Sonhos de Uma Outra Vida 2 escrita por Luhni


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Yoo minna! Desculpem a demora, como eu disse apesar de já ter o enredo todo pronto na cabeça, não tive muito tempo para escrever os capítulos, então eles demoram um pouquinho pra sair! XD
Mas esse ficou maior se comparado aos outros, na verdade, pretendia até escrever mais, mas como ia demorar mais ainda para postar resolvi dividir e deixar para o próximo! ^^
Sem mais delongas, boa leitura!



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– Otou-san quem era o homem que estava aqui mais cedo? – indagou Saori na mesa do jantar, sem se aguentar mais e viu Daisuke rir a sua frente. Ele sabia que a mais nova não aguentaria muito tempo.

– Alguém esteve aqui? – Sakura se manifestou e Sasuke suspirou, fechando os olhos, já devia imaginar que a filha iria tocar naquele assunto.

– Não era ninguém importante, apenas um empresário que estava me perturbando para fechar um acordo! Tem gente que é muito teimosa e não aceita um “não”. – explicou, olhando para a menina ao proferir a última sentença e esta apenas sorriu travessa.

– Ele parecia irritado e um pouco assustado quando viu a gente – Saori tratou de continuar o assunto para que o pai não falasse mais nada sobre si.

– Deve ser por causa das manchetes, algumas pessoas até conversam comigo sobre isso quando estou no hospital – Sakura disse ao se lembrar de como seus pacientes vinham abordá-la sobre o assunto e Saori se sentiu desconfortável aquela menção. “Até quando vão indagar sobre aquele sequestro?” se questionou.

– Mas por falar em empresa, Saori quero que entregue uns documentos ao Uzumaki! – exclamou, chamando a atenção da menina que não entendeu o motivo desse pedido.

– Pro Hideo? Mas...porque? – indagou e viu Daisuke gesticular nervoso para o pai que franziu o cenho e bufou.

– Eu não vou mentir! Se o moleque está escondendo algo o problema é dele! – retrucou para o filho e depois se voltou para a mais nova – Hideo está trabalhando na empresa junto com o Naruto.

– Nani? – olhou confusa do pai para o irmão que batia na própria testa, sem saber o que dizer – Daisuke... – falou entredentes e cruzando os braços em frente ao peito, então fora por isso que ele não a levara para casa hoje.

– Gomen, mas ele pediu para não contar! – Daisuke se defendeu e Saori estava pronta para brigar com o irmão, quando Sakura interveio:

– Oe, chega os dois! Saori é melhor conversar com Hideo pessoalmente, não adianta se irritar agora! – e a caçula somente meneou a cabeça concordando, mesmo que internamente estivesse frustrada.

Afinal, porque ele escondera aquilo de si? Porque não quis lhe contar que estava trabalhando com o pai na empresa? Ela teria lhe apoiado em sua decisão, então não via uma explicação lógica para o comportamento do loiro. “Um relacionamento deve ser construído com confiança e com diálogo” era isso que sua mãe costumava lhe dizer, quando esta sempre iniciava monólogos a respeito dessas coisas enquanto ela só pensava em se enterrar de tanta vergonha pelo o que estava ouvindo. Bufou um pouco irritada se perguntando qual o problema com Hideo ou se ela fizera algo errado para ele não lhe contar. Porém concordava com a mãe e somente questionaria quando visse o namorado pessoalmente e, então, ele iria lhe ouvir!

Sasuke apenas suspirou aliviado ao ver que a menor havia se esquecido da conversa anterior e sorriu de canto, afinal havia ficado um pouco satisfeito ao ver que o loiro barulhento estava em apuros com a filha.

Sakura revirou os olhos ao notar a face do marido, Sasuke ainda tinha que crescer em certos aspectos, principalmente no que se referia ao namoro da filha, mas depois conversaria com ele sobre isso e sobre essa história de um empresário vir até a sua casa. Ela não havia acreditado no que ele dissera, Sasuke nunca deixara que alguém do trabalho viesse o importunar na sua casa daquele jeito e duvidava que ele permitiria agora, mas teria tempo de descobrir melhor as coisas quando estivesse a sós com o marido até porque não queria incentivar a curiosidade dos filhos com besteiras. Olhou mais uma vez a filha que comia com cenho franzido e sorriu ao ver ao ter uma ideia para melhorar o humor desta:

– Saori, amanhã à tarde eu estarei livre, você não quer ir comigo ao shopping? Quero ver se acho algo para enfeitarmos a casa para o natal!

– Hã? Ah... Hai! – respondeu um pouco mais sorridente. Mesmo que não gostasse de ir ao shopping, ela tinha prometido para si que faria daquele natal especial junto da família. Não iria deixar nada atrapalhar esse momento!

– Ótimo! Ino irá nos encontrar lá também! – Sakura disse contente e Saori fez uma careta ao ouvir o nome da loira.

Saori gostava de Ino, mas já havia tido a experiência de ir às compras com as duas e não fora muito agradável. Lembrava-se com perfeição de como a Sabaaku ficava eufórica, o tamanho de todas as sacolas que ela carregava e como sempre tinha que ouvir as opiniões da loira a respeito das roupas que escolhia. Balançou a cabeça, revirando os olhos, havia sido um pesadelo! E foi então que percebeu que sua mãe a enganara!

