplesmente marchou na minha direção, determinada.

– Você deveria escutar meus pedidos. Pare de sonhar acordada. Sua mãe sabe o que é melhor pra você.

– Eu sei, mas... - tentei escapar da confusão, porém era impossível, ela me deixava nervosa a cada passo que avançava até mim. Olhei para a janela, tentando achar o rosto de Hiccup para pedir apoio, mas a escuridão lá fora me proibiu isso.

– Você pensa demais. É seu momento de brilhar. Pare de ser insegura. - ela me cortou. - Está sendo ingênua. Rapunzel, daqui a... - ela checou seu relógio. - Treze minutos, sua vida vai mudar!

Arqueei a sobrancelha.

– Como a senhora tem a absoluta certeza de que vou ganhar? - murmurei, curiosa.

– Por que caso contrário a realeza seria estúpida. - ela pegou meu queixo, levantando-o para que olhasse diretamente para ela. - Pare com essas dúvidas. Você é uma flor preciosa. Eles vão lhe escolher entre esse punhado de garotas, eu sei. É o que você mais quer, certo? - ela apertou minhas bochechas como se eu fosse uma criança, me proibindo de responder. - Então assim será. - seus olhos tinham um brilho ambicioso, parecia que sempre esteve ali e apenas eu não tinha notado.

Concordei com a cabeça lentamente. - Claro, mamãe. - Voltei a olhar para fora e vi a movimentação de um corpo deslizando furtivamente pelos galhos.

Como ela conseguia ser tão segura de si? Como eles conseguiam? O que eles viam em mim que eu mesma não conseguia? É claro que eu vivia sonhando acordada sobre um dia ter uma incrível mudança de vida que me levasse para conhecer um príncipe galã que eu apenas podia ver pela televisão. Eu não havia perdido um programa sequer, apenas para poder apreciar aquela magnífica voz aveludada do príncipe Jackson. Hic me apoiava completamente enquanto minha mãe parecia fazer muito mais do que isso, parecia estar jogando pressão em meus ombros a cada palavra, cada conselho e orientação. Como se ela tivesse um propósito de vida apenas para isso.

– Certo, querida. Já devemos ir descendo, sim? Você deve conhecer todas as suas concorrentes. - mas então ela olhou mais uma vez para mim. - Calce seus sapatos e desça. - virou-se e saiu apressada. Engoli em seco e corri para a janela. - Hic?

– Ela vai te deixar louca antes que vocês possam ao menos ligar a televisão. - disse ele, parecendo tão surpreso quanto eu. Mas não era verdade, já que a dura realidade com seu pai era quase a mesma, então qual seria a surpresa?

– Eu sei, certo? - Apanhei os pés de minha sapatilha lilás e calcei lentamente. Olhei mais uma vez para a catarata de fios loiros que caiam pelas minhas costas, e decidi prendê-los em um rabo de cavalo alto. Dei algumas voltas á frente do espelho lá de longe e me observei.

– Sabe, uma vez eu ouvi dizer os quesitos que uma princesa precisa para ser perfeita. - falou ele em sua voz inocentemente rouca lá da janela. - Eu acho que você não consegue completar apenas um. - murmurou.

– E qual é? - perguntei, alisando meus fios dourados lentamente.

– Precisa acreditar em sí mesma, em seus sonhos.

Senti aquele peso costumeiro no coração. Segurei-me para não lacrimejar diante das palavras ou minha humilde maquiagem borraria. Me preparava para falar algo quando ele voltou a me cortar.

– Você precisa descer. Não se preocupe, eu vou ficar aqui, e quando terminar você pode vir me responder qualquer coisa boba, como ‘ Você estava errado, eu não tive a sorte de ser escolhida.’ Mas acho isso meio impossível de acontecer. - disse com uma risada.

Também sorri e respirei fundo. Ajeitei meus fios para trás do ombro novamente e comecei a caminhar lentamente para o andar abaixo.