– Boa sorte! – Daisuke falou risonho ao ver a cara de infelicidade da irmã enquanto a mãe dizia que ela iria se divertir.

–*-

No outro dia, Hideo apenas pedira para Daisuke informar à namorada que não poderia buscá-la, pois não iria à aula naquele dia. Saori ficou mais incomodada com aquilo, pois ele nem quisera falar consigo, ele estaria fugindo de si? Será que Daisuke havia conversado com ele e contado que já sabia sobre o seu novo “trabalho”? Balançou a cabeça, era melhor parar de especular, não iria conversar com o loiro, mas havia mais alguém com quem podia conseguir mais informações: Hana! Aproveitou que a aula do Kakashi-sensei sempre atrasava e foi em direção da carteira da Uzumaki que conversava com Akane.

– Ohayo! – Saori cumprimentou as amigas que sorriram para si.

– Ohayo Saori-chan! – Akane falou docemente.

– Ohayo! Eu queria mesmo falar com você Saori! – exclamou Hana ao espalmar as mãos na mesa e se levantar com os brilhando determinação enquanto Akane parecia um pouco nervosa ao seu lado.

– Eu também... – disse um pouco desconfiada ao notar o comportamento da Hyuuga, mas antes que pudesse continuar suas mãos foram agarradas pela Uzumaki que a encarava com aqueles grandes olhos perolados – Mas o que...

– É o destino! – gritou Hana e Saori notou os olhares dos outros alunos voltados para si, assim como Akane que tinha as faces coradas – Saori, eu preciso da sua ajuda e nós somos amigas, não?

– Er...sim... – falou um pouco incerta, tentando se livrar do agarre da loira. Sem sucesso.

– Então, quando uma amiga pede um favor, você não nega, não é? – questionou mais uma vez, se aproximando da morena, desconfortável com a situação.

– Bom, teoricamente não...

– É claro que não! – respondeu Hana convicta, ignorando as palavras de Saori – Então você não fará objeção em me ajudar com as líderes de torcida ano que vem, não é?

Saori arqueou a sobrancelha, sentindo uma gota se formar, então era isso que se tratava? Pensava que a Uzumaki fosse esperar um pouco mais antes de tocar naquele assunto, mas ela não devia estar surpresa, afinal era Hana! Sorriu de modo doce para a amiga que retribuiu o gesto, não acreditando como fora fácil convencer a Uchiha, mas seu sorriso morreu ao ouvir as próximas palavras da morena:

– Nem morta!

– Nani? Mas porque? Saori você prometeu me ajudar! – reclamou Hana e Saori se desprendeu da amiga.

– Eu não disse nada disso, você nem me deixou terminar de falar! – disse cruzando os braços e revirou os olhos ao ver o biquinho emburrado que a loira fazia.

– MAS...eu preciso da sua ajuda! Além do mais será divertido, pense só: eu, você e a Akane juntas nos ensaios! – tentou persuadi-la e Saori olhou para a outra morena ao seu lado que encarava o chão, envergonhada.

– Akane, você concordou com isso? – indagou Saori incrédula, afinal sabia da timidez da perolada.

– Bom... eu não queria, mas... – e olhou sugestivamente para a prima que sorriu cínica.

– Hana! – repreendeu a loira que se fez de desentendida – Oe, Akane, não caia nessa! Se não quiser participar das líderes, não participe! – disse para a morena.

– Mas eu realmente preciso de ajuda! Não quero ficar sozinha no grupo, ainda mais porque vou ser a capitã! – Hana se defendeu.

– A Hana-chan prometeu que eu seria somente reserva, é apenas para dar um apoio moral para ela! – Akane se manifestou e Saori suspirou, a Hyuuga era realmente muito gentil, sempre pensava nos outros antes de si. Sorriu de canto.

– Tudo bem! Se for isso que quer Akane, mas já conversou com o Ichiro sobre isso? – e pela surpresa contida nos orbes perolados da morena soube que não.

– V-Você acha que ele vai se importar? – indagou um pouco nervosa.

– É claro que não! Ele vai ficar orgulhoso de ver você como uma das líderes de torcida, eu vou fazer uma surpresa para o Ryuu-kun! Porque você não faz também, Akane? – Hana disse animada e Saori somente pensava que isso não seria uma boa ideia, mas antes que pudesse se manifestar, Ichiro apareceu.

– Fazer o quê também? – indagou colocando o braço ao redor dos ombros da namorada que deu um pulinho pelo susto.

– Nada! – respondeu Akane um pouco nervosa e ao ver o professor entrando na sala teve a oportunidade perfeita para fugir daquela situação – É melhor irmos nos sentar! – disse apressada inda para o seu lugar.

– O que está havendo? – Ichiro indagou para Saori que suspirou e colocou a mão no ombro do ruivo.

– É melhor nem saber! – foi a única coisa que disse antes de dar meia volta e deixar uma loira animada e um ruivo confuso para trás. Mais tarde iria conversar com Hana a respeito de Hideo e também com Akane a respeito dessa história de líderes. Talvez Ryuu não se importasse com o fato de Hana ser a capitã das líderes, mas tinha um pressentimento que o cabeça de fósforo não iria gostar muito dessa surpresa.

–*-

– Oe, Hana eu preciso conversar com você! – Saori chamou a loira mais uma vez, puxando-a em direção a um canto mais reservado do refeitório. Queria ter essa conversa a sós com a Uzumaki para que ela não arranjasse desculpas e fugisse.

– É sobre as líderes? Pensou melhor? – indagou animada e Saori respirou fundo, irritada com a teimosia da perolada sobre esse assunto.

– Lie! – disse entredentes – É outra coisa, ou melhor, é sobre o Hideo! – respondeu cruzando os braços e viu Hana ficar tensa.

– Sobre o onii-chan? Hum, eu não sei de nada! – falou automaticamente e a morena revirou os olhos com a mentira.

– Eu já sei que ele está trabalhando na empresa junto com o Naruto e o otou-san! – despejou de uma vez e viu a loira arregalar os olhos, surpresa – Eu só não entendo porque ele não me contou isso... – disse de forma mais branda.

– Não é isso! O Hideo-nii só não queria te preocupar! – Hana defendeu o irmão rapidamente – Mas depois que vocês começaram a namorar e tudo estava bem, o otou-san começou a pegar no pé do Hideo-nii sobre o que ele faria na universidade...

– Isso é normal, eu acho! O otou-san também fez a mesma coisa com o Daisuke – Saori suspirou ao se lembrar das conversas entre os dois morenos.

– Só que o otou-san estava querendo que o Hideo-nii fizesse administração, como ele, para tomar conta da empresa no futuro, mas como o nii-san não quer... – mordeu o lábio, apreensiva e Saori arqueou a sobrancelha, confusa, mas antes que pudesse falar algo, Hana voltou a cuspir as palavras de uma única vez - ...o fato é que o otou-san meio que obrigou o Hideo-nii a trabalhar na empresa, houve discussão, o Hideo-nii aceitou e depois recusou ai eu meio que me meti na confusão, mas não se preocupe, nós já resolvemos tudo!

– Resolveu o que? – Saori indagou sem ter certeza que havia entendido algo que loira dissera enquanto esta suspirava.

– Gomen, eu só quis ajudar o Hideo-nii, mas acho melhor ele próprio te explicar o que aconteceu – Hana pediu e Saori não sabia mais o que pensar, então apenas meneou a cabeça, concordando – Não fique brava com ele, tá?

– Eu vou tentar, mas é bom ele me explicar direitinho as coisas! – retrucou emburrada. Odiava que escondessem algo de si.

– Hai! Tenho certeza que ele vai! Enquanto isso, que tal pensar a respeito das líderes? – questionou mais uma vez e Saori revirou os olhos, indo em direção a Akane e Ichiro, ignorando a pergunta da loira – Oe, Saori! Não me deixe aqui falando sozinha!

–*-

– Saori, porque não experimenta essa blusa? Iria ficar linda em você! – Ino sugeriu para a menina que franziu o cenho ao ver a camisa cheia de babados que a loira segurava.

– Dispenso! – disse voltando a ver algumas bijuterias, imaginando se Akane ou Hana gostariam de alguma.

Como havia prometido a mãe, elas haviam ido ao shopping após a aula e lá encontraram com a Sabaku mais velha que insistia em mostrar as roupas mais extravagantes possíveis enquanto a morena negava que não usaria nada daquilo. Sakura apenas ria do comportamento das duas e agradecia por ver que pelo menos a filha estava se distraindo com as indagações de Ino sobre moda, olhou o relógio e sorriu, “Está quase na hora!” pensou antes de ir em direção a filha.

– Saori, Ino, porque não vamos comer alguma coisa? – disse chamando a atenção das duas.

– Claro! – Saori respondeu de imediato, já estava ficando com fome.

– Mas nós nem fomos naquela loja de sapatos ainda! – reclamou Ino ao lembrar que estava de olho em um par desde a semana passada, fazendo Saori e Sakura revirarem os olhos.

– Você vai depois! – declarou a rosada a puxando pela mão e saindo da loja com a filha em seu encalço, rindo das duas, mas ficou tensa ao ouvir lhe chamarem.

– Saori? – se voltou somente para ver Hideo atrás de si e arregalou os olhos ao vê-lo de camisa social e gravata.

– O que você está fazendo aqui? – indagou surpresa e viu o loiro ficar desconfortável.

– Hideo-kun que bom que chegou! – Sakura impediu o Uzumaki de responder à namorada. Saori apenas encarou a mãe sem entender, ela havia o chamado?

– Sasuke-sama disse que era para eu encontrar com a senhora aqui no shopping... – murmurou sem jeito, fitando Saori de soslaio que nada dizia.

– Você é bem pontual – disse com um sorriso e depois se voltou para a filha – Saori, acho que vocês têm que conversar agora. Nos vemos depois!

– Nani? Mas nós estávamos fazendo compras juntas... – rebateu.

– Ino e eu vamos dar uma olhada naqueles sapatos, porque vocês não vão logo lanchar? Depois nos encontramos, ou melhor, Hideo-kun poderia te levar para casa, não pode? – indagou para o loiro que apenas confirmou com a cabeça e Saori suspirou ao ver que a mãe não lhe daria escolhas, ela havia planejado tudo.