Olhei para os quadros que decoravam nossas paredes sem a vida colorida costumeira de uma casa normal. Apenas fotos da magnífica Gothel e a pequena e desajeitada Rapunzel em momentos bobos, como praticando violão ou preparando biscoitos de nozes, mas também haviam pinturas minhas enquadradas, sendo que uma única parecia se destacar para mim: a em que uma boneca de palito ( que me representava ) usava um chapéu pontudo de linhas tortas em um antigo vestido rosa para parecer uma princesa. Eu tinha até uma coroa com risquinhos. Toco o quadro, dando uma pequena risada.

Mas... eu começava a pensar mais a respeito da seleção desde que chegara em casa. Aquelas garotas na fila, será que todas elas tinham o mesmo pensamento, o mesmo desejo que eu? Se sim, qual seria a diferença entre mim ou alguma delas?

Se todas fossem assim, o que iria impedir qualquer uma de ser selecionada por ter uma habilidade a mais, uma beleza maior, um nome mais elegante? Minhas expectativas não deveriam ser tão altas. Eu apenas estava participando e pronto, poderia ser uma garota de sorte.

– Mas preciso desejar. - murmurei para mim mesma. - Não, eu... eu preciso acreditar. - olhei para as minhas próprias mãos por alguma razão.

Respirei fundo e desci as escadas de madeira em saltinhos, mais confiante. Mamãe dizia que eu não devia sonhar acordada, mas eu nunca iria parar até conseguir tornar isso realidade. Eu iria acreditar. Em Hic, em mim, em meu destino, até um pouco em Gothel. Afinal... para que mais sonhos serviriam?

–-- X ---

POV. Elsa

– Acalme-se, Anna! - ela me arrastava com seus bracinhos em direção á sala. Suas tranças voavam de um lado para o outro enquanto ela ia e voltava, tentando me levar para longe da pia.

– Não, Elsa, vamos logo ou irá perder a seleção! - e então começou a me puxar com ainda mais força para fora da cozinha, em vão, já que meus pés continuavam parados no mesmo ladrilho. - E isso seria...

– Horrível. - murmurei sem muita emoção, secando minhas mãos. Pronto, a louça havia acabado. - É, eu sei. Já estou indo, pode parar de tentar arrancar meu braço fora.

Ela suspirou, parecendo chateada. - Por que você não está animada? Vai se tornar princesa, viver em um castelo...

Pare de sonhar acordada.– eu digo, e percebo que meu tom talvez tenha sido duro demais. Olho para ela e me curvo minimamente para ficar de sua altura. - Olhe para mim, Anna.

Ela olhou, desde meu cabelo preso em um coque despenteado até meu vestido azulado, simples e manchado com o dia de trabalho. - Pronto. - disse ela de modo inocente.

Eu dei uma pequena risada. - Não Anna. Olhe bem. Eu sou só uma garota normal. Não é por que você e nossos pais me acham bonita que toda a realeza também vai achar. E... meu lugar é aqui com vocês. Não em um castelo enfiada em vestidos bonitos, sapatos apertados e joias até o máximo. - disse com sinceridade. - Eu não preciso morar em um palácio para ser feliz. - olhei para a cozinha. - Tudo já é perfeito aqui.

– Mas você sempre prometeu que iria tentar o melhor. - ela fez um biquinho, cabisbaixa. Tentei tocar seu ombro, mas ela se afastou. - Eu acho que você tem razão... eu talvez queira ser princesa, mas você nunca pensa como eu, certo? Você tem as oportunidades, e eu é que não quero perdê-las. - então ela foi se afastando e correu para a sala.

Suspirei, ficando novamente sozinha no cômodo. Olhei-me no reflexo da janela, mordendo o lábio pensativa nas palavras de Anna. Me imaginava agora com uma coroa, entupida com aquelas maquiagens costumeiras e joias. Aquilo realmente combinava comigo? Príncipe Jackson iria combinar comigo além da aparência estranhamente igualada entre nós? Talvez eu apenas... tivesse que arriscar.

Dei as costas para o reflexo e caminhei na direção da sala, onde já podia escutar o chiado da televisão ligada no canal oficial de Illéa.


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Notas finais do capítulo

E então? O que acharam? Adoramos seus reviews, nos motiva a melhorar cada vez mais :3

'' Pare de sonhar acordada... '' Foi o que todos disseram.



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