– Está bem! – respondeu a contragosto e Sakura sorriu.

– Seja paciente e dê uma chance para ele se explicar! – Sakura sussurrou à filha ao abraçá-la para se despedir.

– A senhora vai ter que me ouvir quando chegar em casa! – retrucou Saori para mãe que lhe deu um beijo no rosto.

– Vamos indo Ino! – puxou a Sabaku que sorria e acenava para si.

Ao se verem sozinhos o clima ficou um pouco pesado. Nem Saori ou Hideo se pronunciaram, ela porque se falasse começaria a brigar com o loiro e queria seguir o conselho da mãe e ele porque não sabia como se explicar, na verdade achava incrível ela não ter o bombardeado com diversas perguntas sobre porque fora embora ontem sem avisar ou porque estava vestido daquela forma ou ainda por não ter ido a aula hoje. Mas ela permanecia calada, sem encará-lo. Suspirou, decidido a dar o primeiro passo, afinal ele era o errado na história.

– Saori...

– Vamos naquela lanchonete! – indicou, cortando o namorado que apenas aquiesceu, seguindo-a.

A lanchonete era pequena e bem aconchegante, Hideo já havia estado lá diversas vezes com os amigos, o local tinha como decoração os bares antigos, havia um balcão com bancos espalhados para aqueles que quisessem uma comida rápida e para aqueles que queriam um pouco mais de privacidade ou estivessem em maior número havia as mesas com seus sofás estofados como assento. Dirigiram-se para uma das mesas, que continha uma grande janela, permitindo que eles vissem o movimento das pessoas do lado de fora. Suspirou mais uma vez e pigarreou para chamar a atenção da morena que tinha a atenção voltada para a janela.

– Saori eu tenho que te contar uma coisa... – começou e viu a menina apenas abrir a bolsa a tiracolo e retirar de lá uns papéis.

– Antes acho melhor eu lhe entregar, por algum motivo meu pai achou que fossemos nos ver ontem ou hoje de manhã... pelo jeito ele se enganou e eu também! – Hideo pegou o documento e colocou de lado.

– Então, acho que você já sabe que eu estou trabalhando na empresa, não é? – e riu nervoso enquanto a Uchiha apenas cruzou os braços, não achando graça.

– Porque não me disse nada? Me senti ridícula quando tive que saber pelo meu pai! – disse de uma vez sem se conseguir se segurar. Hideo já iria responder, mas foi impedido ao ver uma garçonete se aproximar.

– Sejam bem-vindos! Querem fazer seu pedido agora? – indagou sorridente, sem notar que interrompia a discussão dos namorados.

– O que você vai querer? – Hideo perguntou para a menina que apenas deu de ombros sem olhar para si. Suspirou, aquela conversa ia ser mais difícil do que pensara – Tudo bem, dois refrigerantes, dois hambúrgueres e batata frita – pediu o lanche, já tinha ido tantas vezes lá que sabia todo o cardápio, além de que aquele lanche era o mais genérico possível.

– Certo! Daqui pouco eu volto com o seu pedido! – a garçonete respondeu sorridente antes de se retirar.

– Agora...

– Você ainda não me respondeu! – cortou Saori com raiva e foi a vez de Hideo franzir o cenho, estava começando a se irritar.

– Se você me deixar falar... – retrucou entredentes e a menina bufou – Eu não te contei porque eu não pretendia ficar na empresa, foi algo que saiu do meu controle!

– Explique-se melhor – pediu Saori mais calma.

– Há alguns meses o meu pai tem perguntado sobre o que eu quero para o meu futuro, ou melhor, tem decidido o que eu quero. – disse um pouco frustrado, desviando o olhar para a mesa – No início eu não sabia realmente o que queria e não ligava muito para essas conversas, mas isso foi até te conhecer – e voltou a observar a garota que se surpreendeu com o que ele disse.

– O que isso tem a ver comigo?

– Quando... – parou de falar ao ver que seus lanches haviam chegado e após a garçonete ir embora, continuou:

– Quando eu vi você chegar naquele hospital machucada, junto do Sasuke-sama eu... bom, eu me senti totalmente impotente. Eu não sabia o que fazer, nunca havia passado por algo semelhante e me dei conta que, na verdade, eu não podia fazer nada! – apertou os punhos em frustração ao lembrar – Foi então que eu decidi que queria poder ser útil aos outros de alguma forma e nunca mais ver pessoas queridas se machucarem sem eu poder ajudar. – olhou para a namorada que parecia mais calma e com um pequeno sorriso no rosto.

– Então você decidiu... – incentivou o loiro que sorriu ao ver a curiosidade da morena.

– Decidi que iria cursar medicina como a sua mãe! – afirmou e Saori não pode deixar de ficar feliz e orgulhosa pelo Uzumaki, mas logo o seu sorriso morreu ao se lembrar de que ele preferira não lhe contar nada disso.

– Isso é ótimo, mas porque não me contou nada disso? – seu tom mostrava claro a mágoa, não havia motivo para ele lhe ocultar essas coisas.

– O seu pai ainda estava se recuperando na época, então pensei que seria melhor lhe contar depois, eu só não contava que o meu pai fosse me perturbar tanto por causa da empresa. – bufou ao pensar que o pai quando queria era muito teimoso.

– Ele não aceitou o fato de você querer fazer medicina? – e Hideo balançou a cabeça negando.

– Não, a partir de então todo o dia era motivo do meu pai tentar me convencer a fazer administração e eu negar até que eu não aguentei mais e nós brigamos – Saori se surpreendeu ao ouvir o loiro falar isso, afinal ele e o pai se davam muito bem.

– Então era isso a que Hana se referia... – murmurou para si, mas Hideo a ouviu.

– Nani?

– Eu conversei um pouco com a Hana e ela comentou sobre isso – respondeu sem graça. O Uzumaki apenas arqueou a sobrancelha e sorriu convencido – Ora, o que você queria que eu fizesse? Como eu não conseguia te encontrar, resolvi eu mesma procurar as respostas! – falou emburrada.

– O mais engraçado é que eu não estou surpreso por isso! - e suspirou imaginando se ele realmente aprontasse o que a namorada não iria fazer com ele. Balançou a cabeça para afastar esses pensamentos nada agradáveis.

– Hideo quer parar de enrolar? – Saori retrucou.

– Tudo bem! – e levantou as mãos em sinal de rendimento antes de continuar – Bom, foi ai que o meu pai me obrigou a trabalhar na empresa... ele achou que se eu começasse a trabalhar fosse desistir da ideia de fazer medicina – revirou os olhos ao lembrar do argumento do progenitor – E eu fui devido a insistência da minha mãe que dizia que deveria dar uma chance ao meu pai, mas eu não aguento aquela vida de escritório! É tão chato!

– E porque não saiu?

– Uzumaki Naruto é a pessoa mais teimosa e cabeça dura que eu conheço, bom... talvez a segunda! – disse olhando para a namorada que franziu o cenho – O fato é que eu não consegui sair da empresa, pelo menos não até ontem e com a ajuda de Hana.

– Como assim? – indagou e Hideo suspirou ao recordar da conversa que tivera com o seu pai.

Flashback on

Estava furioso com o seu pai, sabia que não deveria ter ouvido a mãe e começado a trabalhar na empresa porque agora seu pai vivia dizendo como ele tinha jeito para os negócios da família, o que era algo ruim para ele que não queria seguir a carreira do pai, além disso ainda tinha que ficar se submetendo a todas as ordens do mais velho que parecia ter se esquecido que ele tinha que estudar, como agora! Nem pôde se despedir de Saori ou contar-lhe que o pai havia lhe ligado, porque tinha que resolver algum problema na empresa. Bufou irritado, aquilo iria terminar e agora! Dirigiu até a empresa e foi direto para a sala do pai que falava no telefone. Ótimo! Pensou ao colocar os documentos que ele pedira em cima da mesa e dizer:

– Eu me demito! – e antes que Naruto pudesse fazer alguma coisa bateu a porta com força e saiu do local.

Suspirou aliviado ao entrar no carro, parecia que um peso havia saído das suas costas, mas sabia que ainda teria que enfrentar a fúria do pai quando chegasse em casa. Bom, até lá ele iria apenas esperar, mas não mudaria de opinião.

Em casa as coisas foram tranquilas para si, tirando o fato que Hana e sua mãe não pararam de questioná-lo o fato de não ter ido trabalhar hoje ou porque saiu da escola sem se despedir de Saori. Fechou os olhos e se pôs a ignorar a irmã tagarela, o seu maior problema foi fugir da progenitora, mas isso não durou muito, afinal logo o patriarca da família Uzumaki irrompeu na sala, espumando de raiva.

– O QUE PENSA QUE ESTÁ FAZENDO, GAROTO? – bradou indo em direção ao filho que se levantou do sofá para encarar o mais velho.

– Exatamente o que eu fiz pai! – disse de forma calma, enfurecendo ainda mais Naruto que o segurou pelo colarinho, assustando as duas mulheres que assistiam à discussão, chocadas, mas Hideo não se abalou.

– ACHA QUE PODE FAZER AS COISAS DO JEITO QUE QUISER? NÃO TEM RESPONSABILIDADE NENHUMA? NÃO PENSA NO SEU FUTURO?

– É justamente por eu pensar no meu futuro que pedi demissão de um trabalho que eu nunca quis! – retrucou irritado e antes que mais alguma coisa pudesse ser dita Hinata se aproximou, a fim de separar os dois.

– Naruto-kun, Hideo-kun! Calma! – pediu vendo o marido respirar fundo e largar o filho que virou o rosto.

– Como assim nunca gostou? Sempre falamos que você iria trabalhar comigo, você sempre quis isso e do nada resolve mudar de ideia! Como quer que eu acredite que isso é sério? – Naruto disse mais calmo, apesar de ainda sentir o sangue ferver.

– Não foi do nada! O problema é que antes como eu não tinha nenhuma ambição eu aceitei ser o que senhor queria que eu fosse... mas agora não é mais assim! – Hideo encarou o pai decidido.

– Isso tem a ver com a Saori, querido? – Hinata indagou.

– Não totalmente! – respondeu à mãe – Mas foi por causa do que aconteceu com ela e com o Sasuke-sama que eu quero fazer algo que seja útil para os outros, eu quero poder ajudar as pessoas de alguma forma! – e em seguida voltou sua atenção para o pai e disse resoluto – Por favor, otou-san, entenda! Eu não vou desistir de fazer medicina!

Naruto suspirou e massageou a têmpora, seu filho falava realmente sério! Nunca vira Hideo tão decidido daquela forma, sempre que pedia algo para o filho ele nunca reclamava ou o contradizia, apenas aceitava de bom grado ou quando fazia alguma birra, não demorava muito e Naruto conseguia convencê-lo do contrário. Por causa disso foi que ele insistiu no fato de Hideo trabalhar consigo, imaginava que a partir do momento que ele visse como era a empresa iria desistir daquela ideia de fazer de medicina que ele pensou ser apenas um vislumbre de garoto. Pelo jeito estava errado.

Olhou para a esposa que sorria orgulhosa para o primogênito e lembrou-se que Hinata também teve que enfrentar o pai para poder se dedicar a profissão de assistente social ao invés de seguir no ramo de confecção como era a vontade de Hiashi. Bagunçou os cabelos estava se comportando igual ao sogro e aquilo provavelmente estava machucando Hinata.

– Está certo! Se está mesmo decidido iriei lhe apoiar no seu sonho, filho! – Naruto disse com um sorriso e Hideo não pode evitar arregalar os olhos, imaginou que o pai não fosse ceder.

– Sério?

– É claro, é isso que você quer, não né? – Naruto disse e olhou de soslaio para o filho enquanto sentava no sofá um pouco abatido – Mas acho que no futuro terei que vender a minha parte da empresa ao teme! – lamentou e apesar de Hideo comemorar por ter conseguido, não pode deixar de ficar triste pelo pai, mas não sabia o que fazer.

– Naruto-kun, não fique assim! – consolou Hinata o abraçando.

– Não se preocupe com isso otou-san! – Hana se manifestou pela primeira vez durante a conversa e todos se voltaram para a mais nova – Eu herdarei a empresa pelo senhor! Pode confiar em mim! – falou determinada e isso foi o suficiente para a animação de Naruto voltar.

– Tenshi! Você quer trabalhar na empresa com o papai? – indagou emocionado e abraçando a filha que ria.

– H-Hai! – respondeu com dificuldade devido o aperto enquanto via a mãe tentar afastar o pai de perto de si.

Hideo também não pode deixar de sorrir ao ver que no final tudo havia terminado bem para todos e ao ver a irmã livre do agarre do pai que agora abraçava a esposa, se aproximou da mais nova:

– Arigatou imouto! – e Hana apenas deu de ombros.

– Eu realmente quero cuidar dos negócios do otou-san e assim você pode ir fazer seu curso em paz, não é mesmo? – perguntou inocente e Hideo a abraçou por ver que tudo estava bem novamente entre a família.

Flashback off

– Entendi! – Saori disse após ouvir toda a narrativa, mas uma coisa lhe chamou a atenção – Mas porque você estava na empresa agora e não foi a aula hoje se tudo se resolveu?

– O otou-san pediu que pelo menos eu organizasse as coisas antes de sair e resolvi não ir à aula para terminar tudo de uma vez – explicou – Então...

– Então o que? – cortou Saori.

– Está tudo bem entre nós? – indagou um pouco sem jeito, ele ainda não sabia muito bem como lidar com a namorada, era como se pisasse em ovos a maior parte do tempo.

– Eu...bom, eu realmente fico feliz que você e o Naruto-san tenham se acertado, mas... – Hideo suspirou ao ouvir aquele “mas” – eu não quero que você esconda as coisas de mim!

– Acho que eu posso dizer o mesmo pra você! – retrucou ao se aproximar da morena e tocar levemente as olheiras que se formavam no rosto da garota que desviou os olhos para a janela mais uma vez, estava desconfortável.

– Não é a mesma coisa! – disse emburrada.

– Para mim é! Estou preocupado com você. – afirmou e Saori suspirou antes de dar um sorriso tímido.

– Vamos prometer uma coisa então, a partir de agora iremos ser os mais verdadeiros possíveis, está bem? Confiança e... diálogo acima de tudo? – propôs incerta se aquela devia ser a melhor opção, mas ficou feliz ao sentir o loiro segurar sua mão.

– Está bem, é uma promessa! – respondeu e em seguida notou os pratos ainda intocados a sua frente – Mas agora é melhor comermos, não é? Antes que fique frio!

– Hai! – respondeu Saori já mordendo o sanduíche, estava morrendo de fome.

– Ah droga, esqueci de pedir o ketchup! Eu já volto! – Hideo exclamou ao se levantar da mesa.

Saori apenas sorriu e respirou fundo, pelo menos as coisas haviam voltado ao normal entre os dois, pensou ao morder uma bata frita e ter o vislumbre de um clarão perto de si. Virou-se para a janela a tempo de ver outro flash ser disparado a sua frente por uma câmera fotográfica, franziu o cenho ao notar ser mais um jornalista intrometido. Não conseguia ver exatamente quem era, ele usava um moletom preto e um gorro e um óculos escuros escondiam seu rosto, mas observou bem o sorriso triunfante que dera ao pegá-la desprevenida. Levantou-se de forma abrupta, pronta para discutir com aquele cara, quando o viu mexer os lábios murmurando algo para si.

Congelou sem saber se havia compreendido corretamente, afinal seu nome era muito parecido com o do ruivo que havia sumido desde a última vez que se encontraram naquele casebre quando resolvera lhe ajudar. Estava tão concentrada no homem a sua frente que continuava a disparar o flash que se assustou ao sentir uma mão no seu ombro.

– Hey, o que foi? – Hideo indagou ao ver a morena em pé, estática a olhar a janela.

– Gomen, eu me assustei – disse se virando para Hideo e em seguida para a janela novamente, mas ninguém estava ali – Você viu o fotógrafo que estava aqui?

– Só vi que ele tirou uma foto sua antes de eu me aproximar e depois foi embora, ele estava te incomodando ou fez algo que te irritou? – perguntou desconfiado para a menina que continuava um pouco aérea.

– Esses jornalistas sempre me irritam, sabe disso! – e voltou a se sentar, devia ter imaginado coisas por causa dos pesadelos que andava tendo – Pegou o ketchup? – disse querendo mudar de assunto.

– Peguei! – e mostrou o vidro ao voltar para o seu lugar – Tem certeza que está bem mesmo?

– Hai! Mas se eu pegar o infeliz que tirou essas fotos... – retrucou mordendo uma batata com força e Hideo riu do temperamento da garota que se atinou a algo – Oe, sabe o que estava pensando? Acho melhor preparar o Daisuke para ser sócio da Hana no futuro, ele vai precisar – disse risonha para o loiro que a acompanhou.

– Com certeza o teme vai precisar de muita paciência! – falou observando a namorada rir mais um pouco, mesmo brigando ele realmente queria passar mais tempo do lado dela e aquele era o momento perfeito para fazer o seu convite – Gatinha... – chamou, detendo a atenção da menina – sei que você quer passar o Natal com os seus pais, mas o que acha de passar a véspera comigo? – e sorriu, bagunçando o cabelo meio nervoso.

– Quer dizer, tipo um encontro? – indagou e sorriu ao ver o namorado assentir constrangido. Era engraçado para ela ver o garoto mais galinha do colégio sem jeito e adorava ainda mais saber que ele só era assim com ela – Hai!

– Sério? Você vai adorar gatinha! Prometo que vamos nos divertir muito! – gritou entusiasmado ao segurar a mão da menina e roubar um beijo dela na frente de todos.

– Oe Hideo! – repreendeu a garota ao ver que algumas pessoas na lanchonete os observavam e o Uzumaki apenas deu de ombros, roubando a sua batata frita com um sorriso.

–*-

– Oka-san, não tem como usar saia com esse frio! – Saori afirmou ao se ver vestida daquele jeito.

– Tem razão... hum... – refletiu por um momento antes de ter uma ideia – Vamos colocar umas meias, irá ficar lindo! – comentou já indo em direção ao guarda roupa da menina.

– Ou então eu podia usar uma calça! – sugeriu, rezando para que a progenitora concordasse.

– Lie! Esse encontro é importante, você deve usar algo diferente do dia a dia! – contrapôs Sakura ao voltar com duas meias calças pretas e entregando a filha que suspirava – Vamos vista, vista! – insistiu Sakura ao se sentar na ponta da cama e observando a menina.

Depois de se acertar com Hideo, os dias passaram rápidos e todos acabaram por se concentrar nas provas de final de ano e os mais velhos com os exames de admissão da faculdade. Fazia três dias desde a última prova de Daisuke e Hideo e agora eles estavam livres para se divertir enquanto esperavam a resposta das universidades. Esperava que todos conseguissem passar. Mas hoje era o dia do seu encontro com Hideo, como prometera, mas ela não contava que estaria nevando na cidade e tão pouco estivesse tão frio, mesmo sabendo que nessa época do ano Konoha sempre esfriava. Por causa disso sua mãe estava a ajudando com a roupa.

Olhou-se no espelho mais uma vez, usava uma saia preta, uma blusa de manga comprida vermelha e agora a meia calça também preta junto com uma bota de cano curto e sem salto. “Vou morrer de frio só com isso!” pensou ao dar uma breve olhada pela janela de casa, foi quando teve uma ideia e pegou no guarda roupa uma jaqueta preta de couro, colocando-a por cima da blusa. Agora sim, estava melhor! E voltou-se para a mãe para ver o que ela achava.

– Então? – indagou em expectativa.

– Está linda! – disse ao se aproximar e olhá-la de perto – Mas... acho que ainda falta alguma coisa... – murmurou e Saori revirou os olhos ao ver a rosada sair correndo do quarto e logo em seguida aparecer com uma boina branca em mãos, pondo-a no seu cabelo que estava solto – Perfeita! – exclamou contente.

– Vocês duas vão demorar muito ainda? Não quero ter que ficar fazendo sala para aquele moleque! – disse Sasuke ao se aproximar da porta do quarto da filha e observou sua vestimenta – Não acha que está frio demais para usar uma saia como essa? – indagou um pouco incomodado.

Saori apenas olhou para a mãe como se dissesse que a culpa era dela, enquanto esta revirava os olhos e empurrava a mais nova para fora do quarto.

– Ela está linda Sasuke-kun! Não comece você também! – reclamou com o marido que as seguiu.

Desceram as escadas e Saori logo pode ver Hideo que conversava amenidades com Daisuke, seu pai também estava lá antes, mas pelo visto preferiu ir ver o motivo da demora das duas e apressá-las. Mas o Uzumaki perdeu a fala quando notou a morena, ela estava linda! Levantou-se apressadamente e se aproximou para beijá-la, mas Sasuke ficou entre os dois, impedindo.

– Er...está linda! – disse envergonhado ao notar o sogro ao lado da namorada.

– Arigatou! Você também! – murmurou de volta, constrangida. Seu pai ainda tinha essa mania de querer evitar ver os dois demonstrando carinho perto dele e Sakura só pode revirar os olhos pela atitude do marido.

– Então, vamos indo? – indagou repentinamente ansioso.

– Hai! – disse dando a mão para o loiro que prontamente a enlaçou com a sua.

– Divirtam-se! – Sakura exclamou feliz pelo jovem casal.

– Saori quero você de volta às dez da noite! – disse Sasuke e ambas as mulheres reviraram os olhos.

– Otou-san, são oito horas! É muito cedo! – retrucou.

– Pode voltar meia-noite querida! – Sakura piscou para filha que sorriu.

– Nani? – reclamou Sasuke e sentiu a mulher agarrar seu braço com força.

– Não se preocupe Sasuke-sama, meia-noite a Saori estará aqui! – reforçou Hideo e Sasuke o fuzilou com os olhos, mas antes que o Uzumaki pudesse falar algo mais, sentiu Saori o puxar para fora da casa.

– Ok, estamos indo então! Ja ne! – despediu-se.

Ao ver a filha sair, Sakura não se controlou e deu um pequeno tapa no ombro do marido que a encarou raivoso.

– Você não poderia pegar mais leve com o garoto? – reclamou irritada.

– Eu só estou cuidando dela para que ele não pense que pode levá-la para onde quiser, como Taketomi! – retrucou, recordando da vez que o rapaz havia levado Saori a praia sem o consentimento deles.

A rosada bufou irritada ao ouvir o argumento, pois não podia discordar do moreno nesse aspecto e se perguntou por que Hideo foi dar motivo para piorar a sua situação com o Sasuke, apesar de saber que não seria necessário que fosse algo relevante para o marido reclamar. Bastava o fato de ser o namorado da filha deles. Subiu as escadas com passos largos e pesados. E Sasuke suspirou ao ver como a esposa havia ficado, voltou-se para o primogênito que assistia televisão calmamente, ignorando o pequeno desentendimento entre os dois.

– E você não vai sair com a Sasame? – indagou um pouco cansado ao ouvir o bater da porta ruidosamente no andar de cima.

– Lie! Como vamos todos nos ver amanhã... – disse desatento, estava mais interessado no filme que passava na televisão naquele momento.

– E você sabe para onde Hideo levou sua irmã? – mas Daisuke apenas meneou a cabeça negando, deixando Sasuke mais nervoso devido à apatia do filho – Bom, então trate de descobrir ou pelo menos leve Sasame e saia de casa hoje!

Daisuke arqueou uma sobrancelha, observando se o pai falava sério e quando este estendeu algumas notas de dinheiro em sua direção, percebeu que ele queria ficar a sós com a mãe. Bom, ele é que não iria reclamar, estava cansado por causa das provas, então ele também merecia um descanso com a namorada e não só Hideo! Levantou-se e pegou o dinheiro com um sorriso de canto.

– Também tenho hora para voltar, otou-san? – questionou pretensioso e Sasuke bufou.

– A mesma hora que a sua irmã! Um minuto a mais e vou buscá-lo onde quer que esteja, pode acreditar! – retrucou e Daisuke suspirou, não duvidando do pai.

– Está certo! Boa sorte com a oka-san! – respondeu e foi a vez do Uchiha mais velho suspirar.

– Se divirta! – despediu-se do filho que já saía de casa e ligava para a namorada.

Olhou em direção as escadas e não pode deixar de sorrir de canto, mesmo que sua esposa estivesse zangada consigo, ainda era véspera de Natal e ele pretendia dar um jeito de ganhar um presente mais cedo esse ano.


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Notas finais do capítulo

Então o que acharam? A partir de agora as coisas começam a melhorar, principalmente no próximo....ok, sem spoiler! XD Sobre o Naruto não achem estranho ele ter agido dessa forma com o filho, como eu disse no capítulo Hideo nunca se interessou por nada e quando falavam sobre trabalhar na empresa nunca houve uma imposição do menor, então era de se esperar que quando ele resolvesse dizer que faria medicina, Naruto não aceitasse tão pacificamente!
E sobre esse fotógrafo será que ele tem alguma coisa a ver com Sasori ou Saori apenas imaginou tudo devido ao cansaço? ^^
Muito obrigada pelos reviews que mandaram, logo os respondo e, por favor, me digam o que acharam desse capítulo!
beijos e nos vemos no próximo!